Autarcas da CDU recusam cargos metropolitanos

13-05-2020
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Os cargos dirigentes da Área Metropolitana de Lisboa (AML), cuja eleição deveria ficar terminada amanhã (à terceira tentativa), ficarão incompletos, devido à indisponibilidade dos autarcas da CDU em aceitar uma vice-presidência do conselho metropolitano (o órgão deliberativo, que integra os 18 presidentes de câmara da AML).

O PCP comunicou também ao PS que não irá indicar qualquer nome para a comissão executiva (composta por cinco membros, três dos quais remunerados), segundo revelou ao Expresso Marcos Perestrello, o presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS.

Assim, na reunião de amanhã do conselho metropolitano, o PS irá apresentar listas com lugares por preencher, para "ainda deixar espaço ao PCP", afirma Perestrello. Neste quadro, será apenas eleito um dos dois vice-presidentes do conselho metropolitano (Carlos Carreiras, PSD, de Oeiras), ficando o outro vago.

Em relação à comissão executiva, o primeiro secretário será indicado do PS. Dos quatro restantes, um pertencerá ao PSD e outro será da "quota do PS". Este último não será remunerado.

Na tangencial aritmética eleitoral deste processo, Vistas é o fiel da balança, que fez pender para o PS. Dois dos lugares da comissão executiva continuarão em aberto.

A votação final deste órgão será feita depois pelas assembleias municipais da AML.

De costas voltadas

Algumas possibilidades de entendimento entre PS e PCP, deixadas no ar na semana passada por António Costa (quando admitiu "estar em aberto" a presidência da comissão executiva), goraram-se de vez.

Questionado se nos últimos dias houve alguma aproximação entre socialistas e comunistas, Marcos Perestrello respondeu: "Perguntei ao PCP o que era preciso para reverem a posição deles. Responderam que era irredutível. O PCP nunca manifestou abertura".

Mesmo com toda a distância existente, o líder da FAUL salienta: "Vamos deixar os lugares do PCP em aberto".

O caso segue nos tribunais

O próximo passo desta clivagem entre comunistas e socialistas, que será formalizado amanhã de manhã, estava a marinar desde há semanas. Mas tornou-se ainda mais inevitável após o anúncio, feito hoje, da impugnação do PCP em relação à eleição de António Costa para a presidência do conselho metropolitano.

Em queixa apresentada na segunda-feira no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, os nove presidentes de câmara da CDU da AML alegam que "quer o método de eleição, quer o quórum da reunião adotados, não foram legais".

No início da semana passada, Costa foi eleito por unanimidade, pelos nove autarcas presentes (seis do PS, dois do PSD e o independente de Oeiras), mas já sem a presença dos presidentes de câmaras comunistas, que minutos antes haviam abandonado a sala.

Uma reunião atribulada, como fora a primeira, a 29 de outubro, que terminara abruptamente por falta de quórum (também devido à saída dos eleitos da CDU).

Entre duas margens

O PCP tem nove municípios na AML, sobretudo na margem sul (Alcochete, Almada, Barreiro, Loures, Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal), contra seis do PS (Lisboa, Amadora, Odivelas, Vila Franca de Xira, Sintra e Montijo) e dois do PSD (Cascais e Mafra).

Oeiras está nas mãos de Paulo Vistas, do movimento de Isaltino Morais. No entanto, no critério do número de eleitores, o bloco liderado pelo PS tem mais de 2/3 dos votos.

A lei requer uma maioria de eleitores, mas dispensa a maioria de câmaras, bastando uma igualdade, o que acontece neste caso (nove para cada lado).

Os cargos dirigentes da Área Metropolitana de Lisboa (AML), cuja eleição deveria ficar terminada amanhã (à terceira tentativa), ficarão incompletos, devido à indisponibilidade dos autarcas da CDU em aceitar uma vice-presidência do conselho metropolitano (o órgão deliberativo, que integra os 18 presidentes de câmara da AML).

O PCP comunicou também ao PS que não irá indicar qualquer nome para a comissão executiva (composta por cinco membros, três dos quais remunerados), segundo revelou ao Expresso Marcos Perestrello, o presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS.

Assim, na reunião de amanhã do conselho metropolitano, o PS irá apresentar listas com lugares por preencher, para "ainda deixar espaço ao PCP", afirma Perestrello. Neste quadro, será apenas eleito um dos dois vice-presidentes do conselho metropolitano (Carlos Carreiras, PSD, de Oeiras), ficando o outro vago.

Em relação à comissão executiva, o primeiro secretário será indicado do PS. Dos quatro restantes, um pertencerá ao PSD e outro será da "quota do PS". Este último não será remunerado.

Na tangencial aritmética eleitoral deste processo, Vistas é o fiel da balança, que fez pender para o PS. Dois dos lugares da comissão executiva continuarão em aberto.

A votação final deste órgão será feita depois pelas assembleias municipais da AML.

De costas voltadas

Algumas possibilidades de entendimento entre PS e PCP, deixadas no ar na semana passada por António Costa (quando admitiu "estar em aberto" a presidência da comissão executiva), goraram-se de vez.

Questionado se nos últimos dias houve alguma aproximação entre socialistas e comunistas, Marcos Perestrello respondeu: "Perguntei ao PCP o que era preciso para reverem a posição deles. Responderam que era irredutível. O PCP nunca manifestou abertura".

Mesmo com toda a distância existente, o líder da FAUL salienta: "Vamos deixar os lugares do PCP em aberto".

O caso segue nos tribunais

O próximo passo desta clivagem entre comunistas e socialistas, que será formalizado amanhã de manhã, estava a marinar desde há semanas. Mas tornou-se ainda mais inevitável após o anúncio, feito hoje, da impugnação do PCP em relação à eleição de António Costa para a presidência do conselho metropolitano.

Em queixa apresentada na segunda-feira no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, os nove presidentes de câmara da CDU da AML alegam que "quer o método de eleição, quer o quórum da reunião adotados, não foram legais".

No início da semana passada, Costa foi eleito por unanimidade, pelos nove autarcas presentes (seis do PS, dois do PSD e o independente de Oeiras), mas já sem a presença dos presidentes de câmaras comunistas, que minutos antes haviam abandonado a sala.

Uma reunião atribulada, como fora a primeira, a 29 de outubro, que terminara abruptamente por falta de quórum (também devido à saída dos eleitos da CDU).

Entre duas margens

O PCP tem nove municípios na AML, sobretudo na margem sul (Alcochete, Almada, Barreiro, Loures, Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal), contra seis do PS (Lisboa, Amadora, Odivelas, Vila Franca de Xira, Sintra e Montijo) e dois do PSD (Cascais e Mafra).

Oeiras está nas mãos de Paulo Vistas, do movimento de Isaltino Morais. No entanto, no critério do número de eleitores, o bloco liderado pelo PS tem mais de 2/3 dos votos.

A lei requer uma maioria de eleitores, mas dispensa a maioria de câmaras, bastando uma igualdade, o que acontece neste caso (nove para cada lado).

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