O doente do quarto nº 68

01-07-2020
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Na manhã de 3 de agosto de 1968, António de Oliveira Salazar cai de uma cadeira de lona na sua residência de verão. A queda e os seus efeitos não são imediatamente avaliados, mas, um mês depois, um exame neurológico sumário aponta para uma quase inevitável intervenção cirúrgica. Num repente, Eduardo Coelho, médico pessoal do presidente do Conselho (como era designado então o chefe do Governo) desde os finais da Segunda Guerra Mundial, tem de tomar algumas das decisões mais importantes da sua carreira. Professor de cardiologia, cabe-lhe escolher o cirurgião. Não são muitos os neurocirurgiões em quem se possa confiar para deitar mãos ao cérebro do presidente do Conselho. A primeira escolha vai para Eduardo Moradas Ferreira.

Não é um homem da situação, é até suspeito de ter simpatias com o clandestino PCP, mas é tido por competente e goza de toda a confiança de Eduardo Coelho. Infelizmente, está de férias na Madeira e não há avião capaz de o trazer a tempo. Outras opções são Gama Imaginário e Almeida Lima: um está doente, o outro, homem já de idade, não opera. Coelho recorre a Vasconcelos Marques, diretor de serviços do Hospital dos Capuchos, que, alarmado com a observação neurológica, força o internamento imediato. Não no Hospital de Jesus, como pretendia a governanta, D. Maria, mas na Cruz Vermelha - considerado o hospital de ponta.

Na manhã de 3 de agosto de 1968, António de Oliveira Salazar cai de uma cadeira de lona na sua residência de verão. A queda e os seus efeitos não são imediatamente avaliados, mas, um mês depois, um exame neurológico sumário aponta para uma quase inevitável intervenção cirúrgica. Num repente, Eduardo Coelho, médico pessoal do presidente do Conselho (como era designado então o chefe do Governo) desde os finais da Segunda Guerra Mundial, tem de tomar algumas das decisões mais importantes da sua carreira. Professor de cardiologia, cabe-lhe escolher o cirurgião. Não são muitos os neurocirurgiões em quem se possa confiar para deitar mãos ao cérebro do presidente do Conselho. A primeira escolha vai para Eduardo Moradas Ferreira.

Não é um homem da situação, é até suspeito de ter simpatias com o clandestino PCP, mas é tido por competente e goza de toda a confiança de Eduardo Coelho. Infelizmente, está de férias na Madeira e não há avião capaz de o trazer a tempo. Outras opções são Gama Imaginário e Almeida Lima: um está doente, o outro, homem já de idade, não opera. Coelho recorre a Vasconcelos Marques, diretor de serviços do Hospital dos Capuchos, que, alarmado com a observação neurológica, força o internamento imediato. Não no Hospital de Jesus, como pretendia a governanta, D. Maria, mas na Cruz Vermelha - considerado o hospital de ponta.

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