Presidenciais. Socialistas discutem apoio a Marcelo

22-05-2020
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A Comissão Política Nacional do PS reúne-se hoje à noite com o partido envolvido numa discussão sobre as eleições presidenciais que se realizam no início do próximo ano. Depois de António Costa dar como certa a reeleição de Marcelo surgiram várias vozes críticas. O Presidente do PS, Carlos César, defendeu ontem que os militantes devem ter liberdade de voto e fez “uma avaliação, em geral, positiva” do mandato do atual Presidente da República.

Os socialistas vão discutir três cenários: apoiar o atual Presidente da República, apoiar um candidato próprio ou dar liberdade de voto aos militantes. Carlos César, no seu programa de comentário na TSF, defendeu que os militantes devem ter “a possibilidade de decidir e manifestar livremente a sua opção”.

O presidente do PS preferiu não antecipar em quem vai votar, mas deixou claro que não será em Ana Gomes. “Não votarei num candidato ou numa candidata que me pareça distante das pessoas, rude, divisionista ou propenso ou propensa ao radicalismo”. Já em relação ao atual Presidente da República, Carlos César disse que “o Partido Socialista tem até agora uma boa experiência com o atual Presidente da República”. O presidente do PS está convencido de que a maioria dos militantes do partido tem “uma boa impressão do seu mandato”.

As declarações de Carlos César surgem depois de António Costa ter provocado alguma agitação no PS por ter dado como certa a reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa. A ex-eurodeputada Ana Gomes, que até agora rejeitava assumir uma candidatura, apesar de já ter recebido alguns apoios, considerou o episódio “lamentável” e admite ponderar uma candidatura contra o atual Presidente da República.

O histórico do PS Manuel Alegre, em declarações ao jornal Público, disse que também não gostou do que se passou na Autoeuropa. “As regras têm de ser respeitadas fora e dentro do partido. Irei conversar com ela”, afirmou o ex-deputado do PS.

Francisco Assis, Manuel dos Santos ou Daniel Adrião foram alguns dos socialistas que criticaram António Costa por assumir uma posição em relação às eleições presidenciais sem ouvir o partido.

“Lamentável”

O ex-deputado socialista Luís Fagundes Duarte também classifica este episódio como lamentável. “Considero em absoluto lamentável que o primeiro-ministro tenha lançado a recandidatura do atual Presidente da República, e que o Presidente da Assembleia da República tenha declarado que votaria nele ‘sem qualquer dúvida’”, escreveu, nas redes sociais, o ex-deputado socialista e professor universitário.

“Repugna-me que o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República se intrometam nas candidaturas à presidência da República, sejam elas quais forem. Além de ilegítimas, tais intromissões sugerem promiscuidade e troca de favores, o que pode ser fatal, e por isso inadmissível, numa democracia madura e civilizada”, acrescentou Luís Fagundes Duarte, que esteve no Parlamento durante quatro mandatos, entre 1999 e 2009.

A polémica com as presidenciais não vai passar ao lado da reunião da Comissão Política Nacional, que se realiza hoje a partir das 21 horas. Daniel Adrião é um dos socialistas que vai fazer uma intervenção sobre a posição assumida por António Costa e contestar a possibilidade de o PS apoiar a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. A i, este dirigente do PS diz que já falou com Ana Gomes para “lhe dizer que podia contar” com o seu apoio. “Comuniquei a Ana Gomes a decisão de a apoiar caso ela resolva avançar. Ter admitido que está a ponderar uma candidatura é um sinal muito positivo ”, diz Daniel Adrião.

A decisão de adiar o congresso, que estava previsto para maio, para depois das presidenciais também não agradou a alguns socialistas. O secretário-geral adjunto do PS respondeu esta terça-feira às críticas de Ana Gomes por causa da decisão de adiar o congresso. “Essas críticas não podem ser aceites e têm de ser repudiadas. Tenho uma relação de estima pessoal e de amizade com Ana Gomes, mas, como é evidente, o PS tem os seus órgãos próprios, que se têm reunido regularmente”, disse José Luís Carneiro.

O secretário-geral adjunto do PS garantiu que “logo que estejam reunidas as condições haverá lugar a uma reunião da comissão nacional do PS”, o órgão máximo partidário entre congressos. “Em todos os órgãos do PS não há matérias tabu. Todas as matérias podem ser objeto de discussão, de divergência e de concertação. Essa crítica de Ana Gomes é inaceitável, porque o PS tem sido um garante das liberdades cívicas, políticas e democráticas neste país”.

Reunião com restrições

A reunião da Comissão Política Nacional acontece hoje no Centro da Esquerda com várias restrições por causa da pandemia. As reuniões “decorrerão simultaneamente em versão presencial e por meios telemáticos, o que permitirá reduzir o número de presenças físicas e, consequentemente, garantir o adequado distanciamento entre participantes”.

Os socialistas garantem que “será garantido um distanciamento mínimo de dois metros” e os “participantes presenciais terão de utilizar máscara, sempre que se encontrem a menor distância do que a fixada, nomeadamente à entrada e saída da reunião”.

A reunião irá realizar-se no Centro da Esquerda, porque tem mais espaço do que a sala habitualmente utilizada na sede nacional do PS. Os socialistas garantem ainda que “haverá orientações para que da reunião não resulte qualquer ajuntamento na via pública”.

“Não votarei num candidato ou numa candidata que me pareça distante das pessoas, rude, divisionista ou propenso ou propensa ao radicalismo”

A Comissão Política Nacional do PS reúne-se hoje à noite com o partido envolvido numa discussão sobre as eleições presidenciais que se realizam no início do próximo ano. Depois de António Costa dar como certa a reeleição de Marcelo surgiram várias vozes críticas. O Presidente do PS, Carlos César, defendeu ontem que os militantes devem ter liberdade de voto e fez “uma avaliação, em geral, positiva” do mandato do atual Presidente da República.

Os socialistas vão discutir três cenários: apoiar o atual Presidente da República, apoiar um candidato próprio ou dar liberdade de voto aos militantes. Carlos César, no seu programa de comentário na TSF, defendeu que os militantes devem ter “a possibilidade de decidir e manifestar livremente a sua opção”.

O presidente do PS preferiu não antecipar em quem vai votar, mas deixou claro que não será em Ana Gomes. “Não votarei num candidato ou numa candidata que me pareça distante das pessoas, rude, divisionista ou propenso ou propensa ao radicalismo”. Já em relação ao atual Presidente da República, Carlos César disse que “o Partido Socialista tem até agora uma boa experiência com o atual Presidente da República”. O presidente do PS está convencido de que a maioria dos militantes do partido tem “uma boa impressão do seu mandato”.

As declarações de Carlos César surgem depois de António Costa ter provocado alguma agitação no PS por ter dado como certa a reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa. A ex-eurodeputada Ana Gomes, que até agora rejeitava assumir uma candidatura, apesar de já ter recebido alguns apoios, considerou o episódio “lamentável” e admite ponderar uma candidatura contra o atual Presidente da República.

O histórico do PS Manuel Alegre, em declarações ao jornal Público, disse que também não gostou do que se passou na Autoeuropa. “As regras têm de ser respeitadas fora e dentro do partido. Irei conversar com ela”, afirmou o ex-deputado do PS.

Francisco Assis, Manuel dos Santos ou Daniel Adrião foram alguns dos socialistas que criticaram António Costa por assumir uma posição em relação às eleições presidenciais sem ouvir o partido.

“Lamentável”

O ex-deputado socialista Luís Fagundes Duarte também classifica este episódio como lamentável. “Considero em absoluto lamentável que o primeiro-ministro tenha lançado a recandidatura do atual Presidente da República, e que o Presidente da Assembleia da República tenha declarado que votaria nele ‘sem qualquer dúvida’”, escreveu, nas redes sociais, o ex-deputado socialista e professor universitário.

“Repugna-me que o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República se intrometam nas candidaturas à presidência da República, sejam elas quais forem. Além de ilegítimas, tais intromissões sugerem promiscuidade e troca de favores, o que pode ser fatal, e por isso inadmissível, numa democracia madura e civilizada”, acrescentou Luís Fagundes Duarte, que esteve no Parlamento durante quatro mandatos, entre 1999 e 2009.

A polémica com as presidenciais não vai passar ao lado da reunião da Comissão Política Nacional, que se realiza hoje a partir das 21 horas. Daniel Adrião é um dos socialistas que vai fazer uma intervenção sobre a posição assumida por António Costa e contestar a possibilidade de o PS apoiar a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. A i, este dirigente do PS diz que já falou com Ana Gomes para “lhe dizer que podia contar” com o seu apoio. “Comuniquei a Ana Gomes a decisão de a apoiar caso ela resolva avançar. Ter admitido que está a ponderar uma candidatura é um sinal muito positivo ”, diz Daniel Adrião.

A decisão de adiar o congresso, que estava previsto para maio, para depois das presidenciais também não agradou a alguns socialistas. O secretário-geral adjunto do PS respondeu esta terça-feira às críticas de Ana Gomes por causa da decisão de adiar o congresso. “Essas críticas não podem ser aceites e têm de ser repudiadas. Tenho uma relação de estima pessoal e de amizade com Ana Gomes, mas, como é evidente, o PS tem os seus órgãos próprios, que se têm reunido regularmente”, disse José Luís Carneiro.

O secretário-geral adjunto do PS garantiu que “logo que estejam reunidas as condições haverá lugar a uma reunião da comissão nacional do PS”, o órgão máximo partidário entre congressos. “Em todos os órgãos do PS não há matérias tabu. Todas as matérias podem ser objeto de discussão, de divergência e de concertação. Essa crítica de Ana Gomes é inaceitável, porque o PS tem sido um garante das liberdades cívicas, políticas e democráticas neste país”.

Reunião com restrições

A reunião da Comissão Política Nacional acontece hoje no Centro da Esquerda com várias restrições por causa da pandemia. As reuniões “decorrerão simultaneamente em versão presencial e por meios telemáticos, o que permitirá reduzir o número de presenças físicas e, consequentemente, garantir o adequado distanciamento entre participantes”.

Os socialistas garantem que “será garantido um distanciamento mínimo de dois metros” e os “participantes presenciais terão de utilizar máscara, sempre que se encontrem a menor distância do que a fixada, nomeadamente à entrada e saída da reunião”.

A reunião irá realizar-se no Centro da Esquerda, porque tem mais espaço do que a sala habitualmente utilizada na sede nacional do PS. Os socialistas garantem ainda que “haverá orientações para que da reunião não resulte qualquer ajuntamento na via pública”.

“Não votarei num candidato ou numa candidata que me pareça distante das pessoas, rude, divisionista ou propenso ou propensa ao radicalismo”

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