Coronavírus: Direita aponta "erros" e resposta tardia, esquerda quer mais SNS

19-04-2020
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Telmo Correia considera que "foram cometidos erros" na gestão da agora pandemia do novo coronavírus, o principal dos quais ter-se "desvalorizado a gravidade desta situação" durante algum tempo. Na abertura do debate parlamentar de atualidade sobre a Covid-19 marcado pelo CDS, o deputado centrista garantiu, porém, que o partido vai manter "uma posição de responsabilidade e sentido de Estado"."Percebemos que houve uma mudança de atitude e um subir de grade de responsabilidade", disse Telmo Correia relativamente às medidas anunciadas na noite de ontem pelo Conselho de Ministros, que decretou estado de alerta no país e, entre outras medidas, o encerramento de todas as escolas, ideia já defendida pelos centristas no início da semana.Telmo Correia lembrou que não foram controlados os voos, em especial oriundos de Itália, que o plano de contingência foi adotado "dois meses e meio depois do início da epidemia, que não houve reforço imediato de meios e profissionais do Serviço Nacional de Saúde, que a linha de Saúde24 "não funcionou e entrou em colapso", e sustentou que a comunicação feita pelas entidades foi "em muitos casos absolutamente errática", lembrando que o encerramento dos estabelecimentos de ensino agora decidido foi pedido há vários dias pelo CDS. "Perdemos tempo", resumiu o líder parlamentar do CDS .O CDS "não foge ao apelo" à união feito pelo primeiro-ministro, mas exige "determinação", prosseguiu o parlamentar antes de deixar um longo rol de perguntas para a ministra da Saúde, Marta Temido, que representa o Governo neste debate na Assembleia da República: vai haver condições para a realização de mais testes de diagnóstico; os profissionais de saúde terão os equipamentos necessários quando for atingido o pico do surto; quantos profissionais vão reforçar o SNS; o SNS ficará livre das cativações do Ministério das Finanças; qual o número de camas disponíveis; qual a capacidade em termos de ventilação; não fará sentido criar hospitais específicos para combater a pandemia; pediu ainda garantias sobre o funcionamento da Saúde24 e "medidas mais sérias nas fronteiras".Seguiram-se ainda outras questões colocadas por Ana Rita Bessa. A também deputada centrista quer saber se não "haverá controlos nas fronteiras", sobretudo nos voos de "países particularmente afetados" como França e Espanha e se haverá medidas para evitar contágio ns transportes públicos.Já o deputado do PSD, Ricardo Baptista Leite, sublinhou que este "tem de ser um momento de união" e apelou a todos que "cancelem tudo e que fiquem em casa" para interromper o ciclo de contágio do novo coronavírus.Baptista Leite considera premente evitar a situação que se vive em Itália, país onde, devido à incapacidade de resposta do setor da saúde, se discutem condições de acesso a cuidados intensivos, designadamente em função da idade ou de outras doenças, e, como tal, frisou que o país dispõe de "1.400 camas com ventiladores" quando podem "ser necessárias 20 mil".O deputado social-democrata apelou ainda ao recurso ao apoio dos estudantes de medicina, enfermagem, farmácia e ainda dos militares.A ministra Marta Temido, que remeteu respostas para o final deste debate, admitiu apenas que perante a gravidade da situação "avizinham-se dias de enorme esforço".Bloquistas e comunistas, em linhas com o verificado também na generalidade das bancadas parlamentares, consideram necessário garantir condições do reforço da capacidade de resposta do SNS. Nesse sentido, tanto o deputado do Bloco de Esquerda, Moisés Ferreira, como a deputada do PCP, Paula Santos, apontaram a necessidade de assegurar autonomia ao SNS para contratar os meios e profissionais necessários para responder à pandemia sem constrangimentos impostos pelas Finanças.Moisés Ferreira acompanhou o PSD ao pedir a "mobilização imediata de todos os profissionais de saúde reformados, todos os médicos internos e todos os estudantes de medicina para, por exemplo, reforçar a Linha de Saúde24". Reiterou ainda a proposta ontem feita pela líder do Bloco com vista à "requisição dos profissionais, meios e instalações ao setor privado para reforçar o número de profissionais e capacidade de internamento e prestação de cuidados do SNS" e defendeu ser "necessário limitar as exportações de equipamentos de proteção individual".

Pelo seu lado, Paula Santos notou ser preciso aumentar a "capacidade de camas de cuidados intensivos" e a "resposta ao nível dos ventiladores e de isolamento". A deputada comunista recuperou também a exigência feita na véspera pelo secretário-geral Jerónimo de Sousa de que "os trabalhadores têm de ter os direitos e rendimentos assegurados", desde logo mediante o "pagamento do salário a 100%".

Bebiana Cunha (PAN) pediu "foco, determinação e responsabilidade" ao Governo, enquanto os deputados João Cotrim Figueiredo (Iniciativa Liberal) e André Ventura (Chega) consideram que as medidas ontem adotadas pelo Governo não são suficientes. Cotrim Figueiredo diz que o "isolamento social é a única" via para travar a pandemia e Ventura apelou a que não haja "medo de controlar as fronteiras".

Antes, a líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, tinha avaliado as medidas anunciadas como "adequadas, proporcionais e necessárias ao momento" que se vive, sustentando que nesta fase se dispensam "querelas partidárias" pois é necessária a "coesão e solidariedade de todos" para que o país possa responder à propagação da Covid-19.

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Telmo Correia considera que "foram cometidos erros" na gestão da agora pandemia do novo coronavírus, o principal dos quais ter-se "desvalorizado a gravidade desta situação" durante algum tempo. Na abertura do debate parlamentar de atualidade sobre a Covid-19 marcado pelo CDS, o deputado centrista garantiu, porém, que o partido vai manter "uma posição de responsabilidade e sentido de Estado"."Percebemos que houve uma mudança de atitude e um subir de grade de responsabilidade", disse Telmo Correia relativamente às medidas anunciadas na noite de ontem pelo Conselho de Ministros, que decretou estado de alerta no país e, entre outras medidas, o encerramento de todas as escolas, ideia já defendida pelos centristas no início da semana.Telmo Correia lembrou que não foram controlados os voos, em especial oriundos de Itália, que o plano de contingência foi adotado "dois meses e meio depois do início da epidemia, que não houve reforço imediato de meios e profissionais do Serviço Nacional de Saúde, que a linha de Saúde24 "não funcionou e entrou em colapso", e sustentou que a comunicação feita pelas entidades foi "em muitos casos absolutamente errática", lembrando que o encerramento dos estabelecimentos de ensino agora decidido foi pedido há vários dias pelo CDS. "Perdemos tempo", resumiu o líder parlamentar do CDS .O CDS "não foge ao apelo" à união feito pelo primeiro-ministro, mas exige "determinação", prosseguiu o parlamentar antes de deixar um longo rol de perguntas para a ministra da Saúde, Marta Temido, que representa o Governo neste debate na Assembleia da República: vai haver condições para a realização de mais testes de diagnóstico; os profissionais de saúde terão os equipamentos necessários quando for atingido o pico do surto; quantos profissionais vão reforçar o SNS; o SNS ficará livre das cativações do Ministério das Finanças; qual o número de camas disponíveis; qual a capacidade em termos de ventilação; não fará sentido criar hospitais específicos para combater a pandemia; pediu ainda garantias sobre o funcionamento da Saúde24 e "medidas mais sérias nas fronteiras".Seguiram-se ainda outras questões colocadas por Ana Rita Bessa. A também deputada centrista quer saber se não "haverá controlos nas fronteiras", sobretudo nos voos de "países particularmente afetados" como França e Espanha e se haverá medidas para evitar contágio ns transportes públicos.Já o deputado do PSD, Ricardo Baptista Leite, sublinhou que este "tem de ser um momento de união" e apelou a todos que "cancelem tudo e que fiquem em casa" para interromper o ciclo de contágio do novo coronavírus.Baptista Leite considera premente evitar a situação que se vive em Itália, país onde, devido à incapacidade de resposta do setor da saúde, se discutem condições de acesso a cuidados intensivos, designadamente em função da idade ou de outras doenças, e, como tal, frisou que o país dispõe de "1.400 camas com ventiladores" quando podem "ser necessárias 20 mil".O deputado social-democrata apelou ainda ao recurso ao apoio dos estudantes de medicina, enfermagem, farmácia e ainda dos militares.A ministra Marta Temido, que remeteu respostas para o final deste debate, admitiu apenas que perante a gravidade da situação "avizinham-se dias de enorme esforço".Bloquistas e comunistas, em linhas com o verificado também na generalidade das bancadas parlamentares, consideram necessário garantir condições do reforço da capacidade de resposta do SNS. Nesse sentido, tanto o deputado do Bloco de Esquerda, Moisés Ferreira, como a deputada do PCP, Paula Santos, apontaram a necessidade de assegurar autonomia ao SNS para contratar os meios e profissionais necessários para responder à pandemia sem constrangimentos impostos pelas Finanças.Moisés Ferreira acompanhou o PSD ao pedir a "mobilização imediata de todos os profissionais de saúde reformados, todos os médicos internos e todos os estudantes de medicina para, por exemplo, reforçar a Linha de Saúde24". Reiterou ainda a proposta ontem feita pela líder do Bloco com vista à "requisição dos profissionais, meios e instalações ao setor privado para reforçar o número de profissionais e capacidade de internamento e prestação de cuidados do SNS" e defendeu ser "necessário limitar as exportações de equipamentos de proteção individual".

Pelo seu lado, Paula Santos notou ser preciso aumentar a "capacidade de camas de cuidados intensivos" e a "resposta ao nível dos ventiladores e de isolamento". A deputada comunista recuperou também a exigência feita na véspera pelo secretário-geral Jerónimo de Sousa de que "os trabalhadores têm de ter os direitos e rendimentos assegurados", desde logo mediante o "pagamento do salário a 100%".

Bebiana Cunha (PAN) pediu "foco, determinação e responsabilidade" ao Governo, enquanto os deputados João Cotrim Figueiredo (Iniciativa Liberal) e André Ventura (Chega) consideram que as medidas ontem adotadas pelo Governo não são suficientes. Cotrim Figueiredo diz que o "isolamento social é a única" via para travar a pandemia e Ventura apelou a que não haja "medo de controlar as fronteiras".

Antes, a líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, tinha avaliado as medidas anunciadas como "adequadas, proporcionais e necessárias ao momento" que se vive, sustentando que nesta fase se dispensam "querelas partidárias" pois é necessária a "coesão e solidariedade de todos" para que o país possa responder à propagação da Covid-19.

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