«Ser "contrapoder" na actividade jornalista é absolutamente essencial. Reparem, eu não digo anti-poder, que é uma coisa completamente diferente. Ser "contrapoder", seja ele qual for, é uma atitude activa de quem exige responsabilidades e explicações de tudo, mas de tudo mesmo, a alguém(s) que, POR SUA VONTADE, quis gerir a vida de um País e, que por isso mesmo, não pode fazer asneiras. O jornalista tem de ser desconfiado, meter o nariz em tudo, fazer sempre de advogado do diabo, morder as canelas, não ter temor reverencial (tão cultivado neste país), eles estão ali para servir o povo e não para que o povo os sirva a eles... o jornalista deve descodificar a mensagem politica que vende gato por lebre, deve chamar as coisas pelos nomes, sem estar com rodriguinhos que só confundem quem nos vê, deve ter, sim, uma atitude "contrapoder". O contrário disto é a informação cinzenta, reverencial que aceita o que se diz, que faz uma pergunta, mas não faz segunda...porque o dever está cumprido! A pseudo-isenção não tem qualquer sentido critico porque, infelizmente, na maior parte dos casos, ou há medo, ou há ausência total de capacidade para tal e isto é confundido muitas vezes, então, se for acompanhado com uma voz grossa e radiofónica, com uma informação "rigorosa, isenta e sóbria"... sóbria, um dos adjectivos mais apreciados pelos portugueses... Por tudo isto parece que fica clara a importância do "contrapoder", entendido também como uma espécie de jornalista "grilo falante" do pinóquio (nos tempos que correm..) Só assim se consegue uma boa informação. É este o jornalismo que se faz na velha e conceituada BBC onde há uns tempos atrás andavam à procura de novos jornalistas "rotteweilers" porque os que fizeram carreira e história chegaram à idade da reforma. Mas lá a liberdade de expressão é verdadeira, o jornalismo faz cair ministros e governos, o Parlamento chama a si questões que os "rotteweilers", os tais contrapoder, descobriram com o seu faro apurado. E, depois, não têm órgãos políticos compostos na sua maioria por elementos da mesma cor politica do governo a analisar a comunicação social, como é o caso da ERC,em Portugal. Mas, o que tem de mais extraordinário ainda este da comunicado da ERC - e isto tem a ver com o último comentário que li - é que nunca foi feito nenhum do género antes. É a primeira vez que a ERC faz um comunicado a dizer que recebeu umas queixas e que vai apreciar as ditas queixas. O que a ERC sempre fez, foi dar, e só, as conclusões e recomendações, se for caso disso, depois de as apreciar. Todos os jornais, ,todos,têm queixas. Imaginem o Telejornal que tem anos de existência... Já alguma vez viram um comunicado da ERC a dizer que recebeu queixas sobre o dito e que vai apreciar as mesmas????....Pois é..."vivemos em liberdade", se, até podemos fazer pão em casa e pôr-lhe o sal que quisermos...eu, para já, não me sinto com vocação para padeira, continuo jornalista como sempre fui, não cedendo a pressões vindas por comunicado ou não.....»Manuela Moura Guedes
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«Ser "contrapoder" na actividade jornalista é absolutamente essencial. Reparem, eu não digo anti-poder, que é uma coisa completamente diferente. Ser "contrapoder", seja ele qual for, é uma atitude activa de quem exige responsabilidades e explicações de tudo, mas de tudo mesmo, a alguém(s) que, POR SUA VONTADE, quis gerir a vida de um País e, que por isso mesmo, não pode fazer asneiras. O jornalista tem de ser desconfiado, meter o nariz em tudo, fazer sempre de advogado do diabo, morder as canelas, não ter temor reverencial (tão cultivado neste país), eles estão ali para servir o povo e não para que o povo os sirva a eles... o jornalista deve descodificar a mensagem politica que vende gato por lebre, deve chamar as coisas pelos nomes, sem estar com rodriguinhos que só confundem quem nos vê, deve ter, sim, uma atitude "contrapoder". O contrário disto é a informação cinzenta, reverencial que aceita o que se diz, que faz uma pergunta, mas não faz segunda...porque o dever está cumprido! A pseudo-isenção não tem qualquer sentido critico porque, infelizmente, na maior parte dos casos, ou há medo, ou há ausência total de capacidade para tal e isto é confundido muitas vezes, então, se for acompanhado com uma voz grossa e radiofónica, com uma informação "rigorosa, isenta e sóbria"... sóbria, um dos adjectivos mais apreciados pelos portugueses... Por tudo isto parece que fica clara a importância do "contrapoder", entendido também como uma espécie de jornalista "grilo falante" do pinóquio (nos tempos que correm..) Só assim se consegue uma boa informação. É este o jornalismo que se faz na velha e conceituada BBC onde há uns tempos atrás andavam à procura de novos jornalistas "rotteweilers" porque os que fizeram carreira e história chegaram à idade da reforma. Mas lá a liberdade de expressão é verdadeira, o jornalismo faz cair ministros e governos, o Parlamento chama a si questões que os "rotteweilers", os tais contrapoder, descobriram com o seu faro apurado. E, depois, não têm órgãos políticos compostos na sua maioria por elementos da mesma cor politica do governo a analisar a comunicação social, como é o caso da ERC,em Portugal. Mas, o que tem de mais extraordinário ainda este da comunicado da ERC - e isto tem a ver com o último comentário que li - é que nunca foi feito nenhum do género antes. É a primeira vez que a ERC faz um comunicado a dizer que recebeu umas queixas e que vai apreciar as ditas queixas. O que a ERC sempre fez, foi dar, e só, as conclusões e recomendações, se for caso disso, depois de as apreciar. Todos os jornais, ,todos,têm queixas. Imaginem o Telejornal que tem anos de existência... Já alguma vez viram um comunicado da ERC a dizer que recebeu queixas sobre o dito e que vai apreciar as mesmas????....Pois é..."vivemos em liberdade", se, até podemos fazer pão em casa e pôr-lhe o sal que quisermos...eu, para já, não me sinto com vocação para padeira, continuo jornalista como sempre fui, não cedendo a pressões vindas por comunicado ou não.....»Manuela Moura Guedes