CDU arrisca-se a somar quarta eleição com o pior resultado de sempre

11-09-2020
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É um dos derrotados destas eleições legislativas: a CDU perde 115.838 votos, vê a bancada parlamentar reduzida de 17 para doze assentos e está em risco de averbar o pior resultado de sempre em eleições para a Assembleia da República. Nesta altura, quando falta apurar os círculos da emigração, a coligação liderada pelo PCP tem 6,46% dos votos, abaixo dos 6,94% que teve em 2002 (12 deputados), e que até agora figura como a votação mais baixa dos escrutínios para o Parlamento.

A confirmar-se o pior cenário, a CDU fecha nestas eleições um ciclo terrível, somando sucessivamente o pior resultado de sempre numas eleições presidenciais, nas eleições autárquicas, nas eleições europeias e, agora, nas legislativas.

Nas presidenciais de 2016, Edgar Silva não passou dos 3,95% (183 mil votos), o pior resultado de um candidato apoiado pelo partido nas eleições para Belém. Em 2017, o PCP viu fugirem-lhe dez presidências de câmaras, entre elas bastiões comunistas como Almada ou Castro Verde, o pior resultado da sua história eleitoral autárquica. Nas europeias de maio deste ano o desaire repetiu-se, com novo recorde negativo nas eleições para o Parlamento Europeu (6,88%).

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Jerónimo de Sousa (secretário-geral do PCP) no momento em que admite um "mau resultado" © Carlos Manuel Martins / Global Imagens

Uma tendência de queda que volta agora a evidenciar-se, com a perda de cinco deputados - em Lisboa, Porto, Setúbal, Faro e Braga.

Em Setúbal dá-se um caso paradoxal - a coligação volta a ocupar o lugar de segunda força política do distrito, suplantando o PSD (em 2015 ficou atrás do PS e da PaF), mas sobe esse lugar caindo em votos e com a perda de um dos quatro deputados que obteve na última legislatura. Em 2015, PCP e PEV obtiveram 79.606 votos (18,8%), desta vez ficaram-se pelos 62.236 (15,75%).

Em Beja, a CDU mantém um deputado ao mesmo tempo que perde 3937 votos. A mesma tendência que se regista em Évora: perde 4587 votos, mas sem interferência na eleição de um deputado. Nos dois distritos, o PS sobe, "roubando" um deputado ao PSD.

Outro distrito em que o partido de Jerónimo de Sousa perde um deputado é Faro - um assento que é ganho pelo PS. A CDU perde 4359 votos.

Nos distritos do sul há duas tendências marcantes: como acontece no conjunto do país o PS sobe, mas esses ganhos podem vir de quase todo o lado, dado que o PSD também cai e o BE também perde votos, embora de forma menos expressiva. Mas há outro dado a registar: em Beja, Évora e Faro (como em Lisboa), o Chega de André Ventura obtém resultados iguais ou superiores a 2%, acima da média de 1,3% que obtém na globalidade do território nacional.

Outros dos cinco lugares no Parlamento perdidos pela CDU é em Lisboa, onde deixa escapar 27 617 votos, uma queda de 2%. O mesmo acontece no círculo do Porto, onde se regista uma quebra de 20 701 votos.

O quinto distrito onde a coligação liderada pelo PCP elegeu em 2015 e agora não repete a eleição é Braga, onde perde 6189 votos.

No conjunto do país, a CDU vence apenas em dois concelhos - Avis (distrito de Portalegre) e Mora (distrito de Évora). Perde outros três concelhos onde tinha vencido há quatro anos: Arraiolos (Évora), Montemor (Évora) e Serpa (Beja).

Na reação aos resultados das eleições, na noite de domingo, Jerónimo de Sousa afirmou que o resultado da CDU - "traduzido numa redução da sua expressão eleitoral e do número de deputados eleitos" - constitui um "fator negativo para o futuro próximo da vida do país".

"O resultado da CDU é inseparável de uma intensa e prolongada operação de que foi alvo, sustentada na mentira, na difamação e na promoção de preconceitos, que não se limitou apenas a apoucar e denegrir a CDU, como favoreceu metodicamente outras forças políticas, e amplificou elementos de distorção e mistificação do papel e da acção do PCP e do PEV na fase da vida política nacional da última legislatura", afirmou o secretário-geral comunista, acrescentando que as legislativas decorreram no mesmo "quadro político e ideológico que já havia estado presente nas eleições para o Parlamento Europeu e que se traduziu na expressão eleitoral então verificada".

PEV com dois deputados

Com os resultados deste domingo o PEV, parceiro de coligação do PCP, mantém dois deputados. Heloísa Apolónia, que avançou por Leiria, não foi eleita, pelo que a representação de Os Verdes fica entregue a José Luís Ferreira, eleito por Setúbal, e Mariana Silva, eleita por Lisboa.

É um dos derrotados destas eleições legislativas: a CDU perde 115.838 votos, vê a bancada parlamentar reduzida de 17 para doze assentos e está em risco de averbar o pior resultado de sempre em eleições para a Assembleia da República. Nesta altura, quando falta apurar os círculos da emigração, a coligação liderada pelo PCP tem 6,46% dos votos, abaixo dos 6,94% que teve em 2002 (12 deputados), e que até agora figura como a votação mais baixa dos escrutínios para o Parlamento.

A confirmar-se o pior cenário, a CDU fecha nestas eleições um ciclo terrível, somando sucessivamente o pior resultado de sempre numas eleições presidenciais, nas eleições autárquicas, nas eleições europeias e, agora, nas legislativas.

Nas presidenciais de 2016, Edgar Silva não passou dos 3,95% (183 mil votos), o pior resultado de um candidato apoiado pelo partido nas eleições para Belém. Em 2017, o PCP viu fugirem-lhe dez presidências de câmaras, entre elas bastiões comunistas como Almada ou Castro Verde, o pior resultado da sua história eleitoral autárquica. Nas europeias de maio deste ano o desaire repetiu-se, com novo recorde negativo nas eleições para o Parlamento Europeu (6,88%).

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Jerónimo de Sousa (secretário-geral do PCP) no momento em que admite um "mau resultado" © Carlos Manuel Martins / Global Imagens

Uma tendência de queda que volta agora a evidenciar-se, com a perda de cinco deputados - em Lisboa, Porto, Setúbal, Faro e Braga.

Em Setúbal dá-se um caso paradoxal - a coligação volta a ocupar o lugar de segunda força política do distrito, suplantando o PSD (em 2015 ficou atrás do PS e da PaF), mas sobe esse lugar caindo em votos e com a perda de um dos quatro deputados que obteve na última legislatura. Em 2015, PCP e PEV obtiveram 79.606 votos (18,8%), desta vez ficaram-se pelos 62.236 (15,75%).

Em Beja, a CDU mantém um deputado ao mesmo tempo que perde 3937 votos. A mesma tendência que se regista em Évora: perde 4587 votos, mas sem interferência na eleição de um deputado. Nos dois distritos, o PS sobe, "roubando" um deputado ao PSD.

Outro distrito em que o partido de Jerónimo de Sousa perde um deputado é Faro - um assento que é ganho pelo PS. A CDU perde 4359 votos.

Nos distritos do sul há duas tendências marcantes: como acontece no conjunto do país o PS sobe, mas esses ganhos podem vir de quase todo o lado, dado que o PSD também cai e o BE também perde votos, embora de forma menos expressiva. Mas há outro dado a registar: em Beja, Évora e Faro (como em Lisboa), o Chega de André Ventura obtém resultados iguais ou superiores a 2%, acima da média de 1,3% que obtém na globalidade do território nacional.

Outros dos cinco lugares no Parlamento perdidos pela CDU é em Lisboa, onde deixa escapar 27 617 votos, uma queda de 2%. O mesmo acontece no círculo do Porto, onde se regista uma quebra de 20 701 votos.

O quinto distrito onde a coligação liderada pelo PCP elegeu em 2015 e agora não repete a eleição é Braga, onde perde 6189 votos.

No conjunto do país, a CDU vence apenas em dois concelhos - Avis (distrito de Portalegre) e Mora (distrito de Évora). Perde outros três concelhos onde tinha vencido há quatro anos: Arraiolos (Évora), Montemor (Évora) e Serpa (Beja).

Na reação aos resultados das eleições, na noite de domingo, Jerónimo de Sousa afirmou que o resultado da CDU - "traduzido numa redução da sua expressão eleitoral e do número de deputados eleitos" - constitui um "fator negativo para o futuro próximo da vida do país".

"O resultado da CDU é inseparável de uma intensa e prolongada operação de que foi alvo, sustentada na mentira, na difamação e na promoção de preconceitos, que não se limitou apenas a apoucar e denegrir a CDU, como favoreceu metodicamente outras forças políticas, e amplificou elementos de distorção e mistificação do papel e da acção do PCP e do PEV na fase da vida política nacional da última legislatura", afirmou o secretário-geral comunista, acrescentando que as legislativas decorreram no mesmo "quadro político e ideológico que já havia estado presente nas eleições para o Parlamento Europeu e que se traduziu na expressão eleitoral então verificada".

PEV com dois deputados

Com os resultados deste domingo o PEV, parceiro de coligação do PCP, mantém dois deputados. Heloísa Apolónia, que avançou por Leiria, não foi eleita, pelo que a representação de Os Verdes fica entregue a José Luís Ferreira, eleito por Setúbal, e Mariana Silva, eleita por Lisboa.

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