Bloco desafia Governo e Marcelo a desmentirem “urgente e categoricamente” embaixador norte-americano

28-09-2020
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A entrevista concedida pelo embaixador dos Estados Unidos em Portugal, George Glass, ao Expresso indignou o Bloco de Esquerda. O partido de Catarina Martins exige agora ao Governo e ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que façam um desmentido “urgente e categórico” das declarações de Glass - ou que, pelo contrário, assumam que houve uma “intromissão gravíssima” dos americanos em Portugal.

Em causa está um trecho da entrevista em que Glass, que pressiona por diversas vezes Portugal a escolher entre “os aliados e os chineses”, revela que o Departamento do Tesouro norte-americano terá estado a “trabalhar com os portugueses” e, em particular, com “os reguladores” para que as regras relativamente ao investimento chinês fossem mais duras.

Ora esta afirmação caiu mal no Bloco de Esquerda. Ao Expresso, o deputado José Manuel Pureza considera a declaração “gravíssima”, por colocar “uma dúvida sobre o que é a regulação independente” e se esta é, afinal, “moldada” consoante os interesses norte-americanos.

Mas “mais grave ainda”, considera Pureza, é a reação de Portugal. “Ou o Governo e o presidente sabiam [dessa “intromissão”] e nada disseram sobre o assunto, ou sabiam e mantiveram-se passivos diante de uma intromissão gravíssima”. Por isso, o partido exige agora um “desmentido categórico, claríssimo e urgente desta declaração”, tanto da parte do Executivo como de Marcelo.

Os bloquistas identificam outra questão “de extrema gravidade”: o “tom” das declarações do embaixador, que chega a garantir que, se Portugal fizer uma “escolha” a favor da China no que toca aos negócios e investimentos em Portugal, “mudará a forma” como os Estados Unidos “interagem com Portugal, em termos de segurança e de Defesa”. “É uma ingerência sem vergonha, que nem tenta disfarçar a sua natureza; uma chantagem descabelada sobre as autoridades portugueses”.

Com uma ironia, sublinha pureza: o facto de o diplomata vir defender os interesses económicos americanos em Portugal “numa altura em que Portugal tem uma empresa a causar um rombo constante” nos seus cofres - leia-se o fundo Lone Star, que comprou o Novo Banco.

A reação do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e de Marcelo Rebelo de Sousa - em Portugal, “são os representantes escolhidos pelos portugueses” quem decide - é por isso bem vista pelo Bloco… mas não chega. A reação do partido de Catarina Martins chega depois de, durante o fim de semana, também o PCP - que criticou a “ambição imperial” norte-americana -, o antigo embaixador na ONU, Francisco Seixas da Costa, ou a Liga dos Chineses terem reagido às palavras de Glass.

A entrevista concedida pelo embaixador dos Estados Unidos em Portugal, George Glass, ao Expresso indignou o Bloco de Esquerda. O partido de Catarina Martins exige agora ao Governo e ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que façam um desmentido “urgente e categórico” das declarações de Glass - ou que, pelo contrário, assumam que houve uma “intromissão gravíssima” dos americanos em Portugal.

Em causa está um trecho da entrevista em que Glass, que pressiona por diversas vezes Portugal a escolher entre “os aliados e os chineses”, revela que o Departamento do Tesouro norte-americano terá estado a “trabalhar com os portugueses” e, em particular, com “os reguladores” para que as regras relativamente ao investimento chinês fossem mais duras.

Ora esta afirmação caiu mal no Bloco de Esquerda. Ao Expresso, o deputado José Manuel Pureza considera a declaração “gravíssima”, por colocar “uma dúvida sobre o que é a regulação independente” e se esta é, afinal, “moldada” consoante os interesses norte-americanos.

Mas “mais grave ainda”, considera Pureza, é a reação de Portugal. “Ou o Governo e o presidente sabiam [dessa “intromissão”] e nada disseram sobre o assunto, ou sabiam e mantiveram-se passivos diante de uma intromissão gravíssima”. Por isso, o partido exige agora um “desmentido categórico, claríssimo e urgente desta declaração”, tanto da parte do Executivo como de Marcelo.

Os bloquistas identificam outra questão “de extrema gravidade”: o “tom” das declarações do embaixador, que chega a garantir que, se Portugal fizer uma “escolha” a favor da China no que toca aos negócios e investimentos em Portugal, “mudará a forma” como os Estados Unidos “interagem com Portugal, em termos de segurança e de Defesa”. “É uma ingerência sem vergonha, que nem tenta disfarçar a sua natureza; uma chantagem descabelada sobre as autoridades portugueses”.

Com uma ironia, sublinha pureza: o facto de o diplomata vir defender os interesses económicos americanos em Portugal “numa altura em que Portugal tem uma empresa a causar um rombo constante” nos seus cofres - leia-se o fundo Lone Star, que comprou o Novo Banco.

A reação do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e de Marcelo Rebelo de Sousa - em Portugal, “são os representantes escolhidos pelos portugueses” quem decide - é por isso bem vista pelo Bloco… mas não chega. A reação do partido de Catarina Martins chega depois de, durante o fim de semana, também o PCP - que criticou a “ambição imperial” norte-americana -, o antigo embaixador na ONU, Francisco Seixas da Costa, ou a Liga dos Chineses terem reagido às palavras de Glass.

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