POR CAUSA DELE

16-12-2019
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E quanto mais fieis ao Papa, ao Magistério e à Tradição, mais gente reúnem à sua e Dele volta...! Ou é isto que é a Nova Evangelização ou Nova Evangelização não haverá...(passe a pretensão da frase, claro...;-)

"Levar a Deus todas as almas que seja
possível". O padre Michel Marie Zanotti Sorkine tomou esta frase a sério,
e é o seu principal o objectivo como sacerdote.

É o que está a fazer depois de ter
transformado uma igreja a ponto de fechar e de ser demolida na paróquia com
mais vida de Marselha. O mérito é ainda maior dado que o templo está no bairro
com uma enorme presença de muçulmanos numa cidade em que menos de 1% da
população é católica praticante.

Foi um músico de sucesso

A chave para este sacerdote que antes foi músico
de éxito em cabarés
de Paris e Montecarlo é a "presença", tornar Deus
presente no mundo de hoje. As portas da sua igreja estão abertas de par em
par o dia inteiro e veste de batina porque "todos, cristãos ou não,
têm direito a ver um sacerdote fora da igreja".

Na Missa: de 50 a 700 assistentes

O balanço é impressionante. Quando em 2004 chegou à paróquia de S. Vicente de
Paulo no centro de Marselha a igreja estava fechada durante a semana e a
única missa dominical era celebrada na cripta para apenas 50 pessoas.

Segundo o que conta a primeira coisa que fez foi abrir
a igreja todos os dias e celebrar no altar-mor. Agora a igreja fica aberta
quase todo o dia e é preciso ir buscar cadeiras para receber todos os
fiéis. Mais de 700 todos os domingos, e mais ainda nas grandes festas.
Converteu-se num fenómeno de massas não só em Marselha mas em toda a França,
com reportagens nos meios de comunicação de todo o país, atraídos pela
quantidade de conversões.

Um novo 'cura de Ars' numa Marselha agnóstica

Uma das iniciativas principais do padre Zanotti Sorkine para revitalizar a
fé da paróquia e conseguir a afluência de pessoas de todas as idades e
condições sociais é a confissão. Antes da abertura do templo às 8h00 da
manhã já há gente à espera à porta para poder receber este sacramento ou para pedir
conselho a este sacerdote francês.

Os fregueses contam que o padre Michel Marie está boa parte do dia no
confessionário, muitas vezes até depois das onze da noite. E se não está
lá, anda pelos corredores ou na sacristia consciente da necessidade de que os
padres estejam sempre visíveis e próximos, para ir em ajuda de todo aquele que
precisa.

A igreja sempre aberta

Outra das suas originalidades mais características é a ter a igreja
permanentemente aberta. Isto gerou críticas doutros padres da diocese mas a ele
assegura que a missão da paróquia é "permitir e facilitar o encontro do
homem com Deus" e o padre não pode ser um obstáculo para que isso
aconteça.

O templo deve favorecer a relação com Deus

Numa entrevista a uma televisão disse estar convencido de que "se hoje em dia a igreja não está aberta é porque de
certa maneira não temos nada a propor, que tudo o que oferecemos já acabou.
No nosso caso em que a igreja está aberta todo o dia, há gente que vem,
praticamente nunca tivemos roubos, há gente que reza e garanto que a igreja se
transforma num instrumento extraordinário que favorece o encontro entre a
alma e Deus".

Foi a última oportunidade para salvar a paróquia

O bispo mandou-o para esta paróquia como último recurso para a salvar, e fê-lo
de modo literal quando lhe disse que abrisse as portas. "Há cinco portas
sempre abertas e todo o mundo pode ver a beleza da casa de Deus".
90.000 carros e milhares de transeuntes passam e vêem a igreja aberta e com os
padres à vista. Este é o seu método: a presença de Deus e da sua gente no
mundo secularizado.
 
A importância da liturgia e da limpeza

E aqui está outro ponto chave para este
sacerdote. Assim que tomou posse, com a ajuda de um grupo de leigos renovou a paróquia, limpou-a e deixou-a
resplandecente. Para ele este é
outro motivo que levou as pessoas a voltarem à igreja: "Como é podemos
querer que as pessoas acreditem que Cristo vive num lugar se esse lugar não
estiver impecável, é impossível."

Por isso, as toalhas do altar e do sacrário têm um branco imaculado. "É o pormenor
que faz a diferença. Com o trabalho bem feito damos conta do amor que
manifestamos às pessoas e às coisas". De maneira taxativa assegura que
"estou convicto que quando se entra numa igreja onde não está tudo
impecável é impossível acreditar na presença gloriosa de Jesus".

A liturgia torna-se o ponto central do seu ministério
e muitas pessoas sentiram-se atraídas a esta igreja pela riqueza da Eucaristia.
"Esta é a beleza que conduz a Deus", afirma.

As missas estão sempre cheias e incluem procissões solenes, incenso, cânticos
bem cantados... Tudo ao detalhe. "Tenho
um cuidado especial com a celebração da Missa para mostrar o significado do
sacrifício eucarístico e a realidade da sua Presença". "A vida
espiritual não é concebível sem a adoração do Santíssimo Sacramento e sem um
ardente amor a Maria", por isso introduziu a adoração e o terço
diário, rezado por estudantes e jovens.

Os sermões são também muito aguardados e, inclusive,
os paroquianos põem-nos online. Há sempre uma referência à conversão, para a
salvação do homem. Na sua opinião, a falta desta mensagem na Igreja de hoje
"é talvez uma das principais causas de indiferença religiosa que vivemos
no mundo contemporâneo". Acima de tudo clareza na mensagem evangélica. Por
isso previne quanto à frase tão gasta de que "vamos todos para o
céu". Para ele esta é uma "música que nos pode enganar",
pois é preciso lutar, a começar pelo padre, para chegar até ao Paraíso.

O padre da batina

Se alguma coisa distingue este sacerdote alto num bairro de maioria muçulmana é
a batina, que veste sempre, e o terço nas mãos. Para ele é primordial que o padre ser descoberto pelas
pessoas. "Todos os homens, a começar por aquela pessoa que entra numa
igreja, tem direito de se encontrar com um sacerdote. O serviço que oferecemos
é tão essencial para a salvação que o ver-nos deve ser tangível e eficaz
para permitir esse encontro".

Deste modo, para o padre Michel o sacerdote é sacerdote 24 horas por dia.
"O serviço deve ser permanente. Que pensaríamos de um marido que a caminho
do escritório de manhã tirasse a aliança?".

Neste aspecto é muito insistente: "quanto
àqueles que dizem que o traje cria uma distância é porque não conhecem o
coração dos pobres para quem o que se vê diz mais do que o que se diz".
 
Por último, lembra um pormenor relevante. Os
regimes comunistas a primeira coisa que faziam era eliminar o traje
eclesiástico sabendo a importância que tem para a comunicação da fé.
"Isto deve fazer pensar a Igreja de França", acrescenta.

No entanto, a sua missão não se realiza apenas no interior do templo. É uma
personalidade conhecida em todo o bairro, também pelos muçulmanos. Toma o
pequeno almoço nos cafés do bairro, aí conversa e com os fiéis e com pessoas
que não praticam. Ele chama a isso a sua pequena capela. Assim conseguiu já
que muitos vizinhos sejam agora assíduos da paróquia, e tenham convertido esta
igreja de São Vicente de Paulo numa paróquia totalmente ressuscitada.

Uma vida peculiar: cantor em cabarés

A
vida do padre Michel Marie foi agitada. Nasceu em 1959 e tem origem russa,
italiana e da Córsega. Aos 13 anos
perdeu a mãe, o que lhe causou uma "fractura devastadora"
 que o levou a unir-se ainda mais a Nossa Senhora.

Com um grande talento musical, apagou a perda da mãe com a música. Em 1977
depois de ter sido convidado a tocar no café Paris de Montecarlo mudou-se para
a capital onde começou a sua carreira de compositor e cantor em cabarés.
No entanto, o apelo de Deus foi mais forte e em 1988 entrou na ordem dominicana
por devoção a S. Domingos. Esteve com eles quatro anos, e perante o fascínio
por S. Maximiliano Kolbe passou pela ordem franciscana, onde permanceu quatro
anos.

Foi em 1999 quando foi ordenado sacerdote para a diocese de Marselha com quase
quarenta anos. Além da música, que agora dedica a Deus, também é escritor de
êxito, tendo publicado já seis livros, e ainda poeta.


E quanto mais fieis ao Papa, ao Magistério e à Tradição, mais gente reúnem à sua e Dele volta...! Ou é isto que é a Nova Evangelização ou Nova Evangelização não haverá...(passe a pretensão da frase, claro...;-)

"Levar a Deus todas as almas que seja
possível". O padre Michel Marie Zanotti Sorkine tomou esta frase a sério,
e é o seu principal o objectivo como sacerdote.

É o que está a fazer depois de ter
transformado uma igreja a ponto de fechar e de ser demolida na paróquia com
mais vida de Marselha. O mérito é ainda maior dado que o templo está no bairro
com uma enorme presença de muçulmanos numa cidade em que menos de 1% da
população é católica praticante.

Foi um músico de sucesso

A chave para este sacerdote que antes foi músico
de éxito em cabarés
de Paris e Montecarlo é a "presença", tornar Deus
presente no mundo de hoje. As portas da sua igreja estão abertas de par em
par o dia inteiro e veste de batina porque "todos, cristãos ou não,
têm direito a ver um sacerdote fora da igreja".

Na Missa: de 50 a 700 assistentes

O balanço é impressionante. Quando em 2004 chegou à paróquia de S. Vicente de
Paulo no centro de Marselha a igreja estava fechada durante a semana e a
única missa dominical era celebrada na cripta para apenas 50 pessoas.

Segundo o que conta a primeira coisa que fez foi abrir
a igreja todos os dias e celebrar no altar-mor. Agora a igreja fica aberta
quase todo o dia e é preciso ir buscar cadeiras para receber todos os
fiéis. Mais de 700 todos os domingos, e mais ainda nas grandes festas.
Converteu-se num fenómeno de massas não só em Marselha mas em toda a França,
com reportagens nos meios de comunicação de todo o país, atraídos pela
quantidade de conversões.

Um novo 'cura de Ars' numa Marselha agnóstica

Uma das iniciativas principais do padre Zanotti Sorkine para revitalizar a
fé da paróquia e conseguir a afluência de pessoas de todas as idades e
condições sociais é a confissão. Antes da abertura do templo às 8h00 da
manhã já há gente à espera à porta para poder receber este sacramento ou para pedir
conselho a este sacerdote francês.

Os fregueses contam que o padre Michel Marie está boa parte do dia no
confessionário, muitas vezes até depois das onze da noite. E se não está
lá, anda pelos corredores ou na sacristia consciente da necessidade de que os
padres estejam sempre visíveis e próximos, para ir em ajuda de todo aquele que
precisa.

A igreja sempre aberta

Outra das suas originalidades mais características é a ter a igreja
permanentemente aberta. Isto gerou críticas doutros padres da diocese mas a ele
assegura que a missão da paróquia é "permitir e facilitar o encontro do
homem com Deus" e o padre não pode ser um obstáculo para que isso
aconteça.

O templo deve favorecer a relação com Deus

Numa entrevista a uma televisão disse estar convencido de que "se hoje em dia a igreja não está aberta é porque de
certa maneira não temos nada a propor, que tudo o que oferecemos já acabou.
No nosso caso em que a igreja está aberta todo o dia, há gente que vem,
praticamente nunca tivemos roubos, há gente que reza e garanto que a igreja se
transforma num instrumento extraordinário que favorece o encontro entre a
alma e Deus".

Foi a última oportunidade para salvar a paróquia

O bispo mandou-o para esta paróquia como último recurso para a salvar, e fê-lo
de modo literal quando lhe disse que abrisse as portas. "Há cinco portas
sempre abertas e todo o mundo pode ver a beleza da casa de Deus".
90.000 carros e milhares de transeuntes passam e vêem a igreja aberta e com os
padres à vista. Este é o seu método: a presença de Deus e da sua gente no
mundo secularizado.
 
A importância da liturgia e da limpeza

E aqui está outro ponto chave para este
sacerdote. Assim que tomou posse, com a ajuda de um grupo de leigos renovou a paróquia, limpou-a e deixou-a
resplandecente. Para ele este é
outro motivo que levou as pessoas a voltarem à igreja: "Como é podemos
querer que as pessoas acreditem que Cristo vive num lugar se esse lugar não
estiver impecável, é impossível."

Por isso, as toalhas do altar e do sacrário têm um branco imaculado. "É o pormenor
que faz a diferença. Com o trabalho bem feito damos conta do amor que
manifestamos às pessoas e às coisas". De maneira taxativa assegura que
"estou convicto que quando se entra numa igreja onde não está tudo
impecável é impossível acreditar na presença gloriosa de Jesus".

A liturgia torna-se o ponto central do seu ministério
e muitas pessoas sentiram-se atraídas a esta igreja pela riqueza da Eucaristia.
"Esta é a beleza que conduz a Deus", afirma.

As missas estão sempre cheias e incluem procissões solenes, incenso, cânticos
bem cantados... Tudo ao detalhe. "Tenho
um cuidado especial com a celebração da Missa para mostrar o significado do
sacrifício eucarístico e a realidade da sua Presença". "A vida
espiritual não é concebível sem a adoração do Santíssimo Sacramento e sem um
ardente amor a Maria", por isso introduziu a adoração e o terço
diário, rezado por estudantes e jovens.

Os sermões são também muito aguardados e, inclusive,
os paroquianos põem-nos online. Há sempre uma referência à conversão, para a
salvação do homem. Na sua opinião, a falta desta mensagem na Igreja de hoje
"é talvez uma das principais causas de indiferença religiosa que vivemos
no mundo contemporâneo". Acima de tudo clareza na mensagem evangélica. Por
isso previne quanto à frase tão gasta de que "vamos todos para o
céu". Para ele esta é uma "música que nos pode enganar",
pois é preciso lutar, a começar pelo padre, para chegar até ao Paraíso.

O padre da batina

Se alguma coisa distingue este sacerdote alto num bairro de maioria muçulmana é
a batina, que veste sempre, e o terço nas mãos. Para ele é primordial que o padre ser descoberto pelas
pessoas. "Todos os homens, a começar por aquela pessoa que entra numa
igreja, tem direito de se encontrar com um sacerdote. O serviço que oferecemos
é tão essencial para a salvação que o ver-nos deve ser tangível e eficaz
para permitir esse encontro".

Deste modo, para o padre Michel o sacerdote é sacerdote 24 horas por dia.
"O serviço deve ser permanente. Que pensaríamos de um marido que a caminho
do escritório de manhã tirasse a aliança?".

Neste aspecto é muito insistente: "quanto
àqueles que dizem que o traje cria uma distância é porque não conhecem o
coração dos pobres para quem o que se vê diz mais do que o que se diz".
 
Por último, lembra um pormenor relevante. Os
regimes comunistas a primeira coisa que faziam era eliminar o traje
eclesiástico sabendo a importância que tem para a comunicação da fé.
"Isto deve fazer pensar a Igreja de França", acrescenta.

No entanto, a sua missão não se realiza apenas no interior do templo. É uma
personalidade conhecida em todo o bairro, também pelos muçulmanos. Toma o
pequeno almoço nos cafés do bairro, aí conversa e com os fiéis e com pessoas
que não praticam. Ele chama a isso a sua pequena capela. Assim conseguiu já
que muitos vizinhos sejam agora assíduos da paróquia, e tenham convertido esta
igreja de São Vicente de Paulo numa paróquia totalmente ressuscitada.

Uma vida peculiar: cantor em cabarés

A
vida do padre Michel Marie foi agitada. Nasceu em 1959 e tem origem russa,
italiana e da Córsega. Aos 13 anos
perdeu a mãe, o que lhe causou uma "fractura devastadora"
 que o levou a unir-se ainda mais a Nossa Senhora.

Com um grande talento musical, apagou a perda da mãe com a música. Em 1977
depois de ter sido convidado a tocar no café Paris de Montecarlo mudou-se para
a capital onde começou a sua carreira de compositor e cantor em cabarés.
No entanto, o apelo de Deus foi mais forte e em 1988 entrou na ordem dominicana
por devoção a S. Domingos. Esteve com eles quatro anos, e perante o fascínio
por S. Maximiliano Kolbe passou pela ordem franciscana, onde permanceu quatro
anos.

Foi em 1999 quando foi ordenado sacerdote para a diocese de Marselha com quase
quarenta anos. Além da música, que agora dedica a Deus, também é escritor de
êxito, tendo publicado já seis livros, e ainda poeta.

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