André Ventura: "Se Sá Carneiro estivesse vivo acreditava em muitas das coisas que digo"

27-09-2020
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O presidente do Chega voltou este domingo a colar-se à figura popular do falecido fundador do PPD/PSD Francisco Sá Carneiro, embora em versão adaptada ao século XXI, e assumiu uma postura mais presidencialista no partido legalizado em abril de 2019.

“Tenho a certeza de que se Sá Carneiro estivesse vivo hoje acreditava em muitas das coisas que eu digo. Por isso é que digo que sou o herdeiro dele, não no mau sentido, mas no sentido de que nunca conheci um líder que inspirasse tanta gente, e esse é o meu modelo. Fazer política junto das pessoas e ter como objetivo melhorar a vida das pessoas”, disse André Ventura, em entrevista à agência Lusa.

Em Évora, na II Convenção Nacional da força política que dirige, o deputado único do Chega apresentou-se como “herdeiro humilde” do antigo primeiro-ministro que morreu no desastre de avião de Camarate (04 dezembro 1980) e revelou que passa “muitas horas a ler discursos e a ouvir Sá Carneiro, daquilo que está disponível”.

“Para mim é um grande modelo. Sei que muitas pessoas de direita não gostam disso, mas eu digo aquilo que penso”, afirmou.

Na opinião de Ventura, “Sá Carneiro mudou de posição e de opinião em relação à ideia que tinha de Portugal, provavelmente, no dia 25 de Abril”.

“Provavelmente, no dia em que faleceu e nos meses que se antecederam, já tinha outra [ideia], caso contrário não teria lançado uma grande coligação como a Aliança Democrática [PPD/PSD, CDS-PP, PPM]”, declarou.

Para sustentar a sua comparação ao histórico líder do PPD, o presidente do Chega assinalou que “há muito tempo” que não sentia “um levantamento popular de uma força que é genuinamente popular, de base”.

“Sá Carneiro conseguiu fazê-lo. Foi o homem do seu tempo e do que aquele tempo precisava. Eu acho que sou esse homem de que Portugal precisa hoje, com as diferenças que o tempo tem. O pensamento de Sá Carneiro era para os anos de 1970 e 80, o meu pensamento é para o século XXI”, garantiu.

Em termos de alterações estatutárias a serem aprovadas pelos delegados à convenção, Ventura assume que o Chega “é um partido que reforça a imagem presidencialista”.

“Aumenta o mandato (para quatro anos) para coincidir com os ciclos eleitorais. As concelhias não serão eleitas, serão nomeadas. Saio daqui com instrumentos para segurar o partido com mais força. Vou usar essa força, é preciso que os militantes saibam disso. Vou tentar, dentro das possibilidades e quadro legal, impedir que este partido caia, por causa de tensões e lutas internas, no mesmo em que acabaram PSD e PS”, prometeu.

Ainda sobre a equiparação a Sá Carneiro e ao risco físico de defender as suas ideias publicamente, o presidente do Chega recusou “fazer grandes considerações sobre segurança” porque foi aconselhado “a não fazê-lo”.

“É sabido que temos tido mais ameaças, sobretudo nesta escalada de confronto com as questões do racismo. Nós estamos a ameaçar o sistema fortemente, mas temos uma cultura democrática madura. Não vivemos num país que nos colocou numa marginalidade absoluta. Os poderes estão a funcionar. Apesar de termos uma mensagem antissistema estamos a passá-la. Mesmo o poder instituído percebeu que já não se pode tratar de quem se gosta menos com ameaças concretas à sua vida e integridade física”, disse.

Ventura garantiu que o partido tem “todas as precauções de segurança, que aliás são visíveis”. O líder é sempre acompanhado, em todas as ocasiões, por uma corpo pessoal de guarda-costas.

“Fazemos um investimento significativo nesta área, mas não me quero vitimizar. Quando comecei isto sabia ao que vinha, que isto ia gerar tensões e conflitos e assumo-os. Não sou nenhuma vítima. Espero que os portugueses tenham a decência ou razoabilidade de perceber que o tempo hoje é de debate democrático e não de confronto físico ou de vida ou de morte”, continuou.

Sobre o evento que decorre numa quinta nos arredores de Évora desde sábado, Ventura afirmou que “superou [as expectativas] na afluência, sem dúvida”

“Tivemos mais gente do que esperávamos, não conseguimos acolher toda a gente. Infelizmente, houve delegados que já não conseguiram entrar. A participação está incrível, vê-se que o partido está a crescer imenso, com uma dinâmica fortíssima. Isso implica também tensões internas… são dores de crescimento, o que espero é que não minem a capacidade de passar a mensagem para fora. Não podemos ter os mesmos problemas e vícios que tiveram PSD e PS”, desejou.

André Ventura foi eleito presidente da Direção Nacional do Chega na I Convenção Nacional do partido, que decorreu nos dias 29 e 30 de Junho de 2019 em Algés, Lisboa. Há duas semanas foi reeleito, com 99% dos votos, em eleições diretas.

O presidente do Chega voltou este domingo a colar-se à figura popular do falecido fundador do PPD/PSD Francisco Sá Carneiro, embora em versão adaptada ao século XXI, e assumiu uma postura mais presidencialista no partido legalizado em abril de 2019.

“Tenho a certeza de que se Sá Carneiro estivesse vivo hoje acreditava em muitas das coisas que eu digo. Por isso é que digo que sou o herdeiro dele, não no mau sentido, mas no sentido de que nunca conheci um líder que inspirasse tanta gente, e esse é o meu modelo. Fazer política junto das pessoas e ter como objetivo melhorar a vida das pessoas”, disse André Ventura, em entrevista à agência Lusa.

Em Évora, na II Convenção Nacional da força política que dirige, o deputado único do Chega apresentou-se como “herdeiro humilde” do antigo primeiro-ministro que morreu no desastre de avião de Camarate (04 dezembro 1980) e revelou que passa “muitas horas a ler discursos e a ouvir Sá Carneiro, daquilo que está disponível”.

“Para mim é um grande modelo. Sei que muitas pessoas de direita não gostam disso, mas eu digo aquilo que penso”, afirmou.

Na opinião de Ventura, “Sá Carneiro mudou de posição e de opinião em relação à ideia que tinha de Portugal, provavelmente, no dia 25 de Abril”.

“Provavelmente, no dia em que faleceu e nos meses que se antecederam, já tinha outra [ideia], caso contrário não teria lançado uma grande coligação como a Aliança Democrática [PPD/PSD, CDS-PP, PPM]”, declarou.

Para sustentar a sua comparação ao histórico líder do PPD, o presidente do Chega assinalou que “há muito tempo” que não sentia “um levantamento popular de uma força que é genuinamente popular, de base”.

“Sá Carneiro conseguiu fazê-lo. Foi o homem do seu tempo e do que aquele tempo precisava. Eu acho que sou esse homem de que Portugal precisa hoje, com as diferenças que o tempo tem. O pensamento de Sá Carneiro era para os anos de 1970 e 80, o meu pensamento é para o século XXI”, garantiu.

Em termos de alterações estatutárias a serem aprovadas pelos delegados à convenção, Ventura assume que o Chega “é um partido que reforça a imagem presidencialista”.

“Aumenta o mandato (para quatro anos) para coincidir com os ciclos eleitorais. As concelhias não serão eleitas, serão nomeadas. Saio daqui com instrumentos para segurar o partido com mais força. Vou usar essa força, é preciso que os militantes saibam disso. Vou tentar, dentro das possibilidades e quadro legal, impedir que este partido caia, por causa de tensões e lutas internas, no mesmo em que acabaram PSD e PS”, prometeu.

Ainda sobre a equiparação a Sá Carneiro e ao risco físico de defender as suas ideias publicamente, o presidente do Chega recusou “fazer grandes considerações sobre segurança” porque foi aconselhado “a não fazê-lo”.

“É sabido que temos tido mais ameaças, sobretudo nesta escalada de confronto com as questões do racismo. Nós estamos a ameaçar o sistema fortemente, mas temos uma cultura democrática madura. Não vivemos num país que nos colocou numa marginalidade absoluta. Os poderes estão a funcionar. Apesar de termos uma mensagem antissistema estamos a passá-la. Mesmo o poder instituído percebeu que já não se pode tratar de quem se gosta menos com ameaças concretas à sua vida e integridade física”, disse.

Ventura garantiu que o partido tem “todas as precauções de segurança, que aliás são visíveis”. O líder é sempre acompanhado, em todas as ocasiões, por uma corpo pessoal de guarda-costas.

“Fazemos um investimento significativo nesta área, mas não me quero vitimizar. Quando comecei isto sabia ao que vinha, que isto ia gerar tensões e conflitos e assumo-os. Não sou nenhuma vítima. Espero que os portugueses tenham a decência ou razoabilidade de perceber que o tempo hoje é de debate democrático e não de confronto físico ou de vida ou de morte”, continuou.

Sobre o evento que decorre numa quinta nos arredores de Évora desde sábado, Ventura afirmou que “superou [as expectativas] na afluência, sem dúvida”

“Tivemos mais gente do que esperávamos, não conseguimos acolher toda a gente. Infelizmente, houve delegados que já não conseguiram entrar. A participação está incrível, vê-se que o partido está a crescer imenso, com uma dinâmica fortíssima. Isso implica também tensões internas… são dores de crescimento, o que espero é que não minem a capacidade de passar a mensagem para fora. Não podemos ter os mesmos problemas e vícios que tiveram PSD e PS”, desejou.

André Ventura foi eleito presidente da Direção Nacional do Chega na I Convenção Nacional do partido, que decorreu nos dias 29 e 30 de Junho de 2019 em Algés, Lisboa. Há duas semanas foi reeleito, com 99% dos votos, em eleições diretas.

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