O CARVALHADAS: O arrastão e a lama

02-09-2020
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O líder parlamentar do PSD telefonou ao Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, comunicando-lhe que considerava encerrado o assunto dos registos biográficos de José Sócrates.No entanto, Marques Guedes lamenta não ter sido possível “um esclarecimento cabal” das dúvidas sobre este assunto. Já anteriormente, o líder da bancada social democrata tinha considerado que as notícias sobre este assunto “arrastam a Assembleia da República para as trapalhadas que rodeiam todo este processo”.As conclusões do inquérito aberto pelo presidente da Assembleia da República (AR), Jaime Gama, aos registos biográficos do Primeiro-ministro indicam que os documentos originais, entregues por José Sócrates na década de 90, foram destruídos pelos serviços parlamentares.O relatório do inquérito, aberto após dúvidas suscitadas pelo PSD, já foi enviado ao líder parlamentar social-democrata, Luís Marques Guedes.O comportamento dos serviços parlamentares foi considerado “normal”, visto os documentos pertencerem à 6.ª legislatura e, por norma, serem destruídos depois de algum tempo. No arquivo parlamentar encontram-se dois registos biográficos do Primeiro-ministro, ambos com data de 13 de Setembro de 1992 e assinados por José Sócrates, que aparentam ser cópias um do outro, sendo que são coincidentes quando sobrepostos, mas contêm informações diferentes quanto às habilitações do chefe de Governo. Num dos registos consta como habilitações literárias ‘engenharia civil’ e profissão de ‘engenheiro’, enquanto que noutro pode-se ler ‘bach. engenharia civil’ e profissão ‘engenheiro técnico’. Os dois registos, nenhum original, e que foram divulgados pela secretária-geral da Assembleia da República no último dia 11 de Abril por “fac-simili”, estavam arquivados em serviços parlamentares diferentes.PSD ACEITA EXPLICAÇÕESSegundo a TVI, o PSD aceitou as explicações enviadas por Jaime Gama sobre os registos biográficos de José Sócrates, dando o caso como encerrado.In Correio da manhãArrastam a Assembleia da República para as trapalhadas que rodeiam todo este processo?A Assembleia da República?O edifício ou os Senhores Deputados que não assumem o que devem?A justiça é arrastável?As trapalhadas? Já agora quem são os trapalhões? Ou quem atrapalha o quê ou quem?Há interferências? Mandaram calar? Há infiltrações nas bases do edifício de forma que ele possa ser arrastado com toda a lama para o Tejo?Quem se lamenta deve sair, porque está lá a mais e se no caso provável se tornar num coro de lamentos, o decoro e a vergonha deveria levar a que os senhores deputados fossem fazer alguma coisa de útil, de preferência no estrangeiro, coisa pouco provável porque não sabem fazer nada, fora das teias em que estão presos e bem longe de todos os que ainda gostam deste país. Infelizmente o PSD, o CDS, o PCP, o PS e o BE sofrem de unanimidade, quando se trata de corporativismo, pelo que se propõe que a Assembleia da República se chame de Assembleia Nacional Corporativa e que tal seja anunciado no dia 25 de Abril.Agora percebi porque se chama a um determinado subsídio, de subsídio de reintegração. Palavras certas aplicadas aos sujeitos certos.Por isso gosto de reler muitas vezes Nietzsche:“ No homem esta arte da dissimulação atinge o seu ponto mais alto; nele a ilusão, a lisonja, a mentira e a fraude, o falar nas costas dos outros e de si próprio, numa palavra o esvoaçar constante em torno dessa chama única, a vaidade, são de tal modo a regra e a lei que não há nada mais inconcebível do que o aparecimento nos homens de um impulso honesto e puro para a verdade” e de Fernando Pessoa:Estou cansado, é claro,Porque, a certa altura, a gente tem de estar cansado.De que estou cansado, não sei:De nada me serviria sabê-lo,Pois o cansaço fica na mesma.A ferida dói como dóiE não em função da causa que a produziu.Sim, estou cansado,E um pouco sorridenteDe um cansaço ser só isto –Uma vontade de sono no corpo,Um desejo de não pensar na alma,E por cima de tudo uma transparência lúcidaDo entendimento retrospectivo…E a luxúria única de não ter já esperanças?Sou inteligente, eis tudo.Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,Que a cabeça sempre serve para alguma coisa.26-4-1935

O líder parlamentar do PSD telefonou ao Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, comunicando-lhe que considerava encerrado o assunto dos registos biográficos de José Sócrates.No entanto, Marques Guedes lamenta não ter sido possível “um esclarecimento cabal” das dúvidas sobre este assunto. Já anteriormente, o líder da bancada social democrata tinha considerado que as notícias sobre este assunto “arrastam a Assembleia da República para as trapalhadas que rodeiam todo este processo”.As conclusões do inquérito aberto pelo presidente da Assembleia da República (AR), Jaime Gama, aos registos biográficos do Primeiro-ministro indicam que os documentos originais, entregues por José Sócrates na década de 90, foram destruídos pelos serviços parlamentares.O relatório do inquérito, aberto após dúvidas suscitadas pelo PSD, já foi enviado ao líder parlamentar social-democrata, Luís Marques Guedes.O comportamento dos serviços parlamentares foi considerado “normal”, visto os documentos pertencerem à 6.ª legislatura e, por norma, serem destruídos depois de algum tempo. No arquivo parlamentar encontram-se dois registos biográficos do Primeiro-ministro, ambos com data de 13 de Setembro de 1992 e assinados por José Sócrates, que aparentam ser cópias um do outro, sendo que são coincidentes quando sobrepostos, mas contêm informações diferentes quanto às habilitações do chefe de Governo. Num dos registos consta como habilitações literárias ‘engenharia civil’ e profissão de ‘engenheiro’, enquanto que noutro pode-se ler ‘bach. engenharia civil’ e profissão ‘engenheiro técnico’. Os dois registos, nenhum original, e que foram divulgados pela secretária-geral da Assembleia da República no último dia 11 de Abril por “fac-simili”, estavam arquivados em serviços parlamentares diferentes.PSD ACEITA EXPLICAÇÕESSegundo a TVI, o PSD aceitou as explicações enviadas por Jaime Gama sobre os registos biográficos de José Sócrates, dando o caso como encerrado.In Correio da manhãArrastam a Assembleia da República para as trapalhadas que rodeiam todo este processo?A Assembleia da República?O edifício ou os Senhores Deputados que não assumem o que devem?A justiça é arrastável?As trapalhadas? Já agora quem são os trapalhões? Ou quem atrapalha o quê ou quem?Há interferências? Mandaram calar? Há infiltrações nas bases do edifício de forma que ele possa ser arrastado com toda a lama para o Tejo?Quem se lamenta deve sair, porque está lá a mais e se no caso provável se tornar num coro de lamentos, o decoro e a vergonha deveria levar a que os senhores deputados fossem fazer alguma coisa de útil, de preferência no estrangeiro, coisa pouco provável porque não sabem fazer nada, fora das teias em que estão presos e bem longe de todos os que ainda gostam deste país. Infelizmente o PSD, o CDS, o PCP, o PS e o BE sofrem de unanimidade, quando se trata de corporativismo, pelo que se propõe que a Assembleia da República se chame de Assembleia Nacional Corporativa e que tal seja anunciado no dia 25 de Abril.Agora percebi porque se chama a um determinado subsídio, de subsídio de reintegração. Palavras certas aplicadas aos sujeitos certos.Por isso gosto de reler muitas vezes Nietzsche:“ No homem esta arte da dissimulação atinge o seu ponto mais alto; nele a ilusão, a lisonja, a mentira e a fraude, o falar nas costas dos outros e de si próprio, numa palavra o esvoaçar constante em torno dessa chama única, a vaidade, são de tal modo a regra e a lei que não há nada mais inconcebível do que o aparecimento nos homens de um impulso honesto e puro para a verdade” e de Fernando Pessoa:Estou cansado, é claro,Porque, a certa altura, a gente tem de estar cansado.De que estou cansado, não sei:De nada me serviria sabê-lo,Pois o cansaço fica na mesma.A ferida dói como dóiE não em função da causa que a produziu.Sim, estou cansado,E um pouco sorridenteDe um cansaço ser só isto –Uma vontade de sono no corpo,Um desejo de não pensar na alma,E por cima de tudo uma transparência lúcidaDo entendimento retrospectivo…E a luxúria única de não ter já esperanças?Sou inteligente, eis tudo.Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,Que a cabeça sempre serve para alguma coisa.26-4-1935

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