Ventura: “Se o CDS continuar assim, daqui a 4 anos o problema é ao contrário - um deputado do CDS no meio do grupo parlamentar do Chega”

06-11-2019
marcar artigo

Sentado o mais à direita do Parlamento, o lugar de André Ventura volta a ser motivo de discussão. Agora por uma questão “de ordem prática” levantada pelo CDS na última conferência de líderes, em que ficaram definidos onde se sentariam cada um dos deputados no hemiciclo. O acesso ao lugar do único deputado do Chega - na segunda fila à direita - implicaria que os deputados do CDS se levantassem sempre que Ventura precisasse de passar e ainda transpor a “barreira que constitui o corrimão”.

“A entrada para a segunda fila da sala das sessões é fechada por uma barreira. O que se vai fazer é uma obra de adaptação do hemiciclo que não corresponde a uma porta, mas à retirada parcial ou total da barreira, que também pode ser aberta com dobradiças quando se justificar”, assegura ao Expresso fonte parlamentar que acompanha o processo. “A sala das sessões não deve ser mexida com leviandade. É uma questão de acesso e de facilitar a vida a todos.”

A notícia foi avançada pelo “Jornal de Notícias” desta terça-feira, que teve acesso à ata da conferência de líderes e que o Expresso também consultou. No documento pode ler-se que o centrista Telmo Correia sugeria que André Ventura fosse recolocado num lugar na terceira fila ou então mais para dentro.

“Se o CDS continuar assim, daqui a quatro anos o problema será ao contrário: um deputado do CDS no meio do grupo parlamentar do Chega”, diz André Ventura ao Expresso. “Acho ridículo que seja feitas obras, portas ou não. Gastar-se dinheiro só porque os deputados do CDS não se querem levantar para dar passagem. Isto é querer humilhar o Chega uma vez mais.”

Ainda na conferência de líderes, que teve lugar a 16 de outubro, Ferro Rodrigues admitiu “a possibilidade de melhorar os acessos”, lembrando no entanto que neste momento já “é muito tarde para se fazerem obras no hemiciclo a tempo do início dos trabalhos parlamentares”. Mas nunca, de acordo com a súmula, falou de portas novas.

O pedido do CDS e a simpatia dos restantes partidos

Os centristas compreenderam “do ponto de vista da ideologia” a distribuição dos lugares no hemiciclo. No entanto, Telmo Correia defendeu que, em primeiro lugar, nenhum outro grupo parlamentar teria no “meio dos seus lugares um deputado eleito por outro partido, como pode acontecer ao CDS-PP, que fica com o deputado do Chega entre os seus deputados”. E, depois, a tal “questão de ordem prática”.

“Estes lugares que o CDS-PP e o Chega vão dividir são precisamente aqueles que têm o pior acesso em todo a sala das sessões”, poder ler-se no documento. “Mesmo quando era só o seu grupo parlamentar a ocupar aquela ala [na anterior legislatura], os deputados para se sentarem na 1.ª fila no lado direito tinham de pedir passagem, em virtude da barreira que constitui o corrimão.” Assim, os centristas pediram uma “melhor compreensão” aos líderes.

O pedido teve a simpatia dos restantes partidos. O deputado social-democrata Adão e Silva disse compreender as “questões suscitadas” pelos centristas. Já o PCP mostrou-se solidário na medida em que “tem nos seus lugares na 4.ª fila” um caso “muito idêntico” em que os comunistas só conseguem aceder aos lugares “pela coxia”, enquanto o Bloco de Esquerda admitiu que “há problemas de acesso”, sendo a segunda fila “a mais problemática”, tendo até chegado a equacionar mandar substituir as cadeiras do grupo parlamentar bloquista por outras sem braços. “Mas também não pareceu correto que houvesse cadeiras diferentes com braços e sem braços no hemiciclo, criando diferenças na Sala das Sessões”, pode ler-se.

De acordo com a ata da conferência, a possibilidade de criar novas portas apenas foi mencionada pelo PAN e PEV. Os primeiros consideraram que deveria “ser feita uma porta ou melhorar o acesso aos seus lugares”, enquanto Os Verdes referiram que se “se deveria pensar em fazer uma porta naquele corrimão do topo direito da bancada”.

Sentado o mais à direita do Parlamento, o lugar de André Ventura volta a ser motivo de discussão. Agora por uma questão “de ordem prática” levantada pelo CDS na última conferência de líderes, em que ficaram definidos onde se sentariam cada um dos deputados no hemiciclo. O acesso ao lugar do único deputado do Chega - na segunda fila à direita - implicaria que os deputados do CDS se levantassem sempre que Ventura precisasse de passar e ainda transpor a “barreira que constitui o corrimão”.

“A entrada para a segunda fila da sala das sessões é fechada por uma barreira. O que se vai fazer é uma obra de adaptação do hemiciclo que não corresponde a uma porta, mas à retirada parcial ou total da barreira, que também pode ser aberta com dobradiças quando se justificar”, assegura ao Expresso fonte parlamentar que acompanha o processo. “A sala das sessões não deve ser mexida com leviandade. É uma questão de acesso e de facilitar a vida a todos.”

A notícia foi avançada pelo “Jornal de Notícias” desta terça-feira, que teve acesso à ata da conferência de líderes e que o Expresso também consultou. No documento pode ler-se que o centrista Telmo Correia sugeria que André Ventura fosse recolocado num lugar na terceira fila ou então mais para dentro.

“Se o CDS continuar assim, daqui a quatro anos o problema será ao contrário: um deputado do CDS no meio do grupo parlamentar do Chega”, diz André Ventura ao Expresso. “Acho ridículo que seja feitas obras, portas ou não. Gastar-se dinheiro só porque os deputados do CDS não se querem levantar para dar passagem. Isto é querer humilhar o Chega uma vez mais.”

Ainda na conferência de líderes, que teve lugar a 16 de outubro, Ferro Rodrigues admitiu “a possibilidade de melhorar os acessos”, lembrando no entanto que neste momento já “é muito tarde para se fazerem obras no hemiciclo a tempo do início dos trabalhos parlamentares”. Mas nunca, de acordo com a súmula, falou de portas novas.

O pedido do CDS e a simpatia dos restantes partidos

Os centristas compreenderam “do ponto de vista da ideologia” a distribuição dos lugares no hemiciclo. No entanto, Telmo Correia defendeu que, em primeiro lugar, nenhum outro grupo parlamentar teria no “meio dos seus lugares um deputado eleito por outro partido, como pode acontecer ao CDS-PP, que fica com o deputado do Chega entre os seus deputados”. E, depois, a tal “questão de ordem prática”.

“Estes lugares que o CDS-PP e o Chega vão dividir são precisamente aqueles que têm o pior acesso em todo a sala das sessões”, poder ler-se no documento. “Mesmo quando era só o seu grupo parlamentar a ocupar aquela ala [na anterior legislatura], os deputados para se sentarem na 1.ª fila no lado direito tinham de pedir passagem, em virtude da barreira que constitui o corrimão.” Assim, os centristas pediram uma “melhor compreensão” aos líderes.

O pedido teve a simpatia dos restantes partidos. O deputado social-democrata Adão e Silva disse compreender as “questões suscitadas” pelos centristas. Já o PCP mostrou-se solidário na medida em que “tem nos seus lugares na 4.ª fila” um caso “muito idêntico” em que os comunistas só conseguem aceder aos lugares “pela coxia”, enquanto o Bloco de Esquerda admitiu que “há problemas de acesso”, sendo a segunda fila “a mais problemática”, tendo até chegado a equacionar mandar substituir as cadeiras do grupo parlamentar bloquista por outras sem braços. “Mas também não pareceu correto que houvesse cadeiras diferentes com braços e sem braços no hemiciclo, criando diferenças na Sala das Sessões”, pode ler-se.

De acordo com a ata da conferência, a possibilidade de criar novas portas apenas foi mencionada pelo PAN e PEV. Os primeiros consideraram que deveria “ser feita uma porta ou melhorar o acesso aos seus lugares”, enquanto Os Verdes referiram que se “se deveria pensar em fazer uma porta naquele corrimão do topo direito da bancada”.

marcar artigo