Costa abre a porta ao PSD no suplementar e dribla caso do conselheiro

10-06-2020
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“Vejo que, cansado de estar num debate ao nível do Estado, voltou à pequena mesquinhez da politiquice”. O tiro foi disparado por António Costa em direção a Adão Silva, do PSD. Era a primeira de várias vezes, no debate quinzenal desta quarta-feira, que o primeiro-ministro seria questionado sobre António Costa Silva, o independente que escolheu para preparar o plano relançamento da economia. E o primeiro-ministro recorreu ao ataque para se defender, dando todos os argumentos para normalizar a escolha do conselheiro especial, mas sem justificar por que recuou em relação às funções de Costa Silva, que inicialmente era suposto reunir-se com os partidos. (Pode ler aqui todo o direto do debate).

As críticas atingiram-no da direita, que por várias vezes fez questão de lembrar o tamanho da equipa do primeiro-ministro - “tem 70 membros no Governo, 19 ministros, quatro são de Estado e encomenda este trabalho a um privado”, frisou Adão Silva. O social-democrata (e depois Telmo Correia, do CDS, também o faria) confrontou Costa com a opinião crítica que expressou quando Pedro Passos Coelho convidou António Borges para funções semelhantes, e então presidente da câmara disse que era um "escândalo".

Mas Costa desviou-se das balas, uma e outra vez: além da “pequena mesquinhez” que apontou ao PSD, ironizou com o CDS: “Que bom seria se fosse este o problema mais grave do país”, e justificou a mudança de opinião sem a assumir diretamente. Para as atas, fica o registo de que quer ir “além da bolha política mediática” na preparação do relançamento da economia. Justificação final: “Enquanto governar, governarei com o meu estilo”. E encerrou o assunto, recusando responder a mais perguntas ou comentários do Chega e Iniciativa Liberal sobre o tema.

Costa abre espaço para entendimentos com Rio no suplementar

Apesar da tensão por causa de Costa Silva, a nota dominante do discurso do Governo - que prepara a grande velocidade o novo orçamento suplementar -, tem sido a tentativa de união política (Costa já tinha dito que queria um consenso alargado). Por isso, Costa abriu espaço para a acolher propostas do PSD no documento que apresentará para a semana: o primeiro-ministro exibiu aliás uma cópia do programa de relançamento da economia que Rui Rio apresentou esta manhã, garantindo que, no meio de “tantas páginas”, certamente haveria consensos a encontrar.

O plano do PSD foca-se em ajudas às empresas - e os sociais-democratas apresentaram-no como contraponto ao que dizem ser os planos de um Governo “refém da extrema-esquerda”...

À esquerda, sem perguntas sobre para-ministros e figuras semelhantes, a conversa concentrou-se nas medidas de relançamento da economia. Costa manteve quase sempre o suspense, sem levantar em muito o véu do programa de estabilização que apresentará esta quinta-feira, mas deixou perceber algumas ideias e alguns pontos de convergência.

Desde logo, como o Expresso já tinha noticiado, a intenção de cobrir os salários mais baixos a 100% para empresas em lay-off. Catarina Martins pediu que o apoio subisse até ordenados de um IAS e meio, ou 952 euros, mas Costa adiou a resposta para esta quinta-feira. O BE também pediu a inclusão de mais linhas de crédito a pequenas empresas, compensar a Segurança Social pelas perdas por quebras de receita via TSU, e criar incentivos ao emprego e contratação jovem, reforçar o SNS e “agir” nas prestações sociais mínimas.

Por entre avisos sobre os “custos absolutamente brutais” de uma crise que não atravessaremos “sem dor” (em resposta ao PCP), Costa preparou com dramatização o que será, na quinta-feira, a revelação do Plano de Estabilização da Economia. Em que é que isto ser concretizará será preciso esperar para ver.

Costa deixa cair autarca do PS que quer confinar ciganos

No confronto com André Ventura, o líder do PS acabou por deixar cair um autarca socialista, Luís de Sousa, do PS, presidente da câmara da Azambuja, que defendeu esta seamana a "necessidade de um cordão sanitário" e uma "viglância" aos ciganos de um bairro social. Ventura quis saber se o primeiro-ministro concordava com o autarca e perguntou: "Há ou não problema com os ciganos em Portugal? São os seus autarcas que o dizem e os comunistas também".

António Costa respondeu: "Não passo a concordar consigo quando passo a discordar dos meus autarcas". Ventura sorriu e diz que "pode ser que o seu autarca seja o candidato do Chega à Azambuja" nas próximas autárquicas. Resta saber se depois disto Luís Sousa será candidato.

“Vejo que, cansado de estar num debate ao nível do Estado, voltou à pequena mesquinhez da politiquice”. O tiro foi disparado por António Costa em direção a Adão Silva, do PSD. Era a primeira de várias vezes, no debate quinzenal desta quarta-feira, que o primeiro-ministro seria questionado sobre António Costa Silva, o independente que escolheu para preparar o plano relançamento da economia. E o primeiro-ministro recorreu ao ataque para se defender, dando todos os argumentos para normalizar a escolha do conselheiro especial, mas sem justificar por que recuou em relação às funções de Costa Silva, que inicialmente era suposto reunir-se com os partidos. (Pode ler aqui todo o direto do debate).

As críticas atingiram-no da direita, que por várias vezes fez questão de lembrar o tamanho da equipa do primeiro-ministro - “tem 70 membros no Governo, 19 ministros, quatro são de Estado e encomenda este trabalho a um privado”, frisou Adão Silva. O social-democrata (e depois Telmo Correia, do CDS, também o faria) confrontou Costa com a opinião crítica que expressou quando Pedro Passos Coelho convidou António Borges para funções semelhantes, e então presidente da câmara disse que era um "escândalo".

Mas Costa desviou-se das balas, uma e outra vez: além da “pequena mesquinhez” que apontou ao PSD, ironizou com o CDS: “Que bom seria se fosse este o problema mais grave do país”, e justificou a mudança de opinião sem a assumir diretamente. Para as atas, fica o registo de que quer ir “além da bolha política mediática” na preparação do relançamento da economia. Justificação final: “Enquanto governar, governarei com o meu estilo”. E encerrou o assunto, recusando responder a mais perguntas ou comentários do Chega e Iniciativa Liberal sobre o tema.

Costa abre espaço para entendimentos com Rio no suplementar

Apesar da tensão por causa de Costa Silva, a nota dominante do discurso do Governo - que prepara a grande velocidade o novo orçamento suplementar -, tem sido a tentativa de união política (Costa já tinha dito que queria um consenso alargado). Por isso, Costa abriu espaço para a acolher propostas do PSD no documento que apresentará para a semana: o primeiro-ministro exibiu aliás uma cópia do programa de relançamento da economia que Rui Rio apresentou esta manhã, garantindo que, no meio de “tantas páginas”, certamente haveria consensos a encontrar.

O plano do PSD foca-se em ajudas às empresas - e os sociais-democratas apresentaram-no como contraponto ao que dizem ser os planos de um Governo “refém da extrema-esquerda”...

À esquerda, sem perguntas sobre para-ministros e figuras semelhantes, a conversa concentrou-se nas medidas de relançamento da economia. Costa manteve quase sempre o suspense, sem levantar em muito o véu do programa de estabilização que apresentará esta quinta-feira, mas deixou perceber algumas ideias e alguns pontos de convergência.

Desde logo, como o Expresso já tinha noticiado, a intenção de cobrir os salários mais baixos a 100% para empresas em lay-off. Catarina Martins pediu que o apoio subisse até ordenados de um IAS e meio, ou 952 euros, mas Costa adiou a resposta para esta quinta-feira. O BE também pediu a inclusão de mais linhas de crédito a pequenas empresas, compensar a Segurança Social pelas perdas por quebras de receita via TSU, e criar incentivos ao emprego e contratação jovem, reforçar o SNS e “agir” nas prestações sociais mínimas.

Por entre avisos sobre os “custos absolutamente brutais” de uma crise que não atravessaremos “sem dor” (em resposta ao PCP), Costa preparou com dramatização o que será, na quinta-feira, a revelação do Plano de Estabilização da Economia. Em que é que isto ser concretizará será preciso esperar para ver.

Costa deixa cair autarca do PS que quer confinar ciganos

No confronto com André Ventura, o líder do PS acabou por deixar cair um autarca socialista, Luís de Sousa, do PS, presidente da câmara da Azambuja, que defendeu esta seamana a "necessidade de um cordão sanitário" e uma "viglância" aos ciganos de um bairro social. Ventura quis saber se o primeiro-ministro concordava com o autarca e perguntou: "Há ou não problema com os ciganos em Portugal? São os seus autarcas que o dizem e os comunistas também".

António Costa respondeu: "Não passo a concordar consigo quando passo a discordar dos meus autarcas". Ventura sorriu e diz que "pode ser que o seu autarca seja o candidato do Chega à Azambuja" nas próximas autárquicas. Resta saber se depois disto Luís Sousa será candidato.

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