Fragmentos de bondade

21-06-2020
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Senhores Diretores do Banco Itaú,
Gostaria de saber se os senhores
aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da
padaria na esquina de sua rua, ou pela existência do posto de gasolina
ou da farmácia ou da feira, ou de qualquer outro desses serviços
indispensáveis ao nosso dia-a-dia.
Funcionaria assim: todo mês os
senhores, e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a
manutenção dos serviços (padaria, feira, mecânico, costureira, farmácia
etc).. Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao
pagante.
Existente apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade.
Por qualquer produto adquirido (um pãozinho, um remédio, uns litros de
combustível etc) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo
do produto, até um pouquinho acima. Que tal?
Pois, ontem saí de seu
Banco com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma
questão de equidade e de honestidade.
Minha certeza deriva de um
raciocínio simples. Vamos imaginar a seguinte cena: eu vou à padaria
para comprar um pãozinho. O padeiro me atende muito gentilmente. Vende o
pãozinho. Cobra o embrulhar do pão, assim como, todo e qualquer
serviço..
Além disso, me impõe taxas. Uma "taxa de acesso ao
pãozinho", outra "taxa por guardar pão quentinho" e ainda uma "taxa de
abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito
profissionalismo, claro.
Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo em seu Banco.
Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto de seu negócio. Os
senhores me cobraram preços de mercado. Assim como o padeiro me cobra o
preço de mercado pelo pãozinho.
Entretanto, diferentemente do padeiro, os senhores não se satisfazem me cobrando apenas pelo produto que adquiri.
Para ter acesso ao produto de seu negócio, os senhores me cobraram uma
"taxa de abertura de crédito'"- equivalente àquela hipotética "taxa de
acesso ao pãozinho", que os senhores certamente achariam um absurdo e se
negariam a pagar.
Não satisfeitos, para ter acesso ao pãozinho, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente em seu Banco.
Para que isso fosse possível, os senhores me cobraram uma "taxa de abertura de conta".
Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma
conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de
abertura da padaria", pois, só é possível fazer negócios com o padeiro
depois de abrir a padaria.
Antigamente, os empréstimos bancários
eram popularmente conhecidos como "papagaios". Para liberar o
"papagaio", alguns Gerentes inescrupulosos cobravam um "por fora", que
era devidamente embolsado.
Fiquei com a impressão que o Banco resolveu se antecipar aos
gerentes inescrupulosos.
Agora ao invés de um "por fora" temos muitos "por dentro".
- Tirei um extrato de minha conta - um único extrato no mês - os senhores me cobraram uma taxa de R$ 5,00.
- Olhando o extrato, descobri uma outra taxa de R$ 7,90 "para a
manutenção da conta" semelhante àquela "taxa pela existência da padaria
na esquina da rua".
- A surpresa não acabou: descobri outra taxa de
R$ 22,00 a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que
não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os
juros (preços) mais altos do mundo.
- Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quentinho".
- Mas, os senhores são insaciáveis. A gentil funcionária que me
atendeu, me entregou um caderninho onde sou informado que me cobrarão
taxas por toda e qualquer movimentação que eu fizer.
Cordialmente,
retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores
esqueceram de me cobrar o ar que respirei enquanto estive nas
instalações de seu Banco.
Por favor, me esclareçam uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma!
Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me
respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço
bancário é muito diferente de uma padaria. Que sua responsabilidade é
muito grande, que existem inúmeras exigências governamentais, que os
riscos do negócio são muito elevados etc e tal. E, ademais, tudo o que
estão cobrando está devidamente coberto por lei, regulamentado e
autorizado pelo Banco Central.
Sei disso. Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem seu negócio de todo e qualquer risco.
Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados..
Sei que são legais. Mas, também sei que são imorais. Por mais que
estejam garantidas em lei, vocês concordam o quanto são abusivas.!?!

Desconheço o autor

Senhores Diretores do Banco Itaú,
Gostaria de saber se os senhores
aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da
padaria na esquina de sua rua, ou pela existência do posto de gasolina
ou da farmácia ou da feira, ou de qualquer outro desses serviços
indispensáveis ao nosso dia-a-dia.
Funcionaria assim: todo mês os
senhores, e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a
manutenção dos serviços (padaria, feira, mecânico, costureira, farmácia
etc).. Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao
pagante.
Existente apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade.
Por qualquer produto adquirido (um pãozinho, um remédio, uns litros de
combustível etc) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo
do produto, até um pouquinho acima. Que tal?
Pois, ontem saí de seu
Banco com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma
questão de equidade e de honestidade.
Minha certeza deriva de um
raciocínio simples. Vamos imaginar a seguinte cena: eu vou à padaria
para comprar um pãozinho. O padeiro me atende muito gentilmente. Vende o
pãozinho. Cobra o embrulhar do pão, assim como, todo e qualquer
serviço..
Além disso, me impõe taxas. Uma "taxa de acesso ao
pãozinho", outra "taxa por guardar pão quentinho" e ainda uma "taxa de
abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito
profissionalismo, claro.
Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo em seu Banco.
Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto de seu negócio. Os
senhores me cobraram preços de mercado. Assim como o padeiro me cobra o
preço de mercado pelo pãozinho.
Entretanto, diferentemente do padeiro, os senhores não se satisfazem me cobrando apenas pelo produto que adquiri.
Para ter acesso ao produto de seu negócio, os senhores me cobraram uma
"taxa de abertura de crédito'"- equivalente àquela hipotética "taxa de
acesso ao pãozinho", que os senhores certamente achariam um absurdo e se
negariam a pagar.
Não satisfeitos, para ter acesso ao pãozinho, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente em seu Banco.
Para que isso fosse possível, os senhores me cobraram uma "taxa de abertura de conta".
Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma
conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de
abertura da padaria", pois, só é possível fazer negócios com o padeiro
depois de abrir a padaria.
Antigamente, os empréstimos bancários
eram popularmente conhecidos como "papagaios". Para liberar o
"papagaio", alguns Gerentes inescrupulosos cobravam um "por fora", que
era devidamente embolsado.
Fiquei com a impressão que o Banco resolveu se antecipar aos
gerentes inescrupulosos.
Agora ao invés de um "por fora" temos muitos "por dentro".
- Tirei um extrato de minha conta - um único extrato no mês - os senhores me cobraram uma taxa de R$ 5,00.
- Olhando o extrato, descobri uma outra taxa de R$ 7,90 "para a
manutenção da conta" semelhante àquela "taxa pela existência da padaria
na esquina da rua".
- A surpresa não acabou: descobri outra taxa de
R$ 22,00 a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que
não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os
juros (preços) mais altos do mundo.
- Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quentinho".
- Mas, os senhores são insaciáveis. A gentil funcionária que me
atendeu, me entregou um caderninho onde sou informado que me cobrarão
taxas por toda e qualquer movimentação que eu fizer.
Cordialmente,
retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores
esqueceram de me cobrar o ar que respirei enquanto estive nas
instalações de seu Banco.
Por favor, me esclareçam uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma!
Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me
respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço
bancário é muito diferente de uma padaria. Que sua responsabilidade é
muito grande, que existem inúmeras exigências governamentais, que os
riscos do negócio são muito elevados etc e tal. E, ademais, tudo o que
estão cobrando está devidamente coberto por lei, regulamentado e
autorizado pelo Banco Central.
Sei disso. Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem seu negócio de todo e qualquer risco.
Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados..
Sei que são legais. Mas, também sei que são imorais. Por mais que
estejam garantidas em lei, vocês concordam o quanto são abusivas.!?!

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