Cortes de Rio põem PSD a dar lucro: carros do partido até têm controlo de velocidade

23-08-2020
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Para manter a fama das boas contas do Porto, Rui Rio decidiu fazer uma gestão tão zelosa das finanças do partido, que o PSD deu ordens aos funcionários da São Caetano para cumprirem (mesmo) as regras de trânsito quando usam os carros do partido e até mandou instalar nas viaturas um sistema de controlo de velocidade por GPS para reduzir o valor pago em multas. Era elevado: só entre 2015 e 2017, o partido pagou 8,9 mil euros em coimas de trânsito - “facto que não pode ser admitido por um partido que se quer cumpridor”, lê-se no Relatório de Gestão e Contas de 2018, que o líder leva esta sexta-feira à apreciação do Conselho Nacional que se realiza em Viana do Castelo.

Nos números que apresenta, o partido deu um lucro de 770 mil euros o ano passado, quando, em 2017, durante a liderança de Pedro Passos Coelho, tivera um prejuízo de 2,5 milhões de euros.

Os resultados financeiros do PSD também fazem parte de uma estratégia política. Aliás, o relatório assinado pelo secretário-geral José Silvano, está polvilhado de críticas à liderança anterior: na primeira das conclusões, este dirigente escreve que o “o partido deixou de estar em falência técnica”. O ex-autarca portuense quer dar como exemplo ao país o que está a fazer em relação às contas do partido. Mais de um ano depois de liderança passado a “arrumar a casa”, Rio quer provar que a sede nacional está mesmo arrumada.

No entanto, a redução abrupta nas despesas foi feita com cortes significativos: menos 30% em deslocações e estadias, menos 39% em telecomunicações (nesta rubrica, os gastos reduziram-se de 121 mil para 73 mil euros), menos 43,1% em combustíveis, menos 70% em prestação serviços de media, menos 55,8% na manutenção de viaturas. O aniversário do partido custou menos 56%, e a festa do verão, no Pontal, custou menos 79% (passou de 77,5 mil euros para 16,2 mil). Com a política de contenção de gastos, o total de fornecimentos e serviços externos foi reduzido em 186 mil euros. E os gastos com pessoal - que não é aumentado desde 2008 -, "por força, por exemplo, da negociação de pré-reformas, baixas médicas ou aposentações/reformas" foram reduzidos em 288 mil euros".

Só os gastos com o serviço postal subiram 4,5%, sobretudo por causa do envio de avisos para pagamento de quotas.

No passivo do partido, registou-se uma redução de 33% em 2018, o que representa "um montante total de 4,7 milhões de euros", avança o relatório, "resultado alcançado através da contenção de custos na sede nacional e com a liquidação de dívidas a fornecedores". Mesmo assim, o passivo ainda se mantém nos 9,7 milhões de euros.

A liderança também promoveu uma reavaliação do valor do imobiliário do partido (uma operação puramente contabilística feita por uma entidade externa) que fez subir o valor do ativo para 29,8 milhões de euros. "Assim, fruto de todos estes eventos, a situação líquida do partido, que era em 2017 negativa em 1,3 milhões de euros, inverteu por completo, sendo agora positiva em 20 milhões de euros", lê-se no documento.

A secretaria-geral também mandou encerrar 44 contas bancárias irregulares abertas durante eleições autárquicas ou, ainda, "por anteriores eleitos de comissões políticas do partido". Era o caso de uma conta aberta em nome de José Silvano, que ficou aberta desde quando este era líder da distrital de Bragança, mas que o próprio reconheceu ser irregular, garantindo que seria encerrada.

Para manter a fama das boas contas do Porto, Rui Rio decidiu fazer uma gestão tão zelosa das finanças do partido, que o PSD deu ordens aos funcionários da São Caetano para cumprirem (mesmo) as regras de trânsito quando usam os carros do partido e até mandou instalar nas viaturas um sistema de controlo de velocidade por GPS para reduzir o valor pago em multas. Era elevado: só entre 2015 e 2017, o partido pagou 8,9 mil euros em coimas de trânsito - “facto que não pode ser admitido por um partido que se quer cumpridor”, lê-se no Relatório de Gestão e Contas de 2018, que o líder leva esta sexta-feira à apreciação do Conselho Nacional que se realiza em Viana do Castelo.

Nos números que apresenta, o partido deu um lucro de 770 mil euros o ano passado, quando, em 2017, durante a liderança de Pedro Passos Coelho, tivera um prejuízo de 2,5 milhões de euros.

Os resultados financeiros do PSD também fazem parte de uma estratégia política. Aliás, o relatório assinado pelo secretário-geral José Silvano, está polvilhado de críticas à liderança anterior: na primeira das conclusões, este dirigente escreve que o “o partido deixou de estar em falência técnica”. O ex-autarca portuense quer dar como exemplo ao país o que está a fazer em relação às contas do partido. Mais de um ano depois de liderança passado a “arrumar a casa”, Rio quer provar que a sede nacional está mesmo arrumada.

No entanto, a redução abrupta nas despesas foi feita com cortes significativos: menos 30% em deslocações e estadias, menos 39% em telecomunicações (nesta rubrica, os gastos reduziram-se de 121 mil para 73 mil euros), menos 43,1% em combustíveis, menos 70% em prestação serviços de media, menos 55,8% na manutenção de viaturas. O aniversário do partido custou menos 56%, e a festa do verão, no Pontal, custou menos 79% (passou de 77,5 mil euros para 16,2 mil). Com a política de contenção de gastos, o total de fornecimentos e serviços externos foi reduzido em 186 mil euros. E os gastos com pessoal - que não é aumentado desde 2008 -, "por força, por exemplo, da negociação de pré-reformas, baixas médicas ou aposentações/reformas" foram reduzidos em 288 mil euros".

Só os gastos com o serviço postal subiram 4,5%, sobretudo por causa do envio de avisos para pagamento de quotas.

No passivo do partido, registou-se uma redução de 33% em 2018, o que representa "um montante total de 4,7 milhões de euros", avança o relatório, "resultado alcançado através da contenção de custos na sede nacional e com a liquidação de dívidas a fornecedores". Mesmo assim, o passivo ainda se mantém nos 9,7 milhões de euros.

A liderança também promoveu uma reavaliação do valor do imobiliário do partido (uma operação puramente contabilística feita por uma entidade externa) que fez subir o valor do ativo para 29,8 milhões de euros. "Assim, fruto de todos estes eventos, a situação líquida do partido, que era em 2017 negativa em 1,3 milhões de euros, inverteu por completo, sendo agora positiva em 20 milhões de euros", lê-se no documento.

A secretaria-geral também mandou encerrar 44 contas bancárias irregulares abertas durante eleições autárquicas ou, ainda, "por anteriores eleitos de comissões políticas do partido". Era o caso de uma conta aberta em nome de José Silvano, que ficou aberta desde quando este era líder da distrital de Bragança, mas que o próprio reconheceu ser irregular, garantindo que seria encerrada.

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