portugal dos pequeninos

15-12-2019
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Na Ovibeja - lindo nome - ouvi o Paulo Portas descrever um "procedimento" confidencial seguido pelos rapazes da ASAE do Norte digno dos planos quinquenais do velho Estaline. Não estão, no entanto, sós. Segundo o DN, também os inspectores da PJ vão ser avaliados de acordo com "objectivos" quantitativos, a saber, quantas mais investigações levarem a acusação, melhor para a "carreirinha" deles. Para os da ASAE é o costume: mais contra-ordenações, mais detenções, mais estabelecimentos fechados constituem o "quadro de honra". O sr. Nunes veio desmentir mas, quem conhece minimamente o Estado e os organismos de controlo, sabe como apreciam estar "na vanguarda" de quem manda. Até porque não é certo que quem manda "mande" precisamente aquilo. O cânone dos "objectivos", a obsessão pela "avaliação" e pelo "mérito" são jargões maravilhosos que resultam - quando resultam - em sociedades que conseguiram "acantonar" minimamente a estupidez. Num país primitivo, alérgico às liberdades, gerido por pessoal "intermédio" formado na subserviência e no "agrado" e em que a "avaliação" está, em geral, nas mãos de gente ignorante e invejosa ou assenta em pressupostos risíveis, é, no fundo, a estupidez quem oficia. Segundo Carlo Cipolla, existem cinco "leis" que definem o "comportamento estúpido". A primeira, diz-nos que "cada um de nós subestima sempre e inevitavelmente o número de indivíduos estúpidos em circulação". A segunda, ensina-nos que "a probabilidade de uma certa pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica dessa mesma pessoa". A terceira, define a pessoa estúpida como aquela "que causa um dano a outra pessoa ou grupo de pessoas, sem que disso resulte alguma vantagem para si, ou podendo, até, vir a sofrer um prejuízo". A quarta, alerta para o facto de "as pessoas não estúpidas subestimarem sempre o potencial nocivo das pessoas estúpidas", isto é, "os não estúpidos esquecem-se constantemente que em qualquer momento, lugar e situação, tratar e/ou associar-se com indivíduos estúpidos revela-se, infalivelmente, um erro que se paga muito caro". Finalmente a "quinta lei" chama a atenção para o óbvio: a pessoa estúpida é o tipo de pessoa mais perigosa que existe (sublinhado meu). Conclui Cipolla - e eu com ele - que "as pessoas estúpidas causam perdas a outras pessoas sem que obtenham vantagens para si próprias" já que ninguém lhes agradece o zelo e o "mérito". Todavia, elas andam e mandam por aí.


Na Ovibeja - lindo nome - ouvi o Paulo Portas descrever um "procedimento" confidencial seguido pelos rapazes da ASAE do Norte digno dos planos quinquenais do velho Estaline. Não estão, no entanto, sós. Segundo o DN, também os inspectores da PJ vão ser avaliados de acordo com "objectivos" quantitativos, a saber, quantas mais investigações levarem a acusação, melhor para a "carreirinha" deles. Para os da ASAE é o costume: mais contra-ordenações, mais detenções, mais estabelecimentos fechados constituem o "quadro de honra". O sr. Nunes veio desmentir mas, quem conhece minimamente o Estado e os organismos de controlo, sabe como apreciam estar "na vanguarda" de quem manda. Até porque não é certo que quem manda "mande" precisamente aquilo. O cânone dos "objectivos", a obsessão pela "avaliação" e pelo "mérito" são jargões maravilhosos que resultam - quando resultam - em sociedades que conseguiram "acantonar" minimamente a estupidez. Num país primitivo, alérgico às liberdades, gerido por pessoal "intermédio" formado na subserviência e no "agrado" e em que a "avaliação" está, em geral, nas mãos de gente ignorante e invejosa ou assenta em pressupostos risíveis, é, no fundo, a estupidez quem oficia. Segundo Carlo Cipolla, existem cinco "leis" que definem o "comportamento estúpido". A primeira, diz-nos que "cada um de nós subestima sempre e inevitavelmente o número de indivíduos estúpidos em circulação". A segunda, ensina-nos que "a probabilidade de uma certa pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica dessa mesma pessoa". A terceira, define a pessoa estúpida como aquela "que causa um dano a outra pessoa ou grupo de pessoas, sem que disso resulte alguma vantagem para si, ou podendo, até, vir a sofrer um prejuízo". A quarta, alerta para o facto de "as pessoas não estúpidas subestimarem sempre o potencial nocivo das pessoas estúpidas", isto é, "os não estúpidos esquecem-se constantemente que em qualquer momento, lugar e situação, tratar e/ou associar-se com indivíduos estúpidos revela-se, infalivelmente, um erro que se paga muito caro". Finalmente a "quinta lei" chama a atenção para o óbvio: a pessoa estúpida é o tipo de pessoa mais perigosa que existe (sublinhado meu). Conclui Cipolla - e eu com ele - que "as pessoas estúpidas causam perdas a outras pessoas sem que obtenham vantagens para si próprias" já que ninguém lhes agradece o zelo e o "mérito". Todavia, elas andam e mandam por aí.

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