Nós os Poucos...: 39 ano depois é preciso honrar a memória de Sá Carneiro e Amaro da Costa

23-06-2020
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Faz
hoje 39 anos que o Primeiro-Ministro e o Ministro da Defesa de Portugal foram
mortos num brutal atentado. Poucos minutos depois de descolarem a caminho de um
comício no Porto o avião onde seguiram explodiu, matando todos os passageiros.

Camarate
permanece como um dos maiores escândalos da nossa democracia e seguramente a
maior vergonha da nossa justiça. Tudo foi feito para abafar o que era evidente:
foi um atentado. Testemunhas mortas, provas roubadas, relatórios abafados, a
verdade é que o poder político e o poder judicial não quiseram investigar o assassínio
de um Primeiro-Ministro e de um Ministro. Isto em democracia.

Passados
quase quarenta anos continuamos sem saber quem foram os assassinos, quem foram
os seus mandantes, quem era o alvo ou qual o motivo deste crime. O pouco que
realmente sabemos devemo-lo à coragem de alguns jornalistas, de alguns amigos e
familiares das vítimas e dos poucos políticos que insistiram em sucessivas
Comissões de Inquérito no Parlamento. Sobre o tema vale a pena ler o livro de
Inês Serra Lopes, que corajosamente, numa altura em que ainda era perigoso
investigar o assunto, publicou, onde demonstra com clareza que foi realmente um
atentado.

O
silêncio sobre Camarate é uma das chagas abertas da nossa democracia. E é uma
das provas claras da sua fragilidade. Como ainda há pouco tempo relembrava
Pedro Santana Lopes, num belíssimo artigo sobre o 25 de Novembro, a democracia
em Portugal nasceu e manteve-se sobre tutela militar até à revisão
Constitucional de 1982. Portugal não foi realmente uma democracia até essa
data. Até 1982 o poder dependia, em última instância, dos militares de Abril,
que condicionaram à sua vontade o legítimo exercício do poder democrático.

Francisco
Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa eram duas das figuras mais importantes na
luta por uma verdadeira democracia ocidental em Portugal, fora da tutela
militar. Não sabemos, e dificilmente viremos a saber, se foi por isso que
pagaram com a sua vida. Aquilo que sabemos, é que foi o regime semi-democrático
saído do 25 de Novembro que impediu que lhes fosse feita justiça.

O
mesmo regime que nada fez contra o Partido Comunista a 25 de Novembro depois de
falhado o golpe de Estado. O mesmo regime que nunca teve coragem para reverter
as nacionalizações criminosas, os saneamentos e a reforma agrária. O mesmo
regime que “descolonizou” entregando à União Soviética o Ultramar. O mesmo
regime que anos mais tarde havia de deixar impunes os terroristas da FP-25.

Aqueles
que hoje se dizem herdeiros de Sá Carneiro e Amaro da Costa têm o dever de
combater este regime. Não apenas discutir qual o seu lugar à mesa ou que
migalhas do orçamento lhes toca, mas realmente combater este regime. Sá
Carneiro e Amaro da Costa lutaram por uma verdadeira democracia, não por este
regime dominado pelos partidos, pelas amizades maçónicas e pelos interesses da
plutocracia.

Que
Camarate não seja apenas uma efeméride que relembramos uma vez ao ano, mas seja
um símbolo da coragem para lutar por um Portugal diferente.

Faz
hoje 39 anos que o Primeiro-Ministro e o Ministro da Defesa de Portugal foram
mortos num brutal atentado. Poucos minutos depois de descolarem a caminho de um
comício no Porto o avião onde seguiram explodiu, matando todos os passageiros.

Camarate
permanece como um dos maiores escândalos da nossa democracia e seguramente a
maior vergonha da nossa justiça. Tudo foi feito para abafar o que era evidente:
foi um atentado. Testemunhas mortas, provas roubadas, relatórios abafados, a
verdade é que o poder político e o poder judicial não quiseram investigar o assassínio
de um Primeiro-Ministro e de um Ministro. Isto em democracia.

Passados
quase quarenta anos continuamos sem saber quem foram os assassinos, quem foram
os seus mandantes, quem era o alvo ou qual o motivo deste crime. O pouco que
realmente sabemos devemo-lo à coragem de alguns jornalistas, de alguns amigos e
familiares das vítimas e dos poucos políticos que insistiram em sucessivas
Comissões de Inquérito no Parlamento. Sobre o tema vale a pena ler o livro de
Inês Serra Lopes, que corajosamente, numa altura em que ainda era perigoso
investigar o assunto, publicou, onde demonstra com clareza que foi realmente um
atentado.

O
silêncio sobre Camarate é uma das chagas abertas da nossa democracia. E é uma
das provas claras da sua fragilidade. Como ainda há pouco tempo relembrava
Pedro Santana Lopes, num belíssimo artigo sobre o 25 de Novembro, a democracia
em Portugal nasceu e manteve-se sobre tutela militar até à revisão
Constitucional de 1982. Portugal não foi realmente uma democracia até essa
data. Até 1982 o poder dependia, em última instância, dos militares de Abril,
que condicionaram à sua vontade o legítimo exercício do poder democrático.

Francisco
Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa eram duas das figuras mais importantes na
luta por uma verdadeira democracia ocidental em Portugal, fora da tutela
militar. Não sabemos, e dificilmente viremos a saber, se foi por isso que
pagaram com a sua vida. Aquilo que sabemos, é que foi o regime semi-democrático
saído do 25 de Novembro que impediu que lhes fosse feita justiça.

O
mesmo regime que nada fez contra o Partido Comunista a 25 de Novembro depois de
falhado o golpe de Estado. O mesmo regime que nunca teve coragem para reverter
as nacionalizações criminosas, os saneamentos e a reforma agrária. O mesmo
regime que “descolonizou” entregando à União Soviética o Ultramar. O mesmo
regime que anos mais tarde havia de deixar impunes os terroristas da FP-25.

Aqueles
que hoje se dizem herdeiros de Sá Carneiro e Amaro da Costa têm o dever de
combater este regime. Não apenas discutir qual o seu lugar à mesa ou que
migalhas do orçamento lhes toca, mas realmente combater este regime. Sá
Carneiro e Amaro da Costa lutaram por uma verdadeira democracia, não por este
regime dominado pelos partidos, pelas amizades maçónicas e pelos interesses da
plutocracia.

Que
Camarate não seja apenas uma efeméride que relembramos uma vez ao ano, mas seja
um símbolo da coragem para lutar por um Portugal diferente.

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