Costa acusa Rio de alinhar com "extrema direita xenófoba". Rio responde

09-11-2020
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António Costa (primeiro-ministro e chefe do PS) com o líder do PSD, Rui Rio (foto de arquivo)

O PSD e Rui Rio devem "uma explicação ao país" por causa do suposto acordo PSD-Chega que levará o partido de André Ventura a viabilizar nos Açores um governo do PSD liderado por José Manuel Bolieiro.

O desafio foi feito pelo secretário-geral do PS, António Costa, depois da reunião da Comissão Nacional do PS que esta tarde debateu o papel do partido face às próximas eleições presidenciais.

"A normalização da extrema-direita xenófoba é abrir a porta aos inimigos da democracia, porque quem é xenófobo ofende o princípio da igualdade e da dignidade da pessoa humana."

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Segundo Costa, com este acordo Rui Rio "ultrapassou uma linha vermelha" da direita democrática europeia, a linha vermelha que não permite a essa direita democrática fazer entendimentos com partidos da "extrema direita xenófoba".

"Independentemente do que diga o acordo secreto, o simples facto de haver um acordo é em si mesmo da maior gravidade. A normalização da extrema-direita xenófoba é abrir a porta aos inimigos da democracia, porque quem é xenófobo ofende o princípio da igualdade e da dignidade da pessoa humana", disse o líder socialista.

PSD vai formar governo nos Açores

"O PSD deve ao país uma explicação, porque a direita democrática em toda a Europa tem traçado uma linha muito clara: não há entendimentos com a direita xenófoba", insistiu.

O Chega tem insistido em fazer passar a ideia de que houve mesmo um acordo com o PSD enquanto que o PSD e Rui Rio têm negado. Uma das contrapartidas para o Chega viabilizar um governo do PSD nos Açores seria o PSD ir a jogo na Assembleia da República num processo de revisão constitucional, já aberto pelo partido de André Ventura, que discutisse a redução do número de deputados.

Entretanto, o Representante da República nos Açores, embaixador Pedro Catarino, anunciou esta noite que vai indigitar o líder do PSD-Açores, José Manuel Bolieiro, para formar governo regional, dado ter obtido apoio maioritário por acordos com o CDS, o PPM, a Iniciativa Liberal e o Chega.

O PS, disse, venceu as eleições mas sem maioria e sem apresentar nenhuma coligação ou acordos escritos que lhe permitissem ter apoio maioritário na Assembleia Legislativa Regional.

Rui Rio já respondeu a António Costa, explicando, via Twitter, que o Chega não irá integrar o Governo Regional dos Açores e voltando a acusar os socialistas de mentir.

Rio respondeu, em concreto, às críticas do secretário-geral socialista que o acusou de se ter afastado "dos bons exemplos da chanceler Angela Merkel na Alemanha, que recusou liminarmente qualquer acordo com a extrema-direita na formação de governos regionais" ou do Partido Popular (PP) de Espanha, que rejeitou "juntar-se à extrema-direita na votação de uma moção de censura".

"A verdade: Merkel recusou a Afd nos Governos regionais, tal como o Chega que não vai para o Governo dos Açores. O PP espanhol tem entendimentos parlamentares com o Vox em três regiões autónomas: Madrid, Andaluzia e Múrcia", referiu Rio, na publicação mais recente que fez no Twitter sobre esta matéria, e na qual partilha uma notícia com as críticas de António Costa.

Tal como já tinha feito em relação a declarações de sexta-feira do secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, Rio reiterou que "o PS continua a mentir".

"Tudo lhe está a correr mal", conclui.

[Notícia atualizada às 21h22 com a reação de Rui Rio]

António Costa (primeiro-ministro e chefe do PS) com o líder do PSD, Rui Rio (foto de arquivo)

O PSD e Rui Rio devem "uma explicação ao país" por causa do suposto acordo PSD-Chega que levará o partido de André Ventura a viabilizar nos Açores um governo do PSD liderado por José Manuel Bolieiro.

O desafio foi feito pelo secretário-geral do PS, António Costa, depois da reunião da Comissão Nacional do PS que esta tarde debateu o papel do partido face às próximas eleições presidenciais.

"A normalização da extrema-direita xenófoba é abrir a porta aos inimigos da democracia, porque quem é xenófobo ofende o princípio da igualdade e da dignidade da pessoa humana."

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Segundo Costa, com este acordo Rui Rio "ultrapassou uma linha vermelha" da direita democrática europeia, a linha vermelha que não permite a essa direita democrática fazer entendimentos com partidos da "extrema direita xenófoba".

"Independentemente do que diga o acordo secreto, o simples facto de haver um acordo é em si mesmo da maior gravidade. A normalização da extrema-direita xenófoba é abrir a porta aos inimigos da democracia, porque quem é xenófobo ofende o princípio da igualdade e da dignidade da pessoa humana", disse o líder socialista.

PSD vai formar governo nos Açores

"O PSD deve ao país uma explicação, porque a direita democrática em toda a Europa tem traçado uma linha muito clara: não há entendimentos com a direita xenófoba", insistiu.

O Chega tem insistido em fazer passar a ideia de que houve mesmo um acordo com o PSD enquanto que o PSD e Rui Rio têm negado. Uma das contrapartidas para o Chega viabilizar um governo do PSD nos Açores seria o PSD ir a jogo na Assembleia da República num processo de revisão constitucional, já aberto pelo partido de André Ventura, que discutisse a redução do número de deputados.

Entretanto, o Representante da República nos Açores, embaixador Pedro Catarino, anunciou esta noite que vai indigitar o líder do PSD-Açores, José Manuel Bolieiro, para formar governo regional, dado ter obtido apoio maioritário por acordos com o CDS, o PPM, a Iniciativa Liberal e o Chega.

O PS, disse, venceu as eleições mas sem maioria e sem apresentar nenhuma coligação ou acordos escritos que lhe permitissem ter apoio maioritário na Assembleia Legislativa Regional.

Rui Rio já respondeu a António Costa, explicando, via Twitter, que o Chega não irá integrar o Governo Regional dos Açores e voltando a acusar os socialistas de mentir.

Rio respondeu, em concreto, às críticas do secretário-geral socialista que o acusou de se ter afastado "dos bons exemplos da chanceler Angela Merkel na Alemanha, que recusou liminarmente qualquer acordo com a extrema-direita na formação de governos regionais" ou do Partido Popular (PP) de Espanha, que rejeitou "juntar-se à extrema-direita na votação de uma moção de censura".

"A verdade: Merkel recusou a Afd nos Governos regionais, tal como o Chega que não vai para o Governo dos Açores. O PP espanhol tem entendimentos parlamentares com o Vox em três regiões autónomas: Madrid, Andaluzia e Múrcia", referiu Rio, na publicação mais recente que fez no Twitter sobre esta matéria, e na qual partilha uma notícia com as críticas de António Costa.

Tal como já tinha feito em relação a declarações de sexta-feira do secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, Rio reiterou que "o PS continua a mentir".

"Tudo lhe está a correr mal", conclui.

[Notícia atualizada às 21h22 com a reação de Rui Rio]

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