Mais Lusitânia: Perestrello, Salazar e o padre

23-06-2020
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Lição de história contada por um ilustre
historiador da Marinha.

O pai
de António Oliveira Salazar era feitor numa grande propriedade do velhote
Perestrello, situada lá para os lados de Santa Comba Dão. Perestrello teve dois
filhos, um rapaz e uma rapariga. A menina ainda foi namorada de Salazar e o
rapaz, mais conhecido pelo Perestrello Vasconcellos, que cursou engenharia,
quando Salazar chegou ao poder colocou-o como administrador da Casa da Moeda e
posteriormente, em 1939, assumiu a gestão do Arsenal do Alfeite.

Perestrello
Vasconcellos morreu em 1962 e deixou seis ou sete filhos, dos quais um deles
foi engenheiro naval, na Lisnave, e outro, sentiu vocação para sacerdote e veio
a ser capelão da Marinha. Em 1959, o capelão Perestrello Vasconcellos fez parte
da célebre conspiração «Caso da Sé», na qual participaram vários opositores ao
regime, como Manuel Serra. Na eminência do capelão também ser preso, o
presidente do governo, Oliveira Salazar, chamou a S. Bento o pai do capelão
Perestrello Vasconcellos e aconselhou-o a mandar o filho para o Brasil, para
que não tivesse o desgosto de ver um filho na prisão. Tudo em consideração ao
velhote Perestrello de quem o pai de Salazar tinha sido feitor.

E foi
assim que o padre Perestrello Vasconcellos debandou para o Brasil. Nos anos 70,
com a Primavera marcelista do primeiro-ministro Marcelo Caetano, o padre
Perestrello Vasconcellos regressou a Portugal e foi exercer o sacerdócio na
paróquia de Loures.

Num
belo dia, o admirado e venerado padre Perestrello Vasconcellos, em plena missa
dominical, deixou os paroquianos atónitos e lavados em lágrimas. Anunciou que
iria deixar o sacerdócio porque se apaixonara por uma senhora da família
Lorena. O padre passou à sua condição de cidadão com matrimónio e dessa união
nasceu Marcos Perestrello Vasconcellos, o ex-vereador socialista da Câmara de
Oeiras e actual secretário de Estado da Defesa do governo do Partido
Socialista.

————

COMPLEMENTO

A Madame Perestrello e o filho do caseiro

Mais uma história da família Perestrello e do Dr. Salazar (retirada da
biografia de Salazar escrita pelo Embaixador Franco Nogueira...)

Realmente (e tal como se refere no texto acima) o jovem Salazar (que
pelos vistos era um mulherengo e não um misógino) gostava da jovem Perestrello
e ela retribuía esse amor com paixão.

Até que a mãe se apercebeu e terminou com o namoro, não sem antes dizer
de viva voz ao jovem prof. universitário (imaginem, de Finanças Públicas!!!!)
que tinha muita consideração pela inteligência dele, mas, sinceramente, namorar
com a filha dela, uma Perestrello, era demais. Ele não se podia esquecer, que
era e seria sempre o filho do caseiro.

Terminou assim o namoro.

Anos passados, já ele era primeiro-ministro, a senhora Perestrello
telefonou-lhe para lhe pedir um favor. O telefonista passou a chamada e ela
anunciou-se: «Daqui fala Perestrello». Salazar respondeu: «Daqui
fala o filho da caseiro».

Lição de história contada por um ilustre
historiador da Marinha.

O pai
de António Oliveira Salazar era feitor numa grande propriedade do velhote
Perestrello, situada lá para os lados de Santa Comba Dão. Perestrello teve dois
filhos, um rapaz e uma rapariga. A menina ainda foi namorada de Salazar e o
rapaz, mais conhecido pelo Perestrello Vasconcellos, que cursou engenharia,
quando Salazar chegou ao poder colocou-o como administrador da Casa da Moeda e
posteriormente, em 1939, assumiu a gestão do Arsenal do Alfeite.

Perestrello
Vasconcellos morreu em 1962 e deixou seis ou sete filhos, dos quais um deles
foi engenheiro naval, na Lisnave, e outro, sentiu vocação para sacerdote e veio
a ser capelão da Marinha. Em 1959, o capelão Perestrello Vasconcellos fez parte
da célebre conspiração «Caso da Sé», na qual participaram vários opositores ao
regime, como Manuel Serra. Na eminência do capelão também ser preso, o
presidente do governo, Oliveira Salazar, chamou a S. Bento o pai do capelão
Perestrello Vasconcellos e aconselhou-o a mandar o filho para o Brasil, para
que não tivesse o desgosto de ver um filho na prisão. Tudo em consideração ao
velhote Perestrello de quem o pai de Salazar tinha sido feitor.

E foi
assim que o padre Perestrello Vasconcellos debandou para o Brasil. Nos anos 70,
com a Primavera marcelista do primeiro-ministro Marcelo Caetano, o padre
Perestrello Vasconcellos regressou a Portugal e foi exercer o sacerdócio na
paróquia de Loures.

Num
belo dia, o admirado e venerado padre Perestrello Vasconcellos, em plena missa
dominical, deixou os paroquianos atónitos e lavados em lágrimas. Anunciou que
iria deixar o sacerdócio porque se apaixonara por uma senhora da família
Lorena. O padre passou à sua condição de cidadão com matrimónio e dessa união
nasceu Marcos Perestrello Vasconcellos, o ex-vereador socialista da Câmara de
Oeiras e actual secretário de Estado da Defesa do governo do Partido
Socialista.

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COMPLEMENTO

A Madame Perestrello e o filho do caseiro

Mais uma história da família Perestrello e do Dr. Salazar (retirada da
biografia de Salazar escrita pelo Embaixador Franco Nogueira...)

Realmente (e tal como se refere no texto acima) o jovem Salazar (que
pelos vistos era um mulherengo e não um misógino) gostava da jovem Perestrello
e ela retribuía esse amor com paixão.

Até que a mãe se apercebeu e terminou com o namoro, não sem antes dizer
de viva voz ao jovem prof. universitário (imaginem, de Finanças Públicas!!!!)
que tinha muita consideração pela inteligência dele, mas, sinceramente, namorar
com a filha dela, uma Perestrello, era demais. Ele não se podia esquecer, que
era e seria sempre o filho do caseiro.

Terminou assim o namoro.

Anos passados, já ele era primeiro-ministro, a senhora Perestrello
telefonou-lhe para lhe pedir um favor. O telefonista passou a chamada e ela
anunciou-se: «Daqui fala Perestrello». Salazar respondeu: «Daqui
fala o filho da caseiro».

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