António de Sousa e a insustentável leveza dos (outros) presidentes da Caixa

05-05-2020
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Não foi mais do que “uma reunião e um almoço, basicamente”. Estava passada a pasta. António de Sousa diz ter sido com esta leveza — que se revelaria muito pouco sustentável — que recebeu a liderança do banco público de João Salgueiro, em 2000, herdando uma série de problemas que aparecem na auditoria da EY aos negócios ruinosos da Caixa. Um dos principais problemas, o complexo esquema das Boats Caravelas, foi um desses negócios — explicado em detalhe aqui pelo Observador — e levou António de Sousa a considerar que quem tinha assinado aquilo, no final de 1999, não tinha “perfeita noção daquilo que estava a assinar” e dos riscos que existiam naquela operação. Depois da sua saída, muitos outros problemas vieram, mas António de Sousa recusa responsabilidades no seu “tempo”. Ao contrário de outros inquiridos nesta comissão de inquérito à Caixa, porém, António de Sousa não tem grandes faltas de memória (embora diga que compreende as dos outros, designadamente as de Vítor Constâncio).

No intervalo da audição parlamentar, esta terça-feira, numa pausa para fumar uma cigarrilha, António de Sousa revelou que na “curta” entrevista que lhe foi feita no âmbito da auditoria da consultora EY, ele só teve um pedido: “por favor, refiram os meses, não apenas os anos”. Isto para deixar bem claro que António de Sousa entrou em 2000 na Caixa — em março — e que saiu da Caixa em 2004 — em setembro (mas, sublinhou, entregou a liderança da comissão executiva a Luís Mira Amaral logo em abril, no âmbito da liderança bicéfala que não durou muito porque os dois acabaram por chocar de frente).

Este cuidado pedido por António de Sousa aos auditores da EY acabou por ser, também, pedido aos deputados. Uma questão de um deputado comunista foi, mesmo, abortada porque se referia a uma operação em Espanha que António de Sousa — chutou para canto a pergunta porque, embora ainda estivesse na liderança do conselho de administração, já não estava na comissão executiva.

Do ponto de vista de António de Sousa, o seu mandato foi, como dizia o mister, limpinho, limpinho. Houve problemas, designadamente problemas como as Caravelas (que vinham de trás), mas António de Sousa diz não ter tido outra função que não ir resolvendo, na medida do possível — o que, no caso das Caravelas, levou a que fosse ele a ter de registar, a certa altura, a imparidade a 100%, reconhecendo a perda de 340 milhões no banco público.

Outros problemas de menor dimensão, também contados em detalhe pelo Observador, como o do Crown Bank de New Jersey, também vinham de trás — de relações que António de Sousa diz terem sido construídas antes do seu mandato, de modo a que o presidente só tenha tomado a dianteira quando era altura de os “resolver”. E de os pagar, como líder do banco público.

Porque António de Sousa vinha do Banco de Portugal e conhecia, nessa medida, a Caixa Geral de Depósitos, a sua “prioridade” foi criar um departamento de risco que, mesmo tendo ganho relevância de forma progressiva, criou muitos “anti-corpos” dentro da organização. O ex-banqueiro diz que nunca lhe foi dito nada à sua frente, mas sabia perfeitamente que as críticas que lhe eram dirigidas, por essa razão, eram muitas. Todas nas suas costas, é claro.

[Sei que se dizia] porque é que este senhor vem para aqui agora criar modelos novos, de gestão de risco? Isso criou uma certa perturbação, nomeadamente porque foi algo progressivo, não imediato — as reações à minha frente não eram muito grandes mas sei que elas existiam”.

Essa direção de risco emitia pareceres mas quem tinha a palavra final, como tinha de ser, era a administração — “não se pode ter a responsabilidade sem ter a capacidade de decisão”, repetiu. No seu tempo isso não aconteceu de forma frequente, mas António de Sousa sabe (e a auditoria da EY confirma-o) que muitas vezes, após a sua saída, muitos empréstimos foram aprovados sem a direção de risco ter dado a sua bênção.

O que António de Sousa também sabe (e a auditoria da EY confirma-o, também) é que, a certa altura a Caixa Geral de Depósitos chegou a ser um dos principais acionistas do BCP, incluindo dando créditos para compra de ações do banco privado quando houve uma luta pelo poder que terminaria com a saída de Jardim Gonçalves. “Não faz sentido” a Caixa ter uma posição elevada no capital do BCP. Mas houve instruções dadas nesse sentido pelo acionista, ou seja, o Estado — norteado por considerações sobre a manutenção dos centros de decisão em território nacional. António de Sousa não disse se concorda com isso, mas refere que não há qualquer problema em usar um banco público com esta missão. O problema é que, “por vezes, isto tem custos. E teve”.

Se António de Sousa adotou uma estratégia de pintar o seu mandato como um oásis no meio das entropias em que o banco público se viu envolvido, os deputados pareceram querer ajudá-lo nessa estratégia — usando e abusando das questões que diziam respeito ora ao “antes”, ora ao “depois”. Uma das exceções foram as questões de Duarte Marques, do PSD, que elegeu Vítor Constâncio como o alvo direto das questões que fez a António de Sousa. A insistência levou a que o ex-banqueiro revelasse que a carta em que o administrador Almerindo Marques, de saída, criticava as políticas de risco e de concessão de crédito da Caixa, lhe foi comunicado por Vítor Constâncio.

Se o antigo governador do Banco de Portugal disse nesta mesma comissão de inquérito que não se lembrava dessa carta, amplamente noticiada pela imprensa, António de Sousa diz que se lembra perfeitamente, embora nunca a tenha visto fisicamente — o seu conteúdo foi-lhe transmitido por Constâncio, numa reunião curta, num plano de “olhe, recebi esta carta, acho que deve conhecer o seu conteúdo…”. Mas Constâncio pareceu muito tranquilo porque, segundo António de Sousa, o governador via com ótimos olhos as mudanças que se estavam a fazer na área do crédito, desde logo com a criação do departamento de risco.

António de Sousa não quis ir demasiado longe. Se Constâncio não se lembra, “é natural — como presidente da Caixa, a carta interessaria mais a mim do que a ele…”. Seja como for, António de Sousa procurou desvalorizar a carta de Almerindo, um administrador que até nem costumava estar nas reuniões do conselho alargado de crédito, porque tratava de todo o backoffice do banco, e, portanto, terá baseado as suas fundamentações em dados em segunda-mão, disse Sousa. O PSD admitiu pedir que Vítor Constâncio volte a ser chamado à comissão de inquérito, dadas estas “incoerências” e “faltas à verdade” que considera existirem na argumentação de Constâncio.

“Não havia grandes conversas” com o acionista

De resto, António de Sousa acabou até por responder de forma serena às questões sobre Vale do Lobo, uma operação que foi ruinosa para a Caixa mas que está a ter resultados positivos para o fundo de reestruturação que acabaria por fundar, o ECS Capital. “O capital de risco é mesmo assim, em alguns ativos ganha-se e noutros perde-se”, argumentou o ex-banqueiro, acrescentando. que “uma das regras fundamentais na nossa negociação com os bancos é que os bancos, como vendedores, nunca nos dizem a imparidade que têm para cada crédito. Eu nunca sei qual é a imparidade que está do outro lado. Não digo que não gostaria de saber… porque seria um bom argumento negocial para nós”.

Mas Vale do Lobo não é caso único nem no Algarve — que disse conhecer como “turista e como pessoa que tem lá casa” — mas no resto do país também. “Casos concretos não sou capaz de dizer, nem poderia dizer, mas infelizmente uma boa parte da crise financeira derivou de situações desse género. Os bancos irlandeses, por exemplo, fizeram isso e muito mais”, recordou António de Sousa.

Quanto à concessão de crédito na Caixa, no seu “tempo”, a descrição que é feita por António de Sousa é que nos conselhos alargados de crédito “havia casos em que todos estavam de acordo e era cinco minutos. Noutros havia uma discussão mais longa” — e nem sempre todos saiam satisfeitos, mas normalmente era o que acontecia. “A discutir é que as pessoas se entendem”, diz o ex-banqueiro, que minutos antes tinha referido que era “tradição” que as atas fossem sucintas e que, agora, seja difícil saber quem disse o quê.

António de Sousa deixou claro, também, que nunca teve qualquer orientação do acionista — o Estado — para se fazer mais empréstimos a grandes empresas. Até porque, como referiu, esses empréstimos já eram feitos, mesmo que no âmbito de sindicatos bancários que se juntavam para fazer grandes créditos. Se houve orientações, até públicas, foi para que houvesse mais crédito para as pequenas e médias empresas (PME), até no âmbito de parcerias com o IAPMEI (“ainda se chama IAPMEI, não chama?”, perguntou, entre dentes, António de Sousa ao presidente da comissão, Luís Leite Ramos).

“Eu tenho de confessar que não tinha assim muitas conversas com os ministros. Realmente, tirando determinadas decisões de muito grande dimensão — sejam elas a recomposição do grupo Champalimaud, sejam as tentativas de aquisição de bancos em Espanha, seja a compra de uma seguradora ao BCP — não havia grandes conversas”. O ex-banqueiro disse que os representantes do acionista nem tinham conhecimento, por exemplo, da operação das Caravelas, que se revelaria uma das mais ruinosas para o banco público. O ministro Pina Moura, por exemplo, não sabia desta operação, acredita António de Sousa.

De resto, “não havia grandes conversas” com o acionista Estado — desde que fossem caído anualmente os dividendos de cerca de 300 milhões de euros, em média, estava tudo bem, indicou o ex-presidente da Caixa.

Não foi mais do que “uma reunião e um almoço, basicamente”. Estava passada a pasta. António de Sousa diz ter sido com esta leveza — que se revelaria muito pouco sustentável — que recebeu a liderança do banco público de João Salgueiro, em 2000, herdando uma série de problemas que aparecem na auditoria da EY aos negócios ruinosos da Caixa. Um dos principais problemas, o complexo esquema das Boats Caravelas, foi um desses negócios — explicado em detalhe aqui pelo Observador — e levou António de Sousa a considerar que quem tinha assinado aquilo, no final de 1999, não tinha “perfeita noção daquilo que estava a assinar” e dos riscos que existiam naquela operação. Depois da sua saída, muitos outros problemas vieram, mas António de Sousa recusa responsabilidades no seu “tempo”. Ao contrário de outros inquiridos nesta comissão de inquérito à Caixa, porém, António de Sousa não tem grandes faltas de memória (embora diga que compreende as dos outros, designadamente as de Vítor Constâncio).

No intervalo da audição parlamentar, esta terça-feira, numa pausa para fumar uma cigarrilha, António de Sousa revelou que na “curta” entrevista que lhe foi feita no âmbito da auditoria da consultora EY, ele só teve um pedido: “por favor, refiram os meses, não apenas os anos”. Isto para deixar bem claro que António de Sousa entrou em 2000 na Caixa — em março — e que saiu da Caixa em 2004 — em setembro (mas, sublinhou, entregou a liderança da comissão executiva a Luís Mira Amaral logo em abril, no âmbito da liderança bicéfala que não durou muito porque os dois acabaram por chocar de frente).

Este cuidado pedido por António de Sousa aos auditores da EY acabou por ser, também, pedido aos deputados. Uma questão de um deputado comunista foi, mesmo, abortada porque se referia a uma operação em Espanha que António de Sousa — chutou para canto a pergunta porque, embora ainda estivesse na liderança do conselho de administração, já não estava na comissão executiva.

Do ponto de vista de António de Sousa, o seu mandato foi, como dizia o mister, limpinho, limpinho. Houve problemas, designadamente problemas como as Caravelas (que vinham de trás), mas António de Sousa diz não ter tido outra função que não ir resolvendo, na medida do possível — o que, no caso das Caravelas, levou a que fosse ele a ter de registar, a certa altura, a imparidade a 100%, reconhecendo a perda de 340 milhões no banco público.

Outros problemas de menor dimensão, também contados em detalhe pelo Observador, como o do Crown Bank de New Jersey, também vinham de trás — de relações que António de Sousa diz terem sido construídas antes do seu mandato, de modo a que o presidente só tenha tomado a dianteira quando era altura de os “resolver”. E de os pagar, como líder do banco público.

Porque António de Sousa vinha do Banco de Portugal e conhecia, nessa medida, a Caixa Geral de Depósitos, a sua “prioridade” foi criar um departamento de risco que, mesmo tendo ganho relevância de forma progressiva, criou muitos “anti-corpos” dentro da organização. O ex-banqueiro diz que nunca lhe foi dito nada à sua frente, mas sabia perfeitamente que as críticas que lhe eram dirigidas, por essa razão, eram muitas. Todas nas suas costas, é claro.

[Sei que se dizia] porque é que este senhor vem para aqui agora criar modelos novos, de gestão de risco? Isso criou uma certa perturbação, nomeadamente porque foi algo progressivo, não imediato — as reações à minha frente não eram muito grandes mas sei que elas existiam”.

Essa direção de risco emitia pareceres mas quem tinha a palavra final, como tinha de ser, era a administração — “não se pode ter a responsabilidade sem ter a capacidade de decisão”, repetiu. No seu tempo isso não aconteceu de forma frequente, mas António de Sousa sabe (e a auditoria da EY confirma-o) que muitas vezes, após a sua saída, muitos empréstimos foram aprovados sem a direção de risco ter dado a sua bênção.

O que António de Sousa também sabe (e a auditoria da EY confirma-o, também) é que, a certa altura a Caixa Geral de Depósitos chegou a ser um dos principais acionistas do BCP, incluindo dando créditos para compra de ações do banco privado quando houve uma luta pelo poder que terminaria com a saída de Jardim Gonçalves. “Não faz sentido” a Caixa ter uma posição elevada no capital do BCP. Mas houve instruções dadas nesse sentido pelo acionista, ou seja, o Estado — norteado por considerações sobre a manutenção dos centros de decisão em território nacional. António de Sousa não disse se concorda com isso, mas refere que não há qualquer problema em usar um banco público com esta missão. O problema é que, “por vezes, isto tem custos. E teve”.

Se António de Sousa adotou uma estratégia de pintar o seu mandato como um oásis no meio das entropias em que o banco público se viu envolvido, os deputados pareceram querer ajudá-lo nessa estratégia — usando e abusando das questões que diziam respeito ora ao “antes”, ora ao “depois”. Uma das exceções foram as questões de Duarte Marques, do PSD, que elegeu Vítor Constâncio como o alvo direto das questões que fez a António de Sousa. A insistência levou a que o ex-banqueiro revelasse que a carta em que o administrador Almerindo Marques, de saída, criticava as políticas de risco e de concessão de crédito da Caixa, lhe foi comunicado por Vítor Constâncio.

Se o antigo governador do Banco de Portugal disse nesta mesma comissão de inquérito que não se lembrava dessa carta, amplamente noticiada pela imprensa, António de Sousa diz que se lembra perfeitamente, embora nunca a tenha visto fisicamente — o seu conteúdo foi-lhe transmitido por Constâncio, numa reunião curta, num plano de “olhe, recebi esta carta, acho que deve conhecer o seu conteúdo…”. Mas Constâncio pareceu muito tranquilo porque, segundo António de Sousa, o governador via com ótimos olhos as mudanças que se estavam a fazer na área do crédito, desde logo com a criação do departamento de risco.

António de Sousa não quis ir demasiado longe. Se Constâncio não se lembra, “é natural — como presidente da Caixa, a carta interessaria mais a mim do que a ele…”. Seja como for, António de Sousa procurou desvalorizar a carta de Almerindo, um administrador que até nem costumava estar nas reuniões do conselho alargado de crédito, porque tratava de todo o backoffice do banco, e, portanto, terá baseado as suas fundamentações em dados em segunda-mão, disse Sousa. O PSD admitiu pedir que Vítor Constâncio volte a ser chamado à comissão de inquérito, dadas estas “incoerências” e “faltas à verdade” que considera existirem na argumentação de Constâncio.

“Não havia grandes conversas” com o acionista

De resto, António de Sousa acabou até por responder de forma serena às questões sobre Vale do Lobo, uma operação que foi ruinosa para a Caixa mas que está a ter resultados positivos para o fundo de reestruturação que acabaria por fundar, o ECS Capital. “O capital de risco é mesmo assim, em alguns ativos ganha-se e noutros perde-se”, argumentou o ex-banqueiro, acrescentando. que “uma das regras fundamentais na nossa negociação com os bancos é que os bancos, como vendedores, nunca nos dizem a imparidade que têm para cada crédito. Eu nunca sei qual é a imparidade que está do outro lado. Não digo que não gostaria de saber… porque seria um bom argumento negocial para nós”.

Mas Vale do Lobo não é caso único nem no Algarve — que disse conhecer como “turista e como pessoa que tem lá casa” — mas no resto do país também. “Casos concretos não sou capaz de dizer, nem poderia dizer, mas infelizmente uma boa parte da crise financeira derivou de situações desse género. Os bancos irlandeses, por exemplo, fizeram isso e muito mais”, recordou António de Sousa.

Quanto à concessão de crédito na Caixa, no seu “tempo”, a descrição que é feita por António de Sousa é que nos conselhos alargados de crédito “havia casos em que todos estavam de acordo e era cinco minutos. Noutros havia uma discussão mais longa” — e nem sempre todos saiam satisfeitos, mas normalmente era o que acontecia. “A discutir é que as pessoas se entendem”, diz o ex-banqueiro, que minutos antes tinha referido que era “tradição” que as atas fossem sucintas e que, agora, seja difícil saber quem disse o quê.

António de Sousa deixou claro, também, que nunca teve qualquer orientação do acionista — o Estado — para se fazer mais empréstimos a grandes empresas. Até porque, como referiu, esses empréstimos já eram feitos, mesmo que no âmbito de sindicatos bancários que se juntavam para fazer grandes créditos. Se houve orientações, até públicas, foi para que houvesse mais crédito para as pequenas e médias empresas (PME), até no âmbito de parcerias com o IAPMEI (“ainda se chama IAPMEI, não chama?”, perguntou, entre dentes, António de Sousa ao presidente da comissão, Luís Leite Ramos).

“Eu tenho de confessar que não tinha assim muitas conversas com os ministros. Realmente, tirando determinadas decisões de muito grande dimensão — sejam elas a recomposição do grupo Champalimaud, sejam as tentativas de aquisição de bancos em Espanha, seja a compra de uma seguradora ao BCP — não havia grandes conversas”. O ex-banqueiro disse que os representantes do acionista nem tinham conhecimento, por exemplo, da operação das Caravelas, que se revelaria uma das mais ruinosas para o banco público. O ministro Pina Moura, por exemplo, não sabia desta operação, acredita António de Sousa.

De resto, “não havia grandes conversas” com o acionista Estado — desde que fossem caído anualmente os dividendos de cerca de 300 milhões de euros, em média, estava tudo bem, indicou o ex-presidente da Caixa.

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