ABRUPTO

23-12-2019
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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 21

Visão de 30 de Agosto:

"Frequentemente, um pequeno acontecimento revela aspectos da vida colectiva que, apesar de importantes, permanecem submersos na consciência dos cidadãos e na opinião pública. A destruição de um campo de milho transgénico no Algarve é um desses acontecimentos. Atraves dele revelaram-se, entre outras, as questões da legitimidade das lutas sociais, da propriedade privada, da influência dos interesses económicos nas legislações nacionais, do papel do Estado nos conflitos sociais, da construção social da perigosidade de certos grupos sociais e da possivel nocividade dos organismos geneticamente modificados (OGMs) para a saúde publica.

As lutas sociais são frequentemente compostas de acções legais e ilegais. Os actos fundacionais das democracias modernas foram, quase sem excepção, ilegais: greves e manifestações proibidas, lutas clandestinas, insurreições militares (como 0 25 de Abril), actos que hoje consideramos terroristas (como os do "terrorista" Nelson Mandela). Em certos contextos, os activistas podem escolher entre meios legais e ilegais (como no caso vertente), noutros não tem outra opção que não a da ilegalidade.

A propriedade privada é um alvo dificil, porque as concepções sociais a seu respeito são muito contraditórias e evoluem historicamente. Os primeiros impostos sobre o capital industrial não foram considerados pelos empresários como uma violação do direito de propriedade? Há violacões da propriedade privada que não causam qualquer comoção social apesar de serem graves, por exemplo, os salários em atraso. No caso dos transgénicos, o tratamento do direito de propriedade apresenta contradições flagrantes. Por um lado, a polinização cruzada faz com que culturas convencionais venham a ser contaminadas pelos OGMs, o que, sendo uma violação do direito de propriedade, não levanta nenhum clamor. "

A mais completa e total legitimação da "ceifa" dos "verdeufémios" não foi feita por Miguel Portas. Longe disso. Portas ainda hesitou, e enunciou uns "mas", mesmo na sua declaração inicial. Na verdade, a completa legitimação da "ceifa", sem um "mas", sem uma hesitação, foi feita num texto que passou despercebido de Boaventura de Sousa Santos nade 30 de Agosto:

O texto de Boaventura de Sousa Santos tem o mérito de colocar a discussão da acção dos "verdeufémios" no sítio certo: uma discussão sobre a democracia, a legalidade, a propriedade privada, o direito, e o papel daquilo a que chama "movimentos sociais" (chamar aos "verdeufémios" movimento social já levaria a uma grande discussão). Na verdade, discutir os transgénicos na sequência da "ceifa" é puro benefício do infractor, ou seja, é dar o "sentido" desejado pelos "ceifeiros" à sua acção, o que é uma forma de a justificar. A linguagem é académica, mas a intencionalidade política do artigo é o essencial na sua economia: a acção da "ceifa" tem significado "social" e como "movimento social" comporta uma legitimidade própria, sendo a sua expressão "legal" ou "ilegal" secundária para a sua interpretação, a não ser para os que a criticam. Esses são um "lóbi", uma expressão de interesses, um degrau abaixo dos portadores dos "movimentos sociais".O texto de Boaventura de Sousa Santos tem o mérito de colocar a discussão da acção dos "verdeufémios" no sítio certo: uma discussão sobre a democracia, a legalidade, a propriedade privada, o direito, e o papel daquilo a que chama "movimentos sociais" (chamar aos "verdeufémios" movimento social já levaria a uma grande discussão). Na verdade, discutir os transgénicos na sequência da "ceifa" é puro benefício do infractor, ou seja, é dar o "sentido" desejado pelos "ceifeiros" à sua acção, o que é uma forma de a justificar. Etiquetas: Boaventura Sousa Santos, OGMs, Verdeufémia

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 20

nonchalance face à violência da extrema-esquerda, correlativa da excitação com a extrema-direita (tenho a certeza que Sócrates já teria aparecido a "acalmar" o povo se o incidente viesse da outra extrema), grave negligência na manutenção da ordem pública, encobrimento dessa negligência e cortinas de fumo para enganar a opinião (a questão do acampamento ser organizado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia dita como desculpa pela presidente do IPJ, e pelo MAI). Continua em aberto saber-se que tipo de financiamentos são dados a estas organizações e se vão continuar a ser dados.

Para agravar a responsabilidade do Governo, o Expresso de hoje acrescenta alguns dados novos e outros, que não sendo inteiramente novos para quem leia o Abrupto (onde os jornais vão buscar muita informação sem citar, o que é o habitual), contêm informação suplementar:

- um relatório do SIS de péssima qualidade (se é assim que os nossos serviços "analisam", estamos feitos): " Os serviços de informação não consideraram, porém, que o acampamento de duas semanas - de 4 a 19 de Agosto (...) constituísse qualquer risco para a ordem pública. Elementos do SIS terão elaborado um relatório antes mesmo da realização do Ecotopia desvalorizando o impacto social da iniciativa, por se tratar de um encontro de “pacifistas e jovens ambientalistas” .

- uma algaraviada cujo objectivo auto-justificatório é evidente:

" o caso foi levado ao Gabinete Coordenador de Segurança, convocado quinta-feira pelo ministro Rui Pereira. Em debate esteve a possibilidade de alargar a investigação, passando da hipótese de crime semipúblico (o que está a acontecer no processo aberto pela GNR de Armação de Pêra), para a de organização criminosa, com o apoio da PJ. Uma tarefa difícil. “A forma como agem torna-os quase inimputáveis: se uma organização que não existe e não tem corpos sociais reclama a iniciativa, não tem ninguém que responda por ela”, explica uma das fontes contactadas, admitindo que “dificilmente” estes casos podem ser agrupados e tratados como “terrorismo ou crime organizado”. E, de facto, são muitas as dificuldades já patentes em estabelecer ligações entre o movimento que reclama a autoria da acção em Silves - Verde Eufémia. Desde logo, porque “ele não existe”, segundo o seu autoproclamado porta-voz, Gualter Baptista. “Não há líderes, nem associados. Nasceu apenas para esta acção”, disse. " O que é grave neste tipo de justificações, semelhantes às que deu o MAI numa entrevista na SICN, é que basta dar um envelope certo a determinado tipo de acções, para se poder cometer todo o tipo de violências com impunidade. Na verdade, não se prosseguem outras linhas legais perfeitamente possíveis (vejam-se os comentários dos leitores juristas do Abrupto), apenas porque elas mostravam a negligência no tratamento deste assunto. Este discurso confuso destina-se apenas a tapar as falhas graves das forças de segurança e a cobrir a GNR e o MAI. Aliás, a cronologia do que aconteceu revela que a GNR esteve longe de agir "correctamente" como o MAI diz, a começar pelo facto de uma manifestação ilegal agressiva e hostil se poder ter realizado em frente às autoridades. Há aqui também a intenção de proteger a Governadora Civil, que esteve longe de cumprir as suas obrigações, mas sabemos como os Governos civis são emanações locais dos partidos que, como na DREN, são intocáveis .

- a farsa das identificações dos "responsáveis" que, com tanto orgulho parecia o saldo da intervenção policial, e que se revela cada vez mais inútil para a investigação.

- o papel do GAIA, em que ninguém é responsável, os comunicados são alterados todos os dias e que " é uma organização aberta e horizontal, onde não há direcção ", e ninguém responde por nada. Mesmo assim, recebeu do IPJ 6600 euros, que duvido que tenham qualquer contabilidade que não seja também " aberta e horizontal" .

- o papel irresponsável da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, que lhe cede instalações e só agora descobriu " que o GAIA se tem excedido na sua militância ” (não devem ler o que está na sua página da Internet) e lhe vão fechar a sede.

Tudo isto é um retrato exemplar de muita coisa que se passa em Portugal e continua a passar-se. E tudo isto diz respeito ao Governo que quer ver se passa entre as gotas da chuva sem se molhar.

O Governo pode querer distrair-nos, mas o seu papel nesta questão dos "verdeufémios" está no essencial por esclarecer. Acresce que o que está esclarecido mostraface à violência da extrema-esquerda, correlativa da excitação com a extrema-direita (tenho a certeza que Sócrates já teria aparecido a "acalmar" o povo se o incidente viesse da outra extrema), grave negligência na manutenção da ordem pública, encobrimento dessa negligência e cortinas de fumo para enganar a opinião (a questão do acampamento ser organizado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia dita como desculpa pela presidente do IPJ, e pelo MAI). Continua em aberto saber-se que tipo de financiamentos são dados a estas organizações e se vão continuar a ser dados.Para agravar a responsabilidade do Governo, ode hoje acrescenta alguns dados novos e outros, que não sendo inteiramente novos para quem leia o Abrupto (onde os jornais vão buscar muita informação sem citar, o que é o habitual), contêm informação suplementar:- um relatório do SIS de péssima qualidade (se é assim que os nossos serviços "analisam", estamos feitos): "- uma algaraviada cujo objectivo auto-justificatório é evidente:O que é grave neste tipo de justificações, semelhantes às que deu o MAI numa entrevista na SICN, é que basta dar um envelope certo a determinado tipo de acções, para se poder cometer todo o tipo de violências com impunidade. Na verdade, não se prosseguem outras linhas legais perfeitamente possíveis (vejam-se os comentários dos leitores juristas do Abrupto), apenas porque elas mostravam a negligência no tratamento deste assunto. Este discurso confuso destina-se apenas a tapar as falhas graves das forças de segurança e a cobrir a GNR e o MAI. Aliás, a cronologia do que aconteceu revela que a GNR esteve longe de agir "correctamente" como o MAI diz, a começar pelo facto de uma manifestação ilegal agressiva e hostil se poder ter realizado em frente às autoridades. Há aqui também a intenção de proteger a Governadora Civil, que esteve longe de cumprir as suas obrigações, mas sabemos como os Governos civis são emanações locais dos partidos que, como na DREN, são intocáveis .- a farsa das identificações dos "responsáveis" que, com tanto orgulho parecia o saldo da intervenção policial, e que se revela cada vez mais inútil para a investigação.- o papel do GAIA, em que ninguém é responsável, os comunicados são alterados todos os dias e que "", e ninguém responde por nada. Mesmo assim, recebeu do IPJ 6600 euros, que duvido que tenham qualquer contabilidade que não seja também "- o papel irresponsável da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, que lhe cede instalações e só agora descobriu "” (não devem ler o que está na sua página da Internet) e lhe vão fechar a sede.Tudo isto é um retrato exemplar de muita coisa que se passa em Portugal e continua a passar-se. E tudo isto diz respeito ao Governo que quer ver se passa entre as gotas da chuva sem se molhar.

*

Sabe que depois de colocarem as vacas a comerem farinha feita de origem animal, estão a cultivar milho geneticamente transformado e dar a animais que vão ser fonte da nossa alimentação..Se isso não o preocupa então o Sr é uma pessoa feliz...para si nada se deve fazer, quando se esgotaram todos as maneiras democraticas de resolver o problema. O equilibrio da terra tem que se manter senão morremos todos.

Esta acção que nada tem a ver com o agricultor foi a única forma de colocar o País a falar no assunto. Os ambientalistas já propuseram oferecer 50 toneladas de milho biologico e ajudar com voluntarios a cultivar no próximo ano completamente gratis. Se precisar de saber algo mais sobre o problema tenho muito gosto em ilucidar.

Tenha cuidado as vacas loucas só se soube depois de muita gente falar no assunto e aquelas que falaram foram ao tempo ridicularizadas.

(A.Baptista, Almada)

*

Comportamento policial na protecção de milho transgénico em França (Reuters, Set 2001) enviado por Pedro Loureiro

Reuters. 1 September 2001. French Police Prevent GM Crop Destruction.

SIGALENS, France -- Police clad in riot gear prevented activists opposed to genetically modified (GM) crops from hacking down three fields of experimental maize on Saturday. It was the first time French police have stopped GM crop sites being ransacked since protesters began a campaign in late June to rip up bio-engineered plants.

The police action came after Prime Minister Lionel Jospin publicly criticized the destruction of GM crop tests on Tuesday, describing the protests as illegal and urging activists to stop. Some 100 activists from radical farmers' union Confederation Paysanne, anti-globalization movement Attac and other groups arrived at a site in Sigalens in southwest France, wielding sickles and scythes to chop down the maize plants.

But between 100 and 150 police carrying riot shields and truncheons waited at the field, which belongs to French biotechnology firm Biogemma.

*

O relatório por si citado e apresentado ao Gabinete Coordenador de Segurança é efectivamente baseado em equívocos jurídicos o que faz com que a argumentação aduzida não tenha sentido nenhum.

Sem querer maçar os leitores do Abrupto com “technicalities” jurídicas, o que o artigo 299.º do Código Penal refere no seu n.º1 é o facto de alguém “(…) promover ou fundar grupo, organização ou associação cuja finalidade ou actividade seja dirigida à prática de crimes (…)”. Depois, ao longo dos dois números seguintes, o Código Penal faz incluir no mesmo crime o facto de alguém fazer parte desses grupos ou os apoiar, sendo que neste caso, a lei deixa em aberto as formas de apoio. Isto é, menciona algumas mas não impede a possibilidade de outras formas de apoio que não estejam contempladas no texto legal, serem tidas em conta num caso concreto. Por último, a lei prevê também a possibilidade de alguém dirigir ou chefiar estes grupos.

Sendo assim, para o texto legal, é completamente irrelevante se o grupo está registado nalgum registo de pessoas colectivas ou se tem corpos sociais constituídos. Se se adoptasse este ponto de vista teríamos soluções completamente absurdas. Ou seja, todos os grupos criminosos desde que não existissem de modo formal, nunca poderiam ser criminalmente processados. As organizações criminosas são por natureza obscuras e encontram-se à margem dos normais mecanismos burocráticos que se aplicam a empresas, comissões, sociedades comerciais ou não. A Máfia não está registada como Máfia SA com um Conselho Fiscal e um Conselho de Administração, assim como qualquer organização dedicada ao tráfico de droga não tem um CEO que responda pelos traficantes perante a comunidade.

O carácter informal, flexível e fluído dos Verdes Eufémios não é motivo para excluir os seus intuitos criminosos. Aliás, toda a acção levada a cabo por eles e depois toda a estratégia de negação e alijamento de responsabilidades mostram um elevado nível de concertação ao melhor nível de qualquer organização criminosa minimamente competente.

Resta assim saber como o MAI justificará esta posição defendida no relatório citado, uma vez que quem o escreveu ou não sabe nada de Direito Penal, ou se sabe, o que é pior ainda, terá ignorado o que está escrito na lei. Quando muito, as dificuldades apresentadas no relatório para processar este grupo não são de carácter legal mas sim apenas de produção de prova e aí, sim, o relatório estaria exacto.

(João Paulo Brito)

*

Estou a escrever em resposta ao comentário deixado no seu blogue por A. Baptista, de Almada. Diz esse senhor o uso de milho geneticamente transformado é uma fonte de preocupação. No caso da plantação no Algarve o milho utilizado era o chamado milho Bt, de Bacillus thuringensis, a bactéria de onde foi retirado o gene introduzido no milho pela Monsanto. Este gene codifica para a produção de um composto que é tóxico para algumas espécies de insectos. A produção desta toxina no milho permite uma grande diminuição dos pesticidas utilizados. Certamente que A. Baptista concorda que a utilização excessiva destes pesticidas é prejudicial para o ambiente e para a saúde pública, não?

Quando ao perigo de comer o milho transgénico, para a aprovação desta variedade vários estudos foram realizados e passados sob o crivo das entidades reguladoras, não tendo sido encontradas razões de peso que recomendassem contra a sua utilização. Quer isto dizer que podemos desatar a criar e plantar todo o tipo de transgénicos? Não. Cada novo organismo geneticamente modificado deve ser estudado e os seus riscos para a saúde pública avaliados, como em todas as áreas da indústria alimentar. Os transgénicos não são necessariamente maus, considero até que são uma ferramenta de grande importância para que a produção alimentar acompanhe o crescimento da população mundial, sem nos vermos obrigados a recorrer a outras técnicas que teriam piores consequências. Como recém licenciado em Biologia Molecular e Genética, talvez não seja completamente parcial, mas considero-me minimamente informado sobre o assunto.

Por último, uma pequena menção ao espectro das grandes corporações, também invocado pelos activistas anti-transgénicos. Se é verdade que são grandes empresas que comercializam alimentos transgénicos, é preciso levar em conta o grande investimento que tem que ser feito para que se obtenha uma variedade útil.

(Filipe Cadete, Oeiras)

*

O comentário de Filipe Cadete explica bem o que está em causa quanto a este milho Bt. Só queria acrescentar que a substância produzida pelo Bacillus thuringensis é um dos poucos insecticidas que é possível usar na Agricultura Biológica, o que não deixa de ser curioso, o tal milho “biológico” que estes verde eufémios se propuseram oferecer, muito provavelmente seria pulverizado com esta toxina.

Para tranquilizar os mais preocupados, devo esclarecer que esta substância é pouco persistente e é muito pouco provável que ainda exista quando o milho for consumido.

(Francisco Gomes)

*

Lá vamos nós... Afinal sempre se vão discutir os transgénicos.

Os argumentos apresentados até aqui a favor dos transgénicos caem

todos pela base e pela realidade de hoje, não é pela futurologia e

obscurantismo. Aliás, metade são "desargumentos". Escrevo tudo de

cabeça, não tenho oportunidade de pesquisar concretamente alguns

assuntos, mas deve estar tudo correcto.

Está muito longe de ser líquido que a utilização dos transgénicos

diminua a utilização de pesticidas. Nos EUA, onde os transgénicos são

utilizados há mais tempo, se não me engano desde 1996 (não é há 50

anos, como muita gente pensa), o que se observa é que as pragas

rapidamente desenvolvem defesas contra as toxinas o que implica

fumigar, como na agricultura convencional, mas mais forte.

Nunca vi os seres maravilhosos deste admirável Mundo novo,

preocuparem-se com a utilização excessiva de pesticidas a não ser como

argumento a favor dos OGM.

Os estudos que passam pelo crivo das entidades reguladoras são todos

das próprias empresas que querem introduzir o novo produto no mercado.

Não tem constado que nesses relatórios se tenham encontrado "razões de

peso" para chumbar a comercialização desses produtos. Quem ficar

sossegado com isto, pode felizmente ficar sossegado com tudo. Não é o

meu caso. Aliás, estudos recentes com ratos e milho, não podem deixar

ninguém sossegado.

Considero a preocupação com a fome daqui a 20 ou 30 anos,

particularmente repugnante, mesmo sem saber quais são as "outras

técnicas que teriam piores consequências". É exactamente ao contrário.

*Hoje* o que se observa, são agricultores do Terceiro-Mundo no limiar

da sobrevivência a terem que investir em sementes dessas piedosas

empresas todos os anos, a troco da mesma produção ou de aumentos

residuais. Estão no Terceiro-Mundo para resolver o problema da fome?

Não, estão no Terceiro-Mundo porque é lá que a penetração no mercado é

mais fácil, toda a gente sabe porquê. É uma espécie de laboratório

vivo e em tamanho natural.

Nunca vi os seres maravilhosos deste admirável Mundo novo,

preocuparem-se com a fome de *hoje* e explicarem o que impede e

impediu até agora não se ter resolvido o problema de quem tem fome.

Deve ter sido a broca do milho.

Isto leva à questão de esterilidade das sementes. As sementes são

estéreis não por caridosa preocupação ambiental e preocupações de

contaminação cruzada, mas porque são uma "feature" essencial na

rentabilização do investimento.

Infelizmente, com o casuísmo da natureza já observado por Darwin e que

tanto tem desiludido os crentes no "design inteligente", a

contaminação revelou-se inevitável e a criação de híbridos viáveis uma

realidade. E de casuísmo em casuísmo, chegamos a resultados que esses

seres maravilhosos deste admirável Mundo novo, nunca previram. A

Bayer, cultivando transgénicos ilegalmente nos EUA, contaminando

outras culturas e o meio envolvente, acabou no tribunal e a melhor

defesa que conseguir esboçar foi apelidar o facto de "acto de Deus".

Nos EUA até pode ser um bom argumento em tribunal, mas lá se foi a

alta-tecnologia.

E da contaminação, chegamos às patentes e aos investimentos dos

outros. Nos EUA e no Canadá, naquelas explorações que fazem parecer a

agricultura portuguesa um quintal, há variedades a serem cultivadas e

seleccionadas há décadas, por vezes várias gerações. Chegam esses

seres maravilhosos do admirável Mundo novo e não querem saber disso,

semeiam nos campos vizinhos, contaminam, arruinam o trabalho de

décadas e ainda processam os agricultores que detectam a presença de

transgénicos nas suas terras. Como as variedades são patenteadas, só

as pode cultivar quem pagar as sementes.

A inevitável Monsanto desenvolveu uma tecnologia chamada "terminator"

(não confundir com o filme) também com o intuito de tornar estéreis as

sementes, mas tem sido alvo da maior polémica. Uma vez mais não há

garantias que não torne as outras sementes não transgénicas estéreis,

levando à extinção primeiro de variedades agrícolas e depois sabe-se

lá de quê.

Está mesmo a ver-se que impedir os agricultores de guardar sementes de

ano para ano, o que se calhar acontece desde a sedentarização, vai ser

exactamente o que faltava, a "ferramenta de grande importância para

que a produção alimentar acompanhe o crescimento da população

mundial".

O argumento da selecção pelos agricultores ainda não apareceu, mas vai

aparecer. Dizer que a selecção à posteriori das melhores sementes, o

apuro e criação de novas variedades de "sementes do avô" tem alguma

semelhança com a biotecnologia dos laboratórios, só mesmo para o

ruído, tal como é para o ruído o comentário que sugere que o milho da

Monsanto até sintetiza uma toxina utilizada na agricultura biológica

(de notar o "biológica"). E daí? Devemos estar gratos por não ser DDT?

Por fim, sim é exactamente isso. Existem uns produtos que ninguém

precisa, mas onde determinadas empresas, designadamente a Monsanto,

gastaram uma considerável soma de dinheiro. Agora querem rentabilizar

o investimento, não interessa como.

José Rui Fernandes

*

O último comentário do seu leitor José Rui Fernandes sobre a questão dos

transgénicos deixou-me perplexo. O principal argumento apresentado a

favor de se usarem actualmente organismos geneticamente modificados

reside no facto de a modificação em questão consistir na introdução de

um gene que faz com que o organismo gere uma toxina que o torna

resistente a certas pragas. Isto permite poupar em pesticidas. Em

contrapartida, as sementes são estéreis e, portanto, o lucro das

empresas de biotecnologia provém não só do facto de venderem as sementes

aos agricultores mas também do facto de estes terem da as comprar todos

os anos. Até aqui faz tudo sentido.

Mas o seu leitor afirma que «o que se observa é que as pragas

rapidamente desenvolvem defesas contra as toxinas o que implica fumigar,

como na agricultura convencional, mas mais forte». Não percebo o «mas

mais forte». A única conclusão a que consigo chegar do que é afirmado

anteriormente é que seria necessário usar pesticidas tal como na

agricultura convencional, mas não vejo nenhum dado no texto de onde se

possa deduzir que as quantidades usuais seriam insuficientes. Mas não é

este o fulcro da questão. O que me escapa aqui é o seguinte: então os

agricultores vêem-se na obrigação de comprar as sementes transgénicas

todos os anos e, ainda por cima, têm que gastar mais pesticidas do que

aqueles que gastariam se fizessem agricultura convencional? Que sentido

faz isto? Qualquer agricultor que se visse nesta situação regressaria à

agricultura convencional e as empresas de biotecnologia iriam à

falência. O que é que falha neste argumento?

(José Carlos Santos)

*

O leitor José Carlos Santos fica perplexo com pouco, mas como vivo

para agradar, escrevi um guia para os perplexos

(José Rui Fernandes)

Etiquetas: Verdeufémia

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 19

Uma coisa de que suspeitava mas que agora pude confirmar na Sábado : os GNR foram-se embora de junto dos manifestantes porque era a hora do almoço.

Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 18

NÃO NOS TIREM O SUBSÍDIO POR FAVOR, A GENTE DIZ, ESCREVE, ASSINA TUDO O QUE FOR PRECISO

"comunicado final" do GAIA é pura e simplesmente patético (substitui vários outros que entretanto foram apagados da Rede mas que se podem encontrar no Abrupto também assinados pelo GAIA e de teor completamente diferente).: O GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental não se responsabiliza pela acção de corte de milho transgénico na Herdade do Lameiro em Silves, sexta-feira 17 de Agosto. O GAIA não organizou a acção. Não houve qualquer discussão ou decisão, nem portanto qualquer acta de Reunião Nacional, que desse origem a uma acção assumida pela organização.

(...)

O GAIA e a EYFA negam qualquer envolvimento na realização da acção de 17 de Agosto. Além disso, a acção não foi assumida pelo colectivo de participantes no Ecotopia, não sendo por isso uma acção do Ecotopia. O GAIA assume-se como organização proponente de acções directas. Todas as acções directas realizadas pelo GAIA têm sido e serão devidamente anunciadas e assumidas. O GAIA não realiza acções directas de carácter destrutivo.

(...)

o GAIA e a EYFA não se responsabilizam pelos encontros e reuniões que ocorrem no período do evento. O GAIA não tem conhecimento da ocorrência de reuniões visando o corte de transgénicos na Herdade do Lameiro, embora reconheça a ocorrência de reuniões fechadas no Ecotopia. O GAIA não tem conhecimento do aluguer de autocarros do Ecotopia para Silves no dia 17 de Agosto e nega a entrada de qualquer autocarro no terreno do Ecotopia nessa data. O GAIA não tem conhecimento sobre a identidade e a quantidade de participantes do Ecotopia presentes na acção de corte de transgénicos e desconhece igualmente a proporção relativa a manifestantes de fora do Ecotopia.

(...)

Houve no período anterior ao Ecotopia um apelo a uma acção contra os transgénicos para dia 17 de Agosto da parte do GAIA, de acordo com os pârametros de acção do GAIA. No entanto, o GAIA não acompanhou o processo que decorreu depois da proposta de acção, e que parece ter sido liderado pelo movimento Verde Eufémia. O GAIA desconhece a origem deste movimento e de como se introduziu na dinâmica do Ecotopia. Daqui se conclui que qualquer participante do Ecotopia presente na acção da Herdade do Lameiro agiu a título individual, não representando o colectivo do Ecotopia nem qualquer uma das organizações proponentes.

(...) o GAIA considera que os direitos à saúde pública e a um ambiente são, consagrados na Constituição Portuguesa, estão ameaçados e compete aos cidadãos fazer cumprir os primordiais direitos comuns dos Portugueses. Por esta razão o GAIA apoia a acção do movimento Verde Eufémia, considerando que a destruição de 2% da plantação de um agricultor transgénico constitui um gesto simbólico cujo impacte económico é reduzido trazendo, no entanto, o assunto para a discussão pública como é importante nesta fase de proliferação dos campos de milho transgénico em Portugal. Apesar de manifestar o seu apoio devido ao impacte final para a discussão do tema dos OGMs, o GAIA não desenvolve este tipo de acções e não se reconhece na acção de destruição do campo de milho transgénico da Herdade da Lameira em Silves.

*

O comunicado do GAIA faz-me lembrar os anúncios que há em algumas garagens pagas onde se avisa que os proprietários da garagem não se responsabilizam por danos ou furtos nas viaturas estacionadas. Não se responsabiliza. Não tem conhecimento. Não acompanhou o processo posterior. Desconhece a origem e como se introduziu. Desconhece.

Porém, manifesta o seu apoio.

(R) Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 17

A posição do BE, abundantemente explicada aos incréus e nem sempre entendida, é esta: se o campo de milho fosse da Monsanto, ou de qualquer multinacional, ou grande empresa nacional, não haveria problema em destruí-lo. O problema foi a destruição do campo ter um "agricultor" por alvo, ainda por cima aparecendo na televisão, furioso, doente, ferido na sua condição de agricultor. Foi um azar. Se o campo fosse do Mal puro (a presença do agricultor esbateu o Mal dos transgénicos americanos), entre o Bem (os "verdeufémios") e o Mal haveria apenas a "propriedade privada", essa trivialidade capitalista que o BE despreza. Logo, a destruição seria bem-vinda. O puxão de orelhas aos "verdeufémios" foi esse: então vocês não sabem que só se atacam campos vazios (sem "agricultor") e de preferência com o selo do Mal estampado num arame farpado, numa cerca, num cartaz? Assim não passam no exame do BE. A posição do BE, abundantemente explicada aos incréus e nem sempre entendida, é esta: se o campo de milho fosse da Monsanto, ou de qualquer multinacional, ou grande empresa nacional, não haveria problema em destruí-lo. O problema foi a destruição do campo ter um "agricultor" por alvo, ainda por cima aparecendo na televisão, furioso, doente, ferido na sua condição de agricultor. Foi um azar. Se o campo fosse do Mal puro (a presença do agricultor esbateu o Mal dos transgénicos americanos), entre o Bem (os "verdeufémios") e o Mal haveria apenas a "propriedade privada", essa trivialidade capitalista que o BE despreza. Logo, a destruição seria bem-vinda. O puxão de orelhas aos "verdeufémios" foi esse: então vocês não sabem que só se atacam campos vazios (sem "agricultor") e de preferência com o selo do Mal estampado num arame farpado, numa cerca, num cartaz? Assim não passam no exame do BE. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 16

MAIS SOBRE A POLÍTICA RADICAL

A CNA não é uma normal organização de agricultores. É a "frente" para a agricultura do Centro e do Norte do PCP. Constituiu-se com base numa série de movimentos organizados pelo PCP, desde movimentos de rendeiros, utentes de baldios, etc, concentrados numa área geográfica muito limitada. A lógica das posições da CNA é a da política agrícola do PCP. Esta, quanto aos OGM, aos transgénicos, tem duas componentes: uma, a do combate às multinacionais da agricultura, americanas como a Monsanto, e nesse combate enquadra-se a recusa dos OGM; outra, a defesa do proteccionismo da agricultura europeia da competição com a agricultura americana, usando os transgénicos como argumento para manter os produtos agrícolas americanos fora da fronteira da UE. Por tudo isto, nada tendo a ver o PCP, ou a CNA, com o BE ou com os "verdeufémios", começam a perceber que a causa comum contra as OGM ficou ameaçada pelas asneiras dos "verdeufémios" e vêm tentar travar a discussão e reorientá-la.

Um exemplo de como é necessária prudência com grupos, grupúsculos, movimentos, puras siglas, é que, para se perceber determinadas posições, é necessário conhecer uma geografia mais profunda das organizações, que nem sempre é evidente e é muitas vezes disfarçada. Veja-se o caso da entrevista de Mário Crespo ao Ministro da Agricultura na SICN. A uma dada altura, Crespo cita contra os transgénicos a Confederação Nacional da Agricultura , como se fosse uma entre muitas organizações de agricultores. Crespo argumentava, se então até os agricultores da CNA protestam contra os transgénicos não há aqui um problema? Há, mas é outro tipo de problema.A CNA não é uma normal organização de agricultores. É a "frente" para a agricultura do Centro e do Norte do PCP. Constituiu-se com base numa série de movimentos organizados pelo PCP, desde movimentos de rendeiros, utentes de baldios, etc, concentrados numa área geográfica muito limitada. A lógica das posições da CNA é a da política agrícola do PCP. Esta, quanto aos OGM, aos transgénicos, tem duas componentes: uma, a do combate às multinacionais da agricultura, americanas como a Monsanto, e nesse combate enquadra-se a recusa dos OGM; outra, a defesa do proteccionismo da agricultura europeia da competição com a agricultura americana, usando os transgénicos como argumento para manter os produtos agrícolas americanos fora da fronteira da UE. Por tudo isto, nada tendo a ver o PCP, ou a CNA, com o BE ou com os "verdeufémios", começam a perceber que a causa comum contra as OGM ficou ameaçada pelas asneiras dos "verdeufémios" e vêm tentar travar a discussão e reorientá-la. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 15

A IGNORÂNCIA SOBRE A POLÍTICA RADICAL

A preparação que é necessário ter para compreender grupos radicais não é a mesma que basta para partidos como o PS e PSD. A lógica destes grupos e o seu funcionamento são muito diferentes dos partidos mainstream e obedecem a regras e tendências que são próprias. O mesmo se passa com o PCP que também não se confunde com o BE nem com grupos como os "verdeufémios". Começa logo por aqui, o Movimento Verde Eufémia não existe como se verá, é apenas um nome que foi utilizado para uma "acção", e que, como foi "queimado", acabará por cair. O que existe é uma constelação de grupos radicais em várias áreas, concentrando-se na cultura, no ambiente, nas "causas" como o anti-racismo e o apoio aos imigrantes, muitos organizados como ONG e associações de diferente tipo, e quase todos subsidiados pelo Orçamento de Estado através de vários ministérios. O GAIA é um exemplo típico. Sim, somos nós que pagamos muita da política radical que se faz em Portugal, seja com governos do PS, seja do PSD e PP.

Politicamente estes grupos estão esmagadoramente à esquerda e, na esquerda, com uma ligação forte com o BE, embora as juventudes do PCP e do PS também adiram a estas causas "fracturantes". A diferença é que no BE esta mouvance é um elemento estrutural, enquanto no PCP (na JCP) e no PS (na JS) são residuais. Apenas uma minoria radical escapa ao BE, nalguns casos organizada em grupúsculos que lhe são ideologicamente hostis, como o grupo Política Operária, ou algumas tendências trotsquistas, anarquistas, mas são quase sempre de gente mais velha. Para além disso existem outros grupos ad hoc constituídos por jovens ultra-radicais, os nossos "autónomos", os nossos " casseurs ", pouco numerosos no seu conjunto, mas que, de vez em quando, se lembram de tomar a sério o seu vocabulário de "acção directa". Alguns dos autores das destruições na Rua do Carmo no 25 de Abril pertencem a este último grupo.

(Continua.)

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A FUGA ÀS RESPONSABILIDADES

Começou a operação de desresponsabilização do GAIA com aspectos de pura fraude, em particular a tentativa de apagar documentos e tomadas de posição, substituindo textos na Rede por outros, apagando páginas, numa tentativa de nos enganar. Onde antes esteve isto (entretanto apagado)

DIA DE ACÇÃO CONTRA OS TRANSGÉNICOS - 17 Agosto - NÃO À COEXISTÊNCIA, SIM À RESISTÊNCIA! 17 de Agosto tem lugar um dia de acção contra os transgénicos, no âmbito do Ecotopia , um dos maiores encontros de activismo pelo ambiente da Europa. " e depois isto (entretanto apagado)

" O GAIA apoia a acção do Movimento Verde Eufemia, por considerar o uso de desobediência civil e acção directa não violenta uma estratégia válida na luta pelos direitos sociais e ambientais da população. "

"O GAIA (Grupo de Acção e Intervenção Ambiental) e a EYFA (European Youth For Action), organizações coordenadoras do ECOTOPIA 2007 em Aljezur, desmentem qualquer envolvimento na acção promovida pelo Movimento VERDE EUFÉMIA no passado dia 17 em Silves. A Organização do evento desconhecia a ocorrência da acção, sendo por isso desresponsabilizados pela sua ocorrência nem pela mobilização d@s manifestantes.

Dada a natureza democrática do ECOTOPIA, onde qualquer cidadã@ é convidad@ a participar, ambas as associações rejeitam qualquer responsabilidade pelo eventual envolvimento de alguns d@s participantes na colheita do milho transgénico . Assim sendo são totalmente falsas e infundadas as alegações, feitas na comunicação social, de que as entidades envolvidas na concretização deste evento, nomeadamente no apoio à divulgação, junto d@s jovens portugueses, de um evento absolutamente idóneo, como o ECOTOPIA, tenham apoiado a acção de corte do milho . As associações organizadoras do Ecotopia manifestam o seu profundo desgosto e desagrado pela desacreditação injustificada do evento 2007, que se está a gerar na cobertura mediática." (sublinhados meus)

As "causas" são muito bonitas até que a cobardia obriga à abjuração. Vão ver que ainda vão receber o subsídio este ano.

*

O GAIA ainda não percebeu que o tiro saiu pela culatra. Na próxima que quiserem "acção directa", "criativa" e até "estética", podiam organizar-se, com o dinheiro dos subsídios comprar um terreno ao desbarato, pegar nas sacholas e cultivar milho biológico. Depois visitam o Abrupto e aprendem a ceifar.

Dito isto, é razoável notar que o cultivo de milho biológico ou convencional é um direito em vias de extinção. Infelizmente o milho transgénico não é cultivado dentro de caixas de acrílico e a contaminação não só é inevitável como tolerada pela comissão europeia. Muito mais haveria a dizer mas a macro-causa não é essa.

Entretanto, ficamos a saber que o Abrupto tem um leitor tripeiro a viver em Ottawa o que sem dúvida é importante. É bizarro que tenha merecido publicação graças ao link para o "movimento de extinção humana voluntária", uma introdução insuportável de ruído (se a questão é o extremismo, arranja-se para todos os gostos). Não perdi lá 20 segundos, o título diz tudo, mas o excesso de natalidade é um grave problema e como uma imagem vale por mil palavras fica o Breathing Earth.

A informação sobre as ZLAN é uma das muitas que faz o Abrupto interessante. No entanto acabo por não entender se a associação às ZLT é assim tão linear. A natureza do problema é tão diferente que só a "estética" do título não chega para me convencer. Independentemente disso, basicamente o que diz, e outros blogues com muito menos categoria e até sem categoria nenhuma, é que qualquer causa ambiental e quem as defende é de extrema-esquerda ou na melhor das hipóteses de esquerda. Não vos reconheço esse direito.

Na minha visão simplista das coisas, pelo menos alguns destes temas ambientais na Wikipedia são transversais à sociedade e consequentemente aos partidos. Mas aparentemente não. É óbvio que numa altura destas o PSD, a braços com eleições entre dois carismáticos líderes, não tem tempo para minudências ambientais. Já o PS anda ocupado a tirar o ambiente do caminho das auto-estradas, eólicas, camas para o Allgarve, engorda de peixe em Rede Natura e de tudo que o país obviamente necessita. Para o CDS, o cúmulo ambiental é um verdejante campo de golfe. Passou-se o mesmo na cultura. A "cultura de direita" é uma coisa que não existe, graças aos "marketeers" de esquerda e à ausência da direita.

Mas daqui a uns anos, podemos sempre vir aqui ao Abrupto ler nostalgicamente sobre os últimos dias de paisagem natural em Portugal. É uma pena, isto e o resto.

(José Rui Fernandes)

*

Gostava de esclarecer à acusação que faz ao GAIA de fuga de responsabilidades na acção em Silves que se pode ler no seu blog. Houve membros individuais do GAIA que participaram da acção organizada pela Verde Eufémia, como, quem sabe, se calhar também haviam membros do PSD. A mudança de comunicado foi porque foi feito um comunicado por uma pessoa em cima da hora, e após foi feito outro com uma opinião mais consensual relativamente ao grupo.

Não é discutido na imprensa a questão dos transgénicos e andam tod@s à guerra a mandar a acusações para aqui e para ali. É o jogo da política retórica onde o essencial é completamente ignorado e o debate torna-se estéril.

Parece que tod@s se preocupam mais com a destruição de um hectar de 70 hectares de terreno de um agricultor do que a verdadeira questão que os OGM estão a ser impostos às populações sem elas quererem, a maioria está contra os OGM. A carne que foi alimentada com OGM não é rotulada, logo quem come carne não sabe se a carne foi alimentada soja transgénica. As plantações OGM contaminam os campos vizinhos (não será também invasão de propriedade alheia?). O Algarve declarou-se zona livre de transgénicos e o agricultor em questão preferiu ignorar o desejo da comunidade e plantou OGM.

Aqui, em Portugal, e talvez em muitos sítios, vivemos revoltados contra quem luta pelo direito a um ambiente e uma sociedade justa e saudável e apáticos relativamente as constantes abusos feitos às populações e ao meio ambiente. No Algarve estamos repletos de campos de golfe a consumir quantidades exorbitantes de água e em alguns sítios por vezes no verão temos pessoas a percorrer kms para conseguir lavar os pratos do almoço. Isto sim é vandalismo, é abuso. Não vou percorrer a quantidade de injustiças que ocorrem todos os dias, mesmo à frente dos nossos narizes, às quais estão a maioria dos portugueses estão indiferentes...

a verdade mesmo, o verdadeiro vandalismo foi o que aconteceu em Silves realmente... esses hippies drogados deviam ser corridos a tiro...

(pedro gonçalves)

Começou a operação de desresponsabilização do GAIA com aspectos de pura fraude, em particular a tentativa de apagar documentos e tomadas de posição, substituindo textos na Rede por outros, apagando páginas, numa tentativa de nos enganar. Onde antes esteve isto (entretanto apagado)e depois isto (entretanto apagado)agora está isto As "causas" são muito bonitas até que a cobardia obriga à abjuração. Vão ver que ainda vão receber o subsídio este ano. Etiquetas: Verdeufémia

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ZLANs, ZLTs e Zs

Aqui há uns anos havia um movimento criado pelos soviéticos, no conjunto dos movimentos "unitários" que serviam a política externa da URSS, chamado Zonas Livres de Armas Nucleares (ZLAN). As autarquias do PCP e um número significativo de autarquias do PS e PSD, os habituais inocentes úteis, punham à entrada dos seus concelhos uns grandes cartazes a dizer que eram "zonas livres de armas nucleares". Tudo isto era relativamente inócuo e simbólico, embora não o fosse totalmente. As autarquias pagavam uma soma por pertencerem ao movimento, que ia servir para o financiamento destes movimentos pró-soviéticos e do PCP, e, de vez em quando, uma coisa que certamente atraía os respectivos inocentes úteis, havia umas visitas à RDA, com os autarcas muito contentes com as maravilhas do "socialismo real". Com o fim da URSS, estes movimentos desapareceram ou reciclaram-se.

Isto tem a ver com a chamada "estética" dos "verdeufémios", uma interessante afirmação do seu porta-voz para explicar por que razão andavam de máscara e embuçados, como o "el-rei de Portugal" do fado, embora eles se achem mais para o palestiniano. Aliás, esta questão da "estética" dava um tratado. É que entre estas heranças (como o de Eufémia) está um movimento que foi buscar á "estética" do comunismo o mesmo nome agora mudado em "Zonas Livres de Transgénicos" . Como com o ZLAN, que gostava imenso destas estatísticas (mais "estética"), parece que em Portugal, 27 municípios, 1 freguesia e 1 região já se declararam Zona Livre de Transgénicos. Espero que também isto não inclua qualquer pagamento, quota ou assinatura, para além dos gastos em papel e cartazes e propaganda absurda. Assim vamos nós cantando e rindo.

*

Toda a discussão em torno dos "verdeufémios" teve, pelo menos, uma vantagem: Ficámos a saber que há certos crimes (baptizados com o patusco nome de "semi-públicos") que só têm consequências para quem os pratica se forem objecto de queixa das suas vítimas. É estranho, parece injusto (nomeadamente porque o receio de represálias pode ser determinante), mas é mesmo assim - e foi a percepção, agora, dessa realidade que me fez entender o que se passou comigo há um par de anos:

Foi quando me apercebi que era possível que, à vista de toda a gente, jovens assaltassem quiosques dos CTT, cabines telefónicas e parquímetros impunemente - cenas essas a que assisti por cinco vezes (nos Restauradores e nas Avenidas Novas, em Lisboa) e em plena hora-de-ponta, duas das quais mesmo nas barbas de agentes da PSP e da Polícia Municipal!

Revoltado e intrigado pela inacção destes, resolvi, a certa altura, abordar um - que me pareceu mais pachola - e perguntar-lhe a razão de tanta passividade. E o homem, com o ar fatigado de quem já disse a mesma coisa mil vezes, explicou-me: O mais que podiam fazer era abordar os larápios e identificá-los - eventualmente na esquadra, se houvesse possibilidade de os levar até lá. Em seguida, e como as empresas lesadas não apresentavam queixa, os jovens apenas tinham, como punição, um curto intervalo forçado na sua actividade - que decerto aproveitavam para um bem merecido repouso...

Na altura, ficou tudo dito. Agora, ficou tudo percebido.

(C. Medina Ribeiro)

*

As ZLT não são algo tão "folclórico" com as ZLAN - a legislação consagra mesmo a figura da "zona livre de transgénicos", np artº 13º do Decreto-Lei nº Decreto-Lei nº 160/2005.

(Miguel) Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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*

Eu pensava que atitudes como as destes verdeufémios já eram de um extremismo preocupante, mas, como em tudo na vida, há sempre espaço para mais... Este movimento, embora restrito, tem alguns seguidores aqui no Canadá. Foi através de uma palestra pública dada na universidade onde lecciono, que fiquei a conhecer, com assombro, esta ideia. Na altura nem me descansou o facto de saber que o movimento seja reduzido. Que fazer se alguém passar da extinção voluntária a forçada? Basta um punhado de extremis É o cúmulo do "complexo de culpa humano".

Nuno Miguel Coelho (tripeiro e ribeirense a viver em Ottawa)

Na frenética actividade de apagamento de páginas, os "verdeufémios" / "gaias" estão a tentar fazer desaparecer esta amável imagem intitulada "pontapeogm" da Rede e que funcionou como logotipo da "ceifa". (A página da GAIA está indisponível nesta altura.) Em consequência as ligações que estavam no Abrupto ficaram quebradas, mas como já estava à espera que isto acontecesse, há cópia. Este tipo de apagamentos (desde o da página do IPJ aos da página pessoal do porta-voz) são inúteis porque a Rede não é humana e não esquece. Acabam por ficar pior mudando do que deixando tudo na mesma. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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"Double standards"

Os comentadores da área do PSD que fazem tanto alarido contra o Governo por causa da destruição de um campo de milho por uns "ecomilitantes" radicais -- como se operação tivesse sido ordenada ou capitaneada pelo próprio Primeiro-Ministro em pessoa -- estarão disponíveis para gastar 1/10 da sua ira para verberar a flagrante violação da lei de financiamento dos partidos por parte... do PSD (ver post anterior)?

[Publicado por vital moreira] 21.8.07 Vital Moreira publicou esta nota no comentador da área do PS " que alguma vez tenha escrito o que nos últimos dez anos tenho publicado sobre os problemas de financiamento, clientelismo, corrupção nos partidos políticos, dando exemplos do próprio PSD. Não precisa de ir mais longe do que os arquivos do Abrupto.

Pelo contrário, não conheço nada de parecido no PS, no PCP ou no BE. Gostava que Vital Moreira me desse um único exemplo de um artigo, um comentário, seja lá o que for, concreto, duro e sem rodriguinhos que se possa comparar com o que escrevi sobre o PSD, e certamente não faltaram oportunidades. E não faltaram oportunidades, algumas bem recentes como as suscitadas pelos financiamentos brasileiros do PS e as críticas do Tribunal Constitucional a todos os partidos sobre as últimas contas apresentadas. E já agora, o PS, como o PSD, o PP e o PCP foram todos criticados. O problema dos financiamentos partidários é estrutural do nosso sistema político e, como tal, não serve para atacar o partido A ou o partido B.

Por isso, não devia entrar no fácil mecanismo de desvalorizar os adversários com " double standards ", que não se lhe aplicam. Aliás, o que é preocupante, mas Vital Moreira não o vê, é a estranha coincidência de aparecimento de notícias contra o PSD e Marques Mendes sempre que o PS está em dificuldades. Existe um padrão fácil de identificar nos últimos anos. O PS e o Governo podem achar o PSD e Marques Mendes uma oposição frágil e ridicularizarem-na, mas não brincam em serviço. É uma técnica conhecida de contra-informação e o seu uso deveria preocupar qualquer democrata. Aliás, esta crise dos transgénicos, que tenho seguido com alguma atenção, revela muito bem o modo como o Governo actua na comunicação. Quase que se pode prever ao milímetro o que vai fazer e ver as armas pesadas que usa. Os mecanismos profissionais de manipulação de opinião que utiliza diminuem a qualidade da democracia.

Vital Moreira, se está preocupado com os financiamentos dos partidos políticos e se quer ver tudo esclarecido como eu quero, dedique um pouco mais de atenção ao PS onde há muita falta de debate destas coisas. Vital Moreira publicou esta nota no Causa Nossa e não vejo outro destinatário que não seja eu. Enganou-se completamente no alvo e deu lições a quem não as recebe. Não conheço qulquer "" que alguma vez tenha escrito o que nos últimos dez anos tenho publicado sobre os problemas de financiamento, clientelismo, corrupção nos partidos políticos, dando exemplos do próprio PSD. Não precisa de ir mais longe do que os arquivos do Abrupto.Pelo contrário, não conheço nada de parecido no PS, no PCP ou no BE. Gostava que Vital Moreira me desse um único exemplo de um artigo, um comentário, seja lá o que for, concreto, duro e sem rodriguinhos que se possa comparar com o que escrevi sobre o PSD, e certamente não faltaram oportunidades. E não faltaram oportunidades, algumas bem recentes como as suscitadas pelos financiamentos brasileiros do PS e as críticas do Tribunal Constitucional a todos os partidos sobre as últimas contas apresentadas. E já agora, o PS, como o PSD, o PP e o PCP foram todos criticados. O problema dos financiamentos partidários é estrutural do nosso sistema político e, como tal, não serve para atacar o partido A ou o partido B.Por isso, não devia entrar no fácil mecanismo de desvalorizar os adversários com "", que não se lhe aplicam. Aliás, o que é preocupante, mas Vital Moreira não o vê, é a estranha coincidência de aparecimento de notícias contra o PSD e Marques Mendes sempre que o PS está em dificuldades. Existe um padrão fácil de identificar nos últimos anos. O PS e o Governo podem achar o PSD e Marques Mendes uma oposição frágil e ridicularizarem-na, mas não brincam em serviço. É uma técnica conhecida de contra-informação e o seu uso deveria preocupar qualquer democrata. Aliás, esta crise dos transgénicos, que tenho seguido com alguma atenção, revela muito bem o modo como o Governo actua na comunicação. Quase que se pode prever ao milímetro o que vai fazer e ver as armas pesadas que usa. Os mecanismos profissionais de manipulação de opinião que utiliza diminuem a qualidade da democracia.Vital Moreira, se está preocupado com os financiamentos dos partidos políticos e se quer ver tudo esclarecido como eu quero, dedique um pouco mais de atenção ao PS onde há muita falta de debate destas coisas. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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(Mais novos comentários em baixo.)

Como aconteceu com o ciclo da história do diploma de Sócrates, hoje é o dia de tentar matar a questão incómoda da destruição do campo de Silves. Estas coisas tem ciclos comunicacionais e é possível manipula-los com uma gestão adequada dos silêncios, sussurros e falas, assim como com distracções úteis. A "central de comunicação" sabe muito bem como isto se faz. Nunca se esqueçam que são profissionais e tem muitos meios à sua disposição.

Uma análise do nome Verde Eufémia no

Razão tem o

Mais novidades na frente jurídica, aqui Uma análise do nome Verde Eufémia no Kontratempos Razão tem o Portugal dos Pequeninos *

Boa noite. Mais uma vez o costume. Desista. Francisco Alves é agora Gualter Baptista. O Teatro Plástico é agora o Verde Eufémia. O caso é de lamentar e igual ao do Rivoli. O relativismo moral em ser-se de equerda continua a fazer escola e a dar frutos. Outros casos houve e as pessoas já se esqueceram. Houve alguma condenação aos 13 ocupantes do Rivoli? Pois... (Filipe Figueiredo) Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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Esta velha questão volta sempre, mas volta porque tem implícita um problema que é uma incomodidade para muitos: se a manifestação de Silves fosse de skinheads ou do PNR, contra uma herdade que tinha trabalhadores indocumentados do Magrebe, a GNR colocaria dois guardas a vigiá-la ou haveria um aparato bélico por tudo quanto era campo? E não haveria prisões e barrreiras policiais? E preciosismos jurídicos para explicar por que não houve detenções? E não teriamos já tido o PM com declarações veementes sobre a ordem pública e os energúmenos nazis?

Todos sabemos a resposta.

*

Sobre esta questão do milho transgénico e dos verdes-eufémios muito se tem dito mas pouco se tem visto o problema na sua verdadeira dimensão. A mim parece-me claro que o verdadeiro culpado de tudo é o Sr. Agricultor (Sr. A - chamo-o assim uma vez que não sei o verdadeiro nome) que teima em trabalhar para ganhar a vida.

Ainda por cima numa actividade que, sabemo-lo todos, é trabalho-intensiva, de sol a sol e de alto risco pois além dos verdes-eufémios deste mundo, ainda pode contar com secas, inundações, ventos desmesurados, fogos postos ou de geração espontânea, pragas de gafanhotos ou outros coleópteros maléficos, taxas e impostos inesperados e inopinados e outras calamidades que me abstenho de mencionar.

Tivesse o Sr. A a esperteza de se ter inscrito atempadamente num partido político daqueles que, hoje ou amanhã, governam o país, no caso actual no PS, e não teria estes dissabores. Em primeiro lugar os eufémios, verdes ou de qualquer outra cor, quiçá vermelhos, teriam sido oportunamente aconselhados a não se meterem com o Sr. A preferindo um Sr. B qualquer, politicamente inócuo.

Em segundo lugar provar-se-ia que o milho do Sr. A, transgénico que possa ser, é total e absolutamente inocente de qualquer tentativa de prejudicar os ambientes ou a saúde das populações indefesas.

E, last but not least, ao Sr. A jamais lhe passaria pela cabeça a tonta ideia de se dedicar à agricultura de forma activa para ganhar o sustento dos seus. Para tal, uma qualquer sinecura ser-lhe-ia garantida, quiçá mesmo no Min. da Agricultura, onde o Sr. A poderia dar a sua contribuição à Pátria e o seu conselho a quantos pudessem pensar em cultivar qualquer coisa que não fosse do agrado dos eufémios deste país, conselho esse que adivinho sábio e cauteloso.

A gente pagaria com o prazer com que sempre pagamos.

Fez por isso muito bem a GNR em não ter intervido para acalmar os rapazes da Eufémia organização, que é para o Sr. A aprender e não ter a mania de se meter em cavalarias altas e andar a dar maus exemplos às gerações vindouras, com esta mania de trabalhar. Ainda por cima na agricultura!!!

A bem da Nação.

(JM)

*

Ver e ouvir o Dr. Louçã em reacção às afirmações do ministro da agricultura sobre uma eventual conexão existente entre o BE e o terrorismo (não foi empregue o uso da violência contra a ordem estabelecida, pese embora não salvaguarda por quem de direito- a GNR - e em claro desrespeito pela justiça, segurança e liberdade de um indivíduo e de todo um Estado de direito?!) praticado pelos "verdeufémios" constitui, para não inovar, um autêntico elixir à capacidade de indignação do cidadão comum.

Por mero exercício mental, e depois de ouvir o Dr. Louçã, em uma das suas melhores performances de pregador da boa nova, decidi espreitar o blogue de um assessor do BE (o mesmo que publicitou as alterações aos conteúdos da Wikipedia sobre o perfil do PM a partir de um computador do CEGER) para saber como pairam as modas na blogosfera da esquerda do BE (sim, porque há varias esquerdas neste pequeno país), e em especial, a moda do movimento dos "verdeufémios". Et voilá !! O blogue «zerodeconduta» desvaloriza o acto terrorista dos "verdeufémios" alegando que o vandalismo e o desrespeito pela lei moram nas instituições e nos grupos económicos! Como é possível?!

Todos sabemos que o "pecado mora ao lado" e temos o dever cívico de o propalar mas estamos moral e civicamente impedidos de olhar, sem ver, que nem obstinados de uma seita, apenas para um dos lados (à direita ou à esquerda, consoante a escolha do "freguês") do nosso circuito.

Da minha parte, fico inquieta. Porquê?? Porque sou da idade dos "verdeufémios".

(Bárbara Rosa)

*

Todos sabemos a resposta.

Tem razão, provavelmente sim.

Mas convenhamos que é um bocadinho diferente ameaçar fisicamente pessoas, incitar à violência racial (já morreu um cabo-verdiano em Lisboa, lembra-se?) de destruir uns pés de milho. Acho um pouco forçada esta comparação ainda que partilhe de todos os seus argumentos para condenar esta palhaçada

(JGR)

*

Serão os alimentos geneticamente modificados prejudiciais para a saúde humana?

Não sei, não sou especialista na matéria e desconfio que grande parte das pessoas que por aí anda a gritar e a ceifar e a comentar também não.

Então em quem devemos confiar?

Em princípio, nas instituições estatais que devem explicar muito bem se estes alimentos são ou não prejudiciais à saúde humana e porquê. E não vale dizer que é um tema polémico e que os cientistas ainda não provaram nem uma coisa nem outra.

O que devia fazer o primeiro-ministro?

Devia primeiro perguntar aos seus ministros da agricultura e da saúde se este tipo de produção alimentar é ou não prejudicial para a saúde humana mas também deve perguntar ao seu ministro da administração interna qual a razão da inércia da GNR. E depois, perante o país, explicar tudo muito bem explicadinho. Inclusivé se o Estado anda a financiar ou não, directa ou indirectamente, esta gente.

Os "verdeufémia" serão aqui os heróis, os justiceiros?

Não, não são. São um bando de maníacos que acredita que vai mesmo salvar o mundo. E levam isto tão a sério que até acham que se pode tornar num modo de vida, uma espécie de novas cruzadas contra o mal.

Se fosse uma acção do PNR seria diferente?

Claro que sim. É óbvio que sim. Comparem as reacções ao cartaz do PNR no Marquês de Pombal e as reacções ao sucedido.

Mas então ao que andam estes "verdeufémia"?

Muito honestamente, julgo que as intenções nem são assim tão más. O problema é que esta gente sofre do síndrome do Robin Wood, acha que ainda vivemos na Idade Média e que as coisas se resolvem à pedrada. Sim, vivem uma utopia, a utopia do deus bom e do deus pastor que nos desvia daquilo que eles consideram ser o mal. Sim, são uma seita. E acham-se modernos. E, pior, acham que têm razão.

O que sai deste episódio?

Pelo menos uma pergunta: em que tipo de sociedade nos estamos a transformar? Sociólogos, psicólogos, antropólogos, biólogos, médicos, filósofos, por favor, ajudem-nos a compreender o que nos está a acontecer.

(Ricardo S. Reis dos Santos )

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Perguntas que estão por responder:

- foi a manifestação dos "verdeufémios" autorizada? Isso significa que responsáveis, objectivos e trajecto foram comunicados às autoridades que depois procedem à autorização, nomeadamente o Governo Civil. Quem pediu a autorização? Se o Movimento Verde Eufémia não tem existência jurídica, quem foi? É importante saber que trajecto foi indicado para se saber se ele acabava no campo de milho ou não. É também importante saber se a manifestação foi autorizada, porque nesse caso a força pública deve acompanhá-la durante todo o trajecto e não vir-se embora como aparentemente aconteceu.

- se a manifestação foi ilegal porque não foi impedida? Refira-se que em casos recentes de manifestações a propósito do encerramento dos Centros de Saúde houve intervenção policial, com os manifestantes a serem filmados não se sabe bem por quem e os filmes a ir parar onde não deviam (a DREN, por exemplo). Critérios...

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Com a ressalva de que não sou um criminalista (à excepção de algumas incursões a que a profissão por vezes obriga) passo a apresentar o meu humilde contributo com base na leitura que faço da lei:

Efectivamente, o jogo de palavras do MAI no que respeita à detenção não parece inocente.

Senão, vejamos:

A) Sem grande rigor científico, podemos apontar a seguinte divisão de crimes:

Crimes públicos: Não carecem da apresentação de queixa. Esquematicamente: as autoridades tomam, por qualquer merio, conhecimento do crime, investigam e deduzem acusação contra o arguido.

Crimes semi-públicos: É preciso que a pessoa com legitimidade para o efeito (ofendido) se queixe para que o processo crime tenha início. Esquematicamente: o ofendido queixa-se, as autoridades investigam e deduzem acusação contra o arguido.

Crimes dependentes de acusação particular: É necessário que o ofendido apresente queixa e, depois, se constitua assistente no processo penal e deduza acusação particular. Esquematicamente: o ofendido queixa-se, as autoridades investigam e é o ofendido que vem deduzir acusação.

B) Aceitemos, por ora, a qualificação atribuída ao crime pelo MAI, que se refere à figura do "crime de dano". Vem o mesmo previsto no artigo 212º do Código Penal:

"1 - Quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável coisa alheia, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

2 - A tentativa é punível.

3 - O procedimento criminal depende de queixa"

C) Estamos, assim, perante um crime punível com pena de prisão e cujo procedimento depende de queixa.

D) Passemos agora ao Código de Processo Penal que nos diz, no seu artigo artigo 255.º, em que casos pode haver detenção em flagrante delito por crime punível com pena de prisão.

"1 - Em caso de flagrante delito, por crime punível com pena de prisão:

a) Qualquer autoridade judiciária ou entidade policial procede à detenção;

b) Qualquer pessoa pode proceder à detenção, se uma das entidades referidas na alínea anterior não estiver presente nem puder ser chamada em tempo útil.

2 - No caso previsto na alínea b) do número anterior, a pessoa que tiver procedido à detenção entrega imediatamente o detido a uma das entidades referidas na alínea a), a qual redige auto sumário da entrega e procede de acordo com o estabelecido no artigo 259.º

3 - Tratando-se de crime cujo procedimento dependa de queixa, a detenção só se mantém quando, em acto a ela seguido, o titular do direito respectivo o exercer. Neste caso, a autoridade judiciária ou a entidade policial levantam ou mandam levantar auto em que a queixa fique registada.

4 - Tratando-se de crime cujo procedimento dependa de acusação particular, não há lugar a detenção em flagrante delito, mas apenas à identificação do infractor."

E) Não nos suscita grandes dúvidas que no caso dos eufémios estivemos perante uma situação de flagrante delito, definida no nº 1 do artigo 256º do Código de Processo Penal como " todo o crime que se está cometendo ou se acabou de cometer"...

F) Em suma: Independentemente da qualificação do crime como público ou semi-público (a qual é, para este efeito, totalmente irrelevante!), parece-nos que a GNR deveria ter procedido à detenção de eufémicos, a qual só não se manteria se o agricultor não viesse a exercer, em acto a ela seguido, o seu direito de queixa. Mais: até qualquer pessoa poderia, tal como o prevê a lei ter procedido à detenção no caso vertente.

Não é correcta, assim, a apreciação do MAI. Até se dirá que é irresponsável que o próprio Ministro da Administração Interna lance para a comunidade (contra o que diz a lei) a ideia de que existe uma espécie de carta branca para livremente se praticarem crimes semi-públicos perante o olhar impotente de autoridades. E depois, quem quiser que se queixe!

(Pedro Oliveira)

*

Ainda quanto à questão da detenção ou não dos “verdeufémios” e da natureza (pública ou semi pública) dos crimes praticados (e portanto da necessidade de queixa ou não), a mim, que não sou especialista, parece-me que para além da violação da propriedade privada e destruição de bens privados (crimes cujo procedimento criminal depende de queixa), estaremos adicionalmente perante outro tipo de crime: Trata-se de uma perturbação violenta e não autorizada da paz pública, tendo sido colectivamente cometidas violências contra a propriedade. Por outro lado, ainda que seja apenas um “movimento”, sem personalidade jurídica e com uma incipiente base institucional, poderá colocar-se a hipótese de estarmos perante uma associação criminosa.

Em qualquer dos casos, o procedimento criminal não depende de queixa. Logo, também por esta razão, não seria válida aqui a explicação do Ministro para a não detenção.

Vejam-se as definições legais (Código Penal):

“Artigo 302º

Participação em motim

1 – Quem tomar parte em motim durante o qual forem cometidas colectivamente violências contra pessoas ou contra a propriedade é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.

2 – Se o agente tiver provocado ou dirigido o motim, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

3 – O agente não é punido se se tiver retirado do motim por ordem ou admoestação da autoridade sem ter cometido ou provocado violência.

Artigo 299º

Associação criminosa

1 – Quem promover ou fundar grupo, organização ou associação cuja finalidade ou actividade seja dirigida à prática de crimes é punido com pena de prisão de 1 a 5 anos.

2 – Na mesma pena incorre quem fizer parte de tais grupos, organizações ou associações ou quem os apoiar, nomeadamente fornecendo armas, munições, instrumentos de crime, guarda ou locais para as reuniões, ou qualquer auxílio para que se recrutem novos elementos.

3 – Quem chefiar ou dirigir os grupos, organizações ou associações referidos nos números anteriores é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos.”

E já agora, quanto aos que apoiam a prática de crimes:

“Artigo 298º

Apologia pública de um crime

1 – Quem, em reunião pública, através de meio de comunicação social, por divulgação de escrito ou outro meio de reprodução técnica, recompensar ou louvar outra pessoa por ter praticado um crime, de forma adequada a criar perigo da prática de outro crime da mesma espécie, é punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 60 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.”

(R)

Ouvindo o MAI ontem na SICN pareceu-me que ele estava a usar um preciosismo jurídico para justificar não ter havido detenções. Sempre que era perguntado por Mário Crespo como era possível fazer aquilo e não haver detenções ele respondia "para uma detenção se manter..." o que não era o que lhe fora perguntado. Os leitores do Abrupto juristas são claros em explicar o "jogo de palavras" do MAI: Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 6

Foi da Ecotopia que saiu o grupo que destruiu o milho da herdade de Silves. Isto é incontroverso. Podem chamar-se hoje Verde Eufémia, ontem outra coisa, amanhã outra, mas a organização da manifestação, a sua logística e preparação foi feita no acampamento. Era aliás um segredo de Polichinelo, visto que o seu anúncio faz parte de uma página do GAIA entretanto apagada (a prática de apagar páginas na Rede generalizou-se nestes últimos dias):

DIA DE ACÇÃO CONTRA OS TRANSGÉNICOS - 17 Agosto - NÃO À COEXISTÊNCIA, SIM À RESISTÊNCIA! 17 de Agosto tem lugar um dia de acção contra os transgénicos, no âmbito do Ecotopia , um dos maiores encontros de activismo pelo ambiente da Europa. Este ano, o Ecotopia decorre em Portugal, em Aljezur, entre 4 e 19 de Agosto e que reunirá centenas de activistas de dezenas de países. Este dia de acção contará com acções descentralizadas, directas e criativas, pelo que desde já são convidad@s a pensar a vossa própria acção ou a juntar-se com outr@s activistas durante o Ecotopia para formar grupos de afinidade. No dia anterior, 16 de Agosto terão lugar workshops de formação sobre o tema dos transgénicos e de preparação para as acções. "

" O GAIA apoia a acção do Movimento Verde Eufemia, por considerar o uso de desobediência civil e acção directa não violenta uma estratégia válida na luta pelos direitos sociais e ambientais da população. "

O problema é pois com o GAIA, que o Governo ontem pretendia associar à Faculdade de Ciência e Tecnologia numa clara táctica de confusão ( a Presidente do IPJ escrevia: "vai esperar para ver se a Faculdade de Ciências e Tecnologia retira o apoio à associação e só aí repensará o patrocínio", o que significa que existia ou iria existir um patrocínio; o MAI disse erradamente que o acampamento era de responsabilidade da Faculdade de Ciência e Tecnologia). Ora é o próprio GAIA que diz ter cortado os laços com a universidade visto que "o facto de se tornar independente permitiu uma participação activa nos temas das Alterações Climáticas e Globalização a um nível “grassroot” e com um nível de crítica social que raramente se encontra noutras Organizações Não Governamentais de Ambiente."

A natureza política das actividades do GAIA está espelhada em todas as informações do seu local na Rede, mas, mesmo assim, recebeu subsídios nos últimos onze anos sem que ninguém inquirisse sobre o carácter das suas actividades que inclui o habitual roteiro altermundialista de protestos, financiado pelo Orçamento de Estado português.

Ora, onde está o engano deliberado do Governo através do IPJ (como se vê na notícia do Público ) é na frase de que a presidente do IPJ, Helena Alve s, afirma que " nenhuma iniciativa desta associação foi financiada ou promovida pelo IPJ em 2007, designadamente o encontro denominado Ecotopia ." Esqueceu-se de dizer foi que tal só se passou porque os subsídios este ano estavam atrasados, como o próprio GAIA o admite:

"IPJ não forneceu qualquer apoio ao GAIA, ou a qualquer outra associação juvenil, apesar de ter vindo a fazê-lo em anos anteriores e com resultados que o GAIA considera muito positivos. Isso prende-se com o facto de os prazos de candidaturas se terem atrasado de forma absolutamente inadmissível, o que é revelador da falta de atenção dada às iniciativas e à participação activa dos jovens por parte das entidades competentes." Por isso, a mera publicação do desmentido do IPJ sem os elementos que o colocam no contexto e sem os esclarecimentos que faltam (por exemplo: já teria sido o GAIA subsidiado este ano se não fosse o atraso? É o que dá a entender a presidente do IPJ quando diz Por isso, a mera publicação do desmentido do IPJ sem os elementos que o colocam no contexto e sem os esclarecimentos que faltam (por exemplo: já teria sido o GAIA subsidiado este ano se não fosse o atraso? É o que dá a entender a presidente do IPJ quando diz "ir esperar para ver se a Faculdade de Ciências e Tecnologia retira o apoio à associação e só aí repensará o patrocínio".) é bastante insuficiente como trabalho jornalístico . Tudo isto já era conhecido ontem. Assim a "central de comunicações " do Governo ganha.

O GAIA era o grupo organizador da Ecotopia e apoiou a acção. Está escrito e registado aqui o que significa que existia ou iria existir um patrocínio; o MAI disse erradamente que o acampamento era de responsabilidade daA natureza política das actividades do GAIA está espelhada em todas as informações do seu local na Rede, mas, mesmo assim, recebeu subsídios nos últimos onze anos sem que ninguém inquirisse sobre o carácter das suas actividades que inclui o habitual roteiro altermundialista de protestos, financiado pelo Orçamento de Estado português.Ora, onde está o engano deliberado do Governo através do IPJ (como se vê na notícia do) é na frase de que a presidente do IPJ, Helena Alveafirma que." Esqueceu-se de dizer foi que tal só se passou porque os subsídios este ano estavam atrasados, como o próprio GAIA o admite:é bastante insuficiente como trabalho jornalísticoTudo isto já era conhecido ontem.Assim a "central de comunicações " do Governo ganha. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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Ontem escrevi que temia que em vez de esclarecimentos precisos o Governo fornecesse " informações" exclusivas sopradas aos jornais, para (...) obter alguns efeitos de acalmia e distracção. " Aconteceu. Os "comunicadores" do Governo são profissionais sabem como se fazem estas coisas. Vamos ver alguns casos.

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O Ministro da Agricultura referiu que o Governo iria publicar um comunicado esclarecendo o seu papel no apoio à Ecotopia, e, presume-se que ao GAIA, que a organizou. Chegou ao fim o dia e nada. Espero que um comunicado, que facilita o contraditório, não seja substituído por "informações" exclusivas sopradas aos jornais, para que o Governo possa obter alguns efeitos de acalmia e distracção. É que o modo como falam da Faculdade de Ciência e Tecnologia, como responsável pelo acampamento, já me parece fazer parte de uma operação de desinformação em curso. E este Governo é useiro e vezeiro nestas técnicas de comunicação e já se percebeu que deu importância ao assunto. Faculdade de Ciência e Tecnologia, como responsável pelo acampamento, já me parece fazer parte de uma operação de desinformação em curso. E este Governo é useiro e vezeiro nestas técnicas de comunicação e já se percebeu que deu importância ao assunto. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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Segundo o MAI tratou-se de "ecoterrorismo soft ". Se o pobre do agricultor, que teve um problema cardíaco depois da destruição, tivesse morrido (salvo seja!) passava a "ecoterrorismo hard "?

Já alguém se perguntou se o agricultor que estava num estado emotivo (e doente) logo a seguir à destruição, pura e simplesmente não apresentou queixa (o frágil alibi para não ter havido detenções) , por puro receio da sua integridade, face a uma GNR que parecia impotente e indiferente?

E já agora, a que horas é que tudo isto aconteceu? Vai ser interessante a cronologia.

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O porta-voz que afinal não é do movimento de que é porta-voz e que esteve mas não esteve na destruição do milho mudou na sua página a entrada Who I'd Like To Meet do Hi5 de "Activistas para partir esta merda toda como deve ser! " para " Jornalistas medíocres que gostam de cuscovilhar as minhas brincadeiras com amigos do Hi5 para tentarem dar uma má imagem ao porta-voz de um movimento pacífico de desobediência civil.. ."

O porta-voz apagou também uma interessante foto em que aparecia vestido de palhaço numa acção contra os McDonalds. do Hi5 depara."O porta-voz apagou também uma interessante foto em que aparecia vestido de palhaço numa acção contra os McDonalds. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

(url) © José Pacheco Pereira

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Visão de 30 de Agosto:

"Frequentemente, um pequeno acontecimento revela aspectos da vida colectiva que, apesar de importantes, permanecem submersos na consciência dos cidadãos e na opinião pública. A destruição de um campo de milho transgénico no Algarve é um desses acontecimentos. Atraves dele revelaram-se, entre outras, as questões da legitimidade das lutas sociais, da propriedade privada, da influência dos interesses económicos nas legislações nacionais, do papel do Estado nos conflitos sociais, da construção social da perigosidade de certos grupos sociais e da possivel nocividade dos organismos geneticamente modificados (OGMs) para a saúde publica.

As lutas sociais são frequentemente compostas de acções legais e ilegais. Os actos fundacionais das democracias modernas foram, quase sem excepção, ilegais: greves e manifestações proibidas, lutas clandestinas, insurreições militares (como 0 25 de Abril), actos que hoje consideramos terroristas (como os do "terrorista" Nelson Mandela). Em certos contextos, os activistas podem escolher entre meios legais e ilegais (como no caso vertente), noutros não tem outra opção que não a da ilegalidade.

A propriedade privada é um alvo dificil, porque as concepções sociais a seu respeito são muito contraditórias e evoluem historicamente. Os primeiros impostos sobre o capital industrial não foram considerados pelos empresários como uma violação do direito de propriedade? Há violacões da propriedade privada que não causam qualquer comoção social apesar de serem graves, por exemplo, os salários em atraso. No caso dos transgénicos, o tratamento do direito de propriedade apresenta contradições flagrantes. Por um lado, a polinização cruzada faz com que culturas convencionais venham a ser contaminadas pelos OGMs, o que, sendo uma violação do direito de propriedade, não levanta nenhum clamor. "

A mais completa e total legitimação da "ceifa" dos "verdeufémios" não foi feita por Miguel Portas. Longe disso. Portas ainda hesitou, e enunciou uns "mas", mesmo na sua declaração inicial. Na verdade, a completa legitimação da "ceifa", sem um "mas", sem uma hesitação, foi feita num texto que passou despercebido de Boaventura de Sousa Santos nade 30 de Agosto:

O texto de Boaventura de Sousa Santos tem o mérito de colocar a discussão da acção dos "verdeufémios" no sítio certo: uma discussão sobre a democracia, a legalidade, a propriedade privada, o direito, e o papel daquilo a que chama "movimentos sociais" (chamar aos "verdeufémios" movimento social já levaria a uma grande discussão). Na verdade, discutir os transgénicos na sequência da "ceifa" é puro benefício do infractor, ou seja, é dar o "sentido" desejado pelos "ceifeiros" à sua acção, o que é uma forma de a justificar. A linguagem é académica, mas a intencionalidade política do artigo é o essencial na sua economia: a acção da "ceifa" tem significado "social" e como "movimento social" comporta uma legitimidade própria, sendo a sua expressão "legal" ou "ilegal" secundária para a sua interpretação, a não ser para os que a criticam. Esses são um "lóbi", uma expressão de interesses, um degrau abaixo dos portadores dos "movimentos sociais".O texto de Boaventura de Sousa Santos tem o mérito de colocar a discussão da acção dos "verdeufémios" no sítio certo: uma discussão sobre a democracia, a legalidade, a propriedade privada, o direito, e o papel daquilo a que chama "movimentos sociais" (chamar aos "verdeufémios" movimento social já levaria a uma grande discussão). Na verdade, discutir os transgénicos na sequência da "ceifa" é puro benefício do infractor, ou seja, é dar o "sentido" desejado pelos "ceifeiros" à sua acção, o que é uma forma de a justificar. Etiquetas: Boaventura Sousa Santos, OGMs, Verdeufémia

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nonchalance face à violência da extrema-esquerda, correlativa da excitação com a extrema-direita (tenho a certeza que Sócrates já teria aparecido a "acalmar" o povo se o incidente viesse da outra extrema), grave negligência na manutenção da ordem pública, encobrimento dessa negligência e cortinas de fumo para enganar a opinião (a questão do acampamento ser organizado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia dita como desculpa pela presidente do IPJ, e pelo MAI). Continua em aberto saber-se que tipo de financiamentos são dados a estas organizações e se vão continuar a ser dados.

Para agravar a responsabilidade do Governo, o Expresso de hoje acrescenta alguns dados novos e outros, que não sendo inteiramente novos para quem leia o Abrupto (onde os jornais vão buscar muita informação sem citar, o que é o habitual), contêm informação suplementar:

- um relatório do SIS de péssima qualidade (se é assim que os nossos serviços "analisam", estamos feitos): " Os serviços de informação não consideraram, porém, que o acampamento de duas semanas - de 4 a 19 de Agosto (...) constituísse qualquer risco para a ordem pública. Elementos do SIS terão elaborado um relatório antes mesmo da realização do Ecotopia desvalorizando o impacto social da iniciativa, por se tratar de um encontro de “pacifistas e jovens ambientalistas” .

- uma algaraviada cujo objectivo auto-justificatório é evidente:

" o caso foi levado ao Gabinete Coordenador de Segurança, convocado quinta-feira pelo ministro Rui Pereira. Em debate esteve a possibilidade de alargar a investigação, passando da hipótese de crime semipúblico (o que está a acontecer no processo aberto pela GNR de Armação de Pêra), para a de organização criminosa, com o apoio da PJ. Uma tarefa difícil. “A forma como agem torna-os quase inimputáveis: se uma organização que não existe e não tem corpos sociais reclama a iniciativa, não tem ninguém que responda por ela”, explica uma das fontes contactadas, admitindo que “dificilmente” estes casos podem ser agrupados e tratados como “terrorismo ou crime organizado”. E, de facto, são muitas as dificuldades já patentes em estabelecer ligações entre o movimento que reclama a autoria da acção em Silves - Verde Eufémia. Desde logo, porque “ele não existe”, segundo o seu autoproclamado porta-voz, Gualter Baptista. “Não há líderes, nem associados. Nasceu apenas para esta acção”, disse. " O que é grave neste tipo de justificações, semelhantes às que deu o MAI numa entrevista na SICN, é que basta dar um envelope certo a determinado tipo de acções, para se poder cometer todo o tipo de violências com impunidade. Na verdade, não se prosseguem outras linhas legais perfeitamente possíveis (vejam-se os comentários dos leitores juristas do Abrupto), apenas porque elas mostravam a negligência no tratamento deste assunto. Este discurso confuso destina-se apenas a tapar as falhas graves das forças de segurança e a cobrir a GNR e o MAI. Aliás, a cronologia do que aconteceu revela que a GNR esteve longe de agir "correctamente" como o MAI diz, a começar pelo facto de uma manifestação ilegal agressiva e hostil se poder ter realizado em frente às autoridades. Há aqui também a intenção de proteger a Governadora Civil, que esteve longe de cumprir as suas obrigações, mas sabemos como os Governos civis são emanações locais dos partidos que, como na DREN, são intocáveis .

- a farsa das identificações dos "responsáveis" que, com tanto orgulho parecia o saldo da intervenção policial, e que se revela cada vez mais inútil para a investigação.

- o papel do GAIA, em que ninguém é responsável, os comunicados são alterados todos os dias e que " é uma organização aberta e horizontal, onde não há direcção ", e ninguém responde por nada. Mesmo assim, recebeu do IPJ 6600 euros, que duvido que tenham qualquer contabilidade que não seja também " aberta e horizontal" .

- o papel irresponsável da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, que lhe cede instalações e só agora descobriu " que o GAIA se tem excedido na sua militância ” (não devem ler o que está na sua página da Internet) e lhe vão fechar a sede.

Tudo isto é um retrato exemplar de muita coisa que se passa em Portugal e continua a passar-se. E tudo isto diz respeito ao Governo que quer ver se passa entre as gotas da chuva sem se molhar.

O Governo pode querer distrair-nos, mas o seu papel nesta questão dos "verdeufémios" está no essencial por esclarecer. Acresce que o que está esclarecido mostraface à violência da extrema-esquerda, correlativa da excitação com a extrema-direita (tenho a certeza que Sócrates já teria aparecido a "acalmar" o povo se o incidente viesse da outra extrema), grave negligência na manutenção da ordem pública, encobrimento dessa negligência e cortinas de fumo para enganar a opinião (a questão do acampamento ser organizado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia dita como desculpa pela presidente do IPJ, e pelo MAI). Continua em aberto saber-se que tipo de financiamentos são dados a estas organizações e se vão continuar a ser dados.Para agravar a responsabilidade do Governo, ode hoje acrescenta alguns dados novos e outros, que não sendo inteiramente novos para quem leia o Abrupto (onde os jornais vão buscar muita informação sem citar, o que é o habitual), contêm informação suplementar:- um relatório do SIS de péssima qualidade (se é assim que os nossos serviços "analisam", estamos feitos): "- uma algaraviada cujo objectivo auto-justificatório é evidente:O que é grave neste tipo de justificações, semelhantes às que deu o MAI numa entrevista na SICN, é que basta dar um envelope certo a determinado tipo de acções, para se poder cometer todo o tipo de violências com impunidade. Na verdade, não se prosseguem outras linhas legais perfeitamente possíveis (vejam-se os comentários dos leitores juristas do Abrupto), apenas porque elas mostravam a negligência no tratamento deste assunto. Este discurso confuso destina-se apenas a tapar as falhas graves das forças de segurança e a cobrir a GNR e o MAI. Aliás, a cronologia do que aconteceu revela que a GNR esteve longe de agir "correctamente" como o MAI diz, a começar pelo facto de uma manifestação ilegal agressiva e hostil se poder ter realizado em frente às autoridades. Há aqui também a intenção de proteger a Governadora Civil, que esteve longe de cumprir as suas obrigações, mas sabemos como os Governos civis são emanações locais dos partidos que, como na DREN, são intocáveis .- a farsa das identificações dos "responsáveis" que, com tanto orgulho parecia o saldo da intervenção policial, e que se revela cada vez mais inútil para a investigação.- o papel do GAIA, em que ninguém é responsável, os comunicados são alterados todos os dias e que "", e ninguém responde por nada. Mesmo assim, recebeu do IPJ 6600 euros, que duvido que tenham qualquer contabilidade que não seja também "- o papel irresponsável da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, que lhe cede instalações e só agora descobriu "” (não devem ler o que está na sua página da Internet) e lhe vão fechar a sede.Tudo isto é um retrato exemplar de muita coisa que se passa em Portugal e continua a passar-se. E tudo isto diz respeito ao Governo que quer ver se passa entre as gotas da chuva sem se molhar.

*

Sabe que depois de colocarem as vacas a comerem farinha feita de origem animal, estão a cultivar milho geneticamente transformado e dar a animais que vão ser fonte da nossa alimentação..Se isso não o preocupa então o Sr é uma pessoa feliz...para si nada se deve fazer, quando se esgotaram todos as maneiras democraticas de resolver o problema. O equilibrio da terra tem que se manter senão morremos todos.

Esta acção que nada tem a ver com o agricultor foi a única forma de colocar o País a falar no assunto. Os ambientalistas já propuseram oferecer 50 toneladas de milho biologico e ajudar com voluntarios a cultivar no próximo ano completamente gratis. Se precisar de saber algo mais sobre o problema tenho muito gosto em ilucidar.

Tenha cuidado as vacas loucas só se soube depois de muita gente falar no assunto e aquelas que falaram foram ao tempo ridicularizadas.

(A.Baptista, Almada)

*

Comportamento policial na protecção de milho transgénico em França (Reuters, Set 2001) enviado por Pedro Loureiro

Reuters. 1 September 2001. French Police Prevent GM Crop Destruction.

SIGALENS, France -- Police clad in riot gear prevented activists opposed to genetically modified (GM) crops from hacking down three fields of experimental maize on Saturday. It was the first time French police have stopped GM crop sites being ransacked since protesters began a campaign in late June to rip up bio-engineered plants.

The police action came after Prime Minister Lionel Jospin publicly criticized the destruction of GM crop tests on Tuesday, describing the protests as illegal and urging activists to stop. Some 100 activists from radical farmers' union Confederation Paysanne, anti-globalization movement Attac and other groups arrived at a site in Sigalens in southwest France, wielding sickles and scythes to chop down the maize plants.

But between 100 and 150 police carrying riot shields and truncheons waited at the field, which belongs to French biotechnology firm Biogemma.

*

O relatório por si citado e apresentado ao Gabinete Coordenador de Segurança é efectivamente baseado em equívocos jurídicos o que faz com que a argumentação aduzida não tenha sentido nenhum.

Sem querer maçar os leitores do Abrupto com “technicalities” jurídicas, o que o artigo 299.º do Código Penal refere no seu n.º1 é o facto de alguém “(…) promover ou fundar grupo, organização ou associação cuja finalidade ou actividade seja dirigida à prática de crimes (…)”. Depois, ao longo dos dois números seguintes, o Código Penal faz incluir no mesmo crime o facto de alguém fazer parte desses grupos ou os apoiar, sendo que neste caso, a lei deixa em aberto as formas de apoio. Isto é, menciona algumas mas não impede a possibilidade de outras formas de apoio que não estejam contempladas no texto legal, serem tidas em conta num caso concreto. Por último, a lei prevê também a possibilidade de alguém dirigir ou chefiar estes grupos.

Sendo assim, para o texto legal, é completamente irrelevante se o grupo está registado nalgum registo de pessoas colectivas ou se tem corpos sociais constituídos. Se se adoptasse este ponto de vista teríamos soluções completamente absurdas. Ou seja, todos os grupos criminosos desde que não existissem de modo formal, nunca poderiam ser criminalmente processados. As organizações criminosas são por natureza obscuras e encontram-se à margem dos normais mecanismos burocráticos que se aplicam a empresas, comissões, sociedades comerciais ou não. A Máfia não está registada como Máfia SA com um Conselho Fiscal e um Conselho de Administração, assim como qualquer organização dedicada ao tráfico de droga não tem um CEO que responda pelos traficantes perante a comunidade.

O carácter informal, flexível e fluído dos Verdes Eufémios não é motivo para excluir os seus intuitos criminosos. Aliás, toda a acção levada a cabo por eles e depois toda a estratégia de negação e alijamento de responsabilidades mostram um elevado nível de concertação ao melhor nível de qualquer organização criminosa minimamente competente.

Resta assim saber como o MAI justificará esta posição defendida no relatório citado, uma vez que quem o escreveu ou não sabe nada de Direito Penal, ou se sabe, o que é pior ainda, terá ignorado o que está escrito na lei. Quando muito, as dificuldades apresentadas no relatório para processar este grupo não são de carácter legal mas sim apenas de produção de prova e aí, sim, o relatório estaria exacto.

(João Paulo Brito)

*

Estou a escrever em resposta ao comentário deixado no seu blogue por A. Baptista, de Almada. Diz esse senhor o uso de milho geneticamente transformado é uma fonte de preocupação. No caso da plantação no Algarve o milho utilizado era o chamado milho Bt, de Bacillus thuringensis, a bactéria de onde foi retirado o gene introduzido no milho pela Monsanto. Este gene codifica para a produção de um composto que é tóxico para algumas espécies de insectos. A produção desta toxina no milho permite uma grande diminuição dos pesticidas utilizados. Certamente que A. Baptista concorda que a utilização excessiva destes pesticidas é prejudicial para o ambiente e para a saúde pública, não?

Quando ao perigo de comer o milho transgénico, para a aprovação desta variedade vários estudos foram realizados e passados sob o crivo das entidades reguladoras, não tendo sido encontradas razões de peso que recomendassem contra a sua utilização. Quer isto dizer que podemos desatar a criar e plantar todo o tipo de transgénicos? Não. Cada novo organismo geneticamente modificado deve ser estudado e os seus riscos para a saúde pública avaliados, como em todas as áreas da indústria alimentar. Os transgénicos não são necessariamente maus, considero até que são uma ferramenta de grande importância para que a produção alimentar acompanhe o crescimento da população mundial, sem nos vermos obrigados a recorrer a outras técnicas que teriam piores consequências. Como recém licenciado em Biologia Molecular e Genética, talvez não seja completamente parcial, mas considero-me minimamente informado sobre o assunto.

Por último, uma pequena menção ao espectro das grandes corporações, também invocado pelos activistas anti-transgénicos. Se é verdade que são grandes empresas que comercializam alimentos transgénicos, é preciso levar em conta o grande investimento que tem que ser feito para que se obtenha uma variedade útil.

(Filipe Cadete, Oeiras)

*

O comentário de Filipe Cadete explica bem o que está em causa quanto a este milho Bt. Só queria acrescentar que a substância produzida pelo Bacillus thuringensis é um dos poucos insecticidas que é possível usar na Agricultura Biológica, o que não deixa de ser curioso, o tal milho “biológico” que estes verde eufémios se propuseram oferecer, muito provavelmente seria pulverizado com esta toxina.

Para tranquilizar os mais preocupados, devo esclarecer que esta substância é pouco persistente e é muito pouco provável que ainda exista quando o milho for consumido.

(Francisco Gomes)

*

Lá vamos nós... Afinal sempre se vão discutir os transgénicos.

Os argumentos apresentados até aqui a favor dos transgénicos caem

todos pela base e pela realidade de hoje, não é pela futurologia e

obscurantismo. Aliás, metade são "desargumentos". Escrevo tudo de

cabeça, não tenho oportunidade de pesquisar concretamente alguns

assuntos, mas deve estar tudo correcto.

Está muito longe de ser líquido que a utilização dos transgénicos

diminua a utilização de pesticidas. Nos EUA, onde os transgénicos são

utilizados há mais tempo, se não me engano desde 1996 (não é há 50

anos, como muita gente pensa), o que se observa é que as pragas

rapidamente desenvolvem defesas contra as toxinas o que implica

fumigar, como na agricultura convencional, mas mais forte.

Nunca vi os seres maravilhosos deste admirável Mundo novo,

preocuparem-se com a utilização excessiva de pesticidas a não ser como

argumento a favor dos OGM.

Os estudos que passam pelo crivo das entidades reguladoras são todos

das próprias empresas que querem introduzir o novo produto no mercado.

Não tem constado que nesses relatórios se tenham encontrado "razões de

peso" para chumbar a comercialização desses produtos. Quem ficar

sossegado com isto, pode felizmente ficar sossegado com tudo. Não é o

meu caso. Aliás, estudos recentes com ratos e milho, não podem deixar

ninguém sossegado.

Considero a preocupação com a fome daqui a 20 ou 30 anos,

particularmente repugnante, mesmo sem saber quais são as "outras

técnicas que teriam piores consequências". É exactamente ao contrário.

*Hoje* o que se observa, são agricultores do Terceiro-Mundo no limiar

da sobrevivência a terem que investir em sementes dessas piedosas

empresas todos os anos, a troco da mesma produção ou de aumentos

residuais. Estão no Terceiro-Mundo para resolver o problema da fome?

Não, estão no Terceiro-Mundo porque é lá que a penetração no mercado é

mais fácil, toda a gente sabe porquê. É uma espécie de laboratório

vivo e em tamanho natural.

Nunca vi os seres maravilhosos deste admirável Mundo novo,

preocuparem-se com a fome de *hoje* e explicarem o que impede e

impediu até agora não se ter resolvido o problema de quem tem fome.

Deve ter sido a broca do milho.

Isto leva à questão de esterilidade das sementes. As sementes são

estéreis não por caridosa preocupação ambiental e preocupações de

contaminação cruzada, mas porque são uma "feature" essencial na

rentabilização do investimento.

Infelizmente, com o casuísmo da natureza já observado por Darwin e que

tanto tem desiludido os crentes no "design inteligente", a

contaminação revelou-se inevitável e a criação de híbridos viáveis uma

realidade. E de casuísmo em casuísmo, chegamos a resultados que esses

seres maravilhosos deste admirável Mundo novo, nunca previram. A

Bayer, cultivando transgénicos ilegalmente nos EUA, contaminando

outras culturas e o meio envolvente, acabou no tribunal e a melhor

defesa que conseguir esboçar foi apelidar o facto de "acto de Deus".

Nos EUA até pode ser um bom argumento em tribunal, mas lá se foi a

alta-tecnologia.

E da contaminação, chegamos às patentes e aos investimentos dos

outros. Nos EUA e no Canadá, naquelas explorações que fazem parecer a

agricultura portuguesa um quintal, há variedades a serem cultivadas e

seleccionadas há décadas, por vezes várias gerações. Chegam esses

seres maravilhosos do admirável Mundo novo e não querem saber disso,

semeiam nos campos vizinhos, contaminam, arruinam o trabalho de

décadas e ainda processam os agricultores que detectam a presença de

transgénicos nas suas terras. Como as variedades são patenteadas, só

as pode cultivar quem pagar as sementes.

A inevitável Monsanto desenvolveu uma tecnologia chamada "terminator"

(não confundir com o filme) também com o intuito de tornar estéreis as

sementes, mas tem sido alvo da maior polémica. Uma vez mais não há

garantias que não torne as outras sementes não transgénicas estéreis,

levando à extinção primeiro de variedades agrícolas e depois sabe-se

lá de quê.

Está mesmo a ver-se que impedir os agricultores de guardar sementes de

ano para ano, o que se calhar acontece desde a sedentarização, vai ser

exactamente o que faltava, a "ferramenta de grande importância para

que a produção alimentar acompanhe o crescimento da população

mundial".

O argumento da selecção pelos agricultores ainda não apareceu, mas vai

aparecer. Dizer que a selecção à posteriori das melhores sementes, o

apuro e criação de novas variedades de "sementes do avô" tem alguma

semelhança com a biotecnologia dos laboratórios, só mesmo para o

ruído, tal como é para o ruído o comentário que sugere que o milho da

Monsanto até sintetiza uma toxina utilizada na agricultura biológica

(de notar o "biológica"). E daí? Devemos estar gratos por não ser DDT?

Por fim, sim é exactamente isso. Existem uns produtos que ninguém

precisa, mas onde determinadas empresas, designadamente a Monsanto,

gastaram uma considerável soma de dinheiro. Agora querem rentabilizar

o investimento, não interessa como.

José Rui Fernandes

*

O último comentário do seu leitor José Rui Fernandes sobre a questão dos

transgénicos deixou-me perplexo. O principal argumento apresentado a

favor de se usarem actualmente organismos geneticamente modificados

reside no facto de a modificação em questão consistir na introdução de

um gene que faz com que o organismo gere uma toxina que o torna

resistente a certas pragas. Isto permite poupar em pesticidas. Em

contrapartida, as sementes são estéreis e, portanto, o lucro das

empresas de biotecnologia provém não só do facto de venderem as sementes

aos agricultores mas também do facto de estes terem da as comprar todos

os anos. Até aqui faz tudo sentido.

Mas o seu leitor afirma que «o que se observa é que as pragas

rapidamente desenvolvem defesas contra as toxinas o que implica fumigar,

como na agricultura convencional, mas mais forte». Não percebo o «mas

mais forte». A única conclusão a que consigo chegar do que é afirmado

anteriormente é que seria necessário usar pesticidas tal como na

agricultura convencional, mas não vejo nenhum dado no texto de onde se

possa deduzir que as quantidades usuais seriam insuficientes. Mas não é

este o fulcro da questão. O que me escapa aqui é o seguinte: então os

agricultores vêem-se na obrigação de comprar as sementes transgénicas

todos os anos e, ainda por cima, têm que gastar mais pesticidas do que

aqueles que gastariam se fizessem agricultura convencional? Que sentido

faz isto? Qualquer agricultor que se visse nesta situação regressaria à

agricultura convencional e as empresas de biotecnologia iriam à

falência. O que é que falha neste argumento?

(José Carlos Santos)

*

O leitor José Carlos Santos fica perplexo com pouco, mas como vivo

para agradar, escrevi um guia para os perplexos

(José Rui Fernandes)

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 19

Uma coisa de que suspeitava mas que agora pude confirmar na Sábado : os GNR foram-se embora de junto dos manifestantes porque era a hora do almoço.

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 18

NÃO NOS TIREM O SUBSÍDIO POR FAVOR, A GENTE DIZ, ESCREVE, ASSINA TUDO O QUE FOR PRECISO

"comunicado final" do GAIA é pura e simplesmente patético (substitui vários outros que entretanto foram apagados da Rede mas que se podem encontrar no Abrupto também assinados pelo GAIA e de teor completamente diferente).: O GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental não se responsabiliza pela acção de corte de milho transgénico na Herdade do Lameiro em Silves, sexta-feira 17 de Agosto. O GAIA não organizou a acção. Não houve qualquer discussão ou decisão, nem portanto qualquer acta de Reunião Nacional, que desse origem a uma acção assumida pela organização.

(...)

O GAIA e a EYFA negam qualquer envolvimento na realização da acção de 17 de Agosto. Além disso, a acção não foi assumida pelo colectivo de participantes no Ecotopia, não sendo por isso uma acção do Ecotopia. O GAIA assume-se como organização proponente de acções directas. Todas as acções directas realizadas pelo GAIA têm sido e serão devidamente anunciadas e assumidas. O GAIA não realiza acções directas de carácter destrutivo.

(...)

o GAIA e a EYFA não se responsabilizam pelos encontros e reuniões que ocorrem no período do evento. O GAIA não tem conhecimento da ocorrência de reuniões visando o corte de transgénicos na Herdade do Lameiro, embora reconheça a ocorrência de reuniões fechadas no Ecotopia. O GAIA não tem conhecimento do aluguer de autocarros do Ecotopia para Silves no dia 17 de Agosto e nega a entrada de qualquer autocarro no terreno do Ecotopia nessa data. O GAIA não tem conhecimento sobre a identidade e a quantidade de participantes do Ecotopia presentes na acção de corte de transgénicos e desconhece igualmente a proporção relativa a manifestantes de fora do Ecotopia.

(...)

Houve no período anterior ao Ecotopia um apelo a uma acção contra os transgénicos para dia 17 de Agosto da parte do GAIA, de acordo com os pârametros de acção do GAIA. No entanto, o GAIA não acompanhou o processo que decorreu depois da proposta de acção, e que parece ter sido liderado pelo movimento Verde Eufémia. O GAIA desconhece a origem deste movimento e de como se introduziu na dinâmica do Ecotopia. Daqui se conclui que qualquer participante do Ecotopia presente na acção da Herdade do Lameiro agiu a título individual, não representando o colectivo do Ecotopia nem qualquer uma das organizações proponentes.

(...) o GAIA considera que os direitos à saúde pública e a um ambiente são, consagrados na Constituição Portuguesa, estão ameaçados e compete aos cidadãos fazer cumprir os primordiais direitos comuns dos Portugueses. Por esta razão o GAIA apoia a acção do movimento Verde Eufémia, considerando que a destruição de 2% da plantação de um agricultor transgénico constitui um gesto simbólico cujo impacte económico é reduzido trazendo, no entanto, o assunto para a discussão pública como é importante nesta fase de proliferação dos campos de milho transgénico em Portugal. Apesar de manifestar o seu apoio devido ao impacte final para a discussão do tema dos OGMs, o GAIA não desenvolve este tipo de acções e não se reconhece na acção de destruição do campo de milho transgénico da Herdade da Lameira em Silves.

*

O comunicado do GAIA faz-me lembrar os anúncios que há em algumas garagens pagas onde se avisa que os proprietários da garagem não se responsabilizam por danos ou furtos nas viaturas estacionadas. Não se responsabiliza. Não tem conhecimento. Não acompanhou o processo posterior. Desconhece a origem e como se introduziu. Desconhece.

Porém, manifesta o seu apoio.

(R) Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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A posição do BE, abundantemente explicada aos incréus e nem sempre entendida, é esta: se o campo de milho fosse da Monsanto, ou de qualquer multinacional, ou grande empresa nacional, não haveria problema em destruí-lo. O problema foi a destruição do campo ter um "agricultor" por alvo, ainda por cima aparecendo na televisão, furioso, doente, ferido na sua condição de agricultor. Foi um azar. Se o campo fosse do Mal puro (a presença do agricultor esbateu o Mal dos transgénicos americanos), entre o Bem (os "verdeufémios") e o Mal haveria apenas a "propriedade privada", essa trivialidade capitalista que o BE despreza. Logo, a destruição seria bem-vinda. O puxão de orelhas aos "verdeufémios" foi esse: então vocês não sabem que só se atacam campos vazios (sem "agricultor") e de preferência com o selo do Mal estampado num arame farpado, numa cerca, num cartaz? Assim não passam no exame do BE. A posição do BE, abundantemente explicada aos incréus e nem sempre entendida, é esta: se o campo de milho fosse da Monsanto, ou de qualquer multinacional, ou grande empresa nacional, não haveria problema em destruí-lo. O problema foi a destruição do campo ter um "agricultor" por alvo, ainda por cima aparecendo na televisão, furioso, doente, ferido na sua condição de agricultor. Foi um azar. Se o campo fosse do Mal puro (a presença do agricultor esbateu o Mal dos transgénicos americanos), entre o Bem (os "verdeufémios") e o Mal haveria apenas a "propriedade privada", essa trivialidade capitalista que o BE despreza. Logo, a destruição seria bem-vinda. O puxão de orelhas aos "verdeufémios" foi esse: então vocês não sabem que só se atacam campos vazios (sem "agricultor") e de preferência com o selo do Mal estampado num arame farpado, numa cerca, num cartaz? Assim não passam no exame do BE. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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MAIS SOBRE A POLÍTICA RADICAL

A CNA não é uma normal organização de agricultores. É a "frente" para a agricultura do Centro e do Norte do PCP. Constituiu-se com base numa série de movimentos organizados pelo PCP, desde movimentos de rendeiros, utentes de baldios, etc, concentrados numa área geográfica muito limitada. A lógica das posições da CNA é a da política agrícola do PCP. Esta, quanto aos OGM, aos transgénicos, tem duas componentes: uma, a do combate às multinacionais da agricultura, americanas como a Monsanto, e nesse combate enquadra-se a recusa dos OGM; outra, a defesa do proteccionismo da agricultura europeia da competição com a agricultura americana, usando os transgénicos como argumento para manter os produtos agrícolas americanos fora da fronteira da UE. Por tudo isto, nada tendo a ver o PCP, ou a CNA, com o BE ou com os "verdeufémios", começam a perceber que a causa comum contra as OGM ficou ameaçada pelas asneiras dos "verdeufémios" e vêm tentar travar a discussão e reorientá-la.

Um exemplo de como é necessária prudência com grupos, grupúsculos, movimentos, puras siglas, é que, para se perceber determinadas posições, é necessário conhecer uma geografia mais profunda das organizações, que nem sempre é evidente e é muitas vezes disfarçada. Veja-se o caso da entrevista de Mário Crespo ao Ministro da Agricultura na SICN. A uma dada altura, Crespo cita contra os transgénicos a Confederação Nacional da Agricultura , como se fosse uma entre muitas organizações de agricultores. Crespo argumentava, se então até os agricultores da CNA protestam contra os transgénicos não há aqui um problema? Há, mas é outro tipo de problema.A CNA não é uma normal organização de agricultores. É a "frente" para a agricultura do Centro e do Norte do PCP. Constituiu-se com base numa série de movimentos organizados pelo PCP, desde movimentos de rendeiros, utentes de baldios, etc, concentrados numa área geográfica muito limitada. A lógica das posições da CNA é a da política agrícola do PCP. Esta, quanto aos OGM, aos transgénicos, tem duas componentes: uma, a do combate às multinacionais da agricultura, americanas como a Monsanto, e nesse combate enquadra-se a recusa dos OGM; outra, a defesa do proteccionismo da agricultura europeia da competição com a agricultura americana, usando os transgénicos como argumento para manter os produtos agrícolas americanos fora da fronteira da UE. Por tudo isto, nada tendo a ver o PCP, ou a CNA, com o BE ou com os "verdeufémios", começam a perceber que a causa comum contra as OGM ficou ameaçada pelas asneiras dos "verdeufémios" e vêm tentar travar a discussão e reorientá-la. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 15

A IGNORÂNCIA SOBRE A POLÍTICA RADICAL

A preparação que é necessário ter para compreender grupos radicais não é a mesma que basta para partidos como o PS e PSD. A lógica destes grupos e o seu funcionamento são muito diferentes dos partidos mainstream e obedecem a regras e tendências que são próprias. O mesmo se passa com o PCP que também não se confunde com o BE nem com grupos como os "verdeufémios". Começa logo por aqui, o Movimento Verde Eufémia não existe como se verá, é apenas um nome que foi utilizado para uma "acção", e que, como foi "queimado", acabará por cair. O que existe é uma constelação de grupos radicais em várias áreas, concentrando-se na cultura, no ambiente, nas "causas" como o anti-racismo e o apoio aos imigrantes, muitos organizados como ONG e associações de diferente tipo, e quase todos subsidiados pelo Orçamento de Estado através de vários ministérios. O GAIA é um exemplo típico. Sim, somos nós que pagamos muita da política radical que se faz em Portugal, seja com governos do PS, seja do PSD e PP.

Politicamente estes grupos estão esmagadoramente à esquerda e, na esquerda, com uma ligação forte com o BE, embora as juventudes do PCP e do PS também adiram a estas causas "fracturantes". A diferença é que no BE esta mouvance é um elemento estrutural, enquanto no PCP (na JCP) e no PS (na JS) são residuais. Apenas uma minoria radical escapa ao BE, nalguns casos organizada em grupúsculos que lhe são ideologicamente hostis, como o grupo Política Operária, ou algumas tendências trotsquistas, anarquistas, mas são quase sempre de gente mais velha. Para além disso existem outros grupos ad hoc constituídos por jovens ultra-radicais, os nossos "autónomos", os nossos " casseurs ", pouco numerosos no seu conjunto, mas que, de vez em quando, se lembram de tomar a sério o seu vocabulário de "acção directa". Alguns dos autores das destruições na Rua do Carmo no 25 de Abril pertencem a este último grupo.

(Continua.)

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 14

A FUGA ÀS RESPONSABILIDADES

Começou a operação de desresponsabilização do GAIA com aspectos de pura fraude, em particular a tentativa de apagar documentos e tomadas de posição, substituindo textos na Rede por outros, apagando páginas, numa tentativa de nos enganar. Onde antes esteve isto (entretanto apagado)

DIA DE ACÇÃO CONTRA OS TRANSGÉNICOS - 17 Agosto - NÃO À COEXISTÊNCIA, SIM À RESISTÊNCIA! 17 de Agosto tem lugar um dia de acção contra os transgénicos, no âmbito do Ecotopia , um dos maiores encontros de activismo pelo ambiente da Europa. " e depois isto (entretanto apagado)

" O GAIA apoia a acção do Movimento Verde Eufemia, por considerar o uso de desobediência civil e acção directa não violenta uma estratégia válida na luta pelos direitos sociais e ambientais da população. "

"O GAIA (Grupo de Acção e Intervenção Ambiental) e a EYFA (European Youth For Action), organizações coordenadoras do ECOTOPIA 2007 em Aljezur, desmentem qualquer envolvimento na acção promovida pelo Movimento VERDE EUFÉMIA no passado dia 17 em Silves. A Organização do evento desconhecia a ocorrência da acção, sendo por isso desresponsabilizados pela sua ocorrência nem pela mobilização d@s manifestantes.

Dada a natureza democrática do ECOTOPIA, onde qualquer cidadã@ é convidad@ a participar, ambas as associações rejeitam qualquer responsabilidade pelo eventual envolvimento de alguns d@s participantes na colheita do milho transgénico . Assim sendo são totalmente falsas e infundadas as alegações, feitas na comunicação social, de que as entidades envolvidas na concretização deste evento, nomeadamente no apoio à divulgação, junto d@s jovens portugueses, de um evento absolutamente idóneo, como o ECOTOPIA, tenham apoiado a acção de corte do milho . As associações organizadoras do Ecotopia manifestam o seu profundo desgosto e desagrado pela desacreditação injustificada do evento 2007, que se está a gerar na cobertura mediática." (sublinhados meus)

As "causas" são muito bonitas até que a cobardia obriga à abjuração. Vão ver que ainda vão receber o subsídio este ano.

*

O GAIA ainda não percebeu que o tiro saiu pela culatra. Na próxima que quiserem "acção directa", "criativa" e até "estética", podiam organizar-se, com o dinheiro dos subsídios comprar um terreno ao desbarato, pegar nas sacholas e cultivar milho biológico. Depois visitam o Abrupto e aprendem a ceifar.

Dito isto, é razoável notar que o cultivo de milho biológico ou convencional é um direito em vias de extinção. Infelizmente o milho transgénico não é cultivado dentro de caixas de acrílico e a contaminação não só é inevitável como tolerada pela comissão europeia. Muito mais haveria a dizer mas a macro-causa não é essa.

Entretanto, ficamos a saber que o Abrupto tem um leitor tripeiro a viver em Ottawa o que sem dúvida é importante. É bizarro que tenha merecido publicação graças ao link para o "movimento de extinção humana voluntária", uma introdução insuportável de ruído (se a questão é o extremismo, arranja-se para todos os gostos). Não perdi lá 20 segundos, o título diz tudo, mas o excesso de natalidade é um grave problema e como uma imagem vale por mil palavras fica o Breathing Earth.

A informação sobre as ZLAN é uma das muitas que faz o Abrupto interessante. No entanto acabo por não entender se a associação às ZLT é assim tão linear. A natureza do problema é tão diferente que só a "estética" do título não chega para me convencer. Independentemente disso, basicamente o que diz, e outros blogues com muito menos categoria e até sem categoria nenhuma, é que qualquer causa ambiental e quem as defende é de extrema-esquerda ou na melhor das hipóteses de esquerda. Não vos reconheço esse direito.

Na minha visão simplista das coisas, pelo menos alguns destes temas ambientais na Wikipedia são transversais à sociedade e consequentemente aos partidos. Mas aparentemente não. É óbvio que numa altura destas o PSD, a braços com eleições entre dois carismáticos líderes, não tem tempo para minudências ambientais. Já o PS anda ocupado a tirar o ambiente do caminho das auto-estradas, eólicas, camas para o Allgarve, engorda de peixe em Rede Natura e de tudo que o país obviamente necessita. Para o CDS, o cúmulo ambiental é um verdejante campo de golfe. Passou-se o mesmo na cultura. A "cultura de direita" é uma coisa que não existe, graças aos "marketeers" de esquerda e à ausência da direita.

Mas daqui a uns anos, podemos sempre vir aqui ao Abrupto ler nostalgicamente sobre os últimos dias de paisagem natural em Portugal. É uma pena, isto e o resto.

(José Rui Fernandes)

*

Gostava de esclarecer à acusação que faz ao GAIA de fuga de responsabilidades na acção em Silves que se pode ler no seu blog. Houve membros individuais do GAIA que participaram da acção organizada pela Verde Eufémia, como, quem sabe, se calhar também haviam membros do PSD. A mudança de comunicado foi porque foi feito um comunicado por uma pessoa em cima da hora, e após foi feito outro com uma opinião mais consensual relativamente ao grupo.

Não é discutido na imprensa a questão dos transgénicos e andam tod@s à guerra a mandar a acusações para aqui e para ali. É o jogo da política retórica onde o essencial é completamente ignorado e o debate torna-se estéril.

Parece que tod@s se preocupam mais com a destruição de um hectar de 70 hectares de terreno de um agricultor do que a verdadeira questão que os OGM estão a ser impostos às populações sem elas quererem, a maioria está contra os OGM. A carne que foi alimentada com OGM não é rotulada, logo quem come carne não sabe se a carne foi alimentada soja transgénica. As plantações OGM contaminam os campos vizinhos (não será também invasão de propriedade alheia?). O Algarve declarou-se zona livre de transgénicos e o agricultor em questão preferiu ignorar o desejo da comunidade e plantou OGM.

Aqui, em Portugal, e talvez em muitos sítios, vivemos revoltados contra quem luta pelo direito a um ambiente e uma sociedade justa e saudável e apáticos relativamente as constantes abusos feitos às populações e ao meio ambiente. No Algarve estamos repletos de campos de golfe a consumir quantidades exorbitantes de água e em alguns sítios por vezes no verão temos pessoas a percorrer kms para conseguir lavar os pratos do almoço. Isto sim é vandalismo, é abuso. Não vou percorrer a quantidade de injustiças que ocorrem todos os dias, mesmo à frente dos nossos narizes, às quais estão a maioria dos portugueses estão indiferentes...

a verdade mesmo, o verdadeiro vandalismo foi o que aconteceu em Silves realmente... esses hippies drogados deviam ser corridos a tiro...

(pedro gonçalves)

Começou a operação de desresponsabilização do GAIA com aspectos de pura fraude, em particular a tentativa de apagar documentos e tomadas de posição, substituindo textos na Rede por outros, apagando páginas, numa tentativa de nos enganar. Onde antes esteve isto (entretanto apagado)e depois isto (entretanto apagado)agora está isto As "causas" são muito bonitas até que a cobardia obriga à abjuração. Vão ver que ainda vão receber o subsídio este ano. Etiquetas: Verdeufémia

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ZLANs, ZLTs e Zs

Aqui há uns anos havia um movimento criado pelos soviéticos, no conjunto dos movimentos "unitários" que serviam a política externa da URSS, chamado Zonas Livres de Armas Nucleares (ZLAN). As autarquias do PCP e um número significativo de autarquias do PS e PSD, os habituais inocentes úteis, punham à entrada dos seus concelhos uns grandes cartazes a dizer que eram "zonas livres de armas nucleares". Tudo isto era relativamente inócuo e simbólico, embora não o fosse totalmente. As autarquias pagavam uma soma por pertencerem ao movimento, que ia servir para o financiamento destes movimentos pró-soviéticos e do PCP, e, de vez em quando, uma coisa que certamente atraía os respectivos inocentes úteis, havia umas visitas à RDA, com os autarcas muito contentes com as maravilhas do "socialismo real". Com o fim da URSS, estes movimentos desapareceram ou reciclaram-se.

Isto tem a ver com a chamada "estética" dos "verdeufémios", uma interessante afirmação do seu porta-voz para explicar por que razão andavam de máscara e embuçados, como o "el-rei de Portugal" do fado, embora eles se achem mais para o palestiniano. Aliás, esta questão da "estética" dava um tratado. É que entre estas heranças (como o de Eufémia) está um movimento que foi buscar á "estética" do comunismo o mesmo nome agora mudado em "Zonas Livres de Transgénicos" . Como com o ZLAN, que gostava imenso destas estatísticas (mais "estética"), parece que em Portugal, 27 municípios, 1 freguesia e 1 região já se declararam Zona Livre de Transgénicos. Espero que também isto não inclua qualquer pagamento, quota ou assinatura, para além dos gastos em papel e cartazes e propaganda absurda. Assim vamos nós cantando e rindo.

*

Toda a discussão em torno dos "verdeufémios" teve, pelo menos, uma vantagem: Ficámos a saber que há certos crimes (baptizados com o patusco nome de "semi-públicos") que só têm consequências para quem os pratica se forem objecto de queixa das suas vítimas. É estranho, parece injusto (nomeadamente porque o receio de represálias pode ser determinante), mas é mesmo assim - e foi a percepção, agora, dessa realidade que me fez entender o que se passou comigo há um par de anos:

Foi quando me apercebi que era possível que, à vista de toda a gente, jovens assaltassem quiosques dos CTT, cabines telefónicas e parquímetros impunemente - cenas essas a que assisti por cinco vezes (nos Restauradores e nas Avenidas Novas, em Lisboa) e em plena hora-de-ponta, duas das quais mesmo nas barbas de agentes da PSP e da Polícia Municipal!

Revoltado e intrigado pela inacção destes, resolvi, a certa altura, abordar um - que me pareceu mais pachola - e perguntar-lhe a razão de tanta passividade. E o homem, com o ar fatigado de quem já disse a mesma coisa mil vezes, explicou-me: O mais que podiam fazer era abordar os larápios e identificá-los - eventualmente na esquadra, se houvesse possibilidade de os levar até lá. Em seguida, e como as empresas lesadas não apresentavam queixa, os jovens apenas tinham, como punição, um curto intervalo forçado na sua actividade - que decerto aproveitavam para um bem merecido repouso...

Na altura, ficou tudo dito. Agora, ficou tudo percebido.

(C. Medina Ribeiro)

*

As ZLT não são algo tão "folclórico" com as ZLAN - a legislação consagra mesmo a figura da "zona livre de transgénicos", np artº 13º do Decreto-Lei nº Decreto-Lei nº 160/2005.

(Miguel) Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 12

*

Eu pensava que atitudes como as destes verdeufémios já eram de um extremismo preocupante, mas, como em tudo na vida, há sempre espaço para mais... Este movimento, embora restrito, tem alguns seguidores aqui no Canadá. Foi através de uma palestra pública dada na universidade onde lecciono, que fiquei a conhecer, com assombro, esta ideia. Na altura nem me descansou o facto de saber que o movimento seja reduzido. Que fazer se alguém passar da extinção voluntária a forçada? Basta um punhado de extremis É o cúmulo do "complexo de culpa humano".

Nuno Miguel Coelho (tripeiro e ribeirense a viver em Ottawa)

Na frenética actividade de apagamento de páginas, os "verdeufémios" / "gaias" estão a tentar fazer desaparecer esta amável imagem intitulada "pontapeogm" da Rede e que funcionou como logotipo da "ceifa". (A página da GAIA está indisponível nesta altura.) Em consequência as ligações que estavam no Abrupto ficaram quebradas, mas como já estava à espera que isto acontecesse, há cópia. Este tipo de apagamentos (desde o da página do IPJ aos da página pessoal do porta-voz) são inúteis porque a Rede não é humana e não esquece. Acabam por ficar pior mudando do que deixando tudo na mesma. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 11

"Double standards"

Os comentadores da área do PSD que fazem tanto alarido contra o Governo por causa da destruição de um campo de milho por uns "ecomilitantes" radicais -- como se operação tivesse sido ordenada ou capitaneada pelo próprio Primeiro-Ministro em pessoa -- estarão disponíveis para gastar 1/10 da sua ira para verberar a flagrante violação da lei de financiamento dos partidos por parte... do PSD (ver post anterior)?

[Publicado por vital moreira] 21.8.07 Vital Moreira publicou esta nota no comentador da área do PS " que alguma vez tenha escrito o que nos últimos dez anos tenho publicado sobre os problemas de financiamento, clientelismo, corrupção nos partidos políticos, dando exemplos do próprio PSD. Não precisa de ir mais longe do que os arquivos do Abrupto.

Pelo contrário, não conheço nada de parecido no PS, no PCP ou no BE. Gostava que Vital Moreira me desse um único exemplo de um artigo, um comentário, seja lá o que for, concreto, duro e sem rodriguinhos que se possa comparar com o que escrevi sobre o PSD, e certamente não faltaram oportunidades. E não faltaram oportunidades, algumas bem recentes como as suscitadas pelos financiamentos brasileiros do PS e as críticas do Tribunal Constitucional a todos os partidos sobre as últimas contas apresentadas. E já agora, o PS, como o PSD, o PP e o PCP foram todos criticados. O problema dos financiamentos partidários é estrutural do nosso sistema político e, como tal, não serve para atacar o partido A ou o partido B.

Por isso, não devia entrar no fácil mecanismo de desvalorizar os adversários com " double standards ", que não se lhe aplicam. Aliás, o que é preocupante, mas Vital Moreira não o vê, é a estranha coincidência de aparecimento de notícias contra o PSD e Marques Mendes sempre que o PS está em dificuldades. Existe um padrão fácil de identificar nos últimos anos. O PS e o Governo podem achar o PSD e Marques Mendes uma oposição frágil e ridicularizarem-na, mas não brincam em serviço. É uma técnica conhecida de contra-informação e o seu uso deveria preocupar qualquer democrata. Aliás, esta crise dos transgénicos, que tenho seguido com alguma atenção, revela muito bem o modo como o Governo actua na comunicação. Quase que se pode prever ao milímetro o que vai fazer e ver as armas pesadas que usa. Os mecanismos profissionais de manipulação de opinião que utiliza diminuem a qualidade da democracia.

Vital Moreira, se está preocupado com os financiamentos dos partidos políticos e se quer ver tudo esclarecido como eu quero, dedique um pouco mais de atenção ao PS onde há muita falta de debate destas coisas. Vital Moreira publicou esta nota no Causa Nossa e não vejo outro destinatário que não seja eu. Enganou-se completamente no alvo e deu lições a quem não as recebe. Não conheço qulquer "" que alguma vez tenha escrito o que nos últimos dez anos tenho publicado sobre os problemas de financiamento, clientelismo, corrupção nos partidos políticos, dando exemplos do próprio PSD. Não precisa de ir mais longe do que os arquivos do Abrupto.Pelo contrário, não conheço nada de parecido no PS, no PCP ou no BE. Gostava que Vital Moreira me desse um único exemplo de um artigo, um comentário, seja lá o que for, concreto, duro e sem rodriguinhos que se possa comparar com o que escrevi sobre o PSD, e certamente não faltaram oportunidades. E não faltaram oportunidades, algumas bem recentes como as suscitadas pelos financiamentos brasileiros do PS e as críticas do Tribunal Constitucional a todos os partidos sobre as últimas contas apresentadas. E já agora, o PS, como o PSD, o PP e o PCP foram todos criticados. O problema dos financiamentos partidários é estrutural do nosso sistema político e, como tal, não serve para atacar o partido A ou o partido B.Por isso, não devia entrar no fácil mecanismo de desvalorizar os adversários com "", que não se lhe aplicam. Aliás, o que é preocupante, mas Vital Moreira não o vê, é a estranha coincidência de aparecimento de notícias contra o PSD e Marques Mendes sempre que o PS está em dificuldades. Existe um padrão fácil de identificar nos últimos anos. O PS e o Governo podem achar o PSD e Marques Mendes uma oposição frágil e ridicularizarem-na, mas não brincam em serviço. É uma técnica conhecida de contra-informação e o seu uso deveria preocupar qualquer democrata. Aliás, esta crise dos transgénicos, que tenho seguido com alguma atenção, revela muito bem o modo como o Governo actua na comunicação. Quase que se pode prever ao milímetro o que vai fazer e ver as armas pesadas que usa. Os mecanismos profissionais de manipulação de opinião que utiliza diminuem a qualidade da democracia.Vital Moreira, se está preocupado com os financiamentos dos partidos políticos e se quer ver tudo esclarecido como eu quero, dedique um pouco mais de atenção ao PS onde há muita falta de debate destas coisas. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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(Mais novos comentários em baixo.)

Como aconteceu com o ciclo da história do diploma de Sócrates, hoje é o dia de tentar matar a questão incómoda da destruição do campo de Silves. Estas coisas tem ciclos comunicacionais e é possível manipula-los com uma gestão adequada dos silêncios, sussurros e falas, assim como com distracções úteis. A "central de comunicação" sabe muito bem como isto se faz. Nunca se esqueçam que são profissionais e tem muitos meios à sua disposição.

Uma análise do nome Verde Eufémia no

Razão tem o

Mais novidades na frente jurídica, aqui Uma análise do nome Verde Eufémia no Kontratempos Razão tem o Portugal dos Pequeninos *

Boa noite. Mais uma vez o costume. Desista. Francisco Alves é agora Gualter Baptista. O Teatro Plástico é agora o Verde Eufémia. O caso é de lamentar e igual ao do Rivoli. O relativismo moral em ser-se de equerda continua a fazer escola e a dar frutos. Outros casos houve e as pessoas já se esqueceram. Houve alguma condenação aos 13 ocupantes do Rivoli? Pois... (Filipe Figueiredo) Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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Esta velha questão volta sempre, mas volta porque tem implícita um problema que é uma incomodidade para muitos: se a manifestação de Silves fosse de skinheads ou do PNR, contra uma herdade que tinha trabalhadores indocumentados do Magrebe, a GNR colocaria dois guardas a vigiá-la ou haveria um aparato bélico por tudo quanto era campo? E não haveria prisões e barrreiras policiais? E preciosismos jurídicos para explicar por que não houve detenções? E não teriamos já tido o PM com declarações veementes sobre a ordem pública e os energúmenos nazis?

Todos sabemos a resposta.

*

Sobre esta questão do milho transgénico e dos verdes-eufémios muito se tem dito mas pouco se tem visto o problema na sua verdadeira dimensão. A mim parece-me claro que o verdadeiro culpado de tudo é o Sr. Agricultor (Sr. A - chamo-o assim uma vez que não sei o verdadeiro nome) que teima em trabalhar para ganhar a vida.

Ainda por cima numa actividade que, sabemo-lo todos, é trabalho-intensiva, de sol a sol e de alto risco pois além dos verdes-eufémios deste mundo, ainda pode contar com secas, inundações, ventos desmesurados, fogos postos ou de geração espontânea, pragas de gafanhotos ou outros coleópteros maléficos, taxas e impostos inesperados e inopinados e outras calamidades que me abstenho de mencionar.

Tivesse o Sr. A a esperteza de se ter inscrito atempadamente num partido político daqueles que, hoje ou amanhã, governam o país, no caso actual no PS, e não teria estes dissabores. Em primeiro lugar os eufémios, verdes ou de qualquer outra cor, quiçá vermelhos, teriam sido oportunamente aconselhados a não se meterem com o Sr. A preferindo um Sr. B qualquer, politicamente inócuo.

Em segundo lugar provar-se-ia que o milho do Sr. A, transgénico que possa ser, é total e absolutamente inocente de qualquer tentativa de prejudicar os ambientes ou a saúde das populações indefesas.

E, last but not least, ao Sr. A jamais lhe passaria pela cabeça a tonta ideia de se dedicar à agricultura de forma activa para ganhar o sustento dos seus. Para tal, uma qualquer sinecura ser-lhe-ia garantida, quiçá mesmo no Min. da Agricultura, onde o Sr. A poderia dar a sua contribuição à Pátria e o seu conselho a quantos pudessem pensar em cultivar qualquer coisa que não fosse do agrado dos eufémios deste país, conselho esse que adivinho sábio e cauteloso.

A gente pagaria com o prazer com que sempre pagamos.

Fez por isso muito bem a GNR em não ter intervido para acalmar os rapazes da Eufémia organização, que é para o Sr. A aprender e não ter a mania de se meter em cavalarias altas e andar a dar maus exemplos às gerações vindouras, com esta mania de trabalhar. Ainda por cima na agricultura!!!

A bem da Nação.

(JM)

*

Ver e ouvir o Dr. Louçã em reacção às afirmações do ministro da agricultura sobre uma eventual conexão existente entre o BE e o terrorismo (não foi empregue o uso da violência contra a ordem estabelecida, pese embora não salvaguarda por quem de direito- a GNR - e em claro desrespeito pela justiça, segurança e liberdade de um indivíduo e de todo um Estado de direito?!) praticado pelos "verdeufémios" constitui, para não inovar, um autêntico elixir à capacidade de indignação do cidadão comum.

Por mero exercício mental, e depois de ouvir o Dr. Louçã, em uma das suas melhores performances de pregador da boa nova, decidi espreitar o blogue de um assessor do BE (o mesmo que publicitou as alterações aos conteúdos da Wikipedia sobre o perfil do PM a partir de um computador do CEGER) para saber como pairam as modas na blogosfera da esquerda do BE (sim, porque há varias esquerdas neste pequeno país), e em especial, a moda do movimento dos "verdeufémios". Et voilá !! O blogue «zerodeconduta» desvaloriza o acto terrorista dos "verdeufémios" alegando que o vandalismo e o desrespeito pela lei moram nas instituições e nos grupos económicos! Como é possível?!

Todos sabemos que o "pecado mora ao lado" e temos o dever cívico de o propalar mas estamos moral e civicamente impedidos de olhar, sem ver, que nem obstinados de uma seita, apenas para um dos lados (à direita ou à esquerda, consoante a escolha do "freguês") do nosso circuito.

Da minha parte, fico inquieta. Porquê?? Porque sou da idade dos "verdeufémios".

(Bárbara Rosa)

*

Todos sabemos a resposta.

Tem razão, provavelmente sim.

Mas convenhamos que é um bocadinho diferente ameaçar fisicamente pessoas, incitar à violência racial (já morreu um cabo-verdiano em Lisboa, lembra-se?) de destruir uns pés de milho. Acho um pouco forçada esta comparação ainda que partilhe de todos os seus argumentos para condenar esta palhaçada

(JGR)

*

Serão os alimentos geneticamente modificados prejudiciais para a saúde humana?

Não sei, não sou especialista na matéria e desconfio que grande parte das pessoas que por aí anda a gritar e a ceifar e a comentar também não.

Então em quem devemos confiar?

Em princípio, nas instituições estatais que devem explicar muito bem se estes alimentos são ou não prejudiciais à saúde humana e porquê. E não vale dizer que é um tema polémico e que os cientistas ainda não provaram nem uma coisa nem outra.

O que devia fazer o primeiro-ministro?

Devia primeiro perguntar aos seus ministros da agricultura e da saúde se este tipo de produção alimentar é ou não prejudicial para a saúde humana mas também deve perguntar ao seu ministro da administração interna qual a razão da inércia da GNR. E depois, perante o país, explicar tudo muito bem explicadinho. Inclusivé se o Estado anda a financiar ou não, directa ou indirectamente, esta gente.

Os "verdeufémia" serão aqui os heróis, os justiceiros?

Não, não são. São um bando de maníacos que acredita que vai mesmo salvar o mundo. E levam isto tão a sério que até acham que se pode tornar num modo de vida, uma espécie de novas cruzadas contra o mal.

Se fosse uma acção do PNR seria diferente?

Claro que sim. É óbvio que sim. Comparem as reacções ao cartaz do PNR no Marquês de Pombal e as reacções ao sucedido.

Mas então ao que andam estes "verdeufémia"?

Muito honestamente, julgo que as intenções nem são assim tão más. O problema é que esta gente sofre do síndrome do Robin Wood, acha que ainda vivemos na Idade Média e que as coisas se resolvem à pedrada. Sim, vivem uma utopia, a utopia do deus bom e do deus pastor que nos desvia daquilo que eles consideram ser o mal. Sim, são uma seita. E acham-se modernos. E, pior, acham que têm razão.

O que sai deste episódio?

Pelo menos uma pergunta: em que tipo de sociedade nos estamos a transformar? Sociólogos, psicólogos, antropólogos, biólogos, médicos, filósofos, por favor, ajudem-nos a compreender o que nos está a acontecer.

(Ricardo S. Reis dos Santos )

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Perguntas que estão por responder:

- foi a manifestação dos "verdeufémios" autorizada? Isso significa que responsáveis, objectivos e trajecto foram comunicados às autoridades que depois procedem à autorização, nomeadamente o Governo Civil. Quem pediu a autorização? Se o Movimento Verde Eufémia não tem existência jurídica, quem foi? É importante saber que trajecto foi indicado para se saber se ele acabava no campo de milho ou não. É também importante saber se a manifestação foi autorizada, porque nesse caso a força pública deve acompanhá-la durante todo o trajecto e não vir-se embora como aparentemente aconteceu.

- se a manifestação foi ilegal porque não foi impedida? Refira-se que em casos recentes de manifestações a propósito do encerramento dos Centros de Saúde houve intervenção policial, com os manifestantes a serem filmados não se sabe bem por quem e os filmes a ir parar onde não deviam (a DREN, por exemplo). Critérios...

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Com a ressalva de que não sou um criminalista (à excepção de algumas incursões a que a profissão por vezes obriga) passo a apresentar o meu humilde contributo com base na leitura que faço da lei:

Efectivamente, o jogo de palavras do MAI no que respeita à detenção não parece inocente.

Senão, vejamos:

A) Sem grande rigor científico, podemos apontar a seguinte divisão de crimes:

Crimes públicos: Não carecem da apresentação de queixa. Esquematicamente: as autoridades tomam, por qualquer merio, conhecimento do crime, investigam e deduzem acusação contra o arguido.

Crimes semi-públicos: É preciso que a pessoa com legitimidade para o efeito (ofendido) se queixe para que o processo crime tenha início. Esquematicamente: o ofendido queixa-se, as autoridades investigam e deduzem acusação contra o arguido.

Crimes dependentes de acusação particular: É necessário que o ofendido apresente queixa e, depois, se constitua assistente no processo penal e deduza acusação particular. Esquematicamente: o ofendido queixa-se, as autoridades investigam e é o ofendido que vem deduzir acusação.

B) Aceitemos, por ora, a qualificação atribuída ao crime pelo MAI, que se refere à figura do "crime de dano". Vem o mesmo previsto no artigo 212º do Código Penal:

"1 - Quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável coisa alheia, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

2 - A tentativa é punível.

3 - O procedimento criminal depende de queixa"

C) Estamos, assim, perante um crime punível com pena de prisão e cujo procedimento depende de queixa.

D) Passemos agora ao Código de Processo Penal que nos diz, no seu artigo artigo 255.º, em que casos pode haver detenção em flagrante delito por crime punível com pena de prisão.

"1 - Em caso de flagrante delito, por crime punível com pena de prisão:

a) Qualquer autoridade judiciária ou entidade policial procede à detenção;

b) Qualquer pessoa pode proceder à detenção, se uma das entidades referidas na alínea anterior não estiver presente nem puder ser chamada em tempo útil.

2 - No caso previsto na alínea b) do número anterior, a pessoa que tiver procedido à detenção entrega imediatamente o detido a uma das entidades referidas na alínea a), a qual redige auto sumário da entrega e procede de acordo com o estabelecido no artigo 259.º

3 - Tratando-se de crime cujo procedimento dependa de queixa, a detenção só se mantém quando, em acto a ela seguido, o titular do direito respectivo o exercer. Neste caso, a autoridade judiciária ou a entidade policial levantam ou mandam levantar auto em que a queixa fique registada.

4 - Tratando-se de crime cujo procedimento dependa de acusação particular, não há lugar a detenção em flagrante delito, mas apenas à identificação do infractor."

E) Não nos suscita grandes dúvidas que no caso dos eufémios estivemos perante uma situação de flagrante delito, definida no nº 1 do artigo 256º do Código de Processo Penal como " todo o crime que se está cometendo ou se acabou de cometer"...

F) Em suma: Independentemente da qualificação do crime como público ou semi-público (a qual é, para este efeito, totalmente irrelevante!), parece-nos que a GNR deveria ter procedido à detenção de eufémicos, a qual só não se manteria se o agricultor não viesse a exercer, em acto a ela seguido, o seu direito de queixa. Mais: até qualquer pessoa poderia, tal como o prevê a lei ter procedido à detenção no caso vertente.

Não é correcta, assim, a apreciação do MAI. Até se dirá que é irresponsável que o próprio Ministro da Administração Interna lance para a comunidade (contra o que diz a lei) a ideia de que existe uma espécie de carta branca para livremente se praticarem crimes semi-públicos perante o olhar impotente de autoridades. E depois, quem quiser que se queixe!

(Pedro Oliveira)

*

Ainda quanto à questão da detenção ou não dos “verdeufémios” e da natureza (pública ou semi pública) dos crimes praticados (e portanto da necessidade de queixa ou não), a mim, que não sou especialista, parece-me que para além da violação da propriedade privada e destruição de bens privados (crimes cujo procedimento criminal depende de queixa), estaremos adicionalmente perante outro tipo de crime: Trata-se de uma perturbação violenta e não autorizada da paz pública, tendo sido colectivamente cometidas violências contra a propriedade. Por outro lado, ainda que seja apenas um “movimento”, sem personalidade jurídica e com uma incipiente base institucional, poderá colocar-se a hipótese de estarmos perante uma associação criminosa.

Em qualquer dos casos, o procedimento criminal não depende de queixa. Logo, também por esta razão, não seria válida aqui a explicação do Ministro para a não detenção.

Vejam-se as definições legais (Código Penal):

“Artigo 302º

Participação em motim

1 – Quem tomar parte em motim durante o qual forem cometidas colectivamente violências contra pessoas ou contra a propriedade é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.

2 – Se o agente tiver provocado ou dirigido o motim, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

3 – O agente não é punido se se tiver retirado do motim por ordem ou admoestação da autoridade sem ter cometido ou provocado violência.

Artigo 299º

Associação criminosa

1 – Quem promover ou fundar grupo, organização ou associação cuja finalidade ou actividade seja dirigida à prática de crimes é punido com pena de prisão de 1 a 5 anos.

2 – Na mesma pena incorre quem fizer parte de tais grupos, organizações ou associações ou quem os apoiar, nomeadamente fornecendo armas, munições, instrumentos de crime, guarda ou locais para as reuniões, ou qualquer auxílio para que se recrutem novos elementos.

3 – Quem chefiar ou dirigir os grupos, organizações ou associações referidos nos números anteriores é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos.”

E já agora, quanto aos que apoiam a prática de crimes:

“Artigo 298º

Apologia pública de um crime

1 – Quem, em reunião pública, através de meio de comunicação social, por divulgação de escrito ou outro meio de reprodução técnica, recompensar ou louvar outra pessoa por ter praticado um crime, de forma adequada a criar perigo da prática de outro crime da mesma espécie, é punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 60 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.”

(R)

Ouvindo o MAI ontem na SICN pareceu-me que ele estava a usar um preciosismo jurídico para justificar não ter havido detenções. Sempre que era perguntado por Mário Crespo como era possível fazer aquilo e não haver detenções ele respondia "para uma detenção se manter..." o que não era o que lhe fora perguntado. Os leitores do Abrupto juristas são claros em explicar o "jogo de palavras" do MAI: Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 6

Foi da Ecotopia que saiu o grupo que destruiu o milho da herdade de Silves. Isto é incontroverso. Podem chamar-se hoje Verde Eufémia, ontem outra coisa, amanhã outra, mas a organização da manifestação, a sua logística e preparação foi feita no acampamento. Era aliás um segredo de Polichinelo, visto que o seu anúncio faz parte de uma página do GAIA entretanto apagada (a prática de apagar páginas na Rede generalizou-se nestes últimos dias):

DIA DE ACÇÃO CONTRA OS TRANSGÉNICOS - 17 Agosto - NÃO À COEXISTÊNCIA, SIM À RESISTÊNCIA! 17 de Agosto tem lugar um dia de acção contra os transgénicos, no âmbito do Ecotopia , um dos maiores encontros de activismo pelo ambiente da Europa. Este ano, o Ecotopia decorre em Portugal, em Aljezur, entre 4 e 19 de Agosto e que reunirá centenas de activistas de dezenas de países. Este dia de acção contará com acções descentralizadas, directas e criativas, pelo que desde já são convidad@s a pensar a vossa própria acção ou a juntar-se com outr@s activistas durante o Ecotopia para formar grupos de afinidade. No dia anterior, 16 de Agosto terão lugar workshops de formação sobre o tema dos transgénicos e de preparação para as acções. "

" O GAIA apoia a acção do Movimento Verde Eufemia, por considerar o uso de desobediência civil e acção directa não violenta uma estratégia válida na luta pelos direitos sociais e ambientais da população. "

O problema é pois com o GAIA, que o Governo ontem pretendia associar à Faculdade de Ciência e Tecnologia numa clara táctica de confusão ( a Presidente do IPJ escrevia: "vai esperar para ver se a Faculdade de Ciências e Tecnologia retira o apoio à associação e só aí repensará o patrocínio", o que significa que existia ou iria existir um patrocínio; o MAI disse erradamente que o acampamento era de responsabilidade da Faculdade de Ciência e Tecnologia). Ora é o próprio GAIA que diz ter cortado os laços com a universidade visto que "o facto de se tornar independente permitiu uma participação activa nos temas das Alterações Climáticas e Globalização a um nível “grassroot” e com um nível de crítica social que raramente se encontra noutras Organizações Não Governamentais de Ambiente."

A natureza política das actividades do GAIA está espelhada em todas as informações do seu local na Rede, mas, mesmo assim, recebeu subsídios nos últimos onze anos sem que ninguém inquirisse sobre o carácter das suas actividades que inclui o habitual roteiro altermundialista de protestos, financiado pelo Orçamento de Estado português.

Ora, onde está o engano deliberado do Governo através do IPJ (como se vê na notícia do Público ) é na frase de que a presidente do IPJ, Helena Alve s, afirma que " nenhuma iniciativa desta associação foi financiada ou promovida pelo IPJ em 2007, designadamente o encontro denominado Ecotopia ." Esqueceu-se de dizer foi que tal só se passou porque os subsídios este ano estavam atrasados, como o próprio GAIA o admite:

"IPJ não forneceu qualquer apoio ao GAIA, ou a qualquer outra associação juvenil, apesar de ter vindo a fazê-lo em anos anteriores e com resultados que o GAIA considera muito positivos. Isso prende-se com o facto de os prazos de candidaturas se terem atrasado de forma absolutamente inadmissível, o que é revelador da falta de atenção dada às iniciativas e à participação activa dos jovens por parte das entidades competentes." Por isso, a mera publicação do desmentido do IPJ sem os elementos que o colocam no contexto e sem os esclarecimentos que faltam (por exemplo: já teria sido o GAIA subsidiado este ano se não fosse o atraso? É o que dá a entender a presidente do IPJ quando diz Por isso, a mera publicação do desmentido do IPJ sem os elementos que o colocam no contexto e sem os esclarecimentos que faltam (por exemplo: já teria sido o GAIA subsidiado este ano se não fosse o atraso? É o que dá a entender a presidente do IPJ quando diz "ir esperar para ver se a Faculdade de Ciências e Tecnologia retira o apoio à associação e só aí repensará o patrocínio".) é bastante insuficiente como trabalho jornalístico . Tudo isto já era conhecido ontem. Assim a "central de comunicações " do Governo ganha.

O GAIA era o grupo organizador da Ecotopia e apoiou a acção. Está escrito e registado aqui o que significa que existia ou iria existir um patrocínio; o MAI disse erradamente que o acampamento era de responsabilidade daA natureza política das actividades do GAIA está espelhada em todas as informações do seu local na Rede, mas, mesmo assim, recebeu subsídios nos últimos onze anos sem que ninguém inquirisse sobre o carácter das suas actividades que inclui o habitual roteiro altermundialista de protestos, financiado pelo Orçamento de Estado português.Ora, onde está o engano deliberado do Governo através do IPJ (como se vê na notícia do) é na frase de que a presidente do IPJ, Helena Alveafirma que." Esqueceu-se de dizer foi que tal só se passou porque os subsídios este ano estavam atrasados, como o próprio GAIA o admite:é bastante insuficiente como trabalho jornalísticoTudo isto já era conhecido ontem.Assim a "central de comunicações " do Governo ganha. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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Ontem escrevi que temia que em vez de esclarecimentos precisos o Governo fornecesse " informações" exclusivas sopradas aos jornais, para (...) obter alguns efeitos de acalmia e distracção. " Aconteceu. Os "comunicadores" do Governo são profissionais sabem como se fazem estas coisas. Vamos ver alguns casos.

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O Ministro da Agricultura referiu que o Governo iria publicar um comunicado esclarecendo o seu papel no apoio à Ecotopia, e, presume-se que ao GAIA, que a organizou. Chegou ao fim o dia e nada. Espero que um comunicado, que facilita o contraditório, não seja substituído por "informações" exclusivas sopradas aos jornais, para que o Governo possa obter alguns efeitos de acalmia e distracção. É que o modo como falam da Faculdade de Ciência e Tecnologia, como responsável pelo acampamento, já me parece fazer parte de uma operação de desinformação em curso. E este Governo é useiro e vezeiro nestas técnicas de comunicação e já se percebeu que deu importância ao assunto. Faculdade de Ciência e Tecnologia, como responsável pelo acampamento, já me parece fazer parte de uma operação de desinformação em curso. E este Governo é useiro e vezeiro nestas técnicas de comunicação e já se percebeu que deu importância ao assunto. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

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Segundo o MAI tratou-se de "ecoterrorismo soft ". Se o pobre do agricultor, que teve um problema cardíaco depois da destruição, tivesse morrido (salvo seja!) passava a "ecoterrorismo hard "?

Já alguém se perguntou se o agricultor que estava num estado emotivo (e doente) logo a seguir à destruição, pura e simplesmente não apresentou queixa (o frágil alibi para não ter havido detenções) , por puro receio da sua integridade, face a uma GNR que parecia impotente e indiferente?

E já agora, a que horas é que tudo isto aconteceu? Vai ser interessante a cronologia.

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O porta-voz que afinal não é do movimento de que é porta-voz e que esteve mas não esteve na destruição do milho mudou na sua página a entrada Who I'd Like To Meet do Hi5 de "Activistas para partir esta merda toda como deve ser! " para " Jornalistas medíocres que gostam de cuscovilhar as minhas brincadeiras com amigos do Hi5 para tentarem dar uma má imagem ao porta-voz de um movimento pacífico de desobediência civil.. ."

O porta-voz apagou também uma interessante foto em que aparecia vestido de palhaço numa acção contra os McDonalds. do Hi5 depara."O porta-voz apagou também uma interessante foto em que aparecia vestido de palhaço numa acção contra os McDonalds. Etiquetas: OGMs, Verdeufémia

(url) © José Pacheco Pereira

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