21-05-2020
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António Costa lançou o isco e o debate político mordeu-o. Faltam oito meses para a corrida a Belém, mas já há pré-candidatos para todos os gostos. Há um grande favorito para quem a cara, os beijinhos e os abraços não são estranhos aos portugueses e a quem o primeiro-ministro já vaticinou a vitória sem precisar de ir à bruxa. É Marcelo Rebelo de Sousa, claro, que procura repetir o feito da segunda candidatura de Mário Soares a Belém. O atual Presidente tem as sondagens a soprar a favor, mas sabe que entre um mergulho ou uma a visita a uma fábrica exportadora podem aparecer os percalços.

Com candidatura assumida há André Ventura, rotulado de populista por muitos e de extrema-direita por outros, que procura multiplicar pelo valor mais alto que puder os pouco mais de 1% que teve nas últimas legislativas. Ana Gomes não queria avançar, mas já está a refletir à boleia da aproximação de Costa a Marcelo e, em poucos dias, já pôde provar da máxima coelhista de quem se “mete com o PS, leva”. Remetentes: José Luís Carneiro e Carlos César.

O PCP e o Bloco de Esquerda ainda não apresentaram candidatos, mas não vão abdicar de ir a jogo, ainda para mais numa corrida que tem a “extrema-direita” para combater e um caminho de distanciamento (relativamente ao PS) para firmar. Além, claro, da competição entre ambos, que tem pendido mais para a Rua da Palma do que para a Soeiro Pereira Gomes. Marisa Matias é o nome favorito no Bloco, mas um apoio a Ana Gomes também não seria de todo impossível (na curta história do partido, só aconteceu com Alegre em 2011).

A aproximação de Costa a Marcelo deixou uma parte da direita a pedir uma terceira via (entre Ventura e Marcelo). No CDS, se Assunção Cristas já tinha praticamente declarado o apoio a Marcelo Rebelo de Sousa, Francisco Rodrigues dos Santos já tinha dito no Congresso que “se fosse preciso” o CDS teria o seu candidato. Era interessante, por parte do CDS, ter uma oportunidade de subir dos 4,22 % das legislativas. Mas as hipóteses esfumaram-se: Bagão Félix, Manuel Monteiro ou Ribeiro e Castro não estão nem aí. Adolfo Mesquita Nunes não encaixa no perfil de senador que a direção do partido quer. Perante isto, o CDS de Francisco Rodrigues dos Santos irá, provavelmente, apoiar Marcelo. O que tem apenas uma vantagem: apoiar um candidato vencedor e, acima de tudo, de direita. Por fim, bebendo da herança jardinista, o líder regional da Madeira, Miguel Albuquerque, admitiu esta quarta-feira em declarações à Rádio Observador avançar para Belém. Mas dificilmente irá até ao fim.

Como o próprio disse para se referir a outro assunto “o circo está montado”. Estão aí as presidenciais.

Marcelo Rebelo de Sousa: Em busca dos históricos 70%

Grau de probabilidade de candidatura:

MUITO PROVÁVEL

Não é preciso que Cristo desça à Terra nem ser “vidente” — utilizando uma palavra de António Costa, que até já arriscou um resultado — para antecipar que muito provavelmente Marcelo Rebelo de Sousa vai ser recandidato a Belém. O “Presidente dos afetos” atingiu níveis de popularidade históricos, mas manteve ao longo do mandato o tabu de uma recandidatura. Alimentou-o tantas vezes que, em outubro de 2018, já o tinha feito por 13 vezes, a primeira delas numa plantação de morangos apenas um mês depois de tomar posse.

Na cabeça de Marcelo está igualar, repetir ou suplantar o feito de Soares na segunda vez que concorreu a Belém: 70,35% dos votos (e 3.459.521 votos, que nos dias de hoje são mais difíceis do que a percentagem, senão impossíveis). Para isso, Mário Soares contou com o apoio do seu PS e do PSD de Cavaco Silva. O professor tem as contas todas na cabeça, antecipa as jogadas políticas, mas foi apanhado de surpresa na Autoeuropa pelo antigo aluno, que também domina a arte da política. O primeiro-ministro António Costa disse que esperava estar, dali a um ano, com o Presidente da República — o que significa que esperava a sua reeleição.

António Costa lançou o isco e o debate político mordeu-o. Faltam oito meses para a corrida a Belém, mas já há pré-candidatos para todos os gostos. Há um grande favorito para quem a cara, os beijinhos e os abraços não são estranhos aos portugueses e a quem o primeiro-ministro já vaticinou a vitória sem precisar de ir à bruxa. É Marcelo Rebelo de Sousa, claro, que procura repetir o feito da segunda candidatura de Mário Soares a Belém. O atual Presidente tem as sondagens a soprar a favor, mas sabe que entre um mergulho ou uma a visita a uma fábrica exportadora podem aparecer os percalços.

Com candidatura assumida há André Ventura, rotulado de populista por muitos e de extrema-direita por outros, que procura multiplicar pelo valor mais alto que puder os pouco mais de 1% que teve nas últimas legislativas. Ana Gomes não queria avançar, mas já está a refletir à boleia da aproximação de Costa a Marcelo e, em poucos dias, já pôde provar da máxima coelhista de quem se “mete com o PS, leva”. Remetentes: José Luís Carneiro e Carlos César.

O PCP e o Bloco de Esquerda ainda não apresentaram candidatos, mas não vão abdicar de ir a jogo, ainda para mais numa corrida que tem a “extrema-direita” para combater e um caminho de distanciamento (relativamente ao PS) para firmar. Além, claro, da competição entre ambos, que tem pendido mais para a Rua da Palma do que para a Soeiro Pereira Gomes. Marisa Matias é o nome favorito no Bloco, mas um apoio a Ana Gomes também não seria de todo impossível (na curta história do partido, só aconteceu com Alegre em 2011).

A aproximação de Costa a Marcelo deixou uma parte da direita a pedir uma terceira via (entre Ventura e Marcelo). No CDS, se Assunção Cristas já tinha praticamente declarado o apoio a Marcelo Rebelo de Sousa, Francisco Rodrigues dos Santos já tinha dito no Congresso que “se fosse preciso” o CDS teria o seu candidato. Era interessante, por parte do CDS, ter uma oportunidade de subir dos 4,22 % das legislativas. Mas as hipóteses esfumaram-se: Bagão Félix, Manuel Monteiro ou Ribeiro e Castro não estão nem aí. Adolfo Mesquita Nunes não encaixa no perfil de senador que a direção do partido quer. Perante isto, o CDS de Francisco Rodrigues dos Santos irá, provavelmente, apoiar Marcelo. O que tem apenas uma vantagem: apoiar um candidato vencedor e, acima de tudo, de direita. Por fim, bebendo da herança jardinista, o líder regional da Madeira, Miguel Albuquerque, admitiu esta quarta-feira em declarações à Rádio Observador avançar para Belém. Mas dificilmente irá até ao fim.

Como o próprio disse para se referir a outro assunto “o circo está montado”. Estão aí as presidenciais.

Marcelo Rebelo de Sousa: Em busca dos históricos 70%

Grau de probabilidade de candidatura:

MUITO PROVÁVEL

Não é preciso que Cristo desça à Terra nem ser “vidente” — utilizando uma palavra de António Costa, que até já arriscou um resultado — para antecipar que muito provavelmente Marcelo Rebelo de Sousa vai ser recandidato a Belém. O “Presidente dos afetos” atingiu níveis de popularidade históricos, mas manteve ao longo do mandato o tabu de uma recandidatura. Alimentou-o tantas vezes que, em outubro de 2018, já o tinha feito por 13 vezes, a primeira delas numa plantação de morangos apenas um mês depois de tomar posse.

Na cabeça de Marcelo está igualar, repetir ou suplantar o feito de Soares na segunda vez que concorreu a Belém: 70,35% dos votos (e 3.459.521 votos, que nos dias de hoje são mais difíceis do que a percentagem, senão impossíveis). Para isso, Mário Soares contou com o apoio do seu PS e do PSD de Cavaco Silva. O professor tem as contas todas na cabeça, antecipa as jogadas políticas, mas foi apanhado de surpresa na Autoeuropa pelo antigo aluno, que também domina a arte da política. O primeiro-ministro António Costa disse que esperava estar, dali a um ano, com o Presidente da República — o que significa que esperava a sua reeleição.

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