portugal dos pequeninos

15-12-2019
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Estranho Carlos Vidal louvar-se num daqueles enormes jarrões do "comissariado" dito cultural do regime, Pinto Ribeiro de sua graça. Transuma entre várias instituições do dito regime e nunca propriamente a preços de fim de estação. Contava-se - seria mito suburbano? - que era nele que Alexandre Melo, o assessor "cultural" do admirável líder, pensava quando o telefone tocou a outro Pinto Ribeiro que foi entretanto feito ministro da cultura por homofonia. No fundo, o que Vidal nos recomenda - e a Pacheco Pereira em especial - é que nunca toquemos em vacas sagradas e em santarrões do "calibre" de Pinto Ribeiro (tomem nota, oh homens da cultura de Passos Coelho!). Porque são eles quem passa o atestado daquilo que é ou não é "cultural", "moderno" ou, no debroado do próprio místico, «sobre o discurso das artes performativas em Portugal». É natural. Ribeiro e demais ribeiros pastoreiam a zona com o zelo de um pastor alemão vanguardista ou de um tigre da Malásia que delimita o território com o próprio mijo. «Há espectáculos para cinco, para um, para dez ou para centenas de espectadores e não é pela quantidade de público que se determina a sua qualidade, nem tão-pouco há uma relação directa entre custo e qualidade», rosna o Ribeiro para cima de um Pacheco, quase medievo, preocupado com a aplicação de dinheiros públicos nas ditas "artes performativas". Segundo Ribeiro, só quem possui uma «visão decadente sobre o mundo, revelando uma obscenidade preconceituosa contra a produção artística contemporânea» é que pode escrever no "pachequês" de Pacheco. O amigo Vidal ainda consente duas dissenções nas "visões decadentes", a saber, Pulido Valente e Graça Moura. Mas Pacheco é, e cito, um puro "energúmeno" que provavelmente nem a arraçado de «cão d' água» barroco chega. Não é evidentemente com Pacheco Pereira que estou incomodado. É com Carlos Vidal. Vê-lo ajoelhado diante de um P. Ribeiro - uma espécie de Mega Ferreira menos acharutado mas não menos cortesão - causa-me pena. Ainda o vou ver a elogiar aquela amiga do Ribeiro e enorme "divulgadora" cultural televisiva (em versão caldinho Knorr vanguardista), uma de olhos claros que perpetra na RTP2 numa coisa chamada justamente "câmara clara". É que ela, os ribeirinhos e demais moluscos são todos filhos de uma e mesma mesma coisa que é escusado nomear.Foto: Alex Colville, Pacific (1967)Adenda (do Carlos Vidal): «Estou a percebê-lo bastante bem, meu caro, e eu creio também ter explicado suficientemente bem aquilo que discordo (que é antigo) e aquilo que concordo com Pinto Ribeiro. Repare, APR decidiu, ainda em tempos de Culturgest, abraçar a causa "multiculturalista" e "pós-colonialista" de Bhabha, Spivak e Clifford. Para mim, este "pós-colonialismo" da "hibridação" (Bhabha) sempre foi uma mistificação, pois pretendia a hibridação onde sempre houve, e nunca deixou de haver, conflito: território, classes, história, identidade, cultura, etc. Escrevi violentamente contra esse "multiculturalismo", mas é como lhe digo - fi-lo depois de seguir expos atrás de expos: "Magiciens de la Terre" em Paris, "Documenta" de 92/Kassel e muitas outras: é trabalho de campo, meu caro, coisa que Pacheco não faz e nunca fez. Por isso, não é um interlocutor sobre "bens" e "males" da actualidade. Ao atacar isto (veja o meu livro "Democracia e Livre Iniciativa", 1997), fui amigavelmente convidado por APR para uma conversa que, muito bem, retomava uma inquietação comum e que passava por uma questão de um crítico que sempre tive como referência: não será o "novo multiculturalismo" uma tentativa do mercado superar a sua exaustão de produtos? Mas se é, como mostrar então as "geografias" excluídas??, perguntava Buchloh, pergunto eu, perguntava também APR. Esta questão ainda é válida, mas é preciso conhecer os termos da conversa. E Pacheco nada sabe disto. Está muito em Hal Foster (que APR cita) no "The Return of the Real". Outra questão, os "públicos". Tem o meu amigo dúvidas de que este é um critério de energúmeno? Dou-lhe um exemplo: Nós dois, Gonçalves e eu, estamos no mesmo barco: estou certo que nunca assistiríamos a um "Três Tenores". Eu, nem com dinheiro em cima da mesa e em cima do bilhete. E sabe quem também nunca alinhou na coisa? O Kraus, o grande Alfredo. Abraço amigo. C. Vidal»Adenda à adenda: Estamos aparentemente de acordo acerca da mitologia "multicultural". Velha ou nova. A diferença é que eu dou nome às biputas para recorrer a um verso do Sena e não armar em "original". Quanto a Pacheco, sem o querer defender nem sequer da sua sombra, não esquecer que é um dos maiores teólogos contemporâneos da mediocracia - servindo-se dela com o génio formoso de um galanteador do século XIX num prostíbulo - com a vantagem de saber filosofia e não apenas direito, costura ou futebol que, como eu, odeia. E que, para além disso, é deputado da nação o que, mesmo que ele não quisesse, o obriga a ter em conta, precisamente, a nação, algo que não está inscrito em nenhuma "poética" a não ser do lixo. Julgo que é mais por aí que se deve ler o que escreveu sobre as artes performativas, uma coisa que me recorda imediatamente uma pergunta num famoso monólogo de João Ubaldo Ribeiro: «e ao cu não me vais?» Também não creio em "especialistas", descanse, ou em "realidades" abstractas como "públicos", particularmente os "novos" por quem a primeira rameira cultural clama para obter mais proventos dos outros. E muito menos creio em pintos ribeiros. Pluralizo propositadamente porque são múltiplos, coisa distinta de diversos. Na realidade são uma e a mesma entidade. Algo que os nossos quatro tenores nunca serão nem mesmo a três. Abraço, JG.Adenda à adenda à adenda: «Vejo que estamos de acordo numa questão importante: não nos deixamos seduzir pelo jargão suave da "multiculturalidade", o que significa que devemos conhecê-lo. Eu pelo menos fiz por isso. Aquando da revisão dos cursos de Belas-Artes por causa de "Bolonha", introduzimos os Cultural Studies, Estudos Culturais à nossa boa maneira (e correcta). Propus que as bases fossem, seguindo os teóricos da coisa, Stuart Hall, um importante ensaísta, e outros: 1) Não nos centraremos nas disciplinas artísticas e tudo se deve cruzar - aulas de literatura, cine, música, artes plásticas; 2) Não valorizaríamos geografias, logo teríamos de conhecer a arte da América Latina, a arte conceptual soviética dos anos 60/70, a arte contemporânea do Médio Oriente (de Gadha Amer a Yael Bartana, etc.); 3) não faríamos juízos de valor, tudo era uma espécie de "sintoma" (este programa não seria de nenhum curso, mas de uma disciplina, uma área teórica). Mesmo não concordando (eu não concordo), os pressupostos eram estes. E a partir daqui muito se poderia fazer. É básico: não se critica o que não se conhece. Outra coisa básica: repare, Pacheco Pereira ataca arte e artistas com base nos seus textos e escritos, teórico-promocionais ou de apresentação. Agora, pense no seguinte - o que é isto?? Leia os escritos de Picasso, o que sobre arte dispersamente escreveu e foi dizendo: não há uma única declaração que se aproveite. Acha o meu amigo que isto é um ponto de partida para uma discussão? Não, não é. Há que conhecer as obras, não é verdade? E aí, santa paciência, o malaguenho é mais do que tenebroso. É a encarnação de uma verdade insondável. Só. Novo abraço. CV»Nota à adenda supra (do dia seguinte, ao som e imagem de um magnífico Il Trovatore de Covent Garden): Como o Carlos, gosto da ideia dos "estudos culturais" nas nossas universidades. Por exemplo, as faculdades de direito deviam ser as primeiras a tê-los para evitar tanto burgesso e burgessa a mandar ou a candidatar-se a mandar. Mas - o mas é Portugal - sucede que falta a tudo um sentido de cosmopolitismo. Aqui aprecio as ideias da Camille Paglia quando, a propósito de outros "estudos", os "queer" americanos, e sendo ela uma "liberal" na matéria, descasca toda uma torrente de preconceito idiota que enxameou (enxameia?) a academia norte-americana. Repito. O Pacheco - que é um cosmopolita - fala cá para dentro, para o que há e do que há enquanto manifestação política de outras coisas, no caso, "arte". Como o Carlos bem sabe, o sonho dos nossos criativos não é serem cosmopolitas - é serem meros intelectuais orgânicos preferencialmente com uma trela para os exibir paga pelo Estado. Os pintos ribeiros levam-nos a passear como aqueles passeadores profissionais de cães, aos quatro e aos seis, em Central Park. Não me peça respeito por isso a não ser pelos de Central Park. Abraço, outro JG. Fim: «Já que falamos também do que vamos ouvindo: por mim estou na pouco valorizada produção operática de Haydn: agora, um grande prazer, mais pelo Hogwood do que pela Bartoli, um "Orfeo ed Euridice", gravação de 1997.E ainda falando do século XVIII, repare nisto: considero um dos projectos discográficos mais importantes desta entrada de milénio, o mais importante mesmo, a "Vivaldi Edition" - está lá tudo o que mais gosto: o barroco que mais gosto, e os intérpretes que mais gosto (Alessandrini e Spinosi...). Sabe como é que aquilo veio à superfície para nosso deleite, não sabe? E como se mantém a edição? Com apoios estatais e regionais massivos. Pois bem, acha que se vive só daquilo? Barroco, Vivaldi, Caravaggio, como não? Pois o que eu sei é que se deve despejar também $$$ nos autores de agora-agora. Literalmente, despejar. Estou tanto deste lado quanto do lado de Giotto. E estou certo que os "pachecos" não estão. Agora sim, tema provisoriamente concluído. Abc. CV»


Estranho Carlos Vidal louvar-se num daqueles enormes jarrões do "comissariado" dito cultural do regime, Pinto Ribeiro de sua graça. Transuma entre várias instituições do dito regime e nunca propriamente a preços de fim de estação. Contava-se - seria mito suburbano? - que era nele que Alexandre Melo, o assessor "cultural" do admirável líder, pensava quando o telefone tocou a outro Pinto Ribeiro que foi entretanto feito ministro da cultura por homofonia. No fundo, o que Vidal nos recomenda - e a Pacheco Pereira em especial - é que nunca toquemos em vacas sagradas e em santarrões do "calibre" de Pinto Ribeiro (tomem nota, oh homens da cultura de Passos Coelho!). Porque são eles quem passa o atestado daquilo que é ou não é "cultural", "moderno" ou, no debroado do próprio místico, «sobre o discurso das artes performativas em Portugal». É natural. Ribeiro e demais ribeiros pastoreiam a zona com o zelo de um pastor alemão vanguardista ou de um tigre da Malásia que delimita o território com o próprio mijo. «Há espectáculos para cinco, para um, para dez ou para centenas de espectadores e não é pela quantidade de público que se determina a sua qualidade, nem tão-pouco há uma relação directa entre custo e qualidade», rosna o Ribeiro para cima de um Pacheco, quase medievo, preocupado com a aplicação de dinheiros públicos nas ditas "artes performativas". Segundo Ribeiro, só quem possui uma «visão decadente sobre o mundo, revelando uma obscenidade preconceituosa contra a produção artística contemporânea» é que pode escrever no "pachequês" de Pacheco. O amigo Vidal ainda consente duas dissenções nas "visões decadentes", a saber, Pulido Valente e Graça Moura. Mas Pacheco é, e cito, um puro "energúmeno" que provavelmente nem a arraçado de «cão d' água» barroco chega. Não é evidentemente com Pacheco Pereira que estou incomodado. É com Carlos Vidal. Vê-lo ajoelhado diante de um P. Ribeiro - uma espécie de Mega Ferreira menos acharutado mas não menos cortesão - causa-me pena. Ainda o vou ver a elogiar aquela amiga do Ribeiro e enorme "divulgadora" cultural televisiva (em versão caldinho Knorr vanguardista), uma de olhos claros que perpetra na RTP2 numa coisa chamada justamente "câmara clara". É que ela, os ribeirinhos e demais moluscos são todos filhos de uma e mesma mesma coisa que é escusado nomear.Foto: Alex Colville, Pacific (1967)Adenda (do Carlos Vidal): «Estou a percebê-lo bastante bem, meu caro, e eu creio também ter explicado suficientemente bem aquilo que discordo (que é antigo) e aquilo que concordo com Pinto Ribeiro. Repare, APR decidiu, ainda em tempos de Culturgest, abraçar a causa "multiculturalista" e "pós-colonialista" de Bhabha, Spivak e Clifford. Para mim, este "pós-colonialismo" da "hibridação" (Bhabha) sempre foi uma mistificação, pois pretendia a hibridação onde sempre houve, e nunca deixou de haver, conflito: território, classes, história, identidade, cultura, etc. Escrevi violentamente contra esse "multiculturalismo", mas é como lhe digo - fi-lo depois de seguir expos atrás de expos: "Magiciens de la Terre" em Paris, "Documenta" de 92/Kassel e muitas outras: é trabalho de campo, meu caro, coisa que Pacheco não faz e nunca fez. Por isso, não é um interlocutor sobre "bens" e "males" da actualidade. Ao atacar isto (veja o meu livro "Democracia e Livre Iniciativa", 1997), fui amigavelmente convidado por APR para uma conversa que, muito bem, retomava uma inquietação comum e que passava por uma questão de um crítico que sempre tive como referência: não será o "novo multiculturalismo" uma tentativa do mercado superar a sua exaustão de produtos? Mas se é, como mostrar então as "geografias" excluídas??, perguntava Buchloh, pergunto eu, perguntava também APR. Esta questão ainda é válida, mas é preciso conhecer os termos da conversa. E Pacheco nada sabe disto. Está muito em Hal Foster (que APR cita) no "The Return of the Real". Outra questão, os "públicos". Tem o meu amigo dúvidas de que este é um critério de energúmeno? Dou-lhe um exemplo: Nós dois, Gonçalves e eu, estamos no mesmo barco: estou certo que nunca assistiríamos a um "Três Tenores". Eu, nem com dinheiro em cima da mesa e em cima do bilhete. E sabe quem também nunca alinhou na coisa? O Kraus, o grande Alfredo. Abraço amigo. C. Vidal»Adenda à adenda: Estamos aparentemente de acordo acerca da mitologia "multicultural". Velha ou nova. A diferença é que eu dou nome às biputas para recorrer a um verso do Sena e não armar em "original". Quanto a Pacheco, sem o querer defender nem sequer da sua sombra, não esquecer que é um dos maiores teólogos contemporâneos da mediocracia - servindo-se dela com o génio formoso de um galanteador do século XIX num prostíbulo - com a vantagem de saber filosofia e não apenas direito, costura ou futebol que, como eu, odeia. E que, para além disso, é deputado da nação o que, mesmo que ele não quisesse, o obriga a ter em conta, precisamente, a nação, algo que não está inscrito em nenhuma "poética" a não ser do lixo. Julgo que é mais por aí que se deve ler o que escreveu sobre as artes performativas, uma coisa que me recorda imediatamente uma pergunta num famoso monólogo de João Ubaldo Ribeiro: «e ao cu não me vais?» Também não creio em "especialistas", descanse, ou em "realidades" abstractas como "públicos", particularmente os "novos" por quem a primeira rameira cultural clama para obter mais proventos dos outros. E muito menos creio em pintos ribeiros. Pluralizo propositadamente porque são múltiplos, coisa distinta de diversos. Na realidade são uma e a mesma entidade. Algo que os nossos quatro tenores nunca serão nem mesmo a três. Abraço, JG.Adenda à adenda à adenda: «Vejo que estamos de acordo numa questão importante: não nos deixamos seduzir pelo jargão suave da "multiculturalidade", o que significa que devemos conhecê-lo. Eu pelo menos fiz por isso. Aquando da revisão dos cursos de Belas-Artes por causa de "Bolonha", introduzimos os Cultural Studies, Estudos Culturais à nossa boa maneira (e correcta). Propus que as bases fossem, seguindo os teóricos da coisa, Stuart Hall, um importante ensaísta, e outros: 1) Não nos centraremos nas disciplinas artísticas e tudo se deve cruzar - aulas de literatura, cine, música, artes plásticas; 2) Não valorizaríamos geografias, logo teríamos de conhecer a arte da América Latina, a arte conceptual soviética dos anos 60/70, a arte contemporânea do Médio Oriente (de Gadha Amer a Yael Bartana, etc.); 3) não faríamos juízos de valor, tudo era uma espécie de "sintoma" (este programa não seria de nenhum curso, mas de uma disciplina, uma área teórica). Mesmo não concordando (eu não concordo), os pressupostos eram estes. E a partir daqui muito se poderia fazer. É básico: não se critica o que não se conhece. Outra coisa básica: repare, Pacheco Pereira ataca arte e artistas com base nos seus textos e escritos, teórico-promocionais ou de apresentação. Agora, pense no seguinte - o que é isto?? Leia os escritos de Picasso, o que sobre arte dispersamente escreveu e foi dizendo: não há uma única declaração que se aproveite. Acha o meu amigo que isto é um ponto de partida para uma discussão? Não, não é. Há que conhecer as obras, não é verdade? E aí, santa paciência, o malaguenho é mais do que tenebroso. É a encarnação de uma verdade insondável. Só. Novo abraço. CV»Nota à adenda supra (do dia seguinte, ao som e imagem de um magnífico Il Trovatore de Covent Garden): Como o Carlos, gosto da ideia dos "estudos culturais" nas nossas universidades. Por exemplo, as faculdades de direito deviam ser as primeiras a tê-los para evitar tanto burgesso e burgessa a mandar ou a candidatar-se a mandar. Mas - o mas é Portugal - sucede que falta a tudo um sentido de cosmopolitismo. Aqui aprecio as ideias da Camille Paglia quando, a propósito de outros "estudos", os "queer" americanos, e sendo ela uma "liberal" na matéria, descasca toda uma torrente de preconceito idiota que enxameou (enxameia?) a academia norte-americana. Repito. O Pacheco - que é um cosmopolita - fala cá para dentro, para o que há e do que há enquanto manifestação política de outras coisas, no caso, "arte". Como o Carlos bem sabe, o sonho dos nossos criativos não é serem cosmopolitas - é serem meros intelectuais orgânicos preferencialmente com uma trela para os exibir paga pelo Estado. Os pintos ribeiros levam-nos a passear como aqueles passeadores profissionais de cães, aos quatro e aos seis, em Central Park. Não me peça respeito por isso a não ser pelos de Central Park. Abraço, outro JG. Fim: «Já que falamos também do que vamos ouvindo: por mim estou na pouco valorizada produção operática de Haydn: agora, um grande prazer, mais pelo Hogwood do que pela Bartoli, um "Orfeo ed Euridice", gravação de 1997.E ainda falando do século XVIII, repare nisto: considero um dos projectos discográficos mais importantes desta entrada de milénio, o mais importante mesmo, a "Vivaldi Edition" - está lá tudo o que mais gosto: o barroco que mais gosto, e os intérpretes que mais gosto (Alessandrini e Spinosi...). Sabe como é que aquilo veio à superfície para nosso deleite, não sabe? E como se mantém a edição? Com apoios estatais e regionais massivos. Pois bem, acha que se vive só daquilo? Barroco, Vivaldi, Caravaggio, como não? Pois o que eu sei é que se deve despejar também $$$ nos autores de agora-agora. Literalmente, despejar. Estou tanto deste lado quanto do lado de Giotto. E estou certo que os "pachecos" não estão. Agora sim, tema provisoriamente concluído. Abc. CV»

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