portugal dos pequeninos

15-12-2019
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Um alfarrabista meu conhecido dizia-me um dia destes, na sua barraquinha camarária na feira do livro, que vendeu há tempos, por dois mil euros, os "discursos e notas políticas" de Salazar. Tinham dedicatória. Os livros de e sobre o antigo presidente do Conselho "saem" bem. Salazar, ao contrário dos seus sucessores democráticos em São Bento e em Belém, escrevia pelo seu próprio punho. Os nossos eleitos possuem geralmente uma brigada de escribas e de "especialistas" em tudo e em nada que lhe prepara os discursos. De entre eles, há sempre um - o mais "iluminado" ou o que melhor domina o português - que "sintetiza" e apresenta ao chefe o produto final. Este dá uns remates - quando dá- e a obra sai. Podia, se quisesse, indicar meia dúzia de nomes. Enquanto Salazar se "vende" por dois mil euros, os livros de discursos dos nossos actuais pastores arranjam-se nos saldos entre um e cinco euros. Pobres penas.


Um alfarrabista meu conhecido dizia-me um dia destes, na sua barraquinha camarária na feira do livro, que vendeu há tempos, por dois mil euros, os "discursos e notas políticas" de Salazar. Tinham dedicatória. Os livros de e sobre o antigo presidente do Conselho "saem" bem. Salazar, ao contrário dos seus sucessores democráticos em São Bento e em Belém, escrevia pelo seu próprio punho. Os nossos eleitos possuem geralmente uma brigada de escribas e de "especialistas" em tudo e em nada que lhe prepara os discursos. De entre eles, há sempre um - o mais "iluminado" ou o que melhor domina o português - que "sintetiza" e apresenta ao chefe o produto final. Este dá uns remates - quando dá- e a obra sai. Podia, se quisesse, indicar meia dúzia de nomes. Enquanto Salazar se "vende" por dois mil euros, os livros de discursos dos nossos actuais pastores arranjam-se nos saldos entre um e cinco euros. Pobres penas.

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