Do Portugal Profundo: A desumanidade da legalização da eutanásia

02-09-2020
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Nicolas Poussin (1633-1634). L'adoration du veau d'or. London: National Gallery.

A legalização da eutanásia, que os socialistas, trotkistas burgueses do Bloco de Esquerda e os liberais radicais do PSD (e, eventualmente, algum mais assumido no CDS) se preparam para aprovar no Parlamento, é a etapa final da institucionalização da «cultura de morte» - João Paulo II (25-3-1995). Evangelium Vitae - em Portugal. Apesar da evolução dos cuidados paliativos, legaliza-se o assassínio a pedido da família, já que o próprio raramente está em condições de fazer uma escolha consciente devido ao sofrimento físico e emocional ou deficiência.

O culminar do que o primeiro-ministro António Costa designou, no Congresso do PS, de 25-5-2018, «alargar» a liberdade. Despreza-se a dignidade humana, desconstrói-se a sociedade e legaliza-se a morte: a preguiça (o rendimento social de desinserção), a droga, o aborto, o casamento homossexual, a pederastia (a conquista dos abusadores de menores no Processo Casa Pia  da redução a idade de consentimento para os 14 anos), a adoção de crianças por casais homossexuais, a eutanásia.

Ganhei, em 2013, a primeira batalha da co-adoção de crianças por casais homossexuais, mas foi uma vitória fugaz, como outras. A maré pós-modernista, na proposta extrema de modernidade líquida de Zygmunt Baumann, sacode os resistentes e a maioria bóia na corrente, aderindo aos novos costumes velhos.

Na direita portuguesa e europeia, que quase só é do dinheiro já que perdeu os costumes, os expoliados do poder sistémico corrupto procuram também remar nessa onda de morte, para ver se recuperam o consolo financeiro e o mediatismo que pré-pagaram. Os conservadores (do quê?...) estão atarantados entre a doutrina e o discurso aggiornato do Papa Francisco, e os seus representantes (?) apresentam apenas um disclaimer ideológico frouxo que lhes iliba a má consciência de se juntarem à adoração do bezerro de ouro. No liberalismo de direita, em Portugal, defrontam-se internamente os tardo-liberais, divididos entre os que ainda acreditam nalguma coisa e os que não acreditam em nada. Já soltos desse debate de consciência, vencerão os neo-liberais que sublimaram o debate da consciência e navegam com o vento na popa, sem vergonha nem dor. Viva o Deus Dinheiro!...

Estamos, portanto, em minoria. Pior ainda, não temos representantes! Por isso, é que temos de criar as condições mediáticas para a mudança cultural e para criar representação.

Pós-texto (9:59 de 13-6-2018): A legalização da eutanásia foi chumbada no Parlamento, em 29-5-2018. A maioria de esquerda dividiu-se, com o PC a votar contra a eutanásia. Quase sem meios, obtivemos uma vitória. Mas é temporária. Voltarão à carga, depois de uma preparação mais longa e com maior participação dos grandes eleitores dos média, e triunfarão, como nas outras «causas fraturantes» da sociedade. A batalha decide-se pelos meios e pela vontade. Sem meios, e com vontade frouxa, pouco podemos. Portanto, como tenho insistido, devemos de arranjar os meios e motivar as vontades.

O resultado foi o seguinte, segundo o Sapo LifeStyle, de 29-5-2018:

«O projeto do PAN teve 107 votos a favor, 116 contra e 11 abstenções. O diploma do PS recebeu 110 votos a favor, 115 contra e quatro abstenções.

O projeto do BE recebeu 117 votos contra, 104 a favor e oito abstenções. O diploma do PEV recolheu 104 votos favoráveis, 117 contra e oito abstenções.
Seis deputados do PSD votaram hoje a favor da despenalização da eutanásia, mas apenas duas parlamentares – Teresa Leal Coelho e Paula Teixeira da Cruz – o fizeram em relação aos quatro projetos em discussão.
Dos restantes, dois deputados sociais-democratas votaram apenas a favor do projeto do PS - Adão Silva e Margarida Balseiro Lopes -, um outro votou favoravelmente apenas o diploma do PAN, Cristóvão Norte, e outro ainda os projetos de BE e Verdes, Duarte Marques.
Pedro Pinto e Berta Cabral abstiveram-se em todos os projetos e Bruno Vitorino absteve-se no do PAN, votando contra os restantes.
Entre os deputados do PS, somente os deputados Ascenso Simões e Miranda Calha votaram contra todos os projetos.»

Atualização: este poste foi emendado às 17:01 e 19:51, de 28-5-2018, e atualizado às 9:59 de 13-6-2018.

Nicolas Poussin (1633-1634). L'adoration du veau d'or. London: National Gallery.

A legalização da eutanásia, que os socialistas, trotkistas burgueses do Bloco de Esquerda e os liberais radicais do PSD (e, eventualmente, algum mais assumido no CDS) se preparam para aprovar no Parlamento, é a etapa final da institucionalização da «cultura de morte» - João Paulo II (25-3-1995). Evangelium Vitae - em Portugal. Apesar da evolução dos cuidados paliativos, legaliza-se o assassínio a pedido da família, já que o próprio raramente está em condições de fazer uma escolha consciente devido ao sofrimento físico e emocional ou deficiência.

O culminar do que o primeiro-ministro António Costa designou, no Congresso do PS, de 25-5-2018, «alargar» a liberdade. Despreza-se a dignidade humana, desconstrói-se a sociedade e legaliza-se a morte: a preguiça (o rendimento social de desinserção), a droga, o aborto, o casamento homossexual, a pederastia (a conquista dos abusadores de menores no Processo Casa Pia  da redução a idade de consentimento para os 14 anos), a adoção de crianças por casais homossexuais, a eutanásia.

Ganhei, em 2013, a primeira batalha da co-adoção de crianças por casais homossexuais, mas foi uma vitória fugaz, como outras. A maré pós-modernista, na proposta extrema de modernidade líquida de Zygmunt Baumann, sacode os resistentes e a maioria bóia na corrente, aderindo aos novos costumes velhos.

Na direita portuguesa e europeia, que quase só é do dinheiro já que perdeu os costumes, os expoliados do poder sistémico corrupto procuram também remar nessa onda de morte, para ver se recuperam o consolo financeiro e o mediatismo que pré-pagaram. Os conservadores (do quê?...) estão atarantados entre a doutrina e o discurso aggiornato do Papa Francisco, e os seus representantes (?) apresentam apenas um disclaimer ideológico frouxo que lhes iliba a má consciência de se juntarem à adoração do bezerro de ouro. No liberalismo de direita, em Portugal, defrontam-se internamente os tardo-liberais, divididos entre os que ainda acreditam nalguma coisa e os que não acreditam em nada. Já soltos desse debate de consciência, vencerão os neo-liberais que sublimaram o debate da consciência e navegam com o vento na popa, sem vergonha nem dor. Viva o Deus Dinheiro!...

Estamos, portanto, em minoria. Pior ainda, não temos representantes! Por isso, é que temos de criar as condições mediáticas para a mudança cultural e para criar representação.

Pós-texto (9:59 de 13-6-2018): A legalização da eutanásia foi chumbada no Parlamento, em 29-5-2018. A maioria de esquerda dividiu-se, com o PC a votar contra a eutanásia. Quase sem meios, obtivemos uma vitória. Mas é temporária. Voltarão à carga, depois de uma preparação mais longa e com maior participação dos grandes eleitores dos média, e triunfarão, como nas outras «causas fraturantes» da sociedade. A batalha decide-se pelos meios e pela vontade. Sem meios, e com vontade frouxa, pouco podemos. Portanto, como tenho insistido, devemos de arranjar os meios e motivar as vontades.

O resultado foi o seguinte, segundo o Sapo LifeStyle, de 29-5-2018:

«O projeto do PAN teve 107 votos a favor, 116 contra e 11 abstenções. O diploma do PS recebeu 110 votos a favor, 115 contra e quatro abstenções.

O projeto do BE recebeu 117 votos contra, 104 a favor e oito abstenções. O diploma do PEV recolheu 104 votos favoráveis, 117 contra e oito abstenções.
Seis deputados do PSD votaram hoje a favor da despenalização da eutanásia, mas apenas duas parlamentares – Teresa Leal Coelho e Paula Teixeira da Cruz – o fizeram em relação aos quatro projetos em discussão.
Dos restantes, dois deputados sociais-democratas votaram apenas a favor do projeto do PS - Adão Silva e Margarida Balseiro Lopes -, um outro votou favoravelmente apenas o diploma do PAN, Cristóvão Norte, e outro ainda os projetos de BE e Verdes, Duarte Marques.
Pedro Pinto e Berta Cabral abstiveram-se em todos os projetos e Bruno Vitorino absteve-se no do PAN, votando contra os restantes.
Entre os deputados do PS, somente os deputados Ascenso Simões e Miranda Calha votaram contra todos os projetos.»

Atualização: este poste foi emendado às 17:01 e 19:51, de 28-5-2018, e atualizado às 9:59 de 13-6-2018.

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