Covid-19. Portugal com plano de emergência ativado e à beira de ultrapassar 3000 infetados - a “fase mais crítica” chegou

01-04-2020
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Portugal adormece esta quarta-feira, para acordar amanhã na “fase mais crítica” desta pandemia, tal como lembrou ao início da tarde o secretário de Estado da Saúde. Chegamos à fase de mitigação, e António Lacerda Sales insistiu na preocupação com a situação nos lares de idosos“, para reconhecer que “os casos que começam a surgir nestas instituições são sinais de alerta”. O secretário de Estado também anunciou que está a ser “preparada uma resposta ao nível da saúde mental para a fase seguinte à epidemia”.

Uma das regras nesta nova fase é a que define que os doentes vão passar sobretudo a ser seguidos no domicílio. Portugal está na fase de transmissão comunitária do novo coronavírus, mas a diretora-geral da Saúde afirmou que cerca de 80% dos infetados deverão ter sintomas ligeiros. Os outros 15% serão doentes com "sintomas um bocadinho mais graves" e devem ir "ao seu centro de saúde", onde estará colocada "sinalética e terá áreas dedicadas para as pessoas que tenham covid-19" isolada de outros locais que tratarão as outras patologias, precisou Graça Freitas

Quanto aos números do dia, colocam-nos quase na fasquia dos 3000 infetados. São exatamente 2995, havendo a lamentar 43 mortes e a celebrar 22 pessoas recuperadas. Este último balanço traduz um aumento de 27% face ao dia anterior, sabendo-se que 1591 pessoas aguardam o resultado dos testes.

Os efeitos da pandemia e do isolamento entre quatro paredes vai produzindo novas estatísticas. Nas estradas, por exemplo, quase não circulam carros. O número de utilizadores ativos do Waze caiu quase 90% em Lisboa e no Porto nas últimas duas semanas. Só na capital passou de quase 8 mil utilizadores para menos de mil.

Mais despedimentos

Para lá dos infetados, há também os outros números, preocupantes, que começam a crescer. "Primeiro quiseram pôr-nos a gozar férias antecipadas. Dissemos que não. Depois decidiram despedir 150 pessoas e entrar em layoff.” Assim descreveu ao Expresso um trabalhador da fábrica de colchões Molaflex o que aconteceu na empresa no final da semana passada.

E a história repete-se: Cerca de 1200 trabalhadores de empresas de Felgueiras e Lousada foram mandados para casa, de férias, devido à crise provocada pela Covid-19, denunciou fonte sindical, mencionando também "dezenas de despedimentos".

Já foi dito que as empresas só vão poder aceder ao novo mecanismo de lay-off ou às linhas de crédito preparadas para fazer face à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus se mantiverem os postos de trabalho - foi essa a contrapartida exigida pelo Governo e é esse o espírito da medida. O problema? No decreto-lei preliminar desenhado pelo Governo não há qualquer referência a trabalhadores a prazo, recibos verdes, em trabalho temporário ou em período experimental.

Mas este foi o dia em que Mário Centeno veio garantir que "o país nunca esteve tão bem preparado para uma crise desta natureza". O ministro das Finanças prometeu, em declarações via Twitter sobre o desempenho das contas públicas em 2019: "tudo faremos para restaurar a confiança e regressar à normalidade".

Marcelo Rebelo de Sousa também falou, para reconhecer que "é natural" em situações de crise surgirem dúvidas e interrogações, mas deixando a promessa de que "tudo será feito" para garantir que a informação transmitida aos portugueses é verdadeira.

Portugal - pelo menos quem pode - está em casa. Mas vão sobrando alguns cidadãos mais desobedientes, a quem as regras do estado de emergência ditam a detenção. Total até agora: 39.

Contra o novo vírus, vale usar todas as forças, toda a coordenação, todos os meios. Portugal tem por isso ativado o Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil. Aplicável “aos casos de iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe”, torná-lo efetivo garante às autoridades uma gestão mais eficiente e eficaz dos serviços e agentes de proteção civil

Portugal adormece esta quarta-feira, para acordar amanhã na “fase mais crítica” desta pandemia, tal como lembrou ao início da tarde o secretário de Estado da Saúde. Chegamos à fase de mitigação, e António Lacerda Sales insistiu na preocupação com a situação nos lares de idosos“, para reconhecer que “os casos que começam a surgir nestas instituições são sinais de alerta”. O secretário de Estado também anunciou que está a ser “preparada uma resposta ao nível da saúde mental para a fase seguinte à epidemia”.

Uma das regras nesta nova fase é a que define que os doentes vão passar sobretudo a ser seguidos no domicílio. Portugal está na fase de transmissão comunitária do novo coronavírus, mas a diretora-geral da Saúde afirmou que cerca de 80% dos infetados deverão ter sintomas ligeiros. Os outros 15% serão doentes com "sintomas um bocadinho mais graves" e devem ir "ao seu centro de saúde", onde estará colocada "sinalética e terá áreas dedicadas para as pessoas que tenham covid-19" isolada de outros locais que tratarão as outras patologias, precisou Graça Freitas

Quanto aos números do dia, colocam-nos quase na fasquia dos 3000 infetados. São exatamente 2995, havendo a lamentar 43 mortes e a celebrar 22 pessoas recuperadas. Este último balanço traduz um aumento de 27% face ao dia anterior, sabendo-se que 1591 pessoas aguardam o resultado dos testes.

Os efeitos da pandemia e do isolamento entre quatro paredes vai produzindo novas estatísticas. Nas estradas, por exemplo, quase não circulam carros. O número de utilizadores ativos do Waze caiu quase 90% em Lisboa e no Porto nas últimas duas semanas. Só na capital passou de quase 8 mil utilizadores para menos de mil.

Mais despedimentos

Para lá dos infetados, há também os outros números, preocupantes, que começam a crescer. "Primeiro quiseram pôr-nos a gozar férias antecipadas. Dissemos que não. Depois decidiram despedir 150 pessoas e entrar em layoff.” Assim descreveu ao Expresso um trabalhador da fábrica de colchões Molaflex o que aconteceu na empresa no final da semana passada.

E a história repete-se: Cerca de 1200 trabalhadores de empresas de Felgueiras e Lousada foram mandados para casa, de férias, devido à crise provocada pela Covid-19, denunciou fonte sindical, mencionando também "dezenas de despedimentos".

Já foi dito que as empresas só vão poder aceder ao novo mecanismo de lay-off ou às linhas de crédito preparadas para fazer face à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus se mantiverem os postos de trabalho - foi essa a contrapartida exigida pelo Governo e é esse o espírito da medida. O problema? No decreto-lei preliminar desenhado pelo Governo não há qualquer referência a trabalhadores a prazo, recibos verdes, em trabalho temporário ou em período experimental.

Mas este foi o dia em que Mário Centeno veio garantir que "o país nunca esteve tão bem preparado para uma crise desta natureza". O ministro das Finanças prometeu, em declarações via Twitter sobre o desempenho das contas públicas em 2019: "tudo faremos para restaurar a confiança e regressar à normalidade".

Marcelo Rebelo de Sousa também falou, para reconhecer que "é natural" em situações de crise surgirem dúvidas e interrogações, mas deixando a promessa de que "tudo será feito" para garantir que a informação transmitida aos portugueses é verdadeira.

Portugal - pelo menos quem pode - está em casa. Mas vão sobrando alguns cidadãos mais desobedientes, a quem as regras do estado de emergência ditam a detenção. Total até agora: 39.

Contra o novo vírus, vale usar todas as forças, toda a coordenação, todos os meios. Portugal tem por isso ativado o Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil. Aplicável “aos casos de iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe”, torná-lo efetivo garante às autoridades uma gestão mais eficiente e eficaz dos serviços e agentes de proteção civil

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