14 bares, em Lisboa e no Porto, para começar a noite

05-05-2020
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LISBOA

1. Red Frog

À meia-luz e com muita privacidade, assim se pode definir o Red Frog, que convida a noites de conversa prolongada ao sabor de cocktails de autor. Inaugurado há cinco anos, a dois passos da Avenida da Liberdade, o bar de Emanuel Minez e Paulo Gomes – escolhido como uma das 50 melhores descobertas de 2019 na lista The World’s 50 Best – acaba de lançar a nova carta de cocktails. “Predominam os sabores intensos e diferentes, mas sempre conjugados com algo mais fácil de beber”, refere Paulo Gomes. “Trabalhamos muitos ingredientes que os chefes de cozinha utilizam apenas para decorar os pratos, como microvegetais e flores, complementados com vegetais e frutos envelhecidos segundo uma técnica complexa, uma novidade mundial na coquetelaria.” Nesta carta, contam-se 32 cocktails, seis highball (com pouco álcool) e quatro mocktails (sem álcool), inspirados em clássicos da mixologia. De todas as novidades, destaca-se o cocktail Balloons (€10,50), preparado com gin Citadelle, Chocapalha Arinto, flor de figo, ponzu e manteiga de coco, para beber sem pressa e em boa companhia. R. do Salitre, 5A, Lisboa > T. 21 583 1120 seg-qui 18h-2h, sex-sáb 18h-3h

2. Bacchanal

Foto: Madalena Casal

Há quem não resista e pare apenas para espreitar a decoração. Instalado numa antiga drogaria de 1930, depois de mais de três décadas ao abandono, o Bacchanal – nome inspirado nas celebrações romanas a Baco, deus do vinho – é um regalo para os olhos. Aberto há dois anos, bem perto da Rua Cor-de-Rosa, no Cais do Sodré, o bar pensado por Victor Cordeiro, proprietário dos restaurantes Loucos de Lisboa, manteve os armários bem como o balcão com tampo de pedra e o mosaico hidráulico no chão originais. A estes elementos Victor acrescentou peças da sua coleção pessoal, como garrafas em miniatura e isqueiros Zippo, entre outros objetos herdados da família, como o borrifador que o avô usava nas vindimas. À prova estão cerca de 80 referências de vinhos, de pequenos produtores de dez regiões vitivinícolas portuguesas, que podem ser pedidos a copo (a partir €4), à garrafa ou até para levar para casa. Mas não só. Também os runs, as vodkas, os gins, os whiskies, entre outros destilados, se fazem aqui representar. E que são fundamentais para a preparação dos cocktails. R. do Corpo Santo, 28, Lisboa > dom-qui 18h-2h, sex-sáb 18h-3h

3. AveNew Lounge Drink & Bar

Mais parece uma casa de amigos o AveNew, aberto recentemente junto à Avenida da Liberdade. Numa sala de estar à meia-luz, com cadeirões, uma mesa corrida, entre outros recantos mais intimistas, só a presença do balcão lembra que se trata, afinal, de um bar, onde os cocktails são saboreados ao som de música ao vivo, às quartas e aos sábados, pelas 20h (€6-€10). “A partir de março, vamos acrescentar também as sextas”, revela Celso Barreto, um dos quatro proprietários cariocas do AveNew. A programação inclui nomes nacionais e internacionais, sempre dentro da onda do jazz, do blues e da bossa nova. Na carta, há sugestões mais originais, como The Jazz Crusta com Macieira, sumo de toranja e absinto (€10) e os clássicos negroni e mojito. E ainda uma seleção de vinhos, espumantes, champanhes e Portos. R. Joaquim António de Aguiar, 45A, Lisboa > T. 92 617 4024 > seg-qui 18h-1h, sex 18h-2h, sáb 20h-2h

4. Mezzanine

Foto: Madalena Casal

Dentro do Bairro Alto Hotel, recentemente ampliado e renovado, há três novos bares para descobrir. Escolhemos o Mezzanine, no piso intermédio, cuja decoração faz lembrar ora o interior de um iate ora uma biblioteca. Forrado a madeira, o bar divide-se em duas salas, onde há cadeiras, sofás e mesas de diferentes materiais, mas também revistas e livros de arquitetura e de arte. Sem revelar pormenores do que aí vem, o chefe Nuno Mendes explica que o menu de comida e bebida, em vigor dentro de uma semana, vai fugir ao óbvio e que ligará receitas e produtos portugueses aos japoneses. “Sempre fui um curioso acerca da presença de Portugal no Japão, do que levámos para lá e do que trouxemos para cá, foi nessa ligação que nos baseámos.” No dia em que por lá passámos, provou-se um cocktail (ainda sem nome nem preço definidos) feito com Licor Beirão, whisky japonês, bitter de laranja, casca de laranja e um grande pedaço de gelo. “Adoro bebidas espirituosas, de boa qualidade, que sejam o mais puras possível, como esta. Combina com este bar, descontraído e de contemplação”, resume o chefe. Hotel Bairro Alto >Pç. Luís de Camões, 2, Lisboa > T. 21 340 82 88 > seg-dom 11h-23h

5. Casa Independente

Foto: Pauliana Valente Pimentel

São vários os motivos que nos levam a querer voltar uma e outra vez à Casa Independente. Mais do que um bar, é uma sala de espetáculos e de festas, onde se pode ouvir música e ver exposições. “É lugar eclético com diferentes dinâmicas, promovendo o encontro de vários públicos, numa lógica de integração com a comunidade local”, resumem Inês Valdez e Patrícia Craveiro Lopes, as mentoras desta casa no Largo do Intendente. A destacar as noites ou matinés Espanta BJON (más energias) em que a banda da casa, Fogo Fogo, tem vindo a tocar mensalmente, fomentando o convívio e aquilo que há de bom: música, dança, amigos, família, comida e bebida. À Casa Independente pode-se ir para beber um copo e provar um petisco (enquanto a cozinha não estiver em funcionamento, estão à prova as sugestões d’O Gambuzino, um restaurante pop-up que ali vai estar durante este mês). Lg. do Intendente Pina Manique, 4, Lisboa, > ter-qui 17h-24h, sex-sáb 17h-2h

6. Crafty Corner

Foto: Diana Tinoco

Perto dos bares e das discotecas do Cais do Sodré, mas suficientemente longe da confusão, o Crafty Corner é um bom sítio para começar a noite a beber uma cerveja artesanal. Já se escreveu, nestas páginas, mas voltamos a realçar. Tudo neste bar merece ser apreciado. Primeiro, a decoração, do lustre ao chão, passando pelo bonito armário azul e pelas escadas de caracol com rendilhado de ferro, que dão acesso à mezzanine. Em seguida, as cervejas artesanais ali à prova, produzidas maioritariamente na zona da Grande Lisboa, desde o Montijo até Sintra. Para saborear as estrelas da casa, peça-se um dos tasting paddles (€10/5 cervejas, €24/12 cervejas), que ligam bem com as asas de frango (€7/12 pedaços) ou com um pastel de bacalhau (€1,50). Além da ementa, tome nota das noites temáticas, com dia fixo: as segundas são dedicadas à comédia, as terças são noites de microfone aberto, pode-se desde cantar a recitar poesia, contar uma anedota ou o que a imaginação ditar. Já às sextas, aos sábados e aos domingos é a música ao vivo que ganha protagonismo. R. Bernardino Costa, Lisboa > T. 96 993 4026 > seg-dom 16h-2h

7. Foxtrot

Ideal para beber um copo depois de um dia trabalho ou de um jantar na zona do Príncipe Real, o Foxtrot, aberto desde setembro de 1978, continua a ser um clássico que em tudo nos lembra o passado. E no bom sentido, quando se saía com amigos, sem telemóveis, e se passava horas na conversa, num recanto mais intimista, se a conversa fosse mais privada, ou junto à lareira em dias de frio. Passadas quatro décadas, estas salas à meia-luz, bem como o jardim interior, continuam a encher-se de clientes, alguns desde a inauguração, que procuram este bar com decoração Art Déco para jogar uma partida de snooker e beber um dos cocktails, como o Foxtrot (€10). “Tenho clientes que começaram a namorar aqui, casaram-se, e atualmente os filhos frequentam o Foxtrot”, conta Joaquim Gonçalves, o simpático proprietário desde 1986. Também o bife do lombo (€20,50) e os pregos (€9)continuam a saciar o apetite fora de horas. Tv. Santa Teresa, 28, Lisboa > T. 21 395 2697 > seg-qui 18h-2h, sex-sáb, vésp. fer 18h-3h, dom, fer 20h-2h

PORTO

8. Golden Oldie

Em frente ao Coreto da Cordoaria, o Golden Oldie é um bar de cocktails de onda revivalista, para um início de noite ao som de charleston, foxtrot e jazz. Cristiano Losa e Sara Ferro, os proprietários, sempre tiveram um fascínio pela década de 1920 e pelo ambiente cosmopolita que se vivia em Paris. Dos cocktails, cada um precedido por um pequeno conto, à decoração em tons dourados, sem esquecer a roupa de época, que ambos vestem, tudo foi pensado ao pormenor pelo casal. Embora seja pequeno (32 lugares sentados no interior e 16 na esplanada), todo o serviço é à mesa. Os cocktails (€6 a €12), feitos por Cristiano com ingredientes fora do comum, levam nomes como Sonho (Froggy B, lavanda em manteiga de amendoim, café e banana), Ousadia (Pierre Ferrand 10th Generations, Porto Tawny, alperce, ovo e perfume de crème brulée), Encantamento (Ocho blanco, licor de laranja e hibiscos, agave, perfume de champanhe e rosas) e Fantasia (Teeling small batch, black bull, açafrão e cravinho). O bar tem ainda uma boa oferta de vinho, cerveja, bebidas brancas, como o gin Citadelle e o rum Plantation, e champanhe Tsarine. R. Campo Mártires da Pátria, 46, Porto > T. 22 111 3595 > ter-dom 18h-2h

9. Capela Incomum

Crente ou não crente, ninguém passa ao lado desta capela do século XIX, com altar, transformada em wine bar. E se nos dias frios, as três salas, de paredes vermelhas e luz suave, é onde apetece estar, com a chegada da primavera, e das noites amenas, a esplanada, sob o grande plátano, é a primeira a ser ocupada. O Capela Incomum continua a ser uma alternativa para estar à conversa entre amigos, ao sabor de um copo de vinho (€3-€5) e embalado pelo ritmo do blues, do jazz, da morna e da salsa. “Somos uma espécie de bolha, um recanto tranquilo, no centro da cidade”, sublinha o barman Diogo Lobo. O monopólio é do vinho, com cerca de 100 referências, entre brancos, tintos e rosés, de pequenos produtores, de todas as regiões do continente, mas há também whisky, sangria e cerveja artesanal Loba (€3) e Colossus (€3,50). Tv. do Carregal, 77-81, Porto > T. 22 201 1849 > seg-qua 16h-24h, qui-sab 16h-2h

10. Bonaparte Downtown

Fotos: Rui Farinha/ NFactos

Com mais de 100 referências de cerveja, a maioria de origem belga e alemã e produções artesanais portuguesas (desde €4,50), não admira ser esta a bebida mais pedida no Bonaparte Downtown. “É a melhor companhia”, diz o barman Hugo Loureiro, “para seguir os jogos de futebol e de râguebi, uma tendência recente no bar, que garante lotação esgotada”. Mesmo em dias mais calmos, como os de início da semana, o burburinho é uma constante. Mais tranquila é a sala do primeiro andar, onde não há televisão. Tem apenas 12 mesas e, na lista, cocktails (desde €6) e destilados (desde €5), servidos a partir das 21 horas. Por estes dias, e enquanto estiver frio, serve-se glühwien, o vinho quente alemão, em canecas de barro (€3,50). Para aconchegar o estômago, além de petiscos, sugere-se o incontornável preguinho de lombo Bonaparte (€8). A iluminação suave, as boxes de madeira e as muitas antiguidades usadas na decoração mantêm viva a alma de pub inglês, para um brinde à tertúlia e à boa disposição. Pç. Guilherme Gomes Fernandes, 40, Porto > T. 22 096 2852 21 > seg 17h-2h, ter-qui e dom 12h-2h, sex-sáb 12h-3h

11. Drogaria Bar

No Drogaria Bar, todas as bebidas são nacionais e não há refrigerantes. Foto: Ricardo Castelo/NFactos

As bebidas, a banda sonora, os bancos altos e os sofás mudaram a identidade da antiga drogaria de bairro, sem beliscarem, no entanto, a estrutura original do lugar. A dois passos do Coliseu do Porto, o Drogaria Bar, de Maria Marcelino e Paulo Vieira, amigos de longa data, aposta tudo nas bebidas portuguesas. Além da lista generosa de vinhos, de pequenos produtores (a copo, a partir de €2,50), há cerveja artesanal à pressão da Onyx, da Loba e da Topázio (desde €1,80), e cocktails, criados pelo barman José Monteiro, com gin e vodka do Alentejo, rum da Madeira ou espumante da Bairrada. Recentemente, entraram em cena o Brandy Sour, feito com aguardente de maçã, licor de Singeverga de laranja e xarope de pepino (€8), e o Mula Portuguesa, um cocktail aromático que leva vodka, xarope de gengibre, lima e gasosa (€7). Em vez de refrigerantes, servem refrescos naturais, como a gengibrada, e, para picar, há tábuas de queijos, enchidos e mista. R. de Santo Ildefonso, 220, Porto > T. 22 094 7758 > ter-qui 18h-24h, sex-sáb 18h-2h

12. The Royal Cocktail Club

Seguindo as tendências da coquetelaria, as bebidas no The Royal Cocktail Club, no Porto, são inspiradas numa história e a apresentação é minimalista. Fotos: Rui Farinha/ NFactos

Fica num edifício centenário, bem no centro da movida da Baixa, este clube dedicado em exclusivo aos cocktails, clássicos e de autor, idealizados e preparados por quatro bartenders com experiência na matéria: José Mendes, João Costa, Tatiana Cardoso e Nélson de Matos (Melhor Bartender na World Class Iberia 2018). Seguindo as tendências da coquetelaria atual, as bebidas, inspiradas numa história, privilegiam os aromas e a apresentação minimalista. A carta apresenta 15 cocktails. Entre os mais pedidos está o Venus, feito com uma base de gin e vinho do Porto branco, rosas, mirtilos, sumo de limão e notas de artemísia, logo seguido do E.L.S.A (Experience Liquid Sensational Affair), com uma base de rum e perfumado com hibisco e violetas, que lhe conferem um toque floral. Dividido em dois andares, em tons de castanho e bronze, o bar aceita reserva de mesa. R. da Fábrica, 105, Porto > T. 22 205 9123 seg-qui, dom 19h-2h, sex-sáb, feriados 19h-4h

13. Ferro Bar

Foto: Lucilia Monteiro

Foto: Luciíia Monteiro

A decoração de estilo industrial marca a identidade do Ferro Bar, dentro da Casa Vicent. Descontraído, o bar é um dos mais concorridos da Baixa não só pelo terraço com vista panorâmica sobre a Estação de São Bento mas também pela música ao vivo e, claro, pelos cocktails de autor, imaginados por Lia Igreja. É no balcão que os clientes podem ver a bartender envolvida na preparação das bebidas. Além de interpretações de clássicos, como o Moscow Mule e o Whisky Sour, Lia propõe três novos cocktails (€8,50): o Black Irish (Jameson Stout, Amaro Ramazzotti, xarope de Guinness e especiarias), o Adelita (Almeca Silver, infusão de chá, Ancho Reyes, Cointreau, lima, agave e fumo de chá), e o Sassy Clementine (William Hinton, xarope de clementina, malagueta, canela e aguardente de cana) de inspiração tropical e finalizado com fogo. R. 31 de Janeiro, 147 / R. da Madeira, 84, Porto > seg-dom 12h-2h (a entrada pela R. 31 de Janeiro encerra às 20h)

14. PDT Speakeasy

No Bar PDT Speakeasy não há campainha à porta, para entrar é preciso telefonar antes. Foto: Lucília Monteiro

Quem procura um bar no centro do Porto, fora do circuito mais movimentado, tem no PDT Speakeasy uma alternativa. Fica no número 70 da Rua Mouzinho da Silveira, a dois passos do Mercado Ferreira Borges, mas não basta aparecer. Para entrar é preciso telefonar, tanto mais que não há campainha. O vinho é o protagonista da carta (a partir de €5/copo, €16/garrafa), em que constam também a cerveja artesanal, o champanhe e alguns petiscos. As fotografias no interior estão proibidas, garantindo-se assim o secretismo do lugar, e ninguém sai pela porta por onde entrou. Para tal, é preciso descer as escadas até ao piso subterrâneo e encontrar uma cortina vermelha. E mais não dizemos. R. Mouzinho da Silveira, 70, Porto > T. 93 820 8158 > seg-qui 18h-24h, sáb-dom 18h-2h

LISBOA

1. Red Frog

À meia-luz e com muita privacidade, assim se pode definir o Red Frog, que convida a noites de conversa prolongada ao sabor de cocktails de autor. Inaugurado há cinco anos, a dois passos da Avenida da Liberdade, o bar de Emanuel Minez e Paulo Gomes – escolhido como uma das 50 melhores descobertas de 2019 na lista The World’s 50 Best – acaba de lançar a nova carta de cocktails. “Predominam os sabores intensos e diferentes, mas sempre conjugados com algo mais fácil de beber”, refere Paulo Gomes. “Trabalhamos muitos ingredientes que os chefes de cozinha utilizam apenas para decorar os pratos, como microvegetais e flores, complementados com vegetais e frutos envelhecidos segundo uma técnica complexa, uma novidade mundial na coquetelaria.” Nesta carta, contam-se 32 cocktails, seis highball (com pouco álcool) e quatro mocktails (sem álcool), inspirados em clássicos da mixologia. De todas as novidades, destaca-se o cocktail Balloons (€10,50), preparado com gin Citadelle, Chocapalha Arinto, flor de figo, ponzu e manteiga de coco, para beber sem pressa e em boa companhia. R. do Salitre, 5A, Lisboa > T. 21 583 1120 seg-qui 18h-2h, sex-sáb 18h-3h

2. Bacchanal

Foto: Madalena Casal

Há quem não resista e pare apenas para espreitar a decoração. Instalado numa antiga drogaria de 1930, depois de mais de três décadas ao abandono, o Bacchanal – nome inspirado nas celebrações romanas a Baco, deus do vinho – é um regalo para os olhos. Aberto há dois anos, bem perto da Rua Cor-de-Rosa, no Cais do Sodré, o bar pensado por Victor Cordeiro, proprietário dos restaurantes Loucos de Lisboa, manteve os armários bem como o balcão com tampo de pedra e o mosaico hidráulico no chão originais. A estes elementos Victor acrescentou peças da sua coleção pessoal, como garrafas em miniatura e isqueiros Zippo, entre outros objetos herdados da família, como o borrifador que o avô usava nas vindimas. À prova estão cerca de 80 referências de vinhos, de pequenos produtores de dez regiões vitivinícolas portuguesas, que podem ser pedidos a copo (a partir €4), à garrafa ou até para levar para casa. Mas não só. Também os runs, as vodkas, os gins, os whiskies, entre outros destilados, se fazem aqui representar. E que são fundamentais para a preparação dos cocktails. R. do Corpo Santo, 28, Lisboa > dom-qui 18h-2h, sex-sáb 18h-3h

3. AveNew Lounge Drink & Bar

Mais parece uma casa de amigos o AveNew, aberto recentemente junto à Avenida da Liberdade. Numa sala de estar à meia-luz, com cadeirões, uma mesa corrida, entre outros recantos mais intimistas, só a presença do balcão lembra que se trata, afinal, de um bar, onde os cocktails são saboreados ao som de música ao vivo, às quartas e aos sábados, pelas 20h (€6-€10). “A partir de março, vamos acrescentar também as sextas”, revela Celso Barreto, um dos quatro proprietários cariocas do AveNew. A programação inclui nomes nacionais e internacionais, sempre dentro da onda do jazz, do blues e da bossa nova. Na carta, há sugestões mais originais, como The Jazz Crusta com Macieira, sumo de toranja e absinto (€10) e os clássicos negroni e mojito. E ainda uma seleção de vinhos, espumantes, champanhes e Portos. R. Joaquim António de Aguiar, 45A, Lisboa > T. 92 617 4024 > seg-qui 18h-1h, sex 18h-2h, sáb 20h-2h

4. Mezzanine

Foto: Madalena Casal

Dentro do Bairro Alto Hotel, recentemente ampliado e renovado, há três novos bares para descobrir. Escolhemos o Mezzanine, no piso intermédio, cuja decoração faz lembrar ora o interior de um iate ora uma biblioteca. Forrado a madeira, o bar divide-se em duas salas, onde há cadeiras, sofás e mesas de diferentes materiais, mas também revistas e livros de arquitetura e de arte. Sem revelar pormenores do que aí vem, o chefe Nuno Mendes explica que o menu de comida e bebida, em vigor dentro de uma semana, vai fugir ao óbvio e que ligará receitas e produtos portugueses aos japoneses. “Sempre fui um curioso acerca da presença de Portugal no Japão, do que levámos para lá e do que trouxemos para cá, foi nessa ligação que nos baseámos.” No dia em que por lá passámos, provou-se um cocktail (ainda sem nome nem preço definidos) feito com Licor Beirão, whisky japonês, bitter de laranja, casca de laranja e um grande pedaço de gelo. “Adoro bebidas espirituosas, de boa qualidade, que sejam o mais puras possível, como esta. Combina com este bar, descontraído e de contemplação”, resume o chefe. Hotel Bairro Alto >Pç. Luís de Camões, 2, Lisboa > T. 21 340 82 88 > seg-dom 11h-23h

5. Casa Independente

Foto: Pauliana Valente Pimentel

São vários os motivos que nos levam a querer voltar uma e outra vez à Casa Independente. Mais do que um bar, é uma sala de espetáculos e de festas, onde se pode ouvir música e ver exposições. “É lugar eclético com diferentes dinâmicas, promovendo o encontro de vários públicos, numa lógica de integração com a comunidade local”, resumem Inês Valdez e Patrícia Craveiro Lopes, as mentoras desta casa no Largo do Intendente. A destacar as noites ou matinés Espanta BJON (más energias) em que a banda da casa, Fogo Fogo, tem vindo a tocar mensalmente, fomentando o convívio e aquilo que há de bom: música, dança, amigos, família, comida e bebida. À Casa Independente pode-se ir para beber um copo e provar um petisco (enquanto a cozinha não estiver em funcionamento, estão à prova as sugestões d’O Gambuzino, um restaurante pop-up que ali vai estar durante este mês). Lg. do Intendente Pina Manique, 4, Lisboa, > ter-qui 17h-24h, sex-sáb 17h-2h

6. Crafty Corner

Foto: Diana Tinoco

Perto dos bares e das discotecas do Cais do Sodré, mas suficientemente longe da confusão, o Crafty Corner é um bom sítio para começar a noite a beber uma cerveja artesanal. Já se escreveu, nestas páginas, mas voltamos a realçar. Tudo neste bar merece ser apreciado. Primeiro, a decoração, do lustre ao chão, passando pelo bonito armário azul e pelas escadas de caracol com rendilhado de ferro, que dão acesso à mezzanine. Em seguida, as cervejas artesanais ali à prova, produzidas maioritariamente na zona da Grande Lisboa, desde o Montijo até Sintra. Para saborear as estrelas da casa, peça-se um dos tasting paddles (€10/5 cervejas, €24/12 cervejas), que ligam bem com as asas de frango (€7/12 pedaços) ou com um pastel de bacalhau (€1,50). Além da ementa, tome nota das noites temáticas, com dia fixo: as segundas são dedicadas à comédia, as terças são noites de microfone aberto, pode-se desde cantar a recitar poesia, contar uma anedota ou o que a imaginação ditar. Já às sextas, aos sábados e aos domingos é a música ao vivo que ganha protagonismo. R. Bernardino Costa, Lisboa > T. 96 993 4026 > seg-dom 16h-2h

7. Foxtrot

Ideal para beber um copo depois de um dia trabalho ou de um jantar na zona do Príncipe Real, o Foxtrot, aberto desde setembro de 1978, continua a ser um clássico que em tudo nos lembra o passado. E no bom sentido, quando se saía com amigos, sem telemóveis, e se passava horas na conversa, num recanto mais intimista, se a conversa fosse mais privada, ou junto à lareira em dias de frio. Passadas quatro décadas, estas salas à meia-luz, bem como o jardim interior, continuam a encher-se de clientes, alguns desde a inauguração, que procuram este bar com decoração Art Déco para jogar uma partida de snooker e beber um dos cocktails, como o Foxtrot (€10). “Tenho clientes que começaram a namorar aqui, casaram-se, e atualmente os filhos frequentam o Foxtrot”, conta Joaquim Gonçalves, o simpático proprietário desde 1986. Também o bife do lombo (€20,50) e os pregos (€9)continuam a saciar o apetite fora de horas. Tv. Santa Teresa, 28, Lisboa > T. 21 395 2697 > seg-qui 18h-2h, sex-sáb, vésp. fer 18h-3h, dom, fer 20h-2h

PORTO

8. Golden Oldie

Em frente ao Coreto da Cordoaria, o Golden Oldie é um bar de cocktails de onda revivalista, para um início de noite ao som de charleston, foxtrot e jazz. Cristiano Losa e Sara Ferro, os proprietários, sempre tiveram um fascínio pela década de 1920 e pelo ambiente cosmopolita que se vivia em Paris. Dos cocktails, cada um precedido por um pequeno conto, à decoração em tons dourados, sem esquecer a roupa de época, que ambos vestem, tudo foi pensado ao pormenor pelo casal. Embora seja pequeno (32 lugares sentados no interior e 16 na esplanada), todo o serviço é à mesa. Os cocktails (€6 a €12), feitos por Cristiano com ingredientes fora do comum, levam nomes como Sonho (Froggy B, lavanda em manteiga de amendoim, café e banana), Ousadia (Pierre Ferrand 10th Generations, Porto Tawny, alperce, ovo e perfume de crème brulée), Encantamento (Ocho blanco, licor de laranja e hibiscos, agave, perfume de champanhe e rosas) e Fantasia (Teeling small batch, black bull, açafrão e cravinho). O bar tem ainda uma boa oferta de vinho, cerveja, bebidas brancas, como o gin Citadelle e o rum Plantation, e champanhe Tsarine. R. Campo Mártires da Pátria, 46, Porto > T. 22 111 3595 > ter-dom 18h-2h

9. Capela Incomum

Crente ou não crente, ninguém passa ao lado desta capela do século XIX, com altar, transformada em wine bar. E se nos dias frios, as três salas, de paredes vermelhas e luz suave, é onde apetece estar, com a chegada da primavera, e das noites amenas, a esplanada, sob o grande plátano, é a primeira a ser ocupada. O Capela Incomum continua a ser uma alternativa para estar à conversa entre amigos, ao sabor de um copo de vinho (€3-€5) e embalado pelo ritmo do blues, do jazz, da morna e da salsa. “Somos uma espécie de bolha, um recanto tranquilo, no centro da cidade”, sublinha o barman Diogo Lobo. O monopólio é do vinho, com cerca de 100 referências, entre brancos, tintos e rosés, de pequenos produtores, de todas as regiões do continente, mas há também whisky, sangria e cerveja artesanal Loba (€3) e Colossus (€3,50). Tv. do Carregal, 77-81, Porto > T. 22 201 1849 > seg-qua 16h-24h, qui-sab 16h-2h

10. Bonaparte Downtown

Fotos: Rui Farinha/ NFactos

Com mais de 100 referências de cerveja, a maioria de origem belga e alemã e produções artesanais portuguesas (desde €4,50), não admira ser esta a bebida mais pedida no Bonaparte Downtown. “É a melhor companhia”, diz o barman Hugo Loureiro, “para seguir os jogos de futebol e de râguebi, uma tendência recente no bar, que garante lotação esgotada”. Mesmo em dias mais calmos, como os de início da semana, o burburinho é uma constante. Mais tranquila é a sala do primeiro andar, onde não há televisão. Tem apenas 12 mesas e, na lista, cocktails (desde €6) e destilados (desde €5), servidos a partir das 21 horas. Por estes dias, e enquanto estiver frio, serve-se glühwien, o vinho quente alemão, em canecas de barro (€3,50). Para aconchegar o estômago, além de petiscos, sugere-se o incontornável preguinho de lombo Bonaparte (€8). A iluminação suave, as boxes de madeira e as muitas antiguidades usadas na decoração mantêm viva a alma de pub inglês, para um brinde à tertúlia e à boa disposição. Pç. Guilherme Gomes Fernandes, 40, Porto > T. 22 096 2852 21 > seg 17h-2h, ter-qui e dom 12h-2h, sex-sáb 12h-3h

11. Drogaria Bar

No Drogaria Bar, todas as bebidas são nacionais e não há refrigerantes. Foto: Ricardo Castelo/NFactos

As bebidas, a banda sonora, os bancos altos e os sofás mudaram a identidade da antiga drogaria de bairro, sem beliscarem, no entanto, a estrutura original do lugar. A dois passos do Coliseu do Porto, o Drogaria Bar, de Maria Marcelino e Paulo Vieira, amigos de longa data, aposta tudo nas bebidas portuguesas. Além da lista generosa de vinhos, de pequenos produtores (a copo, a partir de €2,50), há cerveja artesanal à pressão da Onyx, da Loba e da Topázio (desde €1,80), e cocktails, criados pelo barman José Monteiro, com gin e vodka do Alentejo, rum da Madeira ou espumante da Bairrada. Recentemente, entraram em cena o Brandy Sour, feito com aguardente de maçã, licor de Singeverga de laranja e xarope de pepino (€8), e o Mula Portuguesa, um cocktail aromático que leva vodka, xarope de gengibre, lima e gasosa (€7). Em vez de refrigerantes, servem refrescos naturais, como a gengibrada, e, para picar, há tábuas de queijos, enchidos e mista. R. de Santo Ildefonso, 220, Porto > T. 22 094 7758 > ter-qui 18h-24h, sex-sáb 18h-2h

12. The Royal Cocktail Club

Seguindo as tendências da coquetelaria, as bebidas no The Royal Cocktail Club, no Porto, são inspiradas numa história e a apresentação é minimalista. Fotos: Rui Farinha/ NFactos

Fica num edifício centenário, bem no centro da movida da Baixa, este clube dedicado em exclusivo aos cocktails, clássicos e de autor, idealizados e preparados por quatro bartenders com experiência na matéria: José Mendes, João Costa, Tatiana Cardoso e Nélson de Matos (Melhor Bartender na World Class Iberia 2018). Seguindo as tendências da coquetelaria atual, as bebidas, inspiradas numa história, privilegiam os aromas e a apresentação minimalista. A carta apresenta 15 cocktails. Entre os mais pedidos está o Venus, feito com uma base de gin e vinho do Porto branco, rosas, mirtilos, sumo de limão e notas de artemísia, logo seguido do E.L.S.A (Experience Liquid Sensational Affair), com uma base de rum e perfumado com hibisco e violetas, que lhe conferem um toque floral. Dividido em dois andares, em tons de castanho e bronze, o bar aceita reserva de mesa. R. da Fábrica, 105, Porto > T. 22 205 9123 seg-qui, dom 19h-2h, sex-sáb, feriados 19h-4h

13. Ferro Bar

Foto: Lucilia Monteiro

Foto: Luciíia Monteiro

A decoração de estilo industrial marca a identidade do Ferro Bar, dentro da Casa Vicent. Descontraído, o bar é um dos mais concorridos da Baixa não só pelo terraço com vista panorâmica sobre a Estação de São Bento mas também pela música ao vivo e, claro, pelos cocktails de autor, imaginados por Lia Igreja. É no balcão que os clientes podem ver a bartender envolvida na preparação das bebidas. Além de interpretações de clássicos, como o Moscow Mule e o Whisky Sour, Lia propõe três novos cocktails (€8,50): o Black Irish (Jameson Stout, Amaro Ramazzotti, xarope de Guinness e especiarias), o Adelita (Almeca Silver, infusão de chá, Ancho Reyes, Cointreau, lima, agave e fumo de chá), e o Sassy Clementine (William Hinton, xarope de clementina, malagueta, canela e aguardente de cana) de inspiração tropical e finalizado com fogo. R. 31 de Janeiro, 147 / R. da Madeira, 84, Porto > seg-dom 12h-2h (a entrada pela R. 31 de Janeiro encerra às 20h)

14. PDT Speakeasy

No Bar PDT Speakeasy não há campainha à porta, para entrar é preciso telefonar antes. Foto: Lucília Monteiro

Quem procura um bar no centro do Porto, fora do circuito mais movimentado, tem no PDT Speakeasy uma alternativa. Fica no número 70 da Rua Mouzinho da Silveira, a dois passos do Mercado Ferreira Borges, mas não basta aparecer. Para entrar é preciso telefonar, tanto mais que não há campainha. O vinho é o protagonista da carta (a partir de €5/copo, €16/garrafa), em que constam também a cerveja artesanal, o champanhe e alguns petiscos. As fotografias no interior estão proibidas, garantindo-se assim o secretismo do lugar, e ninguém sai pela porta por onde entrou. Para tal, é preciso descer as escadas até ao piso subterrâneo e encontrar uma cortina vermelha. E mais não dizemos. R. Mouzinho da Silveira, 70, Porto > T. 93 820 8158 > seg-qui 18h-24h, sáb-dom 18h-2h

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