Covid-19. Esquerda quer manter festejo do 25 de Abril (em versão reduzida), CDS e PAN são contra

01-04-2020
marcar artigo

As comemorações do 25 de Abril estão a abrir uma divisão entre a esquerda e a direita, e o PAN. A dúvida, no contexto da pandemia de covid-19 e das restrições de circulação e convívio que provavelmente ainda se manterão nessa altura, se faz sentido celebrar a data na Assembleia da República, mesmo que numa versão minimalista. A resposta varia: a esquerda diz que sim; a direita (menos o PSD, que não conseguiu responder em tempo útil) e o PAN asseguram que não.

A proposta partirá do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, uma vez que, como o Expresso noticiou esta semana, tanto Ferro como Marcelo Rebelo de Sousa acreditam que a crise que vivemos não deve anular as comemorações do 25 de Abril. Por isso, o presidente da Assembleia vai ouvir os partidos e propor uma versão mais modesta da comemoração parlamentar, sem convidados e com menos membros do Governo e deputados.

Mas há várias forças políticas que não concordam com a ideia - várias delas têm, aliás, defendido que a Assembleia da República deve reduzir a sua atividade ao mínimo, funcionando apenas através da Comissão Permanente (uma ideia que Ferro não acolhe). É o caso do CDS. Em resposta ao Expresso, o líder parlamentar, Telmo Correia, critica: “Se o PAR está preocupado com as comemorações do 25 de Abril, eu estou preocupado, essencialmente, com a situação a que chegaremos no fim de abril. Não porque a data não seja importante, mas porque pode perfeitamente ser assinalada com uma mensagem ao país e remeter, como com tudo o resto, as celebrações para melhores dias. Acontece de resto com tudo, incluindo os aniversários de cada um”.

Também o PSD tem defendido que a Assembleia deve dar o exemplo e reunir-se o mínimo possível, mas não foi possível obter resposta em tempo útil sobre esta questão em concreto. O CDS não está, no entanto, sozinho. Também à direita, João Cotrim de Figueiredo, líder da Iniciativa Liberal, sugere que as mensagens dos partidos e órgãos de soberania sejam transmitidas via imprensa e redes sociais: “A atividade parlamentar deve ficar restrita ao que contribui para o combate efetivo ao Covid-19 para que todos possamos voltar à normalidade logo que possível”. No Chega, André Ventura diz que manter a comemoração habitual seria absurdo: “Não há motivos para festejar. É inqualificável estar-se a pedir às pessoas para ficarem em casa e respeitarem as regras e não dar o exemplo”.

Também o PAN se mostra contra a ideia, pelo “momento excecional” que se vive e a que os eventos se devem “adequar”. “Não faz sentido para nós comemorações do 25 de Abril como noutros anos e com isso não estaremos a falhar a memória daqueles que lutaram por nós, pela nossa liberdade”. Por isso, a líder parlamentar, Inês Sousa Real defende, em resposta ao Expresso, que a data deve ser celebrada de outras formas, “cantando por exemplo "Grândola" à janela, tal como apelou a Associação 25 de Abril, ou por videoconferência” - a associação liderada por Vasco Lourenço já cancelou, de resto, a tradicional descida da Avenida da Liberdade, apelando a festejos alternativos.

Esquerda quer festa minimalista

À esquerda, a ideia é bem recebida. São estes os partidos que têm, aliás, mostrado concordância com Ferro nas conferências de líderes em que o presidente da AR tem defendido que se mantenha a atividade do Parlamento, ainda que muito reduzida, em vez de, como a direita defende, passar a funcionar apenas através da Comissão Permanente. A líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, é “a favor da comemoração” na Assembleia, “embora numa cerimónia em formato mais reduzido, cumprindo todas as recomendações da DGS”, confirma ao Expresso fonte oficial do partido.

Questionado pelo Expresso, o PCP remeteu para a resposta dada esta sexta-feira à Lusa pelo líder parlamentar, João Oliveira: a sessão deve acontecer, embora com apenas 46 deputados (um quinto do total, a mesma regra que é agora aplicada aos plenários, embora não tenha sido respeitada no último, onde estavam presentes mais de 70 deputados e praticamente todos os do PCP). À Lusa, João Oliveira diz que, cumprindo-se esse critério, “não há razão para que não seja realizada uma sessão solene comemorativa do 25 de Abril, com a importância que tem do ponto de vista político e institucional”.

O PCP tem, aliás, sido o partido que mais reservas mostra quanto à declaração do estado de emergência, dizendo temer que essa exceção, leve a abusos sobretudo quanto às liberdades e garantias das pessoas - um perigo que o Governo já veio assegurar não estar em cima da mesa.

No Bloco de Esquerda, resposta semelhante: “O Estado de Emergência não suspende a democracia, razão pela qual a AR se mantém em funcionamento”, recorda o partido, em resposta ao Expresso. “Tomando em consideração as recomendações das autoridades da saúde”, os bloquistas consideram que o Parlamento “não deve deixar de assinalar o 25 de Abril”.

As comemorações do 25 de Abril estão a abrir uma divisão entre a esquerda e a direita, e o PAN. A dúvida, no contexto da pandemia de covid-19 e das restrições de circulação e convívio que provavelmente ainda se manterão nessa altura, se faz sentido celebrar a data na Assembleia da República, mesmo que numa versão minimalista. A resposta varia: a esquerda diz que sim; a direita (menos o PSD, que não conseguiu responder em tempo útil) e o PAN asseguram que não.

A proposta partirá do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, uma vez que, como o Expresso noticiou esta semana, tanto Ferro como Marcelo Rebelo de Sousa acreditam que a crise que vivemos não deve anular as comemorações do 25 de Abril. Por isso, o presidente da Assembleia vai ouvir os partidos e propor uma versão mais modesta da comemoração parlamentar, sem convidados e com menos membros do Governo e deputados.

Mas há várias forças políticas que não concordam com a ideia - várias delas têm, aliás, defendido que a Assembleia da República deve reduzir a sua atividade ao mínimo, funcionando apenas através da Comissão Permanente (uma ideia que Ferro não acolhe). É o caso do CDS. Em resposta ao Expresso, o líder parlamentar, Telmo Correia, critica: “Se o PAR está preocupado com as comemorações do 25 de Abril, eu estou preocupado, essencialmente, com a situação a que chegaremos no fim de abril. Não porque a data não seja importante, mas porque pode perfeitamente ser assinalada com uma mensagem ao país e remeter, como com tudo o resto, as celebrações para melhores dias. Acontece de resto com tudo, incluindo os aniversários de cada um”.

Também o PSD tem defendido que a Assembleia deve dar o exemplo e reunir-se o mínimo possível, mas não foi possível obter resposta em tempo útil sobre esta questão em concreto. O CDS não está, no entanto, sozinho. Também à direita, João Cotrim de Figueiredo, líder da Iniciativa Liberal, sugere que as mensagens dos partidos e órgãos de soberania sejam transmitidas via imprensa e redes sociais: “A atividade parlamentar deve ficar restrita ao que contribui para o combate efetivo ao Covid-19 para que todos possamos voltar à normalidade logo que possível”. No Chega, André Ventura diz que manter a comemoração habitual seria absurdo: “Não há motivos para festejar. É inqualificável estar-se a pedir às pessoas para ficarem em casa e respeitarem as regras e não dar o exemplo”.

Também o PAN se mostra contra a ideia, pelo “momento excecional” que se vive e a que os eventos se devem “adequar”. “Não faz sentido para nós comemorações do 25 de Abril como noutros anos e com isso não estaremos a falhar a memória daqueles que lutaram por nós, pela nossa liberdade”. Por isso, a líder parlamentar, Inês Sousa Real defende, em resposta ao Expresso, que a data deve ser celebrada de outras formas, “cantando por exemplo "Grândola" à janela, tal como apelou a Associação 25 de Abril, ou por videoconferência” - a associação liderada por Vasco Lourenço já cancelou, de resto, a tradicional descida da Avenida da Liberdade, apelando a festejos alternativos.

Esquerda quer festa minimalista

À esquerda, a ideia é bem recebida. São estes os partidos que têm, aliás, mostrado concordância com Ferro nas conferências de líderes em que o presidente da AR tem defendido que se mantenha a atividade do Parlamento, ainda que muito reduzida, em vez de, como a direita defende, passar a funcionar apenas através da Comissão Permanente. A líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, é “a favor da comemoração” na Assembleia, “embora numa cerimónia em formato mais reduzido, cumprindo todas as recomendações da DGS”, confirma ao Expresso fonte oficial do partido.

Questionado pelo Expresso, o PCP remeteu para a resposta dada esta sexta-feira à Lusa pelo líder parlamentar, João Oliveira: a sessão deve acontecer, embora com apenas 46 deputados (um quinto do total, a mesma regra que é agora aplicada aos plenários, embora não tenha sido respeitada no último, onde estavam presentes mais de 70 deputados e praticamente todos os do PCP). À Lusa, João Oliveira diz que, cumprindo-se esse critério, “não há razão para que não seja realizada uma sessão solene comemorativa do 25 de Abril, com a importância que tem do ponto de vista político e institucional”.

O PCP tem, aliás, sido o partido que mais reservas mostra quanto à declaração do estado de emergência, dizendo temer que essa exceção, leve a abusos sobretudo quanto às liberdades e garantias das pessoas - um perigo que o Governo já veio assegurar não estar em cima da mesa.

No Bloco de Esquerda, resposta semelhante: “O Estado de Emergência não suspende a democracia, razão pela qual a AR se mantém em funcionamento”, recorda o partido, em resposta ao Expresso. “Tomando em consideração as recomendações das autoridades da saúde”, os bloquistas consideram que o Parlamento “não deve deixar de assinalar o 25 de Abril”.

marcar artigo