COP25. "O mundo está a olhar e espera soluções concretas da nossa parte"

18-06-2020
marcar artigo

A ministra do Ambiente do Chile, que preside à Cimeira do Clima, em Madrid, até 13 de dezembro, pediu mais compromisso aos mais de 190 países presentes. "Cada medida que tomamos é um passo de esperança".

Ativistas pedem aos políticos para tomarem medidas contra as alterações climáticas. © EPA/FERNANDO VILLAR

A presidente da Cimeira do Clima (COP25), a chilena Carolina Schmidt, advertiu, esta terça-feira, que o mundo está "a olhar" para este encontro, que negoceia pontos essenciais do Acordo de Paris e espera "soluções concretas".

Schmidt falava durante a inauguração do painel de alto nível da cimeira em que participam ministros e presidentes e no qual os países darão o último impulso nas negociações para aplicar o Acordo de Paris, consensualizado em 2015. "O mundo está a olhar e espera soluções concretas da nossa parte, a crise climática é uma realidade e os cidadãos do mundo inteiro sabem-no, estão a vivê-la agora. Cada medida que tomamos é um passo de esperança, o planeta precisa de nós unidos e mais comprometidos do que nunca", declarou.

A ministra do Meio Ambiente do Chile, que preside a esta cimeira, reafirmou a urgência de entender que "só juntos" os países podem "fazer frente ao maior desafio comum" que enfrentam. "Convido-vos a serem parte da solução, desta mudança de rumo para tornar real a esperança de um planeta melhor, porque hoje é tempo de atuar", sublinhou a presidente.

Carolina Schmidt, ministra do ambiente chilena. © EPA/J. J. GUILLEN

Desde que Schmidt recebeu a presidência da Cimeira na semana passada, tem insistido que o país dirige este encontro em representação da América Latina e do Caribe, países em desenvolvimento que enfrentam "urgências ambientais, sociais e económicas diferentes das dos países desenvolvidos".

"Vimos com a voz de 50 milhões de cidadãos da nossa região, de comunidades inteiras que estão a sofrer severamente os efeitos da mudança do clima, as secas, as inundações (...), que estão a assolar os nossos territórios e a nossa gente", lamentou.

A ministra recordou que os efeitos das alterações climáticas "afetam com maior força as comunidades vulneráveis" e "multiplicam as iniquidades preexistentes", pelo que a sua presidência estará centrada "numa ação climática justa". "É a voz da esperança que trazemos a esta COP para que nos permita alterar o rumo", assegurou.

Deputados portugueses admitem consenso sobre uma nova lei do clima

A maioria dos partidos com assento parlamentar manifestou-se, esta terça-feira, a favor da criação de uma lei de bases do clima em Portugal ainda nesta legislatura. Deputados do PS, PSD, Bloco de Esquerda, PCP, CDS-PP, Verdes, PAN e Livre reuniram com o ministro do Ambiente e Ação Climática e com a associação ambientalista ZERO, na COP.

Em declarações aos jornalistas, o socialista José Manuel Carpinteira afirmou que o PS pretende ver aprovada "uma lei consensual" e que já mandatou o deputado e cientista Alexandre Quintanilha para representar o partido nesse processo.

Pelo PSD, Bruno Coimbra afirmou que os sociais-democratas também estão disponíveis para negociar uma legislação "de valor reforçado e alargada" que vá além do que se venha a aprovar no mesmo sentido a nível europeu.

O deputado do Bloco de Esquerda, José Maria Cardoso, afirmou o compromisso do seu partido para tentar chegar a um texto consensual "o mais breve possível", salientando que Portugal tem que continuar a estar "na linha da frente da descarbonização".

Alma Rivera, do PCP, lembrou que o seu partido tinha apresentado em 2017 um projeto para uma lei de bases do ambiente e que está "recetivo para enriquecer uma proposta" que venha a reunir o apoio de mais partidos, sublinhando que é precisa uma "visão holística" do ambiente, ligando aspetos como a poluição, a energia ou a biodiversidade sem os olhar como separados.

Uma lei nacional sobre o clima "pode avançar nesta legislatura", disse aos jornalistas a deputada do CDS-PP Assunção Cristas, para quem Portugal deverá continuar a alinhar as suas posições com o resto da União Europeia, sem prejuízo de ter a sua própria lei do clima.

Pelos Verdes, Mariana Silva referiu que "é necessário e urgente que os países façam o que se comprometeram a fazer" para travar o aumento da temperatura global, indicando que no caso português, está na própria Constituição o direito a um ambiente saudável, que tem, encontrado "dificuldades para ser colocado em prática".

O deputado André Silva, do PAN, afirmou que o seu partido apresentou há cerca de duas semanas um projeto de lei para o clima, defendendo que uma das coisas que terá que ficar garantida é que Portugal não vai continuar a aumentar a sua área florestal com pinheiros e eucaliptos para conseguir aumentar a capacidade de absorção de emissões de dióxido de carbono.

Joacine Katar Moreira, do Livre, disse aos jornalistas que sai de Madrid com impressão de que a COP25 "não é nem irá contribuir para a revolução" que considera necessária no ambiente, considerando que tudo soa a oco quando não é acompanhado por orçamento e uma preocupação com a justiça social a par da justiça climática.

A ministra do Ambiente do Chile, que preside à Cimeira do Clima, em Madrid, até 13 de dezembro, pediu mais compromisso aos mais de 190 países presentes. "Cada medida que tomamos é um passo de esperança".

Ativistas pedem aos políticos para tomarem medidas contra as alterações climáticas. © EPA/FERNANDO VILLAR

A presidente da Cimeira do Clima (COP25), a chilena Carolina Schmidt, advertiu, esta terça-feira, que o mundo está "a olhar" para este encontro, que negoceia pontos essenciais do Acordo de Paris e espera "soluções concretas".

Schmidt falava durante a inauguração do painel de alto nível da cimeira em que participam ministros e presidentes e no qual os países darão o último impulso nas negociações para aplicar o Acordo de Paris, consensualizado em 2015. "O mundo está a olhar e espera soluções concretas da nossa parte, a crise climática é uma realidade e os cidadãos do mundo inteiro sabem-no, estão a vivê-la agora. Cada medida que tomamos é um passo de esperança, o planeta precisa de nós unidos e mais comprometidos do que nunca", declarou.

A ministra do Meio Ambiente do Chile, que preside a esta cimeira, reafirmou a urgência de entender que "só juntos" os países podem "fazer frente ao maior desafio comum" que enfrentam. "Convido-vos a serem parte da solução, desta mudança de rumo para tornar real a esperança de um planeta melhor, porque hoje é tempo de atuar", sublinhou a presidente.

Carolina Schmidt, ministra do ambiente chilena. © EPA/J. J. GUILLEN

Desde que Schmidt recebeu a presidência da Cimeira na semana passada, tem insistido que o país dirige este encontro em representação da América Latina e do Caribe, países em desenvolvimento que enfrentam "urgências ambientais, sociais e económicas diferentes das dos países desenvolvidos".

"Vimos com a voz de 50 milhões de cidadãos da nossa região, de comunidades inteiras que estão a sofrer severamente os efeitos da mudança do clima, as secas, as inundações (...), que estão a assolar os nossos territórios e a nossa gente", lamentou.

A ministra recordou que os efeitos das alterações climáticas "afetam com maior força as comunidades vulneráveis" e "multiplicam as iniquidades preexistentes", pelo que a sua presidência estará centrada "numa ação climática justa". "É a voz da esperança que trazemos a esta COP para que nos permita alterar o rumo", assegurou.

Deputados portugueses admitem consenso sobre uma nova lei do clima

A maioria dos partidos com assento parlamentar manifestou-se, esta terça-feira, a favor da criação de uma lei de bases do clima em Portugal ainda nesta legislatura. Deputados do PS, PSD, Bloco de Esquerda, PCP, CDS-PP, Verdes, PAN e Livre reuniram com o ministro do Ambiente e Ação Climática e com a associação ambientalista ZERO, na COP.

Em declarações aos jornalistas, o socialista José Manuel Carpinteira afirmou que o PS pretende ver aprovada "uma lei consensual" e que já mandatou o deputado e cientista Alexandre Quintanilha para representar o partido nesse processo.

Pelo PSD, Bruno Coimbra afirmou que os sociais-democratas também estão disponíveis para negociar uma legislação "de valor reforçado e alargada" que vá além do que se venha a aprovar no mesmo sentido a nível europeu.

O deputado do Bloco de Esquerda, José Maria Cardoso, afirmou o compromisso do seu partido para tentar chegar a um texto consensual "o mais breve possível", salientando que Portugal tem que continuar a estar "na linha da frente da descarbonização".

Alma Rivera, do PCP, lembrou que o seu partido tinha apresentado em 2017 um projeto para uma lei de bases do ambiente e que está "recetivo para enriquecer uma proposta" que venha a reunir o apoio de mais partidos, sublinhando que é precisa uma "visão holística" do ambiente, ligando aspetos como a poluição, a energia ou a biodiversidade sem os olhar como separados.

Uma lei nacional sobre o clima "pode avançar nesta legislatura", disse aos jornalistas a deputada do CDS-PP Assunção Cristas, para quem Portugal deverá continuar a alinhar as suas posições com o resto da União Europeia, sem prejuízo de ter a sua própria lei do clima.

Pelos Verdes, Mariana Silva referiu que "é necessário e urgente que os países façam o que se comprometeram a fazer" para travar o aumento da temperatura global, indicando que no caso português, está na própria Constituição o direito a um ambiente saudável, que tem, encontrado "dificuldades para ser colocado em prática".

O deputado André Silva, do PAN, afirmou que o seu partido apresentou há cerca de duas semanas um projeto de lei para o clima, defendendo que uma das coisas que terá que ficar garantida é que Portugal não vai continuar a aumentar a sua área florestal com pinheiros e eucaliptos para conseguir aumentar a capacidade de absorção de emissões de dióxido de carbono.

Joacine Katar Moreira, do Livre, disse aos jornalistas que sai de Madrid com impressão de que a COP25 "não é nem irá contribuir para a revolução" que considera necessária no ambiente, considerando que tudo soa a oco quando não é acompanhado por orçamento e uma preocupação com a justiça social a par da justiça climática.

marcar artigo