Francisco Louçã considera que Ana Gomes "fez muito bem" em juntar-se na corrida a Belém

04-11-2020
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O comentador político e ex-dirigente do Bloco de Esquerda (BE) Francisco Louçã considera que a ex-eurodeputada socialista Ana Gomes fez “muitíssimo bem” em apresentar a sua candidatura à Presidência da República. Francisco Louçã diz que Ana Gomes representa uma “proposta política” clara, mas alerta que há risco de a sua candidatura ser vista como “o resultado de um conflito” interno no Partido Socialista (PS).

“Creio que fez muitíssimo bem em apresentar a sua candidatura”, referiu esta sexta-feira Francisco Louçã, no seu espaço habitual de comentário na SIC Notícias. “Levou bastante tempo a pensar, mas fez bem. Obviamente que queria ser candidata e fez um discurso muito interessante. Representa uma proposta política”, acrescentou.

Francisco Louçã considera que Ana Gomes esteve “muitíssimo bem” na formalização da sua candidatura, que teve lugar na passada quinta-feira em Lisboa, e que soube “resistir à tensão” de ceder às provocações do também candidato presidencial André Ventura, que veio chamar Ana Gomes de “candidata cigana” e dizer que se demite da liderança do partido, caso a ex-eurodeputada consiga mais votos do que ele nas eleições presidenciais.

“É importante, numa eleição que está totalmente decidida, ver como é que os espaços políticos se definem e a pedagogia que trazem, até para evitar a armadilha em que ninguém deve cair, que é a armadilha do pingue-pongue de André Ventura, ou seja, estar a reagir às suas provocações e encenações”, sublinhou.

Para Francisco Louçã, se um candidato ou candidata se coloca como que “contracenando no festival de André Ventura, está a fazer-lhe um favor e um desfavor à democracia”, dado que “o debate entre os deputados deve ser feito pelas suas propostas”. “[Ana Gomes] apresentou as suas propostas, a sua força, o seu trajeto, a sua representação muito bem e com grande elegância, tanto ao debate com Marcelo Rebelo de Sousa, como com Marisa Matias”, disse.

Francisco Louçã alertou, no entanto, que Ana Gomes decidiu “colocar a sua presença na campanha como o resultado de um conflito no PS”, o que pode, do seu ponto de vista, ser mau para a sua campanha, tendo em conta que é “lógico” que António Costa não quer apoiar a ex-eurodeputada porque “tem o melhor candidato possível”, que é Marcelo Rebelo de Sousa, e “assim ganha as eleições” presidenciais.

“Isso fez com que a mensagem da sua campanha se tornasse centrada na discuta dentro do PS. Isso, em certa medida, condiciona a candidatura. Foi apoiante de António José Seguro [na corrida contra António Costa à liderança do PS em 2015], mas é alguém com uma presença própria dentro do PS. Ser lida só como alguém contra António Costa é um risco importante na sua campanha”, assinalou Francisco Louçã.

Já sobre a eurodeputada do BE Marisa Matias, que também formalizou a sua candidatura à Presidência da República esta semana, disse que se trata – tal como a candidatura de Ana Gomes – de algo que era “previsível” e destacou a sua “capacidade de comunicação muito transversal”, que “motiva muitos eleitores fora da área do BE”.

“Fez um bom discurso sobre mobilizar o exemplo das pessoas que puxam pelo país, no sentido de comunidade e apresentou o seu contraponto em relação à candidatura que representa o espaço de direita e centro-direita hegemónico na Presidência, que é a de Marcelo Rebelo de Sousa”, referiu.

O comentador político e ex-dirigente do Bloco de Esquerda (BE) Francisco Louçã considera que a ex-eurodeputada socialista Ana Gomes fez “muitíssimo bem” em apresentar a sua candidatura à Presidência da República. Francisco Louçã diz que Ana Gomes representa uma “proposta política” clara, mas alerta que há risco de a sua candidatura ser vista como “o resultado de um conflito” interno no Partido Socialista (PS).

“Creio que fez muitíssimo bem em apresentar a sua candidatura”, referiu esta sexta-feira Francisco Louçã, no seu espaço habitual de comentário na SIC Notícias. “Levou bastante tempo a pensar, mas fez bem. Obviamente que queria ser candidata e fez um discurso muito interessante. Representa uma proposta política”, acrescentou.

Francisco Louçã considera que Ana Gomes esteve “muitíssimo bem” na formalização da sua candidatura, que teve lugar na passada quinta-feira em Lisboa, e que soube “resistir à tensão” de ceder às provocações do também candidato presidencial André Ventura, que veio chamar Ana Gomes de “candidata cigana” e dizer que se demite da liderança do partido, caso a ex-eurodeputada consiga mais votos do que ele nas eleições presidenciais.

“É importante, numa eleição que está totalmente decidida, ver como é que os espaços políticos se definem e a pedagogia que trazem, até para evitar a armadilha em que ninguém deve cair, que é a armadilha do pingue-pongue de André Ventura, ou seja, estar a reagir às suas provocações e encenações”, sublinhou.

Para Francisco Louçã, se um candidato ou candidata se coloca como que “contracenando no festival de André Ventura, está a fazer-lhe um favor e um desfavor à democracia”, dado que “o debate entre os deputados deve ser feito pelas suas propostas”. “[Ana Gomes] apresentou as suas propostas, a sua força, o seu trajeto, a sua representação muito bem e com grande elegância, tanto ao debate com Marcelo Rebelo de Sousa, como com Marisa Matias”, disse.

Francisco Louçã alertou, no entanto, que Ana Gomes decidiu “colocar a sua presença na campanha como o resultado de um conflito no PS”, o que pode, do seu ponto de vista, ser mau para a sua campanha, tendo em conta que é “lógico” que António Costa não quer apoiar a ex-eurodeputada porque “tem o melhor candidato possível”, que é Marcelo Rebelo de Sousa, e “assim ganha as eleições” presidenciais.

“Isso fez com que a mensagem da sua campanha se tornasse centrada na discuta dentro do PS. Isso, em certa medida, condiciona a candidatura. Foi apoiante de António José Seguro [na corrida contra António Costa à liderança do PS em 2015], mas é alguém com uma presença própria dentro do PS. Ser lida só como alguém contra António Costa é um risco importante na sua campanha”, assinalou Francisco Louçã.

Já sobre a eurodeputada do BE Marisa Matias, que também formalizou a sua candidatura à Presidência da República esta semana, disse que se trata – tal como a candidatura de Ana Gomes – de algo que era “previsível” e destacou a sua “capacidade de comunicação muito transversal”, que “motiva muitos eleitores fora da área do BE”.

“Fez um bom discurso sobre mobilizar o exemplo das pessoas que puxam pelo país, no sentido de comunidade e apresentou o seu contraponto em relação à candidatura que representa o espaço de direita e centro-direita hegemónico na Presidência, que é a de Marcelo Rebelo de Sousa”, referiu.

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