portugal dos pequeninos

15-12-2019
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Daniel Sampaio preside a um "grupo" criado pelos socialistas destinado a promover a "educação sexual" nas escolas. Sampaio, o psiquiatra, é menos redondo que Sampaio, o político e irmão, todavia não deixa de pertencer ao vasto clube da correcção política e social. Parece que a RTP, no segundo canal, passou um documentário dinamarquês sobre o "eduquês sexual", oficialmente aceite pelas novas "pedagogias" educativas. Coisa para crianças entre os sete e os doze anos, por aí. E parece que algumas crianças se assustaram com o que viram e, os pais, sobretudo, com um debate que se seguiu em que participou o inefável psiquiatra do regime. Felizmente estaria lá a colega dele, Margarida Neto, que não é língua de pau e que não se priva, perante o "consenso" instalado nestas matérias, de dizer o que pensa. Sampaio, Eduardo Sá e o inenarrável Pedro Strecht - que também escreve "poesia" - constituem uma espécie de doutrina ambulante sobre o como lidar com crianças. Uma das que assistiu ao "debate", disse depois aos pais que, assim, até tinha medo de alguma vez ter bebés. Para se ter uma ideia da correcção que preside à excelsa cabeça de Sampaio, leia-se o que ele escreve no suplemento Pública de domingo acerca de "disciplina e castigos". Começa assim: "Os comentários sobre a falta de autoridade e o aumento da indisciplina são recorrentes. Na família e na escola, abundam os depoimentos sobre crianças e jovens agressivos, pais permissivos, professores incapazes de dar aulas. Diversas vozes reclamam o reforço da autoridade de pais e professores, por vezes com saudosismos de passados musculados, onde (diz-se) imperava a lei e a ordem. Há muita confusão neste discurso conservador. Quem o difunde, nega o mais importante: precisamos de ajudar os mais novos a desenvolverem a auto-disciplina, muito mais do que criarmos mecanismos de controlo disciplinar vindos do exterior. A disciplina é um processo de aprendizagem. Deve iniciar-se bem cedo, quando a criança sai do colo da mãe e começa a explorar o mundo." "Saudosismos de passados musculados"? "Discurso conservador"? Desenvolver a "auto-disciplina" com quem e como? Com os pais, com vossas excelências, os pedagogos, ou à bordoada, com os colegas? Prossegue Sampaio: "Se um menino bateu forte num outro, não basta pedir logo perdão: convém que compreenda as razões do que se passou e perceba, por exemplo, que é normal a zanga, mas não é legítimo bater. A seguir, a disciplina tem mais um passo: a reconciliação, o processo de melhoria relacional, onde novos caminhos no relacionamento interpessoal têm de ser conhecidos." De acordo com esta "doutrina", é de pequenino que se torce a realidade, isto é, o conflito, a ruptura, a dificuldade, o "outro", em suma, a vida. O que é preciso é preparar a criança para o consenso, para a moleza existencial e para "corno" social. Ah. E não é legítimo bater. Nunca. Ponto.


Daniel Sampaio preside a um "grupo" criado pelos socialistas destinado a promover a "educação sexual" nas escolas. Sampaio, o psiquiatra, é menos redondo que Sampaio, o político e irmão, todavia não deixa de pertencer ao vasto clube da correcção política e social. Parece que a RTP, no segundo canal, passou um documentário dinamarquês sobre o "eduquês sexual", oficialmente aceite pelas novas "pedagogias" educativas. Coisa para crianças entre os sete e os doze anos, por aí. E parece que algumas crianças se assustaram com o que viram e, os pais, sobretudo, com um debate que se seguiu em que participou o inefável psiquiatra do regime. Felizmente estaria lá a colega dele, Margarida Neto, que não é língua de pau e que não se priva, perante o "consenso" instalado nestas matérias, de dizer o que pensa. Sampaio, Eduardo Sá e o inenarrável Pedro Strecht - que também escreve "poesia" - constituem uma espécie de doutrina ambulante sobre o como lidar com crianças. Uma das que assistiu ao "debate", disse depois aos pais que, assim, até tinha medo de alguma vez ter bebés. Para se ter uma ideia da correcção que preside à excelsa cabeça de Sampaio, leia-se o que ele escreve no suplemento Pública de domingo acerca de "disciplina e castigos". Começa assim: "Os comentários sobre a falta de autoridade e o aumento da indisciplina são recorrentes. Na família e na escola, abundam os depoimentos sobre crianças e jovens agressivos, pais permissivos, professores incapazes de dar aulas. Diversas vozes reclamam o reforço da autoridade de pais e professores, por vezes com saudosismos de passados musculados, onde (diz-se) imperava a lei e a ordem. Há muita confusão neste discurso conservador. Quem o difunde, nega o mais importante: precisamos de ajudar os mais novos a desenvolverem a auto-disciplina, muito mais do que criarmos mecanismos de controlo disciplinar vindos do exterior. A disciplina é um processo de aprendizagem. Deve iniciar-se bem cedo, quando a criança sai do colo da mãe e começa a explorar o mundo." "Saudosismos de passados musculados"? "Discurso conservador"? Desenvolver a "auto-disciplina" com quem e como? Com os pais, com vossas excelências, os pedagogos, ou à bordoada, com os colegas? Prossegue Sampaio: "Se um menino bateu forte num outro, não basta pedir logo perdão: convém que compreenda as razões do que se passou e perceba, por exemplo, que é normal a zanga, mas não é legítimo bater. A seguir, a disciplina tem mais um passo: a reconciliação, o processo de melhoria relacional, onde novos caminhos no relacionamento interpessoal têm de ser conhecidos." De acordo com esta "doutrina", é de pequenino que se torce a realidade, isto é, o conflito, a ruptura, a dificuldade, o "outro", em suma, a vida. O que é preciso é preparar a criança para o consenso, para a moleza existencial e para "corno" social. Ah. E não é legítimo bater. Nunca. Ponto.

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