portugal dos pequeninos: O NOIVISMO DE SANTO ANTÓNIO AO LUX

15-12-2019
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Tinha jurado não voltar ao assunto*. Porém, uma longa entrevista do "mais cotado designer gráfico português" (é assim que a revista Pública do Público o apresenta), Ricardo Mealha - destinada aparentemente a "explicar" a vileza da sociedade nacional, por um lado, e a equanimidade da figura do casamento, por outro - suscita duas ou três observações. Mealha, o tal maravilhoso e praticamente único designer nacional - o que é que pensas disto? -, é o produto típico da classe média alta lisboeta. Os colégios, as "vivências" (essa expressão medonha), a educação, em suma, tudo fazia de Mealha um bom betinho, destinado a belos voos. Aterrou bem, de facto. O seu talento - pois algum terá - foi devidamente apropriado pelo regime que lhe comprou catálogos para exposições oficiais e símbolos (o do Ministério da Cultura é dele). Deve estar já naquela fase da vida em que podia precocemente aposentar-se. Ficamos a saber (como se isso interessasse a alguém) que Mealha "casa" amanhã na discoteca Lux, em Lisboa, perante uns quinhentos convidados, Sócrates não foi esquecido como a entrevista salienta. "Casa" com o seu namorado David que, evidenciando um bom senso que Mealha manifestamente não tem, não falou. É evidente que Mealha e David não vão casar. O gesto é uma mera manobra publicitária destinada a consagrar uma nova espécie de anti-concurso de "noivas de Santo António" bcbg. Mealha nem sequer tenciona ficar por cá à espera da "nova" lei. Ruma para o Brasil, por um ano, com o seu marido e o seu talento. Convém, pois, registar esta "moda" de "noivismo" chique de capa de revista social em que o Lux - ou seja, a mistificação - substitui com facilidade a Sé de Lisboa. Não releva ser. Importa parecer. Casado. Habituem-se.*sobre ele, e para variar, este post sereno.


Tinha jurado não voltar ao assunto*. Porém, uma longa entrevista do "mais cotado designer gráfico português" (é assim que a revista Pública do Público o apresenta), Ricardo Mealha - destinada aparentemente a "explicar" a vileza da sociedade nacional, por um lado, e a equanimidade da figura do casamento, por outro - suscita duas ou três observações. Mealha, o tal maravilhoso e praticamente único designer nacional - o que é que pensas disto? -, é o produto típico da classe média alta lisboeta. Os colégios, as "vivências" (essa expressão medonha), a educação, em suma, tudo fazia de Mealha um bom betinho, destinado a belos voos. Aterrou bem, de facto. O seu talento - pois algum terá - foi devidamente apropriado pelo regime que lhe comprou catálogos para exposições oficiais e símbolos (o do Ministério da Cultura é dele). Deve estar já naquela fase da vida em que podia precocemente aposentar-se. Ficamos a saber (como se isso interessasse a alguém) que Mealha "casa" amanhã na discoteca Lux, em Lisboa, perante uns quinhentos convidados, Sócrates não foi esquecido como a entrevista salienta. "Casa" com o seu namorado David que, evidenciando um bom senso que Mealha manifestamente não tem, não falou. É evidente que Mealha e David não vão casar. O gesto é uma mera manobra publicitária destinada a consagrar uma nova espécie de anti-concurso de "noivas de Santo António" bcbg. Mealha nem sequer tenciona ficar por cá à espera da "nova" lei. Ruma para o Brasil, por um ano, com o seu marido e o seu talento. Convém, pois, registar esta "moda" de "noivismo" chique de capa de revista social em que o Lux - ou seja, a mistificação - substitui com facilidade a Sé de Lisboa. Não releva ser. Importa parecer. Casado. Habituem-se.*sobre ele, e para variar, este post sereno.

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