Os cargos dirigentes da Área Metropolitana de Lisboa (AML), cuja eleição deveria ficar terminada amanhã (à terceira tentativa), ficarão incompletos, devido à indisponibilidade dos autarcas da CDU em aceitar uma vice-presidência do conselho metropolitano (o órgão deliberativo, que integra os 18 presidentes de câmara da AML).
O PCP comunicou também ao PS que não irá indicar qualquer nome para a comissão executiva (composta por cinco membros, três dos quais remunerados), segundo revelou ao Expresso Marcos Perestrello, o presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS.
Assim, na reunião de amanhã do conselho metropolitano, o PS irá apresentar listas com lugares por preencher, para "ainda deixar espaço ao PCP", afirma Perestrello. Neste quadro, será apenas eleito um dos dois vice-presidentes do conselho metropolitano (Carlos Carreiras, PSD, de Oeiras), ficando o outro vago.
Em relação à comissão executiva, o primeiro secretário será indicado do PS. Dos quatro restantes, um pertencerá ao PSD e outro será da "quota do PS". Este último não será remunerado.
Na tangencial aritmética eleitoral deste processo, Vistas é o fiel da balança, que fez pender para o PS. Dois dos lugares da comissão executiva continuarão em aberto.
A votação final deste órgão será feita depois pelas assembleias municipais da AML.
De costas voltadas
Algumas possibilidades de entendimento entre PS e PCP, deixadas no ar na semana passada por António Costa (quando admitiu "estar em aberto" a presidência da comissão executiva), goraram-se de vez.
Questionado se nos últimos dias houve alguma aproximação entre socialistas e comunistas, Marcos Perestrello respondeu: "Perguntei ao PCP o que era preciso para reverem a posição deles. Responderam que era irredutível. O PCP nunca manifestou abertura".
Mesmo com toda a distância existente, o líder da FAUL salienta: "Vamos deixar os lugares do PCP em aberto".
O caso segue nos tribunais
O próximo passo desta clivagem entre comunistas e socialistas, que será formalizado amanhã de manhã, estava a marinar desde há semanas. Mas tornou-se ainda mais inevitável após o anúncio, feito hoje, da impugnação do PCP em relação à eleição de António Costa para a presidência do conselho metropolitano.
Em queixa apresentada na segunda-feira no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, os nove presidentes de câmara da CDU da AML alegam que "quer o método de eleição, quer o quórum da reunião adotados, não foram legais".
No início da semana passada, Costa foi eleito por unanimidade, pelos nove autarcas presentes (seis do PS, dois do PSD e o independente de Oeiras), mas já sem a presença dos presidentes de câmaras comunistas, que minutos antes haviam abandonado a sala.
Uma reunião atribulada, como fora a primeira, a 29 de outubro, que terminara abruptamente por falta de quórum (também devido à saída dos eleitos da CDU).
Entre duas margens
O PCP tem nove municípios na AML, sobretudo na margem sul (Alcochete, Almada, Barreiro, Loures, Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal), contra seis do PS (Lisboa, Amadora, Odivelas, Vila Franca de Xira, Sintra e Montijo) e dois do PSD (Cascais e Mafra).
Oeiras está nas mãos de Paulo Vistas, do movimento de Isaltino Morais. No entanto, no critério do número de eleitores, o bloco liderado pelo PS tem mais de 2/3 dos votos.
A lei requer uma maioria de eleitores, mas dispensa a maioria de câmaras, bastando uma igualdade, o que acontece neste caso (nove para cada lado).
Categorias
Entidades
Os cargos dirigentes da Área Metropolitana de Lisboa (AML), cuja eleição deveria ficar terminada amanhã (à terceira tentativa), ficarão incompletos, devido à indisponibilidade dos autarcas da CDU em aceitar uma vice-presidência do conselho metropolitano (o órgão deliberativo, que integra os 18 presidentes de câmara da AML).
O PCP comunicou também ao PS que não irá indicar qualquer nome para a comissão executiva (composta por cinco membros, três dos quais remunerados), segundo revelou ao Expresso Marcos Perestrello, o presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS.
Assim, na reunião de amanhã do conselho metropolitano, o PS irá apresentar listas com lugares por preencher, para "ainda deixar espaço ao PCP", afirma Perestrello. Neste quadro, será apenas eleito um dos dois vice-presidentes do conselho metropolitano (Carlos Carreiras, PSD, de Oeiras), ficando o outro vago.
Em relação à comissão executiva, o primeiro secretário será indicado do PS. Dos quatro restantes, um pertencerá ao PSD e outro será da "quota do PS". Este último não será remunerado.
Na tangencial aritmética eleitoral deste processo, Vistas é o fiel da balança, que fez pender para o PS. Dois dos lugares da comissão executiva continuarão em aberto.
A votação final deste órgão será feita depois pelas assembleias municipais da AML.
De costas voltadas
Algumas possibilidades de entendimento entre PS e PCP, deixadas no ar na semana passada por António Costa (quando admitiu "estar em aberto" a presidência da comissão executiva), goraram-se de vez.
Questionado se nos últimos dias houve alguma aproximação entre socialistas e comunistas, Marcos Perestrello respondeu: "Perguntei ao PCP o que era preciso para reverem a posição deles. Responderam que era irredutível. O PCP nunca manifestou abertura".
Mesmo com toda a distância existente, o líder da FAUL salienta: "Vamos deixar os lugares do PCP em aberto".
O caso segue nos tribunais
O próximo passo desta clivagem entre comunistas e socialistas, que será formalizado amanhã de manhã, estava a marinar desde há semanas. Mas tornou-se ainda mais inevitável após o anúncio, feito hoje, da impugnação do PCP em relação à eleição de António Costa para a presidência do conselho metropolitano.
Em queixa apresentada na segunda-feira no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, os nove presidentes de câmara da CDU da AML alegam que "quer o método de eleição, quer o quórum da reunião adotados, não foram legais".
No início da semana passada, Costa foi eleito por unanimidade, pelos nove autarcas presentes (seis do PS, dois do PSD e o independente de Oeiras), mas já sem a presença dos presidentes de câmaras comunistas, que minutos antes haviam abandonado a sala.
Uma reunião atribulada, como fora a primeira, a 29 de outubro, que terminara abruptamente por falta de quórum (também devido à saída dos eleitos da CDU).
Entre duas margens
O PCP tem nove municípios na AML, sobretudo na margem sul (Alcochete, Almada, Barreiro, Loures, Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal), contra seis do PS (Lisboa, Amadora, Odivelas, Vila Franca de Xira, Sintra e Montijo) e dois do PSD (Cascais e Mafra).
Oeiras está nas mãos de Paulo Vistas, do movimento de Isaltino Morais. No entanto, no critério do número de eleitores, o bloco liderado pelo PS tem mais de 2/3 dos votos.
A lei requer uma maioria de eleitores, mas dispensa a maioria de câmaras, bastando uma igualdade, o que acontece neste caso (nove para cada lado).