portugal dos pequeninos

15-12-2019
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Vladimir Putin, que daqui a umas horas aterra em Lisboa, é um caso político do maior interesse. Sócrates certamente que não deve deixar de sentir algum fascínio pelo sucesso deste antigo agente secreto que governa a Rússia no limiar da não democracia. Acontece que entre o cochicho português e a vasta pátria de Catarina não há praticamente nada em comum. A Rússia mantém e desenvolve uma ambição "reconstitutiva" autorizada pela história recente e pela grandeza remota que nos escapa inteiramente. Putin não faz a mínima intenção de largar tão cedo o poder. Percebeu - como me dizia um amigo outro dia - que a "referência" policial substitui com eficácia o partido, na presidência ou no governo. E que não perde nada em maçar os seus homólogos ocidentais, em especial Bush, com os seus "jogos de guerra", independentemente da segunda ou terceira "dimensão" desses jogos. Putin vem, primeiro, falar com anões e, depois, segue-se o desenvolvimento da fábula do Fontaine, em Mafra. Vai ser mais um momento para Sócrates vomitar umas banalidades e para Putin nem sequer o ouvir. Há homens que não perdem tempo com insignificâncias. Putin pode ter todos os defeitos do mundo mas sabe muito bem qual é o lugar da Rússia no mundo, pelo menos o que ele quer recuperar.


Vladimir Putin, que daqui a umas horas aterra em Lisboa, é um caso político do maior interesse. Sócrates certamente que não deve deixar de sentir algum fascínio pelo sucesso deste antigo agente secreto que governa a Rússia no limiar da não democracia. Acontece que entre o cochicho português e a vasta pátria de Catarina não há praticamente nada em comum. A Rússia mantém e desenvolve uma ambição "reconstitutiva" autorizada pela história recente e pela grandeza remota que nos escapa inteiramente. Putin não faz a mínima intenção de largar tão cedo o poder. Percebeu - como me dizia um amigo outro dia - que a "referência" policial substitui com eficácia o partido, na presidência ou no governo. E que não perde nada em maçar os seus homólogos ocidentais, em especial Bush, com os seus "jogos de guerra", independentemente da segunda ou terceira "dimensão" desses jogos. Putin vem, primeiro, falar com anões e, depois, segue-se o desenvolvimento da fábula do Fontaine, em Mafra. Vai ser mais um momento para Sócrates vomitar umas banalidades e para Putin nem sequer o ouvir. Há homens que não perdem tempo com insignificâncias. Putin pode ter todos os defeitos do mundo mas sabe muito bem qual é o lugar da Rússia no mundo, pelo menos o que ele quer recuperar.

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