portugal dos pequeninos: O VELHO E SEMPRE ADMIRÁVEL NOVO MUNDO

15-12-2019
marcar artigo


Afinal, nem tudo é mau. As notas de matemática do 9º ano "melhoraram" conforme "previsto" pelas estatísticas, o PS é o garante da "mundivisão" pós-Vaticano II em Portugal, encabeçada por esse "modelo" de homem "moderno" e cosmopolita que é o sr. Alberto Martins e, à meia-noite, fomos um entre os primeiros vinte e dois países que, precisamente por causa de tanta "modernidade", pusemos à venda um objecto apelidado de "iPhone 3G", um bem seguramente de primeira necessidade a avaliar pelo número de "modernaços" que esperaram por ele como os miúdos pelo derradeiro Harry Potter. Uma senhora explicou a espera por causa da "mudança". De telemóvel, naturalmente. Esta discípula involuntária de Sócrates - o mundividente e pós-moderno Sócrates que nunca deve ter lido um livro na vida - "espelha" o país de novos monstros que estamos a incubar. De um lado, está a realidade onde vegeta a maioria passiva e resignada à sua miséria material e instintual. Do outro, está o "novo homem socrático" como já esteve, no passado, o "novo homem cavaquista" com a sua irremediável e imoderada superficialidade. O português médio aprecia a ilusão da felicidade e, como tal, revê-se no "amanhã" que Sócrates lhe promete. Sócrates é o demiurgo que vende "ânimo", "coragem" e "determinação" como o sr. Carrapatoso vende "iPhones 3G". Estão bem um para o outro. Mesmo que não sejam deste mundo por estarem sempre "muito à frente". Tão à frente que nem reparam no precipício que os espera a seguir.


Afinal, nem tudo é mau. As notas de matemática do 9º ano "melhoraram" conforme "previsto" pelas estatísticas, o PS é o garante da "mundivisão" pós-Vaticano II em Portugal, encabeçada por esse "modelo" de homem "moderno" e cosmopolita que é o sr. Alberto Martins e, à meia-noite, fomos um entre os primeiros vinte e dois países que, precisamente por causa de tanta "modernidade", pusemos à venda um objecto apelidado de "iPhone 3G", um bem seguramente de primeira necessidade a avaliar pelo número de "modernaços" que esperaram por ele como os miúdos pelo derradeiro Harry Potter. Uma senhora explicou a espera por causa da "mudança". De telemóvel, naturalmente. Esta discípula involuntária de Sócrates - o mundividente e pós-moderno Sócrates que nunca deve ter lido um livro na vida - "espelha" o país de novos monstros que estamos a incubar. De um lado, está a realidade onde vegeta a maioria passiva e resignada à sua miséria material e instintual. Do outro, está o "novo homem socrático" como já esteve, no passado, o "novo homem cavaquista" com a sua irremediável e imoderada superficialidade. O português médio aprecia a ilusão da felicidade e, como tal, revê-se no "amanhã" que Sócrates lhe promete. Sócrates é o demiurgo que vende "ânimo", "coragem" e "determinação" como o sr. Carrapatoso vende "iPhones 3G". Estão bem um para o outro. Mesmo que não sejam deste mundo por estarem sempre "muito à frente". Tão à frente que nem reparam no precipício que os espera a seguir.

marcar artigo