porosidade etérea: Os prazeres da leitura

05-12-2019
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No seu leito de moribundo o meu pai lêAs memórias de Casanova.Eu vejo a noite cair,Algumas janelas que se iluminam na rua.Numa delas uma jovem lêJunto ao vidro.Há muito tempo que não ergue os olhos,Mesmo com a escuridão a chegar.Enquanto ainda há um resto de luz,Desejo que ela levante a cabeça,E eu consiga ver-lhe a caraQue já consigo imaginar,Mas o livro deve ser intrigante.Além disso, que silêncio,Cada vez que volta uma página,Consigo ouvir o meu pai, que também volta uma,Como se eles lessem o mesmo livro.Charles SimicTradução de José Alberto Oliveira


No seu leito de moribundo o meu pai lêAs memórias de Casanova.Eu vejo a noite cair,Algumas janelas que se iluminam na rua.Numa delas uma jovem lêJunto ao vidro.Há muito tempo que não ergue os olhos,Mesmo com a escuridão a chegar.Enquanto ainda há um resto de luz,Desejo que ela levante a cabeça,E eu consiga ver-lhe a caraQue já consigo imaginar,Mas o livro deve ser intrigante.Além disso, que silêncio,Cada vez que volta uma página,Consigo ouvir o meu pai, que também volta uma,Como se eles lessem o mesmo livro.Charles SimicTradução de José Alberto Oliveira

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