portugal dos pequeninos

15-12-2019
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Simonetta Luz Afonso vai aposentar-se e deixa a direcção do Instituto Camões. Por que é que a aposentação de uma alta funcionária do Estado é notícia, com direito a "setas para cima"? Porque Simonetta é verdadeiramente uma mulher "for all seasons", uma distinta representante do regime "cultural" em vigor. Faz parte daquele vasto caldeirão de figuras "transversais" que estão sempre prontas para "servir" e que são apaparicadas indistintamente pelo PS, pelo PSD e pelo Palácio de Belém, ou pelos três ao mesmo tempo. Simonetta, aliás, personificou há uns anos uma cena típica. Num remake dos Estados Gerais do PS, em pleno auge "guterrista" de 99, a senhora foi abordada pelas televisões que lhe perguntaram o que é que estava a fazer no Coliseu. Na realidade, Simonetta tinha sido "guru" de alguns eventos "culturais" famosos promovidos pela "cultura" do tempo de Cavaco. Simonetta, com toda a naturalidade do mundo, respondeu que, como funcionária pública, tinha a obrigação de estar ao lado de quem mandava nela. Como era Guterres quem mandava (e tudo indicava que continuasse a mandar), ela achou por bem ir mostrar-se à Rua de Santo Antão. Aplicou-se, com zelo e método, a praticar o mesmo princípio após o sumiço do bonzinho de São Bento. Até ao fim. Não é, pois, de admirar o panegírico. Simonetta foi apenas um dos mandarins. Ainda sobram bastantes.


Simonetta Luz Afonso vai aposentar-se e deixa a direcção do Instituto Camões. Por que é que a aposentação de uma alta funcionária do Estado é notícia, com direito a "setas para cima"? Porque Simonetta é verdadeiramente uma mulher "for all seasons", uma distinta representante do regime "cultural" em vigor. Faz parte daquele vasto caldeirão de figuras "transversais" que estão sempre prontas para "servir" e que são apaparicadas indistintamente pelo PS, pelo PSD e pelo Palácio de Belém, ou pelos três ao mesmo tempo. Simonetta, aliás, personificou há uns anos uma cena típica. Num remake dos Estados Gerais do PS, em pleno auge "guterrista" de 99, a senhora foi abordada pelas televisões que lhe perguntaram o que é que estava a fazer no Coliseu. Na realidade, Simonetta tinha sido "guru" de alguns eventos "culturais" famosos promovidos pela "cultura" do tempo de Cavaco. Simonetta, com toda a naturalidade do mundo, respondeu que, como funcionária pública, tinha a obrigação de estar ao lado de quem mandava nela. Como era Guterres quem mandava (e tudo indicava que continuasse a mandar), ela achou por bem ir mostrar-se à Rua de Santo Antão. Aplicou-se, com zelo e método, a praticar o mesmo princípio após o sumiço do bonzinho de São Bento. Até ao fim. Não é, pois, de admirar o panegírico. Simonetta foi apenas um dos mandarins. Ainda sobram bastantes.

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