Os Verdes em Lisboa: Há demasiadas auto-estradas e pouca mobilidade ecológica

23-09-2020
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Um especialista em desenvolvimento sustentável considerou hoje que em Portugal “há demasiado investimento em auto-estradas em detrimento da mobilidade ecológica”, lamentando que o consumo de energia no sector do transporte seja “cada vez mais parecido ao dos EUA”.“Em Portugal, como no resto da Europa, o investimento em auto-estradas para o transporte rodoviário tem sido demasiado elevado e os fundos comunitários não foram aplicados na mobilidade ecológica”, afirmou um dos redactores da Agenda 21, o Plano de Acção para o Desenvolvimento Sustentável consagrado na Cimeira da Terra de 1992.Falando à margem da conferência internacional ‘Roteiro Local para as Alterações Climáticas: Mobilizar, Planear e Agir’, que até 6ª fª reuniu em Almada vários especialistas nacionais e internacionais, bem como responsáveis autárquicos, para debater o papel dos municípios na luta contra o fenómeno climático, aquele técnico lamentou que o “consumo de energia em temos de transporte esteja a tornar-se cada vez mais semelhante ao dos EUA”.“Isto é altamente negativo e preocupante. As pessoas sempre apontaram o dedo aos americanos, mas vocês [portugueses e europeus] estão a seguir o mesmo caminho”, salientou o canadiano especializado em urbanismo e desenvolvimento sustentável.Segundo o relatório ‘Climate for a Transport Change’, divulgado no ano passado pela Agência Europeia do Ambiente, Portugal apresentava o quinto pior resultado dos 27 Estados-membros da União Europeia no que diz respeito ao aumento das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) associados ao sector do transporte.O documento, que analisou as tendências mais marcantes no sector de transportes da Europa, referia que as emissões de GEE ligadas a esse sector aumentaram 96% entre 1990 e 2005 em Portugal, valor apenas ultrapassado pela República Checa, Chipre, Irlanda e Luxemburgo.O mesmo estudo, baseado em dados de 1992 a 2004, adiantava que o investimento na rede rodoviária em Portugal era aproximadamente quatro vezes acima do investimento feito na ferrovia, e que os portugueses utilizam cada vez mais o transporte individual em detrimento do transporte colectivo, nomeadamente autocarros e comboio.Segundo o autor do livro ‘Welcome to The Urban Revolution, How Cities Are Changing the World’, a forte aposta na criação de auto-estradas teve também outras consequências: “Portugal está a desenvolver-se cada vez mais num padrão suburbano e os portugueses começaram a ter um modo de vida ao estilo norte-americano, ou seja, em que vão trabalhar de uma área semi-rural para as grandes cidades”.“Isto é altamente ineficiente no que toca às emissões por quilómetro e a eficiência energética", criticou o especialista, lembrando também que os portugueses são dos povos da UE que "menos recorrem a meios de transporte alternativos”.Ver Lusa doc. nº 9728184, 28/05/2009 - 18:13


Um especialista em desenvolvimento sustentável considerou hoje que em Portugal “há demasiado investimento em auto-estradas em detrimento da mobilidade ecológica”, lamentando que o consumo de energia no sector do transporte seja “cada vez mais parecido ao dos EUA”.“Em Portugal, como no resto da Europa, o investimento em auto-estradas para o transporte rodoviário tem sido demasiado elevado e os fundos comunitários não foram aplicados na mobilidade ecológica”, afirmou um dos redactores da Agenda 21, o Plano de Acção para o Desenvolvimento Sustentável consagrado na Cimeira da Terra de 1992.Falando à margem da conferência internacional ‘Roteiro Local para as Alterações Climáticas: Mobilizar, Planear e Agir’, que até 6ª fª reuniu em Almada vários especialistas nacionais e internacionais, bem como responsáveis autárquicos, para debater o papel dos municípios na luta contra o fenómeno climático, aquele técnico lamentou que o “consumo de energia em temos de transporte esteja a tornar-se cada vez mais semelhante ao dos EUA”.“Isto é altamente negativo e preocupante. As pessoas sempre apontaram o dedo aos americanos, mas vocês [portugueses e europeus] estão a seguir o mesmo caminho”, salientou o canadiano especializado em urbanismo e desenvolvimento sustentável.Segundo o relatório ‘Climate for a Transport Change’, divulgado no ano passado pela Agência Europeia do Ambiente, Portugal apresentava o quinto pior resultado dos 27 Estados-membros da União Europeia no que diz respeito ao aumento das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) associados ao sector do transporte.O documento, que analisou as tendências mais marcantes no sector de transportes da Europa, referia que as emissões de GEE ligadas a esse sector aumentaram 96% entre 1990 e 2005 em Portugal, valor apenas ultrapassado pela República Checa, Chipre, Irlanda e Luxemburgo.O mesmo estudo, baseado em dados de 1992 a 2004, adiantava que o investimento na rede rodoviária em Portugal era aproximadamente quatro vezes acima do investimento feito na ferrovia, e que os portugueses utilizam cada vez mais o transporte individual em detrimento do transporte colectivo, nomeadamente autocarros e comboio.Segundo o autor do livro ‘Welcome to The Urban Revolution, How Cities Are Changing the World’, a forte aposta na criação de auto-estradas teve também outras consequências: “Portugal está a desenvolver-se cada vez mais num padrão suburbano e os portugueses começaram a ter um modo de vida ao estilo norte-americano, ou seja, em que vão trabalhar de uma área semi-rural para as grandes cidades”.“Isto é altamente ineficiente no que toca às emissões por quilómetro e a eficiência energética", criticou o especialista, lembrando também que os portugueses são dos povos da UE que "menos recorrem a meios de transporte alternativos”.Ver Lusa doc. nº 9728184, 28/05/2009 - 18:13

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