portugal dos pequeninos

15-12-2019
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No regresso de férias, R. Ramos voltou, no essencial, à acrimónia de sempre contra o "estado social" e respectivas maleitas, um "vírus" que corrói as melhores intenções do "mercado" e que corrompe a "pursuit of happiness" que é a nossa vocação "natural". Por causa do maldito "intervencionismo" e do "desvio" a essa "vocação" - em prol do mau-gosto e das necessidades abjectas das classes médias - chegámos, segundo Ramos, ao presente descalabro mundial. Porquê? Porque as grandes sociedades financeiras, em vez de prosseguirem a maravilhosa "obra" (delas, naturalmente) para que foram criadas, decidiram apoiar o primitivismo das classes médias e a sua superficialidade, afundando-se em créditos de milhões e milhões de natureza duvidosa e improdutiva. Em abstracto, concordo com isto tudo. Acontece que, nas tais vinte e quatro horas que mudam tudo e a que Rui Ramos alude logo no princípio do artigo no Público, a reserva federal norte-americana "inverteu" a lógica da "vocação natural" e tomou conta da AIG para evitar uma hecatombe. Ou seja, nem "pursuit of happiness", nem viçosa "sociedade civil". Estado puro e duro. Como diria o Jack Nickolson (e Ramos pergunta no final do artigo, de outra maneira), e se "this is as good as it gets"?


No regresso de férias, R. Ramos voltou, no essencial, à acrimónia de sempre contra o "estado social" e respectivas maleitas, um "vírus" que corrói as melhores intenções do "mercado" e que corrompe a "pursuit of happiness" que é a nossa vocação "natural". Por causa do maldito "intervencionismo" e do "desvio" a essa "vocação" - em prol do mau-gosto e das necessidades abjectas das classes médias - chegámos, segundo Ramos, ao presente descalabro mundial. Porquê? Porque as grandes sociedades financeiras, em vez de prosseguirem a maravilhosa "obra" (delas, naturalmente) para que foram criadas, decidiram apoiar o primitivismo das classes médias e a sua superficialidade, afundando-se em créditos de milhões e milhões de natureza duvidosa e improdutiva. Em abstracto, concordo com isto tudo. Acontece que, nas tais vinte e quatro horas que mudam tudo e a que Rui Ramos alude logo no princípio do artigo no Público, a reserva federal norte-americana "inverteu" a lógica da "vocação natural" e tomou conta da AIG para evitar uma hecatombe. Ou seja, nem "pursuit of happiness", nem viçosa "sociedade civil". Estado puro e duro. Como diria o Jack Nickolson (e Ramos pergunta no final do artigo, de outra maneira), e se "this is as good as it gets"?

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