Um Partido Socialista (PS) “intransigente na defesa do Estado Social” e que dialogue “preferencialmente à esquerda”. Eis dois dos desejos de Miguel Costa Matos, 26 anos, deputado do PS, e – para já – o único candidato à liderança da Juventude Socialista (JS).
Ex-assessor de António Costa e antigo técnico superior no Ministério das Finanças, o mais jovem deputado da Assembleia da República tem a “sorte” de contar com o apoio de uma “enorme parte da estrutura” socialista, garante em entrevista à Renascença.
Para Miguel Costa Matos, é preciso criar emprego de qualidade para os jovens – que foram abalroados pela pandemia de Covid-19 - e não cometer os erros do passado, defende. “A política muitas vezes é feita por pessoas mais velhas, com um discurso mais velho, com políticas só para pessoas mais velhas.”
E mais: o “divórcio” da geringonça nunca aconteceu. Houve apenas “um paradigma diferente de relacionamento”. Por isso avisa: “É evidente que, perante a situação do país, precisamos de um grau de estabilidade política que exige um compromisso duradouro, leal e de trabalho conjunto à esquerda.”
É, até ao momento, o único candidato a secretário-geral da JS. Há dois anos, Maria Begonha também não teve nenhum adversário na corrida – apesar de muitos jovens militantes socialistas não estarem satisfeitos com a candidata. Já está a preparar a 'volta da vitória'?
Na JS temos uma enorme pluralidade de opinião, mas, felizmente, tenho o privilégio de contar com o apoio de uma enorme parte da nossa estrutura.
E o que diz a falta de adversários sobre a vitalidade das diferentes correntes ideológicas dentro do PS?
A ideologia do PS e da JS é o socialismo democrático. A leitura que faço acaba por ser a leitura em que as pessoas se reveem. Temos a ambição de transformar a JS numa estrutura mais jovem, não só na sua postura política, como na sua organização e comunicação, e que, desta forma, consiga ter um maior impacto no dia a dia da nossa geração.
Faz parte de uma onda de renovação do PS ou ficaria incomodado se recebesse a etiqueta de “jovem turco”, o elemento dinâmico que quer mudar drasticamente a ordem estabelecida?
[Risos] Não me incomoda minimamente a etiqueta de jovem turco, se bem que sou um jovem português.
Acho que o PS tem de fazer uma leitura daquilo que foi o seu percurso ideológico nos últimos 30 a 40 anos, e perceber que, a seguir à queda do muro de Berlim, foi preciso revisitar alguns dos pressupostos - até para o eleitorado compreender melhor o nosso projeto político. É fundamental agora que saibamos dizer com clareza quais são as nossas ideias.
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Um Partido Socialista (PS) “intransigente na defesa do Estado Social” e que dialogue “preferencialmente à esquerda”. Eis dois dos desejos de Miguel Costa Matos, 26 anos, deputado do PS, e – para já – o único candidato à liderança da Juventude Socialista (JS).
Ex-assessor de António Costa e antigo técnico superior no Ministério das Finanças, o mais jovem deputado da Assembleia da República tem a “sorte” de contar com o apoio de uma “enorme parte da estrutura” socialista, garante em entrevista à Renascença.
Para Miguel Costa Matos, é preciso criar emprego de qualidade para os jovens – que foram abalroados pela pandemia de Covid-19 - e não cometer os erros do passado, defende. “A política muitas vezes é feita por pessoas mais velhas, com um discurso mais velho, com políticas só para pessoas mais velhas.”
E mais: o “divórcio” da geringonça nunca aconteceu. Houve apenas “um paradigma diferente de relacionamento”. Por isso avisa: “É evidente que, perante a situação do país, precisamos de um grau de estabilidade política que exige um compromisso duradouro, leal e de trabalho conjunto à esquerda.”
É, até ao momento, o único candidato a secretário-geral da JS. Há dois anos, Maria Begonha também não teve nenhum adversário na corrida – apesar de muitos jovens militantes socialistas não estarem satisfeitos com a candidata. Já está a preparar a 'volta da vitória'?
Na JS temos uma enorme pluralidade de opinião, mas, felizmente, tenho o privilégio de contar com o apoio de uma enorme parte da nossa estrutura.
E o que diz a falta de adversários sobre a vitalidade das diferentes correntes ideológicas dentro do PS?
A ideologia do PS e da JS é o socialismo democrático. A leitura que faço acaba por ser a leitura em que as pessoas se reveem. Temos a ambição de transformar a JS numa estrutura mais jovem, não só na sua postura política, como na sua organização e comunicação, e que, desta forma, consiga ter um maior impacto no dia a dia da nossa geração.
Faz parte de uma onda de renovação do PS ou ficaria incomodado se recebesse a etiqueta de “jovem turco”, o elemento dinâmico que quer mudar drasticamente a ordem estabelecida?
[Risos] Não me incomoda minimamente a etiqueta de jovem turco, se bem que sou um jovem português.
Acho que o PS tem de fazer uma leitura daquilo que foi o seu percurso ideológico nos últimos 30 a 40 anos, e perceber que, a seguir à queda do muro de Berlim, foi preciso revisitar alguns dos pressupostos - até para o eleitorado compreender melhor o nosso projeto político. É fundamental agora que saibamos dizer com clareza quais são as nossas ideias.