Emília Cerqueira validou "inadvertidamente" a falsa presença de José Silvano?

02-09-2020
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A deputada do PSD, Emília Cerqueira, assumiu hoje a responsabilidade pela validação da presença do colega José Silvano na reunião plenária de 18 de outubro no Parlamento, quando se encontrava em Vila Real, a centenas de quilómetros de distância. No entanto, Cerqueira diz que o fez “inadvertidamente”, ao aceder ao computador de Silvano para “consultar documentos”, uma vez que tem acesso à password de José Silvano - isto apesar de o Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, já ter sublinhado que se trata de um dado "pessoal e intransmissível". Para Emília Cerqueira, “faz parte quando colaboramos em trabalho, porque é impossível estarmos em todo o lado". E acrescentou: "Partilhamos trabalho de comissão. A documentação dele está apenas acessível no computador dele, por isso sempre que é necessário eu acedo à documentação do computador dele.”

Cerqueira fez questão de sublinhar que Silvano não lhe pediu para validar a presença, tal como o próprio assegurou ontem: “Não pedi a ninguém para me registar na Assembleia da República”, afirmou. Por outro lado, a deputada revelou que também partilha a sua palavra-passe com outros colegas (também com o objetivo de “partilhar informação” e “aceder a documentos”), sendo uma prática corrente “de trabalho”, embora os regulamentos estipulem que a palavra-passe é pessoal e intransmissível.

Para Emília Cerqueira, “faz parte quando colaboramos em trabalho, porque é impossível estarmos em todo o lado". E acrescentou: "Partilhamos trabalho de comissão. A documentação dele está apenas acessível no computador dele, por isso sempre que é necessário eu acedo à documentação do computador dele.”

O Polígrafo confirmou que, de facto, ao aceder ao computador, a presença é automaticamente validada no registo informático do Parlamento. E Cerqueira sabia disso quando tomou a iniciativa de abrir o computador de José Silvano? A deputada garante que não, mas trata-se de uma opinião não sustentada nos factos. Todos os deputados, sem excepção, sabem que é assim que o sistema funciona.

Fica por esclarecer se Cerqueira teria ou não a intenção de validar a falsa presença de Silvano. A própria garante que não, que o fez “sem consciência” e com o único intuito de “consultar documentos”. A polémica das falsas presenças de Silvano no Parlamento teve origem num artigo do jornal “Expresso” (edição de 3 de novembro), segundo o qual Silvano faltou a duas reuniões plenárias (nos dias 18 e 24 de outubro) mas foi validado como presente no registo informático do Parlamento. Silvano admitiu desde logo a ausência no dia 18 de outubro, mas deu explicações contraditórias quanto ao dia 24 de outubro.

Nota: a avaliação deste fact-check foi alterada às 19h31 na sequência de novas informações apuradas pelos jornalistas do Polígrafo.

Pelos motivos expostos, afirmar que a validação foi feita de forma "inadvertida" é...

A deputada do PSD, Emília Cerqueira, assumiu hoje a responsabilidade pela validação da presença do colega José Silvano na reunião plenária de 18 de outubro no Parlamento, quando se encontrava em Vila Real, a centenas de quilómetros de distância. No entanto, Cerqueira diz que o fez “inadvertidamente”, ao aceder ao computador de Silvano para “consultar documentos”, uma vez que tem acesso à password de José Silvano - isto apesar de o Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, já ter sublinhado que se trata de um dado "pessoal e intransmissível". Para Emília Cerqueira, “faz parte quando colaboramos em trabalho, porque é impossível estarmos em todo o lado". E acrescentou: "Partilhamos trabalho de comissão. A documentação dele está apenas acessível no computador dele, por isso sempre que é necessário eu acedo à documentação do computador dele.”

Cerqueira fez questão de sublinhar que Silvano não lhe pediu para validar a presença, tal como o próprio assegurou ontem: “Não pedi a ninguém para me registar na Assembleia da República”, afirmou. Por outro lado, a deputada revelou que também partilha a sua palavra-passe com outros colegas (também com o objetivo de “partilhar informação” e “aceder a documentos”), sendo uma prática corrente “de trabalho”, embora os regulamentos estipulem que a palavra-passe é pessoal e intransmissível.

Para Emília Cerqueira, “faz parte quando colaboramos em trabalho, porque é impossível estarmos em todo o lado". E acrescentou: "Partilhamos trabalho de comissão. A documentação dele está apenas acessível no computador dele, por isso sempre que é necessário eu acedo à documentação do computador dele.”

O Polígrafo confirmou que, de facto, ao aceder ao computador, a presença é automaticamente validada no registo informático do Parlamento. E Cerqueira sabia disso quando tomou a iniciativa de abrir o computador de José Silvano? A deputada garante que não, mas trata-se de uma opinião não sustentada nos factos. Todos os deputados, sem excepção, sabem que é assim que o sistema funciona.

Fica por esclarecer se Cerqueira teria ou não a intenção de validar a falsa presença de Silvano. A própria garante que não, que o fez “sem consciência” e com o único intuito de “consultar documentos”. A polémica das falsas presenças de Silvano no Parlamento teve origem num artigo do jornal “Expresso” (edição de 3 de novembro), segundo o qual Silvano faltou a duas reuniões plenárias (nos dias 18 e 24 de outubro) mas foi validado como presente no registo informático do Parlamento. Silvano admitiu desde logo a ausência no dia 18 de outubro, mas deu explicações contraditórias quanto ao dia 24 de outubro.

Nota: a avaliação deste fact-check foi alterada às 19h31 na sequência de novas informações apuradas pelos jornalistas do Polígrafo.

Pelos motivos expostos, afirmar que a validação foi feita de forma "inadvertida" é...

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