Diogo Lacerda Machado. O “melhor amigo” de Costa que virou mediador com os privados

16-11-2020
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Começou por “colaborar” com Costa ou “dar uma ajuda” ao amigo. Tudo informal, mas, para o primeiro-ministro, tudo normal. Agora, já com um contrato escrito, Diogo Lacerda Machado é o representante do Estado em vários dossiês em que o Governo negoceia ou dialoga com privados. Esteve na negociação com a TAP para renegociar a privatização, no BES para mediar as conversações com os lesados e no BPI para fazer a ponte entre os espanhóis do CaixaBank e dos angolanos da Santoro. O talento de aproximar quem está separado por muito mais do que a distância das cadeiras numa mesa de negociações, é muito apreciado por António Costa. O PSD criticou esta opção do primeiro-ministro e pediu para que Diogo Lacerda Machado seja ouvido no no Parlamento a propósito do seu envolvimento dossiê TAP – a audição acontecerá no dia 27, avançou esta segunda-feira o “Expresso”. Esta segunda-feira, o PSD também pediu acesso ao contrato de Lacerda Machado. “Jeito nato” para “sentar as pessoas à mesa” Quem é este advogado de 55 anos que saltou para a ribalta nas últimas semanas? O primeiro-ministro referiu-se a Lacerda Machado na entrevista que deu, este fim-de-semana, a TSF e ao “Diário de Notícias” começando por afirmar que acha “estonteante este interesse por ele”. Depois qualificou-o. “É, de facto, uma pessoa que tem um jeito nato para procurar sentar as pessoas à mesa, para procurar encontrar soluções, para servir de mediador, para servir de conciliador e tem sido, aliás, bastante apreciado não só pelo Estado mas também pelos diferentes intervenientes”.

Após concluir o curso de Direito, Luís Campos Barradas de Lacerda Machado foi directamente para o mundo empresarial com destino na Fima/Lever/Iglo, do grupo Jerónimo Martins. Passa ali pouco tempo. Rapidamente salta para a consultoria de um fundo ligado ao turismo e, em 1988, inicia uma relação com Macau, a China e a Stanley Ho que ainda perdura. Começa também a marcar presença na administração de várias empresas participadas. Em 1997, é nomeado membro do Conselho Superior de Magistratura. É a partir deste ano que começa a ter alguns cargos ligados ao aparelho do Estado, nomeadamente na Parque Expo. Em 1999, chega ao Governo como secretário de Estado da Justiça. Mais recentemente, foi membro do conselho de administração da TAP Manutenção e Engenharia Brasil, entre 2006 e 2007, depois de a Geocapital (uma sociedade de investimentos de Stanley Ho, da qual Lacerda Machado é administrador) ter constituído uma parceria com a TAP para a compra desta empresa, em 2005, que teve prejuízos elevados. O negócio foi considerado ruinoso e está a ser investigado pelo Ministério Público. Mas voltaremos a este assunto mais à frente. Lacerda Machado é ainda presidente da Comissão de Remunerações da Reditus, empresa liderada por Miguel Paes do Amaral, que se candidatou à privatização da TAP. Foi ainda membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP durante seis anos (2006 a 2012). Da Faculdade de Direito até Carnide Apesar de um currículo repleto de cargos públicos e privados, são os últimos quatro meses que tornaram o seu nome mais mediático. Na entrevista ao “Diário de Notícias” e à TSF, Costa detalhou a sua relação com Diogo Lacerda Machado. É o seu “melhor amigo há muitos anos”. “Temos uma relação muito próxima, já foi meu secretário de Estado”, disse Costa.

Começou por “colaborar” com Costa ou “dar uma ajuda” ao amigo. Tudo informal, mas, para o primeiro-ministro, tudo normal. Agora, já com um contrato escrito, Diogo Lacerda Machado é o representante do Estado em vários dossiês em que o Governo negoceia ou dialoga com privados. Esteve na negociação com a TAP para renegociar a privatização, no BES para mediar as conversações com os lesados e no BPI para fazer a ponte entre os espanhóis do CaixaBank e dos angolanos da Santoro. O talento de aproximar quem está separado por muito mais do que a distância das cadeiras numa mesa de negociações, é muito apreciado por António Costa. O PSD criticou esta opção do primeiro-ministro e pediu para que Diogo Lacerda Machado seja ouvido no no Parlamento a propósito do seu envolvimento dossiê TAP – a audição acontecerá no dia 27, avançou esta segunda-feira o “Expresso”. Esta segunda-feira, o PSD também pediu acesso ao contrato de Lacerda Machado. “Jeito nato” para “sentar as pessoas à mesa” Quem é este advogado de 55 anos que saltou para a ribalta nas últimas semanas? O primeiro-ministro referiu-se a Lacerda Machado na entrevista que deu, este fim-de-semana, a TSF e ao “Diário de Notícias” começando por afirmar que acha “estonteante este interesse por ele”. Depois qualificou-o. “É, de facto, uma pessoa que tem um jeito nato para procurar sentar as pessoas à mesa, para procurar encontrar soluções, para servir de mediador, para servir de conciliador e tem sido, aliás, bastante apreciado não só pelo Estado mas também pelos diferentes intervenientes”.

Após concluir o curso de Direito, Luís Campos Barradas de Lacerda Machado foi directamente para o mundo empresarial com destino na Fima/Lever/Iglo, do grupo Jerónimo Martins. Passa ali pouco tempo. Rapidamente salta para a consultoria de um fundo ligado ao turismo e, em 1988, inicia uma relação com Macau, a China e a Stanley Ho que ainda perdura. Começa também a marcar presença na administração de várias empresas participadas. Em 1997, é nomeado membro do Conselho Superior de Magistratura. É a partir deste ano que começa a ter alguns cargos ligados ao aparelho do Estado, nomeadamente na Parque Expo. Em 1999, chega ao Governo como secretário de Estado da Justiça. Mais recentemente, foi membro do conselho de administração da TAP Manutenção e Engenharia Brasil, entre 2006 e 2007, depois de a Geocapital (uma sociedade de investimentos de Stanley Ho, da qual Lacerda Machado é administrador) ter constituído uma parceria com a TAP para a compra desta empresa, em 2005, que teve prejuízos elevados. O negócio foi considerado ruinoso e está a ser investigado pelo Ministério Público. Mas voltaremos a este assunto mais à frente. Lacerda Machado é ainda presidente da Comissão de Remunerações da Reditus, empresa liderada por Miguel Paes do Amaral, que se candidatou à privatização da TAP. Foi ainda membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP durante seis anos (2006 a 2012). Da Faculdade de Direito até Carnide Apesar de um currículo repleto de cargos públicos e privados, são os últimos quatro meses que tornaram o seu nome mais mediático. Na entrevista ao “Diário de Notícias” e à TSF, Costa detalhou a sua relação com Diogo Lacerda Machado. É o seu “melhor amigo há muitos anos”. “Temos uma relação muito próxima, já foi meu secretário de Estado”, disse Costa.

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