Os próximos passos da transição energética em Portugal

03-11-2020
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Atingir a neutralidade carbónica em 2050 é uma meta relativamente recente, que veio reforçar outros objetivos anteriores, mas a transição energética - que na prática é a aposta nas energias renováveis e num consumo mais sustentável e eficiente - é um processo que já tem muitos anos e que, em Portugal, tem um caminho reconhecido internacionalmente. Contudo, com 2050 em mente e com objetivos mais apertados de redução de emissões de carbono, a transição energética - está agora num “ponto de aceleração”, diz o presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis, Pedro Amaral Jorge.

Segundo explicou ao Expresso, os primeiros projetos de eólicas a serem construídos em Portugal surgiram no final dos anos 1990 e só pararam em 2011, quando chegou a troika. Antes disso surgiram também alguns projetos de outras energias renováveis, como o solar ou a biomassa, mas que também ficaram em stand by com a crise. Entretanto, quando Portugal começou a recuperar economicamente, a aposta nas energias renováveis retomou e com objetivos ainda mais agressivos.

“Temos 60% de toda a eletricidade consumida proveniente de renováveis e 31% de toda a energia final consumida é também renovável, mas para 2030, o objetivo é ter 80% de toda a eletricidade consumida de origem renovável e atingir os 40% renováveis na energia final consumida”, diz Pedro Amaral Jorge. Ou seja, “Vamos acentuar mais os investimentos e o que fizemos em 25 anos vamos ter de fazer em oito”, acrescenta.

Para isso existem já projetos para reforçar (repowering) os parques eólicos já existentes, mas há também para fazer novos, já que o objetivo é duplicar a capacidade instalada até 2030, atingindo os 14 gigawatt (GW). Além disso, está prevista a aposta no hidrogénio verde e há já investimentos em curso para novas barragens, como o Sistema Eletroprodutor do Tâmega, formado por três barragens e três centrais hidroelétricas: Alto Tâmega, Daivões e Gouvães.

Contudo, a maior aposta da década é mesmo a energia solar. Neste momento, Portugal tem 957 megawatts (MW) de capacidade solar, que produz 2% a 3% da eletricidade consumida no país. Contudo, em breve, estes indicadores aumentarão bastante, muito por causa dos leilões para a construção de parques solares fotovoltaicos que o Governo lançou em 2019. De acordo com declarações do secretário de estado da Energia, João Galamba, na conferência anual da APREN (a 6 e 7 de outubro), Portugal tem cerca de 800 MW solares que foram licenciados antes dos leilões, aos quais se juntam mais 2 GW atribuídos nos leilões já realizados e aos quais se juntarão os GW dos leilões a lançar em 2021, que poderão passar pela instalação de painéis nas superfícies das barragens ou nos separadores centrais das autoestradas.

O volume de nova capacidade solar que está previsto é tão elevado que, segundo noticiou o Expresso na semana passada, a Direção Geral de Energia (DGE) a rever as regras para os constrangimentos que estas centrais poderão provocar na rede elétrica. Ou seja, poderá ser capacidade a mais para o que a rede consegue suportar.

Este será um dos temas que deverá estar em discussão no próximo debate digital do ’50 para 2050’, uma iniciativa do Expresso e da BP. O projeto vai já no quarto encontro e, desta vez, terá como tema a transição energética em Portugal e como oradores, estarão presentes o presidente da APREN, Luís Mira Amaral, ex-ministro da Energia; Otmar Hübscher, CEO do grupo Secil e Miguel Lobo, diretor de desenvolvimento de negócios da Lightsource BP.

O financiamento para estes projetos mencionados, o hidrogénio verde, a eficiência energética ou o impacto do Covid-19 no processo de transição energética serão outros dos temas na agenda do debate de amanhã.

Atingir a neutralidade carbónica em 2050 é uma meta relativamente recente, que veio reforçar outros objetivos anteriores, mas a transição energética - que na prática é a aposta nas energias renováveis e num consumo mais sustentável e eficiente - é um processo que já tem muitos anos e que, em Portugal, tem um caminho reconhecido internacionalmente. Contudo, com 2050 em mente e com objetivos mais apertados de redução de emissões de carbono, a transição energética - está agora num “ponto de aceleração”, diz o presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis, Pedro Amaral Jorge.

Segundo explicou ao Expresso, os primeiros projetos de eólicas a serem construídos em Portugal surgiram no final dos anos 1990 e só pararam em 2011, quando chegou a troika. Antes disso surgiram também alguns projetos de outras energias renováveis, como o solar ou a biomassa, mas que também ficaram em stand by com a crise. Entretanto, quando Portugal começou a recuperar economicamente, a aposta nas energias renováveis retomou e com objetivos ainda mais agressivos.

“Temos 60% de toda a eletricidade consumida proveniente de renováveis e 31% de toda a energia final consumida é também renovável, mas para 2030, o objetivo é ter 80% de toda a eletricidade consumida de origem renovável e atingir os 40% renováveis na energia final consumida”, diz Pedro Amaral Jorge. Ou seja, “Vamos acentuar mais os investimentos e o que fizemos em 25 anos vamos ter de fazer em oito”, acrescenta.

Para isso existem já projetos para reforçar (repowering) os parques eólicos já existentes, mas há também para fazer novos, já que o objetivo é duplicar a capacidade instalada até 2030, atingindo os 14 gigawatt (GW). Além disso, está prevista a aposta no hidrogénio verde e há já investimentos em curso para novas barragens, como o Sistema Eletroprodutor do Tâmega, formado por três barragens e três centrais hidroelétricas: Alto Tâmega, Daivões e Gouvães.

Contudo, a maior aposta da década é mesmo a energia solar. Neste momento, Portugal tem 957 megawatts (MW) de capacidade solar, que produz 2% a 3% da eletricidade consumida no país. Contudo, em breve, estes indicadores aumentarão bastante, muito por causa dos leilões para a construção de parques solares fotovoltaicos que o Governo lançou em 2019. De acordo com declarações do secretário de estado da Energia, João Galamba, na conferência anual da APREN (a 6 e 7 de outubro), Portugal tem cerca de 800 MW solares que foram licenciados antes dos leilões, aos quais se juntam mais 2 GW atribuídos nos leilões já realizados e aos quais se juntarão os GW dos leilões a lançar em 2021, que poderão passar pela instalação de painéis nas superfícies das barragens ou nos separadores centrais das autoestradas.

O volume de nova capacidade solar que está previsto é tão elevado que, segundo noticiou o Expresso na semana passada, a Direção Geral de Energia (DGE) a rever as regras para os constrangimentos que estas centrais poderão provocar na rede elétrica. Ou seja, poderá ser capacidade a mais para o que a rede consegue suportar.

Este será um dos temas que deverá estar em discussão no próximo debate digital do ’50 para 2050’, uma iniciativa do Expresso e da BP. O projeto vai já no quarto encontro e, desta vez, terá como tema a transição energética em Portugal e como oradores, estarão presentes o presidente da APREN, Luís Mira Amaral, ex-ministro da Energia; Otmar Hübscher, CEO do grupo Secil e Miguel Lobo, diretor de desenvolvimento de negócios da Lightsource BP.

O financiamento para estes projetos mencionados, o hidrogénio verde, a eficiência energética ou o impacto do Covid-19 no processo de transição energética serão outros dos temas na agenda do debate de amanhã.

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