“É pela Valentina”. Chega não desiste da prisão perpétua.

16-05-2020
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André Ventura escreveu nas redes sociais que era por “todas as Valetinas de Portugal” que não ia desistir da proposta, que foi uma das bandeiras da campanha eleitoral, e as críticas não demoraram a chegar. Ao i, Isabel Moreira diz que o deputado viu “uma “excelente oportunidade para atiçar os sentimentos das pessoas”. Já José Manuel Pureza considerou a situação “deplorável e abjeta”.

André Ventura anunciou, nesta segunda-feira, que irá apresentar no Parlamento o “projeto Valentina, que restaurará a pena de prisão perpétua em Portugal”. A posição do presidente demissionário do Chega quanto a este tema é conhecida desde, pelo menos, 2017, quando o então candidato à Câmara de Loures pelo PSD confessou, em declarações ao i, que era “um defensor acérrimo da prisão perpétua periodicamente revista”.

Numa publicação partilhada no domingo à noite, o deputado único utilizou as redes sociais para relembrar que o tema é uma das bandeiras do partido. “O meu coração e as minhas orações estão com a Valentina, cobardemente assassinada. É pela Valentina, por todas as Valentinas de Portugal, que não desistirei enquanto a prisão perpétua para monstros criminosos não for reposta em Portugal”, escreveu Ventura no Twitter e no Facebook.

Da esquerda à direita, não tardaram a surgir fortes críticas em resposta à intervenção do deputado único do Chega.

oportunismo político Ao i, Isabel Moreira afirma que André Ventura viu uma “excelente oportunidade para atiçar os sentimentos das pessoas e fazer apelos ao que de mais instintivo as pessoas podem sentir neste momento e com isso aproveitar-se”. “O que não deixa de ser terrífico”, considera a deputada socialista, acrescentando que com esta intervenção o deputado Chega ignora “o valor associado à imagem e história da criança e à tragédia envolvendo a sua morte”.

André Ventura partilhou as suas declarações no domingo à noite, horas depois de o cadáver da criança de nove anos ter sido encontrado. A deputada socialista defende que, apesar de esta ser uma “excelente oportunidade” para o presidente demissionário do Chega se aproveitar “deste momento” para recordar as suas propostas, estas são “evidentemente inconstitucionais, culturalmente ultrapassadas e consensualmente postas de parte há muito tempo”.

Também contactado pelo i, José Manuel Pureza considerou que a “situação de querer explorar politicamente” uma situação como esta é “deplorável e abjeta”. Sublinhando que “é muito ilustrativo da forma do deputado André Ventura fazer política”, o vice-presidente da Assembleia da República acrescentou que a “exploração de uma situação como esta para efeitos de tentativa de ganho político” chega quase a ser inqualificável.

O deputado do BE confessa repudiar a forma como André Ventura faz política, considerando-a, além de “completamente desqualificada”, também uma “tentativa de explorar emocionalmente aquilo que são situações que merecem, naturalmente, a sua qualificação como casos de polícia”. A exploração política à volta desses casos é, a seu ver, aquilo que de pior a política tem: “Se esta é a nova política que André Ventura tem para mostrar, ela é velha, revelha e a coisa mais abjeta que se pode fazer”.

os ‘abutres’ e as redes sociais A publicação na qual André Ventura garantiu que não ia desistir da prisão perpétua originou imediatas e diferentes reações. Entre comentários de apoio – alguns utilizadores escrevem que, para estes casos, “tinha que ser pena de morte” ou sugerem que, à possibilidade da prisão perpétua, sejam adicionados “trabalhos forçados” – há também imagens de abutres, que vão sendo partilhados por diferentes utilizadores. No Twitter, há mesmo quem, à imagem partilhada, acrescente uma descrição. “Os abutres são aves de rapina que se alimentam quase exclusivamente da carne putrefacta dos animais mortos. A sua constante presença nos locais de morte, tornou-os símbolos desta aos olhos dos Homens”, anota uma utilizadora.

Também comentador político, Daniel Oliveira respondeu ao tweet do deputado, utilizando a referência ao animal. “O ‘senhor’ é um abutre. Tudo lhe serve para sacar votos, para fazer campanha. Nunca existiu na política portuguesa ser tão amoral”, escreve o comentarista.

O dirigente nacional do CDS-PP Francisco Mendes da Silva foi também uma das personalidades que decidiu responder a Ventura: “Para um oportunista não há maior alegria do que uma oportunidade”.

O “projeto Valentina”, segundo a publicação do deputado, tem por objetivo uma “homenagem a todos as vítimas portugueses dos crimes bárbaros e hediondos”. “Nunca te esqueceremos, Valentina, como a muitos outros e outras a quem falhámos”, escreveu o deputado na publicação.

André Ventura escreveu nas redes sociais que era por “todas as Valetinas de Portugal” que não ia desistir da proposta, que foi uma das bandeiras da campanha eleitoral, e as críticas não demoraram a chegar. Ao i, Isabel Moreira diz que o deputado viu “uma “excelente oportunidade para atiçar os sentimentos das pessoas”. Já José Manuel Pureza considerou a situação “deplorável e abjeta”.

André Ventura anunciou, nesta segunda-feira, que irá apresentar no Parlamento o “projeto Valentina, que restaurará a pena de prisão perpétua em Portugal”. A posição do presidente demissionário do Chega quanto a este tema é conhecida desde, pelo menos, 2017, quando o então candidato à Câmara de Loures pelo PSD confessou, em declarações ao i, que era “um defensor acérrimo da prisão perpétua periodicamente revista”.

Numa publicação partilhada no domingo à noite, o deputado único utilizou as redes sociais para relembrar que o tema é uma das bandeiras do partido. “O meu coração e as minhas orações estão com a Valentina, cobardemente assassinada. É pela Valentina, por todas as Valentinas de Portugal, que não desistirei enquanto a prisão perpétua para monstros criminosos não for reposta em Portugal”, escreveu Ventura no Twitter e no Facebook.

Da esquerda à direita, não tardaram a surgir fortes críticas em resposta à intervenção do deputado único do Chega.

oportunismo político Ao i, Isabel Moreira afirma que André Ventura viu uma “excelente oportunidade para atiçar os sentimentos das pessoas e fazer apelos ao que de mais instintivo as pessoas podem sentir neste momento e com isso aproveitar-se”. “O que não deixa de ser terrífico”, considera a deputada socialista, acrescentando que com esta intervenção o deputado Chega ignora “o valor associado à imagem e história da criança e à tragédia envolvendo a sua morte”.

André Ventura partilhou as suas declarações no domingo à noite, horas depois de o cadáver da criança de nove anos ter sido encontrado. A deputada socialista defende que, apesar de esta ser uma “excelente oportunidade” para o presidente demissionário do Chega se aproveitar “deste momento” para recordar as suas propostas, estas são “evidentemente inconstitucionais, culturalmente ultrapassadas e consensualmente postas de parte há muito tempo”.

Também contactado pelo i, José Manuel Pureza considerou que a “situação de querer explorar politicamente” uma situação como esta é “deplorável e abjeta”. Sublinhando que “é muito ilustrativo da forma do deputado André Ventura fazer política”, o vice-presidente da Assembleia da República acrescentou que a “exploração de uma situação como esta para efeitos de tentativa de ganho político” chega quase a ser inqualificável.

O deputado do BE confessa repudiar a forma como André Ventura faz política, considerando-a, além de “completamente desqualificada”, também uma “tentativa de explorar emocionalmente aquilo que são situações que merecem, naturalmente, a sua qualificação como casos de polícia”. A exploração política à volta desses casos é, a seu ver, aquilo que de pior a política tem: “Se esta é a nova política que André Ventura tem para mostrar, ela é velha, revelha e a coisa mais abjeta que se pode fazer”.

os ‘abutres’ e as redes sociais A publicação na qual André Ventura garantiu que não ia desistir da prisão perpétua originou imediatas e diferentes reações. Entre comentários de apoio – alguns utilizadores escrevem que, para estes casos, “tinha que ser pena de morte” ou sugerem que, à possibilidade da prisão perpétua, sejam adicionados “trabalhos forçados” – há também imagens de abutres, que vão sendo partilhados por diferentes utilizadores. No Twitter, há mesmo quem, à imagem partilhada, acrescente uma descrição. “Os abutres são aves de rapina que se alimentam quase exclusivamente da carne putrefacta dos animais mortos. A sua constante presença nos locais de morte, tornou-os símbolos desta aos olhos dos Homens”, anota uma utilizadora.

Também comentador político, Daniel Oliveira respondeu ao tweet do deputado, utilizando a referência ao animal. “O ‘senhor’ é um abutre. Tudo lhe serve para sacar votos, para fazer campanha. Nunca existiu na política portuguesa ser tão amoral”, escreve o comentarista.

O dirigente nacional do CDS-PP Francisco Mendes da Silva foi também uma das personalidades que decidiu responder a Ventura: “Para um oportunista não há maior alegria do que uma oportunidade”.

O “projeto Valentina”, segundo a publicação do deputado, tem por objetivo uma “homenagem a todos as vítimas portugueses dos crimes bárbaros e hediondos”. “Nunca te esqueceremos, Valentina, como a muitos outros e outras a quem falhámos”, escreveu o deputado na publicação.

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