Deputado do PSD que fez proposta de referendo à eutanásia acusa Rio de não respeitar militantes

29-02-2020
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Estalou o verniz na bancada social-democrata. Primeiro, um grupo de deputados do PSD decidiu avançar com um pedido de referendo à despenalização da eutanásia à revelia de Rui Rio. Depois, Adão Silva, primeiro vice-presidente da bancada, veio a público garantir que não ia agendar a proposta, aproveitando para acusar estes parlamentares de terem tomado uma decisão “completamente inaceitável”. Agora, a resposta de Pedro Rodrigues, o primeiro subscritor da iniciativa: “Por muito que me tentem isolar estou confortável com a minha convicção.”

Ao Expresso, o deputado do PSD promete não baixar os braços e garante que vai levar o tema ao Conselho Nacional do partido. Confrontado com o teor das declarações de Adão Silva, Pedro Rodrigues sublinhou que está ao lado dos militantes e do eleitorado do PSD.

“Estou ao lado dos militantes do meu partido e do meu eleitorado. Estou ao lado das minhas convicções”, respondeu Pedro Rodrigues numa mensagem escrita. Por outras palavras: a atual direção social-democrata não está a fazê-lo, sugeriu implicitamente o deputado do PSD. Recorde-se que o referendo à eutanásia foi aprovado por larga maioria no último Congresso do partido, realizado a 7,8 e 9 de fevereiro.

Deputados retiram apoio ao referendo

Inicialmente, além de Pedro Rodrigues, surgiam também como subscritores da proposta de referendo Pedro Pinto, Pedro Alves, Paulo Leitão, Alberto Machado, Cristóvão Norte, Carlos Silva e Sandra Pereira. No entanto, estes últimos quatro deputados já se demarcaram da iniciativa, alegando que o seu nome fora “abusivamente utilizado".

"Os signatários são, por princípio, favoráveis ao referendo, mas entendem que essa ponderação apenas poderá ter lugar após a votação do próximo dia 20", referem numa nota enviada à Lusa estes quatro deputados, que tinham sido apontados pelo ex-líder da JSD como apoiantes da iniciativa de que é primeiro subscritor. Por outro lado, acrescentam, "não subscreveram nem tencionam subscrever qualquer proposta de referendo, a menos que a mesma mereça concordância da direção do Grupo Parlamentar". "É um princípio de lealdade que jamais visam ou visaram colocar em causa, tendo, por isso, o seu nome sido abusivamente utilizado", salientam.

Em contrapartida, Pedro Pinto, ex-líder do PSD/Lisboa, reafirmou a sua posição de princípio a favor do referendo e teceu duras críticas à direção do partido.

“Não podemos andar a defender a alteração do sistema político, a moralidade da política, a dizer que os deputados devem ser independentes e devem estar a representar quem os elege, e, em contrapartida, dizer que ‘sim’ a tudo o que venha sabe Deus de onde. O presidente do partido não vê necessidade neste referendo mas eu vejo, estamos aqui nesta casa com a mesma legitimidade, ambos eleitos com os votos do povo. Se o grupo parlamentar decidir que sim [ao referendo], a direção do grupo parlamentar tem de seguir o que decidir a maioria”, rematou o social-democrata.

Tanto em 2018, quando o tema foi a votos no Parlamento, como agora, Rui Rio sempre se mostrou pessoalmente contra a ideia de um referendo à eutanásia, admitindo, no entanto, respeitar a vontade do partido se essa vontade passasse pela consulta popular. A questão para Rio, no entanto, é outra: não havia nem há tempo útil para convocar o referendo antes da votação agendada para 20 de fevereiro; depois, logo se vê.

Foi essa ideia que deixou ainda no Congresso do PSD, em entrevista à RTP, e que recuperou na última quinta-feira. "O referendo não está em cima da mesa. Estou convencido de que muitas das pessoas que pedem o referendo, verdadeiramente não querem o referendo, se não já o tinham pedido há um ano atrás. Na verdade o que está em causa não é o referendo, é, ganhando o 'sim', então querem um referendo. Agora temos uma votação no dia 20, depois a especialidade e a votação final global. Depois de tudo isso acontecer logo se verá quem ganha e o que a sociedade quer. E logo vemos o que vamos fazer", disse.

Estalou o verniz na bancada social-democrata. Primeiro, um grupo de deputados do PSD decidiu avançar com um pedido de referendo à despenalização da eutanásia à revelia de Rui Rio. Depois, Adão Silva, primeiro vice-presidente da bancada, veio a público garantir que não ia agendar a proposta, aproveitando para acusar estes parlamentares de terem tomado uma decisão “completamente inaceitável”. Agora, a resposta de Pedro Rodrigues, o primeiro subscritor da iniciativa: “Por muito que me tentem isolar estou confortável com a minha convicção.”

Ao Expresso, o deputado do PSD promete não baixar os braços e garante que vai levar o tema ao Conselho Nacional do partido. Confrontado com o teor das declarações de Adão Silva, Pedro Rodrigues sublinhou que está ao lado dos militantes e do eleitorado do PSD.

“Estou ao lado dos militantes do meu partido e do meu eleitorado. Estou ao lado das minhas convicções”, respondeu Pedro Rodrigues numa mensagem escrita. Por outras palavras: a atual direção social-democrata não está a fazê-lo, sugeriu implicitamente o deputado do PSD. Recorde-se que o referendo à eutanásia foi aprovado por larga maioria no último Congresso do partido, realizado a 7,8 e 9 de fevereiro.

Deputados retiram apoio ao referendo

Inicialmente, além de Pedro Rodrigues, surgiam também como subscritores da proposta de referendo Pedro Pinto, Pedro Alves, Paulo Leitão, Alberto Machado, Cristóvão Norte, Carlos Silva e Sandra Pereira. No entanto, estes últimos quatro deputados já se demarcaram da iniciativa, alegando que o seu nome fora “abusivamente utilizado".

"Os signatários são, por princípio, favoráveis ao referendo, mas entendem que essa ponderação apenas poderá ter lugar após a votação do próximo dia 20", referem numa nota enviada à Lusa estes quatro deputados, que tinham sido apontados pelo ex-líder da JSD como apoiantes da iniciativa de que é primeiro subscritor. Por outro lado, acrescentam, "não subscreveram nem tencionam subscrever qualquer proposta de referendo, a menos que a mesma mereça concordância da direção do Grupo Parlamentar". "É um princípio de lealdade que jamais visam ou visaram colocar em causa, tendo, por isso, o seu nome sido abusivamente utilizado", salientam.

Em contrapartida, Pedro Pinto, ex-líder do PSD/Lisboa, reafirmou a sua posição de princípio a favor do referendo e teceu duras críticas à direção do partido.

“Não podemos andar a defender a alteração do sistema político, a moralidade da política, a dizer que os deputados devem ser independentes e devem estar a representar quem os elege, e, em contrapartida, dizer que ‘sim’ a tudo o que venha sabe Deus de onde. O presidente do partido não vê necessidade neste referendo mas eu vejo, estamos aqui nesta casa com a mesma legitimidade, ambos eleitos com os votos do povo. Se o grupo parlamentar decidir que sim [ao referendo], a direção do grupo parlamentar tem de seguir o que decidir a maioria”, rematou o social-democrata.

Tanto em 2018, quando o tema foi a votos no Parlamento, como agora, Rui Rio sempre se mostrou pessoalmente contra a ideia de um referendo à eutanásia, admitindo, no entanto, respeitar a vontade do partido se essa vontade passasse pela consulta popular. A questão para Rio, no entanto, é outra: não havia nem há tempo útil para convocar o referendo antes da votação agendada para 20 de fevereiro; depois, logo se vê.

Foi essa ideia que deixou ainda no Congresso do PSD, em entrevista à RTP, e que recuperou na última quinta-feira. "O referendo não está em cima da mesa. Estou convencido de que muitas das pessoas que pedem o referendo, verdadeiramente não querem o referendo, se não já o tinham pedido há um ano atrás. Na verdade o que está em causa não é o referendo, é, ganhando o 'sim', então querem um referendo. Agora temos uma votação no dia 20, depois a especialidade e a votação final global. Depois de tudo isso acontecer logo se verá quem ganha e o que a sociedade quer. E logo vemos o que vamos fazer", disse.

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