O Estado NEGAÇÃO: 02/01/2005

01-09-2020
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REGISTADO Positivo

José Sócrates: A forma como tem gerido o processo de formação do Governo, merece o aplauso unanime dos quadrantes políticos. Nunca é demais dizer que este tempo (exagerado) que se perde não é imputável ao PS, uma vez que se têm de cumprir os prazos legais (contagem oficial dos votos, faltando os dos imigrantes). Enquanto a RTP, a LUSA, o DN comandam a habitual parafernália do PSD nos media, o novo Governo marca desde já uma diferença.

Rui Costa: o príncipe voltou à titularidade do Milan em Manchester (vitória dos italianos por 0-1) e contra o Inter (idem). Cheio de classe, o português fez excelentes jogos e foi acarinhado pela imprensa e pelos adeptos. Depois de (quase) seis meses no banco, o Príncipe mostra todo o seu perfume e qualidades de um grande e humilde profissional.

Negativo:

Marcelo (a meias com a RTP): a volta aos comentários do professor Marcelo, agora na estação pública, merece uma violenta condenação. Como tenho dito Marcelo não é uma carta fora do baralho. Não faz comentário política, faz política. Começou de forma histórica: tirou da cartola um livro biográfico de Jorge de Mello, um dos homens mais ricos no antigo regime, fruto da sua constante e permanente ligação ao regime fascista (porque não recomendou, por exemplo, As Memórias de Humberto Delgado, uma vez que se evoca o 40º ano sobre o seu assassinato?). Depois, sempre a fingir que não estava ali para o que lhe interessa- falar de política nacional (quase a tentar criticar José Sócrates pela formação tardia do governo, não fora a correcção pronta de Ana Sousa Dias), nomeou o Papa a figura da semana, justificando que interessa aos católicos (pela preservação da vida, comparando a situação ao aborto, pasme-se) e aos não católicos. Pois aqui está uma visão de um não católico: o Papa deveria ser afastado imediatamente de todas as suas actividades pastorícias. É que o respeito pela vida, só é respeito se for com dignidade, se não é uma fantochada que utiliza alguém que não se pode defender dos abutres da estratégia eclesiástica.

O Estado nunca vai aceitar a presença do professor na televisão, enquanto não houver contraponto. Nunca esperámos pelo Ministro Rui, sempre achámos que o contraditório tem de estar presente, ainda mais na RTP, mesmo quando o cacique nos foi favorável. José Sócrates: A forma como tem gerido o processo de formação do Governo, merece o aplauso unanime dos quadrantes políticos. Nunca é demais dizer que este tempo (exagerado) que se perde não é imputável ao PS, uma vez que se têm de cumprir os prazos legais (contagem oficial dos votos, faltando os dos imigrantes). Enquanto a RTP, a LUSA, o DN comandam a habitual parafernália do PSD nos media, o novo Governo marca desde já uma diferença.Rui Costa: o príncipe voltou à titularidade do Milan em Manchester (vitória dos italianos por 0-1) e contra o Inter (idem). Cheio de classe, o português fez excelentes jogos e foi acarinhado pela imprensa e pelos adeptos. Depois de (quase) seis meses no banco, o Príncipe mostra todo o seu perfume e qualidades de um grande e humilde profissional.Marcelo (a meias com a RTP): a volta aos comentários do professor Marcelo, agora na estação pública, merece uma violenta condenação. Como tenho dito Marcelo não é uma carta fora do baralho. Não faz comentário política, faz política. Começou de forma histórica: tirou da cartola um livro biográfico de Jorge de Mello, um dos homens mais ricos no antigo regime, fruto da sua constante e permanente ligação ao regime fascista (porque não recomendou, por exemplo, As Memórias de Humberto Delgado, uma vez que se evoca o 40º ano sobre o seu assassinato?). Depois, sempre a fingir que não estava ali para o que lhe interessa- falar de política nacional (quase a tentar criticar José Sócrates pela formação tardia do governo, não fora a correcção pronta de Ana Sousa Dias), nomeou o Papa a figura da semana, justificando que interessa aos católicos (pela preservação da vida, comparando a situação ao aborto, pasme-se) e aos não católicos. Pois aqui está uma visão de um não católico: o Papa deveria ser afastado imediatamente de todas as suas actividades pastorícias. É que o respeito pela vida, só é respeito se for com dignidade, se não é uma fantochada que utiliza alguém que não se pode defender dos abutres da estratégia eclesiástica.O Estado nunca vai aceitar a presença do professor na televisão, enquanto não houver contraponto. Nunca esperámos pelo Ministro Rui, sempre achámos que o contraditório tem de estar presente, ainda mais na RTP, mesmo quando o cacique nos foi favorável.

Passado, Presente e Futuro

Orgulho Desconheço se os conheço pessoalmente ou não (assinam por iniciais).

Admito que até é uma boa forma de promoverem o seu próprio blog.

Mas fico orgulhoso

O meu agradecimento. Desconheço se os conheço pessoalmente ou não (assinam por iniciais).Admito que até é uma boa forma de promoverem o seu próprio blog.Mas fico orgulhoso por esta rapaziada ter escolhido O Estado Afirmação, como blog da semana, precisamente quando o PS obteve a sua maioria absoluta.O meu agradecimento.

A Lebre

O estrondoso descalabro do PSD tem cara. Santana em Lisboa, teve 23,63% contra os 44,13% do PS.

Toda a gente fala da vitória do PS em Viseu. Alguém recorda o cabeça e lista do PPD? José Luís Arnaut.

Em Castelo Branco (relembro: o distrito onde o PS lançou a campanha e onde António Guterres apareceu) o PS elegeu quatro deputados e o PPD apenas um. Quem liderava a lista? Nuno Morais Sarmento.

Hoje Luís Filipe Menezes lança-se na comunicação social como candidato à liderança. É só a fingir, uma espécie de lebre, combinado com Santana. Esta malta não percebe mesmo que o povo está farto deste frenesim alucinante e desgastante, que os militantes do PPD não são estúpidos e com estas brincadeirinhas do tempo do liceu vão perder o congresso?

É que ninguém põe em causa a liberdade estatutária do Sr. Menezes, mas pergunta-se: Custava-lhe alguma coisa estar uns tempos calado, depois de ter sofrido uma imponente e valente reguada em Braga?

É que António José Seguro obteve o melhor resultado de sempre do PS naquele distrito: em votos, em percentagem e em mandatos!

Um último dado. Em Souselas, o PS obteve 41,97% (subiu cerca de 2,5% em relação a 2002) e o PPD alcançou 27,03% (desceu 18,24% em relação às anteriores. Não, não é engano! Quase 20%!).

Previsão de candidatos: Morais Sarmento (em nome do pai Durão), Marques Mendes (em nome do pai Cavaco) e Menezes.

Previsão de vitória: Marques Mendes. O estrondoso descalabro do PSD tem cara. Santana em Lisboa, teve 23,63% contra os 44,13% do PS.Toda a gente fala da vitória do PS em Viseu. Alguém recorda o cabeça e lista do PPD? José Luís Arnaut.Em Castelo Branco (relembro: o distrito onde o PS lançou a campanha e onde António Guterres apareceu) o PS elegeu quatro deputados e o PPD apenas um. Quem liderava a lista? Nuno Morais Sarmento.Hoje Luís Filipe Menezes lança-se na comunicação social como candidato à liderança. É só a fingir, uma espécie de lebre, combinado com Santana. Esta malta não percebe mesmo que o povo está farto deste frenesim alucinante e desgastante, que os militantes do PPD não são estúpidos e com estas brincadeirinhas do tempo do liceu vão perder o congresso?É que ninguém põe em causa a liberdade estatutária do Sr. Menezes, mas pergunta-se: Custava-lhe alguma coisa estar uns tempos calado, depois de ter sofrido uma imponente e valente reguada em Braga?Um último dado. Em Souselas, o PS obteve 41,97% (subiu cerca de 2,5% em relação a 2002) e o PPD alcançou 27,03% (desceu 18,24% em relação às anteriores. Não, não é engano! Quase 20%!).Morais Sarmento (em nome do pai Durão), Marques Mendes (em nome do pai Cavaco) e Menezes.Marques Mendes.

YES!!!!

(Dois históricos do PS, Mário Soares e António Campos, participam na campanha em Coimbra, sábado, 12-02-2005).

Trinta e dois anos depois o sonho dos fundadores torna-se realidade: o PS consegue a sua primeira maioria absoluta. Valeu a pena a ambição pura dos homens bons que muito querem a Portugal.

Não será a coisa mais ética do mundo. Mas este jamais esqueço e registei. Conta a esperança e o desejo de mais valia, para todos. Em especial para aqueles que, no nosso coração, mais precisam.

Glória: pode ser o PS, militantes e simpatizantes. Podia ser o povo farto de ser comido por otário. O que quiserem. José Sócrates é o homem certo no sítio certo. Conseguiu a primeira maioria absoluta numa primeira candidatura e, parecendo que não, teve apenas mais um por cento que António Guterres. Ainda assim fez toda a diferença e esta vitória é, em grande parte, sua. Parabéns e boa sorte (para ele e para Portugal).

Aplauso: para a CDU e Bloco de Esquerda. Os primeiros são a terceira força e tiveram uma campanha cheia de vigor, reforçando a sua voz no parlamento )-: Os segundos sobem, sobem até aos oito deputados. Desta vez toda a esquerda pode sorrir, sem ser amarelo. E em Janeiro? Voltamos a comemorar juntos?

Honra: aos vencidos. Santana fez tudo o que podia, depois do estrago da governação. Durão estendeu-lhe a casca da banana. Com amigos destes bem pode exigir continuar. Claro que nós (muitos por sinal) só podemos rir, mas convém-nos de sobremaneira.

Portas demitiu-se como devia e solicita-se que não chateie mais.

Estranha forma de vida: a esquerda e a direita jamais esquecerão este momento. Por motivos diferentes, esta assinatura marcará para sempre a história da democracia. Daqui a muitos, muitos anos, ainda será referência exemplar de debates e disputas do poder.

Agradecimento: não sei, não sabe ninguém o que seria de nós sem este bacano. Um sincero e sentido obrigado!

PS- Este humilde blog estreado a 01-08-2003, muda hoje de nome. O endereço é o mesmo, mas passa temporariamente a O Estado AFIRMAÇÃO. São os ciclos que assim obrigam. E é a primeira resposta de um, de novo modesto, independente ao desafio do Camarada Secretário Geral. Confiança e optimismo precisam-se! O Estado corresponde. Trinta e dois anos depois o sonho dos fundadores torna-se realidade: o PS consegue a sua primeira maioria absoluta. Valeu a pena a ambição pura dos homens bons que muito querem a Portugal.Não será a coisa mais ética do mundo.Conta a esperança e o desejo de mais valia, para todos. Em especial para aqueles que, no nosso coração, mais precisam.pode ser o PS, militantes e simpatizantes. Podia ser o povo farto de ser comido por otário. O que quiserem. José Sócrates é o homem certo no sítio certo. Conseguiu a primeira maioria absoluta numa primeira candidatura e, parecendo que não, teve apenas mais um por cento que António Guterres. Ainda assim fez toda a diferença e esta vitória é, em grande parte, sua. Parabéns e boa sorte (para ele e para Portugal).para a CDU e Bloco de Esquerda. Os primeiros são a terceira força e tiveram uma campanha cheia de vigor, reforçando a sua voz no parlamento )-: Os segundos sobem, sobem até aos oito deputados. Desta vez toda a esquerda pode sorrir, sem ser amarelo. E em Janeiro? Voltamos a comemorar juntos?aos vencidos. Santana fez tudo o que podia, depois do estrago da governação. Durão estendeu-lhe a casca da banana. Com amigos destes bem pode exigir continuar. Claro que nós (muitos por sinal) só podemos rir, mas convém-nos de sobremaneira.Portas demitiu-se como devia e solicita-se que não chateie mais.a esquerda e a direita jamais esquecerão este momento. Por motivos diferentes, esta assinatura marcará para sempre a história da democracia. Daqui a muitos, muitos anos, ainda será referência exemplar de debates e disputas do poder.não sei, não sabe ninguém o que seria de nós sem este bacano. Um sincero e sentido obrigado!- Este humilde blog estreado a 01-08-2003, muda hoje de nome. O endereço é o mesmo, mas passa temporariamente a O Estado AFIRMAÇÃO. São os ciclos que assim obrigam. E é a primeira resposta de um, de novo modesto, independente ao desafio do Camarada Secretário Geral. Confiança e optimismo precisam-se! O Estado corresponde.

A menina escondida É verdadeiramente inacreditável o que se está a passar em termos públicos e mediáticos em torno do falecimento de Lúcia, a menina que, nunca saberemos, se escondeu, ou foi toda a vida escondida.

Como é possível que uma pessoa passe a vida inteira escondida, recolhida, desaparecida e na hora da sua morte, no momento mais íntimo de todos, seja exposta desta maneira? O seu cadáver é capa do DN, do Correio da Manhã, do Público (versão on line) para além de todas as imagens do corpo defunto, no Carmelo (palavra que confesso não encontrar em nenhum dicionário consultado), na Sé de Coimbra, em directo ou diferido, com os respectivos close ups da praxe. Porque é que a Igreja Católica promoveu esta situação? Naturalmente para quebrar um eventual mito esquizofrénico de vida eterna ou seja, para que alguns fanáticos não se negassem a acreditar no seu falecimento.

É uma vergonha sem limites, sem possibilidade de defesa: ninguém protege a senhora na hora da sua morte.

Lúcia faz parte de um embuste alimentado pela Igreja católica e pelo Estado Novo. Por causa deste protectorado nunca se perceberá o que levou aquela criança a inventar histórias, ou melhor se há ou não, no início, dolo (vontade premeditada de inventar, eventualmente promovida por alguém) ou simplesmente se tratou de uma fantasia de crianças que se tornou incontrolável.

De qualquer forma aquela história da Cova da Iria marcaria para sempre a vida daquela menina, depois mulher, não se podendo concluir que para mal, uma vez que, no meio social muito pobre em que crescia, à data dos acontecimentos, desconhece-se se aspiraria a uma vida pelo menos descansada, do ponto de vista dos bens essenciais (comida, roupa, dormida) ou se, pelo contrário, passaria uma vida de privações como provavelmente aconteceu a muitos(as) contemporâneos(as) seus.

Mas a história do sol que se move no sentido da multidão e é sustido, por milagre, antes do impacto não pode ser levada a sério, simplesmente à luz das impossilidade de tal facto ocorrer. Para além disso, esta invenção esconde um aspecto tenebroso: o falecimento de duas crianças, num país que durante décadas foi marcado por taxas elevadíssimas de mortalidade infantil, sem que nada se tenha feito para alterar esse destino de muitas meninas e meninos. Pior só mesmo procurar agora, no seio de uma sociedade que se quer moderna, festejar esse facto, porque "Nossa Senhora os veio buscar".

Um outro efeito assustador ganha agora contornos perversos: depois dos partidos da direita terem hipocritamente cancelado a Campanha Eleitoral (os argumentos são dos próprios (e únicos) bispos que se manifestaram sobre o assunto), a cobertura dada ao acontecimento pela comunicação social (com especial enfoque para toda a programação da RTP, em directo do velório) revela que se pode estar perante uma dramatização pública, sem precedentes nesta campanha, que procura esconder dos portugueses, questões políticas de fundo.

Resta-me esperar alguma contenção por parte de todos. Mas também exigir respeito na hora da morte, que é a melhor coisa que podemos fazer pela Menina Escondida. É verdadeiramente inacreditável o que se está a passar em termos públicos e mediáticos em torno do falecimento de Lúcia, a menina que, nunca saberemos, se escondeu, ou foi toda a vida escondida.Como é possível que uma pessoa passe a vida inteira escondida, recolhida, desaparecida e na hora da sua morte, no momento mais íntimo de todos, seja exposta desta maneira? O seu cadáver é capa do DN, do Correio da Manhã, do Público (versão on line) para além de todas as imagens do corpo defunto, no Carmelo (palavra que confesso não encontrar em nenhum dicionário consultado), na Sé de Coimbra, em directo ou diferido, com os respectivos close ups da praxe. Porque é que a Igreja Católica promoveu esta situação? Naturalmente para quebrar um eventual mito esquizofrénico de vida eterna ou seja, para que alguns fanáticos não se negassem a acreditar no seu falecimento.É uma vergonha sem limites, sem possibilidade de defesa: ninguém protege a senhora na hora da sua morte.Lúcia faz parte de um embuste alimentado pela Igreja católica e pelo Estado Novo. Por causa deste protectorado nunca se perceberá o que levou aquela criança a inventar histórias, ou melhor se há ou não, no início, dolo (vontade premeditada de inventar, eventualmente promovida por alguém) ou simplesmente se tratou de uma fantasia de crianças que se tornou incontrolável.De qualquer forma aquela história da Cova da Iria marcaria para sempre a vida daquela menina, depois mulher, não se podendo concluir que para mal, uma vez que, no meio social muito pobre em que crescia, à data dos acontecimentos, desconhece-se se aspiraria a uma vida pelo menos descansada, do ponto de vista dos bens essenciais (comida, roupa, dormida) ou se, pelo contrário, passaria uma vida de privações como provavelmente aconteceu a muitos(as) contemporâneos(as) seus.Mas a história do sol que se move no sentido da multidão e é sustido, por milagre, antes do impacto não pode ser levada a sério, simplesmente à luz das impossilidade de tal facto ocorrer. Para além disso, esta invenção esconde um aspecto tenebroso: o falecimento de duas crianças, num país que durante décadas foi marcado por taxas elevadíssimas de mortalidade infantil, sem que nada se tenha feito para alterar esse destino de muitas meninas e meninos. Pior só mesmo procurar agora, no seio de uma sociedade que se quer moderna, festejar esse facto, porque "Nossa Senhora os veio buscar".Um outro efeito assustador ganha agora contornos perversos: depois dos partidos da direita terem hipocritamente cancelado a Campanha Eleitoral (os argumentos são dos próprios (e únicos) bispos que se manifestaram sobre o assunto), a cobertura dada ao acontecimento pela comunicação social (com especial enfoque para toda a programação da RTP, em directo do velório) revela que se pode estar perante uma dramatização pública, sem precedentes nesta campanha, que procura esconder dos portugueses, questões políticas de fundo.Resta-me esperar alguma contenção por parte de todos. Mas também exigir respeito na hora da morte, que é a melhor coisa que podemos fazer pela Menina Escondida.

Dia da namorada Não ligo nenhuma ao dia dos namorados.

Mas como ligo à minha namorada, aqui fica um e-beijo carinhoso. Não ligo nenhuma ao dia dos namorados.Mas como ligo à minha namorada, aqui fica um e-beijo carinhoso.

Retratos de campanha: Setúbal Grande mobilização em Setúbal, com os parabéns devidos às estruturas locais (secções, concelhia e federação), embora não dever ser esquecido o factor António Vitorino.

O Pavilhão do Naval estava à cunha, empolgado e apoiante como convém.

Nunca vou perceber esta lógica de substituir comícios por jantares: limita a participação, como ontem foi visível. Mais espaço houvesse, maior tinha sido o evento. Dois aspectos de pormenor: os candidatos principais, as estrelas do partido (António Costa, Jorge Coelho, António Vitorino), não devem estar na mesa do Secretário Geral, mas espalhados de modo a permitir melhor contacto com as bases (boa ideia do MB). A colocação da juventude, ontem, foi mal pensada: distante do palco, o mais atrás possível. É uma pena que Setúbal tenha conseguido tanta mobilização de juventude e não a capitalize convenientemente.

Estes pormenores são da responsabilidade da estrutura central, em primeiro lugar e das locais. Porque do ponto de vista da organização pura (caravana, meios técnicos, etc.) nada a dizer. O PS apresenta-se com os meios mínimos indispensáveis, sem a vergonhosa ostentação (carros XPTO, merchadising do mais caro, etc.) do PPD.

Excelentes discursos de António Vitorino e José Sócrates, numa perspectiva construtiva, mobilizadora e a procurar estabelecer um brilhante padrão entre a busca pela confiança no seu eleitorado, o eleitorado que aspira e o país.

Mudando de assunto. A chamada blogosfera das grandes audiências foi, no último mês, abanada com um fait-divers, que não obstante levanta uma questão séria com eu próprio me confrontei recentemente.

Ricardo Araújo Pereira (do

Como é óbvio, acho que Ricardo Araújo Pereira pode apoiar quem entenda, como acima de tudo DEVE. Essa é uma obrigação do cidadão comum, extensível a quem tem notoriedade social, como é o meritório caso (sim, também eu acho muita graça ao Gato Fedorento, até por cheirar à distância a sua inspiração).

Nesta altura conturbada e decisiva da Democracia, não raras vezes tenho perguntado subtilmente, a colegas (conhecidos e amigos) acerca do tipo de envolvimento que pensam ter nesta campanha. Com naturais excepções, muitos me têm confidenciado as suas tendências de voto, mas a maior parte opta por não participar activamente ao lado dos que apoiam. É também um direito. Mas quase sempre os argumentos são os piores: os cidadãos que exercem profissões com notoriedade pública recusam maioritariamente dar a cara, para salvaguardarem uma equidistância estratégica que evite conotações que os prejudiquem futuramente na sua área de actividade. Isso é um pouco cinzento, para não dizer salazarista. Alguém acha que Sean Penn ou Clint Eastwood perdem mercado, ou oportunidades por terem tomado posições políticas claras e inequívocas? Dir-me-ão "isso é na América", pois eu acho que são os bons exemplos que temos de importar. Por isso solicito à malta do meio (actores, apresentadores, cantores e outros artistas) que dêem a cara, porque estas são eleições especialmente decisivas. Tal como as de Janeiro próximo e por isso a onda tem de começar já. Depois, ninguém se queixe.

Uma última palavra. Inside information garante-nos que hoje é um dia decisivo para o PS, por vários motivos. Calha com a presença de José Sócrates em Braga, distrito encabeçado por

. O distrito de Braga é estratégico para as aspirações de uma maioria absoluta, por isso todo o apoio ao António José Seguro é bem-vindo. Força Braga, força PS!

Volto segunda feira com relatos sobre Coimbra (vai ser linda a resposta à reacção) no sábado e Porto, domingo. Grande mobilização em Setúbal, com os parabéns devidos às estruturas locais (secções, concelhia e federação), embora não dever ser esquecido o factor António Vitorino.O Pavilhão do Naval estava à cunha, empolgado e apoiante como convém.Nunca vou perceber esta lógica de substituir comícios por jantares: limita a participação, como ontem foi visível. Mais espaço houvesse, maior tinha sido o evento. Dois aspectos de pormenor: os candidatos principais, as estrelas do partido (António Costa, Jorge Coelho, António Vitorino), não devem estar na mesa do Secretário Geral, mas espalhados de modo a permitir melhor contacto com as bases (boa ideia do MB). A colocação da juventude, ontem, foi mal pensada: distante do palco, o mais atrás possível. É uma pena que Setúbal tenha conseguido tanta mobilização de juventude e não a capitalize convenientemente.Estes pormenores são da responsabilidade da estrutura central, em primeiro lugar e das locais. Porque do ponto de vista da organização pura (caravana, meios técnicos, etc.) nada a dizer. O PS apresenta-se com os meios mínimos indispensáveis, sem a vergonhosa ostentação (carros XPTO, merchadising do mais caro, etc.) do PPD.Excelentes discursos de António Vitorino e José Sócrates, numa perspectiva construtiva, mobilizadora e a procurar estabelecer um brilhante padrão entre a busca pela confiança no seu eleitorado, o eleitorado que aspira e o país.Mudando de assunto. A chamada blogosfera das grandes audiências foi, no último mês, abanada com um fait-divers, que não obstante levanta uma questão séria com eu próprio me confrontei recentemente.Ricardo Araújo Pereira (do Gato Fedorento ) decidiu aparecer num jantar comício do Bloco de Esquerda, assumindo assim um apoio claro e visível a Francisco Louçã e sua rapaziada. Ora sucede que Paulo Pinto Mascarenhas, ex. jornalista e assessor do Ministro da Defesa, Paulo Portas, decidiu desancar no humorista, através do seu blog O Acidental . Alegou inicialmente que o "humorista não deveria ter aspirações políticas". A partir daí começaram (cada um nos seus blogs)a responder um ao outro, inspirados na técnica usada na acção política pelos partidos periféricos, no sentido de chamarem a atenção e tentarem quebrar o sistema bi-partidário.Como é óbvio, acho que Ricardo Araújo Pereira pode apoiar quem entenda, como acima de tudo DEVE. Essa é uma obrigação do cidadão comum, extensível a quem tem notoriedade social, como é o meritório caso (sim, também eu acho muita graça ao Gato Fedorento, até por cheirar à distância a sua inspiração).Nesta altura conturbada e decisiva da Democracia, não raras vezes tenho perguntado subtilmente, a colegas (conhecidos e amigos) acerca do tipo de envolvimento que pensam ter nesta campanha. Com naturais excepções, muitos me têm confidenciado as suas tendências de voto, mas a maior parte opta por não participar activamente ao lado dos que apoiam. É também um direito. Mas quase sempre os argumentos são os piores: os cidadãos que exercem profissões com notoriedade pública recusam maioritariamente dar a cara, para salvaguardarem uma equidistância estratégica que evite conotações que os prejudiquem futuramente na sua área de actividade. Isso é um pouco cinzento, para não dizer salazarista. Alguém acha que Sean Penn ou Clint Eastwood perdem mercado, ou oportunidades por terem tomado posições políticas claras e inequívocas? Dir-me-ão "isso é na América", pois eu acho que são os bons exemplos que temos de importar. Por isso solicito à malta do meio (actores, apresentadores, cantores e outros artistas) que dêem a cara, porque estas são eleições especialmente decisivas. Tal como as de Janeiro próximo e por isso a onda tem de começar já. Depois, ninguém se queixe.Uma última palavra. Inside information garante-nos que hoje é um dia decisivo para o PS, por vários motivos. Calha com a presença de José Sócrates em Braga, distrito encabeçado por António José Seguro , pelo qual nutro grande simpatia e admiração. Aqui podem ver o programa de campanha . O distrito de Braga é estratégico para as aspirações de uma maioria absoluta, por isso todo o apoio ao António José Seguro é bem-vindo. Força Braga, força PS!Volto segunda feira com relatos sobre Coimbra (vai ser linda a resposta à reacção) no sábado e Porto, domingo.

Nickalhadas Reza de outros tempos, são, por isso, memórias.

Por volta dos anos sessenta os meus pais saíram do centro de Lisboa, para viver em Queluz num conjunto de prédios de género arquitectónico muito em voga à época, um estilo que mais tarde viria a ser conhecido como J. Pimenta, um espelho do Portugal medíocre e atrasado pela ditadura.. Na altura isso foi provavelmente como nos noventa ir para Telheiras, ou hoje para a Expo.

Portanto, quando nasci em 1972, a minha primeira morada foi o inesquecível Pendão, ao fundo da Miguel Bombarda, última fronteira de Queluz com a estrada que vai dar a Belas.

Era muito deprimente toda aquele caminho que percorria a Avenida da Estação dos comboios a nossa casa, não que alguém tivesse consciência disso. Eu próprio sempre fui um emigrante: estudei em Lisboa, com excepção dos 5º e 6º anos, tal como os meus irmãos e agora que me recordo os meus pais também sempre trabalharam na cidade. Estranhas vidas estas que nos arrastam para os decadentes dormitórios e que nos entristecem sem darmos por isso. Agora as memórias têm esta coisa traiçoeira: ele há coisas, no meio de tanta depressão urbanística, que não nos largam, como é o caso das alcunhas da rapaziada vizinha.

Ora tendo sido sempre um bicho de casa, uma vez que me era vedada a possibilidade de brincar na rua, vá se lá saber porquê, nunca tive uma alcunha, um nick. Na rua chamavam-me Xano, o nome pelo qual a família sempre me chamou e ainda hoje chama, que é um derivado de Alexandre, o meu segundo nome. Psicanaliticamente o facto de nunca me terem chamado Humberto (ou mesmo Beto, o mais que a Tia Marlene conseguiu foi Beto-Xano) deverá ter alguma explicação, mas deixemos de parte esse lado obscuro, porque outros rapazes... Como dizer? Ah! Da minha criação (adoro a expressão) tiveram seguramente maiores problemas de identidade nominativa.

Os mais velhos tiveram menos criatividade para os Nicks: da geração dos meus pais destaca-se o Granadas, senhor ferido psicologicamente pela guerra que uma vez fez explodir uma granada em casa, após discussão com a mulher. Estranho como esse episódio lhe marcaria a denominação. Nem o facto de ter rebentado com o Café Lenita (junto ao Sol de Capri, sim, sim, esse por onde um toiro entrou esbaforido e o tornou na primeira celebridade que conheci na infância: foi notícia no Tal & Qual), tendo destruído o balcão e a montra, alteraram o Nick de Granadas. Nunca foi o Balcões ou o Montras, foi sempre o Granadas. Já dos nascidos em sessenta relembro apenas o Fanã, porque sempre achei que era uma boa denominação, pelo menos melhor que Xano. Mas o Fanã nunca teve grande fama na Rua.

Na geração de setenta a coisa mudou. Efectivamente com o BUM tecnológico provocado pela chegada dos Monopoly, Master Mind e mais tarde dos Spectrums, as alcunhas, vulgo nick names, ganharam terreno, criando a primeira geração de heterónimos a seguir à do Orfeu.

E para terem uma ideia da real dimensão, só no meu prédio viveram o Caramelo e o Pia. Duas portas ao lado da minha o Peida, por ser forte, não espadaúdo entenda-se, mas semi gordo, especialmente de cu. Com esta malta, porque especialmente eram do meu lado da rua, fiz em 1982 excelentes campeonatos de hóquei sem patins, balizas de duas pedras, sticks de tábua e bola de ténis, na (talvez) única oportunidade de brincar na rua, motivada pela brilhante campanha da selecção campeã do mundo, a de Leste, Xana, Ramalhete e companhia limitada.

Do outro lado da rua brilhavam um conjunto de primos (ligados a Granadas) com nicks do outro mundo: Manão, Meia-dose e o número 10 e capitão dos três ou quatro jogos que a categoria de iniciados, do Grupo Desportivo do Pendão, fez: de seu nick, Picha. Claro que tanto relevo advinha do facto de o pai ter orientado os dois treinos, nos acessos de alcatrão do que posteriormente viria a ser o Monte Abrão. O Mister pai não lhe chamava Picha, mas Paulo, embora fosse frequentemente confrontado com o "Passa, Picha" ou o "Aqui, Picha, sozinho".

Não imagino porque Manão era Manão, mas sei porque Meia-dose o era: passámos mesmo a sintetizar ainda mais a sua pessoa, através de um directo e simples Meia. Eram tempo genuínos. A ninguém ocorreria baptizá-lo de Anão ou Caga-tacos, como é hoje frequente, muito menos algo terrível que recentemente ouvi: Cheira-peidos.

Mais não me lembro, mas já me faz rir o suficiente. Não faço ideia do que é feito desta rapaziada, com excepção de uma anunciada pulseira electrónica ligada a pequeno tráfico de estupefacientes. Alguém adivinha quem terá sido o pecador?

E lanço-vos um desafio:

O Estado Negação promove um concurso dos Mais Engraçados Nicks da Nossa Infância. Escrevam nos comentários um nick engraçado, de alguém que tenham verdadeiramente conhecido. Não vale criatividade: tem mesmo de ser real, por isso devem explicar minimamente o contexto em que o direito de alcunha foi exercido.

A ver qual é o nick mais engraçado, da nossa estúpida, ingénua e decadente infância, no Portugal dos anos setenta.

Reza de outros tempos, são, por isso, memórias.Por volta dos anos sessenta os meus pais saíram do centro de Lisboa, para viver em Queluz num conjunto de prédios de género arquitectónico muito em voga à época, um estilo que mais tarde viria a ser conhecido como J. Pimenta, um espelho do Portugal medíocre e atrasado pela ditadura.. Na altura isso foi provavelmente como nos noventa ir para Telheiras, ou hoje para a Expo.Portanto, quando nasci em 1972, a minha primeira morada foi o inesquecível Pendão, ao fundo da Miguel Bombarda, última fronteira de Queluz com a estrada que vai dar a Belas.Era muito deprimente toda aquele caminho que percorria a Avenida da Estação dos comboios a nossa casa, não que alguém tivesse consciência disso. Eu próprio sempre fui um emigrante: estudei em Lisboa, com excepção dos 5º e 6º anos, tal como os meus irmãos e agora que me recordo os meus pais também sempre trabalharam na cidade. Estranhas vidas estas que nos arrastam para os decadentes dormitórios e que nos entristecem sem darmos por isso. Agora as memórias têm esta coisa traiçoeira: ele há coisas, no meio de tanta depressão urbanística, que não nos largam, como é o caso das alcunhas da rapaziada vizinha.Ora tendo sido sempre um bicho de casa, uma vez que me era vedada a possibilidade de brincar na rua, vá se lá saber porquê, nunca tive uma alcunha, um nick. Na rua chamavam-me Xano, o nome pelo qual a família sempre me chamou e ainda hoje chama, que é um derivado de Alexandre, o meu segundo nome. Psicanaliticamente o facto de nunca me terem chamado Humberto (ou mesmo Beto, o mais que a Tia Marlene conseguiu foi Beto-Xano) deverá ter alguma explicação, mas deixemos de parte esse lado obscuro, porque outros rapazes... Como dizer? Ah! Da minha criação (adoro a expressão) tiveram seguramente maiores problemas de identidade nominativa.Os mais velhos tiveram menos criatividade para os Nicks: da geração dos meus pais destaca-se o Granadas, senhor ferido psicologicamente pela guerra que uma vez fez explodir uma granada em casa, após discussão com a mulher. Estranho como esse episódio lhe marcaria a denominação. Nem o facto de ter rebentado com o Café Lenita (junto ao Sol de Capri, sim, sim, esse por onde um toiro entrou esbaforido e o tornou na primeira celebridade que conheci na infância: foi notícia no Tal & Qual), tendo destruído o balcão e a montra, alteraram o Nick de Granadas. Nunca foi o Balcões ou o Montras, foi sempre o Granadas. Já dos nascidos em sessenta relembro apenas o Fanã, porque sempre achei que era uma boa denominação, pelo menos melhor que Xano. Mas o Fanã nunca teve grande fama na Rua.Na geração de setenta a coisa mudou. Efectivamente com o BUM tecnológico provocado pela chegada dos Monopoly, Master Mind e mais tarde dos Spectrums, as alcunhas, vulgo nick names, ganharam terreno, criando a primeira geração de heterónimos a seguir à do Orfeu.E para terem uma ideia da real dimensão, só no meu prédio viveram o Caramelo e o Pia. Duas portas ao lado da minha o Peida, por ser forte, não espadaúdo entenda-se, mas semi gordo, especialmente de cu. Com esta malta, porque especialmente eram do meu lado da rua, fiz em 1982 excelentes campeonatos de hóquei sem patins, balizas de duas pedras, sticks de tábua e bola de ténis, na (talvez) única oportunidade de brincar na rua, motivada pela brilhante campanha da selecção campeã do mundo, a de Leste, Xana, Ramalhete e companhia limitada.Do outro lado da rua brilhavam um conjunto de primos (ligados a Granadas) com nicks do outro mundo: Manão, Meia-dose e o número 10 e capitão dos três ou quatro jogos que a categoria de iniciados, do Grupo Desportivo do Pendão, fez: de seu nick, Picha. Claro que tanto relevo advinha do facto de o pai ter orientado os dois treinos, nos acessos de alcatrão do que posteriormente viria a ser o Monte Abrão. O Mister pai não lhe chamava Picha, mas Paulo, embora fosse frequentemente confrontado com o "Passa, Picha" ou o "Aqui, Picha, sozinho".Não imagino porque Manão era Manão, mas sei porque Meia-dose o era: passámos mesmo a sintetizar ainda mais a sua pessoa, através de um directo e simples Meia. Eram tempo genuínos. A ninguém ocorreria baptizá-lo de Anão ou Caga-tacos, como é hoje frequente, muito menos algo terrível que recentemente ouvi: Cheira-peidos.Mais não me lembro, mas já me faz rir o suficiente. Não faço ideia do que é feito desta rapaziada, com excepção de uma anunciada pulseira electrónica ligada a pequeno tráfico de estupefacientes. Alguém adivinha quem terá sido o pecador?E lanço-vos um desafio:

Carnaval de Santana Ou seja, o Carnaval não é uma época propícia para fazer campanha, mas serve para fazer publicamente acordos do Governo, em nome do Estado.

Já tínhamos garantido que, excepcionalmente, o Carnaval acaba mais tarde.

Ou seja, o Carnaval não é uma época propícia para fazer campanha, mas serve para fazer publicamente acordos do Governo, em nome do Estado.Já tínhamos garantido que, excepcionalmente, o Carnaval acaba mais tarde.

Retratos de campanha: Castelo Branco Uma ida a Castelo Branco directamente para o comício do PS. Ainda a tempo de espreitar o do PPD.

Impunha-se a um militante independente estar presente no arranque da campanha que, esperemos, leve o PS à tão necessária maioria absoluta.

A primeira impressão é que o espaço não era ambicioso. Um elemento próximo da campanha afiançou-nos que tinha capacidade para 5 mil pessoas, o Ex. Quartel de Cavalaria (junto à RTP local). Acredito, mas achámos pequeno a fazer fé pela boa mobilização de simpatizantes e militantes.

António Guterres esteve ao seu nível: talentoso, brilhante, inteligente, embora naturalmente contido como é preciso, nesta fase. José Sócrates aparece na campanha mais solto, mais dinâmico e mais afectivo como é também estrategicamente recomendável.

Quanto à máquina do PS uma consideração: funciona, nota-se que está oleada e bem preparada, mas penso que falta qualquer coisa. Ou seja, é necessário que os condimentos destes eventos (vídeo, música, speaker) funcionem de uma forma mais integrada de modo a aquecer os apoiantes, que estão receptivos. Parece o milésimo espectáculo que esta equipa faz e é. É preciso um clic de espontaneidade para corresponder aos anseios dos muitos que vão aparecer na estrada, à procura de apoiar o PS e José Sócrates, sem receios. Além disso, não se começa a desmontar o palco com a comunicação social e parte dos simpatizantes, ainda presentes. E da minha parte eu incluiria uma banda dirigida à juventude. (Sei que este é um aspecto muito discutido nos ciclos das organizações de campanha, dos diversos partidos. Por um lado isso tem custos, por outro, houve tempos em que essa estratégia deixou inteligentemente de ser adoptada, para se utilizar bandas de animação como foi o caso dos Gang, com António Guterres em 1995. Agora utiliza-se simplesmente a noção que o mais importante é a comunicação e os comunicadores. Mas olhando para a avançada média etária presente, julgo ser da maior pertinência ter uma banda âncora que chame a juventude e aqueça o ambiente. Exemplo: Gomo, Fingertips, The Gift, etc. O melhor seria Os Humanos, o tema Mudar de Vida serviria de mote a toda a campanha).

Hoje lá estaremos em Santarém, para apoiar o Jorge Lacão, a Idália Moniz e toda a malta escalabitana

Terminado o comício, o General propôs uma espreitadela ao reduto do adversário. Toca a guardar os cachecóis e entrar no Pavilhão Municipal de Castelo Branco, a tempo de ouvir parte do discurso de Morais Sarmento.

A primeira impressão revelou um evento muito mais profissional (fruto dos resquícios do poder) e com muita juventude a puxar de forma eficaz, apoiada pelo sistema audiovisual bem montado, pelos presentes. O número de afluência foi ela por ela.

Do discurso do futuro Ex. Ministro nem uma ideia. Um ataque cerrado a José Sócrates, que na opinião do General, representa uma marcação de espaço interno, uma verdadeira candidatura a Presidente do PSD. Parecia o líder da oposição a interpolar o primeiro-ministro. É pois natural que, no pós 20 de Fevereiro, Marques Mendes venha a ter concorrência.

(Um acontecimento extraordinário fez-nos abandonar o recinto. Mesmo atrás da porta de acesso ao recinto, onde nos encontrávamos, um homem caiu fulminado no chão. Alguns militantes aproximaram-se imediatamente pelo que segurei num braço do General e puxei-o: "Temos de sair imediatamente". Acontece que enquanto nos dirigíamos para a porta de saída verificámos o que aparentava ser uma certa inoperância, uma vez que ninguém procurava um médico. O General voltou atrás e começou a coordenar as operações, questionando alguém, que parecia da segurança, sobre a actuação. Eu dizia que eles deveriam ir ao microfone solicitar a presença de um médico junto à vítima, ao que nos respondiam que estava tudo controlado. Claro que o General começou aos berros com a rapaziada... Instantes depois apareceu uma ambulância do INEM, com todo o equipamento de reanimação e que parecia ser a que acompanha o primeiro-ministro, logo secundada por uma ambulância normal, com capacidade de transporte. Ficámos descansados e percebemos que a atitude tranquila do staff representava profissionalismo e que efectivamente os primeiros socorros foram rápida e eficazmente activados. O senhor até recuperou a consciência sendo depois evacuado. Assustámo-nos, afinal injustificamdamente, fruto de uma vontade de ajudar acrescida da sugestão com que classificamos a competência dos laranjinhas, mas verdade seja dita, neste caso (mais faltava que assim não fosse) tudo correu bem).

Cá fora espreitámos o magnífico buffet, composto de 4 ou 5 porcos inteiros na brasa, vinho, cerveja, águas e sumos, tudo à descrição e percebemos três coisas: o motivo principal de tão boa mobilização, a ébria alegria nas hostes e o eventual motivo que levou o senhor a cair desamparado e inconsciente. Também não é por dá cá aquela palha que se consegue mobilizar o Alberto João para um comício. Têm de se garantir certos condimentos.

Na verdade pode dizer-se que a imagem que salta do arranque da campanha é a de um empate. E neste caso é justo, fruto do empenhamento de Morais Sarmento e do seu envolvimento na luta interna pela liderança do PPD. Quero ver como será possível aguentarem a fasquia de mobilização, presenças pseudo- notáveis e ânimo, com o decorrer da campanha.

Onde não houve empate nenhum foi no debate entre José Sócrates e Santana Lopes. Com a cómica excepção de Luís Delgado, os comentadores dos vários órgãos ligados a diversos meios, atribuíram, em grande maioria, uma vitória clara ao secretário-geral do PS. Em menor quantidade (motivada pela qualidade proveniente) quanto muito o empate.

Pois eis senão quando dois dos principais jornais diários resolveram fazer capa com a vitória do ainda primeiro-ministro. Percebem-se as motivações editoriais de Miguel Coutinho, discípulo de Delgado e a reconquista de espaço no centro direita do neo-con José Manuel Fernandes, que depois da malha que deu em Santana tem de voltar a agradar ao seu (e ao de Cavaco Silva) eleitorado. Uma vez que Santana já está K.O. um ou outro beijinho de morte, mal não farão, até ajudam a tornar decente a queda fatídica.

Exemplo disso são as recentes declarações de Marcelo. Por muito mau que considere ser para o país, afirmou que vai votar no PPD, ladeado por aquela malta extraordinária da TVI: dois pivots de informação do Jornal Nacional, apadrinharam a conferência de imprensa.

Este conjunto, ocasional embora bem sincronizado, de intenções de voto, esclarecem desde já tudo o que se vai passar a partir do instante que o PS tomar posse. Marcelo na RTP, Coutinho no DN (pelo menos até à venda, depois dependerá do grupo comprador) e Fernandes no Público (enquanto Belmiro continuar a enterrar guito) farão juz de mandatários maiores da campanha de Cavaco a Belém.

Verdadeira teoria da conspiração? Talvez, mas seria bom que o povo abrisse a pestana e julgasse por si mesmo.

Impunha-se a um militante independente estar presente no arranque da campanha que, esperemos, leve o PS à tão necessária maioria absoluta.A primeira impressão é que o espaço não era ambicioso. Um elemento próximo da campanha afiançou-nos que tinha capacidade para 5 mil pessoas, o Ex. Quartel de Cavalaria (junto à RTP local). Acredito, mas achámos pequeno a fazer fé pela boa mobilização de simpatizantes e militantes.António Guterres esteve ao seu nível: talentoso, brilhante, inteligente, embora naturalmente contido como é preciso, nesta fase. José Sócrates aparece na campanha mais solto, mais dinâmico e mais afectivo como é também estrategicamente recomendável.Quanto à máquina do PS uma consideração: funciona, nota-se que está oleada e bem preparada, mas penso que falta qualquer coisa. Ou seja, é necessário que os condimentos destes eventos (vídeo, música, speaker) funcionem de uma forma mais integrada de modo a aquecer os apoiantes, que estão receptivos. Parece o milésimo espectáculo que esta equipa faz e é. É preciso um clic de espontaneidade para corresponder aos anseios dos muitos que vão aparecer na estrada, à procura de apoiar o PS e José Sócrates, sem receios. Além disso, não se começa a desmontar o palco com a comunicação social e parte dos simpatizantes, ainda presentes. E da minha parte eu incluiria uma banda dirigida à juventude. (Sei que este é um aspecto muito discutido nos ciclos das organizações de campanha, dos diversos partidos. Por um lado isso tem custos, por outro, houve tempos em que essa estratégia deixou inteligentemente de ser adoptada, para se utilizar bandas de animação como foi o caso dos Gang, com António Guterres em 1995. Agora utiliza-se simplesmente a noção que o mais importante é a comunicação e os comunicadores. Mas olhando para a avançada média etária presente, julgo ser da maior pertinência ter uma banda âncora que chame a juventude e aqueça o ambiente. Exemplo: Gomo, Fingertips, The Gift, etc. O melhor seria Os Humanos, o tema Mudar de Vida serviria de mote a toda a campanha).Hoje lá estaremos em Santarém, para apoiar o Jorge Lacão, a Idália Moniz e toda a malta escalabitanaTerminado o comício, o General propôs uma espreitadela ao reduto do adversário. Toca a guardar os cachecóis e entrar no Pavilhão Municipal de Castelo Branco, a tempo de ouvir parte do discurso de Morais Sarmento.A primeira impressão revelou um evento muito mais profissional (fruto dos resquícios do poder) e com muita juventude a puxar de forma eficaz, apoiada pelo sistema audiovisual bem montado, pelos presentes. O número de afluência foi ela por ela.Do discurso do futuro Ex. Ministro nem uma ideia. Um ataque cerrado a José Sócrates, que na opinião do General, representa uma marcação de espaço interno, uma verdadeira candidatura a Presidente do PSD. Parecia o líder da oposição a interpolar o primeiro-ministro. É pois natural que, no pós 20 de Fevereiro, Marques Mendes venha a ter concorrência.(Um acontecimento extraordinário fez-nos abandonar o recinto. Mesmo atrás da porta de acesso ao recinto, onde nos encontrávamos, um homem caiu fulminado no chão. Alguns militantes aproximaram-se imediatamente pelo que segurei num braço do General e puxei-o: "Temos de sair imediatamente". Acontece que enquanto nos dirigíamos para a porta de saída verificámos o que aparentava ser uma certa inoperância, uma vez que ninguém procurava um médico. O General voltou atrás e começou a coordenar as operações, questionando alguém, que parecia da segurança, sobre a actuação. Eu dizia que eles deveriam ir ao microfone solicitar a presença de um médico junto à vítima, ao que nos respondiam que estava tudo controlado. Claro que o General começou aos berros com a rapaziada... Instantes depois apareceu uma ambulância do INEM, com todo o equipamento de reanimação e que parecia ser a que acompanha o primeiro-ministro, logo secundada por uma ambulância normal, com capacidade de transporte. Ficámos descansados e percebemos que a atitude tranquila do staff representava profissionalismo e que efectivamente os primeiros socorros foram rápida e eficazmente activados. O senhor até recuperou a consciência sendo depois evacuado. Assustámo-nos, afinal injustificamdamente, fruto de uma vontade de ajudar acrescida da sugestão com que classificamos a competência dos laranjinhas, mas verdade seja dita, neste caso (mais faltava que assim não fosse) tudo correu bem).Cá fora espreitámos o magnífico buffet, composto de 4 ou 5 porcos inteiros na brasa, vinho, cerveja, águas e sumos, tudo à descrição e percebemos três coisas: o motivo principal de tão boa mobilização, a ébria alegria nas hostes e o eventual motivo que levou o senhor a cair desamparado e inconsciente. Também não é por dá cá aquela palha que se consegue mobilizar o Alberto João para um comício. Têm de se garantir certos condimentos.Na verdade pode dizer-se que a imagem que salta do arranque da campanha é a de um empate. E neste caso é justo, fruto do empenhamento de Morais Sarmento e do seu envolvimento na luta interna pela liderança do PPD. Quero ver como será possível aguentarem a fasquia de mobilização, presenças pseudo- notáveis e ânimo, com o decorrer da campanha.Onde não houve empate nenhum foi no debate entre José Sócrates e Santana Lopes. Com a cómica excepção de Luís Delgado, os comentadores dos vários órgãos ligados a diversos meios, atribuíram, em grande maioria, uma vitória clara ao secretário-geral do PS. Em menor quantidade (motivada pela qualidade proveniente) quanto muito o empate.Pois eis senão quando dois dos principais jornais diários resolveram fazer capa com a vitória do ainda primeiro-ministro. Percebem-se as motivações editoriais de Miguel Coutinho, discípulo de Delgado e a reconquista de espaço no centro direita do neo-con José Manuel Fernandes, que depois da malha que deu em Santana tem de voltar a agradar ao seu (e ao de Cavaco Silva) eleitorado. Uma vez que Santana já está K.O. um ou outro beijinho de morte, mal não farão, até ajudam a tornar decente a queda fatídica.Exemplo disso são as recentes declarações de Marcelo. Por muito mau que considere ser para o país, afirmou que vai votar no PPD, ladeado por aquela malta extraordinária da TVI: dois pivots de informação do Jornal Nacional, apadrinharam a conferência de imprensa.Este conjunto, ocasional embora bem sincronizado, de intenções de voto, esclarecem desde já tudo o que se vai passar a partir do instante que o PS tomar posse. Marcelo na RTP, Coutinho no DN (pelo menos até à venda, depois dependerá do grupo comprador) e Fernandes no Público (enquanto Belmiro continuar a enterrar guito) farão juz de mandatários maiores da campanha de Cavaco a Belém.Verdadeira teoria da conspiração? Talvez, mas seria bom que o povo abrisse a pestana e julgasse por si mesmo.

REGISTADO Positivo

José Sócrates: A forma como tem gerido o processo de formação do Governo, merece o aplauso unanime dos quadrantes políticos. Nunca é demais dizer que este tempo (exagerado) que se perde não é imputável ao PS, uma vez que se têm de cumprir os prazos legais (contagem oficial dos votos, faltando os dos imigrantes). Enquanto a RTP, a LUSA, o DN comandam a habitual parafernália do PSD nos media, o novo Governo marca desde já uma diferença.

Rui Costa: o príncipe voltou à titularidade do Milan em Manchester (vitória dos italianos por 0-1) e contra o Inter (idem). Cheio de classe, o português fez excelentes jogos e foi acarinhado pela imprensa e pelos adeptos. Depois de (quase) seis meses no banco, o Príncipe mostra todo o seu perfume e qualidades de um grande e humilde profissional.

Negativo:

Marcelo (a meias com a RTP): a volta aos comentários do professor Marcelo, agora na estação pública, merece uma violenta condenação. Como tenho dito Marcelo não é uma carta fora do baralho. Não faz comentário política, faz política. Começou de forma histórica: tirou da cartola um livro biográfico de Jorge de Mello, um dos homens mais ricos no antigo regime, fruto da sua constante e permanente ligação ao regime fascista (porque não recomendou, por exemplo, As Memórias de Humberto Delgado, uma vez que se evoca o 40º ano sobre o seu assassinato?). Depois, sempre a fingir que não estava ali para o que lhe interessa- falar de política nacional (quase a tentar criticar José Sócrates pela formação tardia do governo, não fora a correcção pronta de Ana Sousa Dias), nomeou o Papa a figura da semana, justificando que interessa aos católicos (pela preservação da vida, comparando a situação ao aborto, pasme-se) e aos não católicos. Pois aqui está uma visão de um não católico: o Papa deveria ser afastado imediatamente de todas as suas actividades pastorícias. É que o respeito pela vida, só é respeito se for com dignidade, se não é uma fantochada que utiliza alguém que não se pode defender dos abutres da estratégia eclesiástica.

O Estado nunca vai aceitar a presença do professor na televisão, enquanto não houver contraponto. Nunca esperámos pelo Ministro Rui, sempre achámos que o contraditório tem de estar presente, ainda mais na RTP, mesmo quando o cacique nos foi favorável. José Sócrates: A forma como tem gerido o processo de formação do Governo, merece o aplauso unanime dos quadrantes políticos. Nunca é demais dizer que este tempo (exagerado) que se perde não é imputável ao PS, uma vez que se têm de cumprir os prazos legais (contagem oficial dos votos, faltando os dos imigrantes). Enquanto a RTP, a LUSA, o DN comandam a habitual parafernália do PSD nos media, o novo Governo marca desde já uma diferença.Rui Costa: o príncipe voltou à titularidade do Milan em Manchester (vitória dos italianos por 0-1) e contra o Inter (idem). Cheio de classe, o português fez excelentes jogos e foi acarinhado pela imprensa e pelos adeptos. Depois de (quase) seis meses no banco, o Príncipe mostra todo o seu perfume e qualidades de um grande e humilde profissional.Marcelo (a meias com a RTP): a volta aos comentários do professor Marcelo, agora na estação pública, merece uma violenta condenação. Como tenho dito Marcelo não é uma carta fora do baralho. Não faz comentário política, faz política. Começou de forma histórica: tirou da cartola um livro biográfico de Jorge de Mello, um dos homens mais ricos no antigo regime, fruto da sua constante e permanente ligação ao regime fascista (porque não recomendou, por exemplo, As Memórias de Humberto Delgado, uma vez que se evoca o 40º ano sobre o seu assassinato?). Depois, sempre a fingir que não estava ali para o que lhe interessa- falar de política nacional (quase a tentar criticar José Sócrates pela formação tardia do governo, não fora a correcção pronta de Ana Sousa Dias), nomeou o Papa a figura da semana, justificando que interessa aos católicos (pela preservação da vida, comparando a situação ao aborto, pasme-se) e aos não católicos. Pois aqui está uma visão de um não católico: o Papa deveria ser afastado imediatamente de todas as suas actividades pastorícias. É que o respeito pela vida, só é respeito se for com dignidade, se não é uma fantochada que utiliza alguém que não se pode defender dos abutres da estratégia eclesiástica.O Estado nunca vai aceitar a presença do professor na televisão, enquanto não houver contraponto. Nunca esperámos pelo Ministro Rui, sempre achámos que o contraditório tem de estar presente, ainda mais na RTP, mesmo quando o cacique nos foi favorável.

Passado, Presente e Futuro

Orgulho Desconheço se os conheço pessoalmente ou não (assinam por iniciais).

Admito que até é uma boa forma de promoverem o seu próprio blog.

Mas fico orgulhoso

O meu agradecimento. Desconheço se os conheço pessoalmente ou não (assinam por iniciais).Admito que até é uma boa forma de promoverem o seu próprio blog.Mas fico orgulhoso por esta rapaziada ter escolhido O Estado Afirmação, como blog da semana, precisamente quando o PS obteve a sua maioria absoluta.O meu agradecimento.

A Lebre

O estrondoso descalabro do PSD tem cara. Santana em Lisboa, teve 23,63% contra os 44,13% do PS.

Toda a gente fala da vitória do PS em Viseu. Alguém recorda o cabeça e lista do PPD? José Luís Arnaut.

Em Castelo Branco (relembro: o distrito onde o PS lançou a campanha e onde António Guterres apareceu) o PS elegeu quatro deputados e o PPD apenas um. Quem liderava a lista? Nuno Morais Sarmento.

Hoje Luís Filipe Menezes lança-se na comunicação social como candidato à liderança. É só a fingir, uma espécie de lebre, combinado com Santana. Esta malta não percebe mesmo que o povo está farto deste frenesim alucinante e desgastante, que os militantes do PPD não são estúpidos e com estas brincadeirinhas do tempo do liceu vão perder o congresso?

É que ninguém põe em causa a liberdade estatutária do Sr. Menezes, mas pergunta-se: Custava-lhe alguma coisa estar uns tempos calado, depois de ter sofrido uma imponente e valente reguada em Braga?

É que António José Seguro obteve o melhor resultado de sempre do PS naquele distrito: em votos, em percentagem e em mandatos!

Um último dado. Em Souselas, o PS obteve 41,97% (subiu cerca de 2,5% em relação a 2002) e o PPD alcançou 27,03% (desceu 18,24% em relação às anteriores. Não, não é engano! Quase 20%!).

Previsão de candidatos: Morais Sarmento (em nome do pai Durão), Marques Mendes (em nome do pai Cavaco) e Menezes.

Previsão de vitória: Marques Mendes. O estrondoso descalabro do PSD tem cara. Santana em Lisboa, teve 23,63% contra os 44,13% do PS.Toda a gente fala da vitória do PS em Viseu. Alguém recorda o cabeça e lista do PPD? José Luís Arnaut.Em Castelo Branco (relembro: o distrito onde o PS lançou a campanha e onde António Guterres apareceu) o PS elegeu quatro deputados e o PPD apenas um. Quem liderava a lista? Nuno Morais Sarmento.Hoje Luís Filipe Menezes lança-se na comunicação social como candidato à liderança. É só a fingir, uma espécie de lebre, combinado com Santana. Esta malta não percebe mesmo que o povo está farto deste frenesim alucinante e desgastante, que os militantes do PPD não são estúpidos e com estas brincadeirinhas do tempo do liceu vão perder o congresso?É que ninguém põe em causa a liberdade estatutária do Sr. Menezes, mas pergunta-se: Custava-lhe alguma coisa estar uns tempos calado, depois de ter sofrido uma imponente e valente reguada em Braga?Um último dado. Em Souselas, o PS obteve 41,97% (subiu cerca de 2,5% em relação a 2002) e o PPD alcançou 27,03% (desceu 18,24% em relação às anteriores. Não, não é engano! Quase 20%!).Morais Sarmento (em nome do pai Durão), Marques Mendes (em nome do pai Cavaco) e Menezes.Marques Mendes.

YES!!!!

(Dois históricos do PS, Mário Soares e António Campos, participam na campanha em Coimbra, sábado, 12-02-2005).

Trinta e dois anos depois o sonho dos fundadores torna-se realidade: o PS consegue a sua primeira maioria absoluta. Valeu a pena a ambição pura dos homens bons que muito querem a Portugal.

Não será a coisa mais ética do mundo. Mas este jamais esqueço e registei. Conta a esperança e o desejo de mais valia, para todos. Em especial para aqueles que, no nosso coração, mais precisam.

Glória: pode ser o PS, militantes e simpatizantes. Podia ser o povo farto de ser comido por otário. O que quiserem. José Sócrates é o homem certo no sítio certo. Conseguiu a primeira maioria absoluta numa primeira candidatura e, parecendo que não, teve apenas mais um por cento que António Guterres. Ainda assim fez toda a diferença e esta vitória é, em grande parte, sua. Parabéns e boa sorte (para ele e para Portugal).

Aplauso: para a CDU e Bloco de Esquerda. Os primeiros são a terceira força e tiveram uma campanha cheia de vigor, reforçando a sua voz no parlamento )-: Os segundos sobem, sobem até aos oito deputados. Desta vez toda a esquerda pode sorrir, sem ser amarelo. E em Janeiro? Voltamos a comemorar juntos?

Honra: aos vencidos. Santana fez tudo o que podia, depois do estrago da governação. Durão estendeu-lhe a casca da banana. Com amigos destes bem pode exigir continuar. Claro que nós (muitos por sinal) só podemos rir, mas convém-nos de sobremaneira.

Portas demitiu-se como devia e solicita-se que não chateie mais.

Estranha forma de vida: a esquerda e a direita jamais esquecerão este momento. Por motivos diferentes, esta assinatura marcará para sempre a história da democracia. Daqui a muitos, muitos anos, ainda será referência exemplar de debates e disputas do poder.

Agradecimento: não sei, não sabe ninguém o que seria de nós sem este bacano. Um sincero e sentido obrigado!

PS- Este humilde blog estreado a 01-08-2003, muda hoje de nome. O endereço é o mesmo, mas passa temporariamente a O Estado AFIRMAÇÃO. São os ciclos que assim obrigam. E é a primeira resposta de um, de novo modesto, independente ao desafio do Camarada Secretário Geral. Confiança e optimismo precisam-se! O Estado corresponde. Trinta e dois anos depois o sonho dos fundadores torna-se realidade: o PS consegue a sua primeira maioria absoluta. Valeu a pena a ambição pura dos homens bons que muito querem a Portugal.Não será a coisa mais ética do mundo.Conta a esperança e o desejo de mais valia, para todos. Em especial para aqueles que, no nosso coração, mais precisam.pode ser o PS, militantes e simpatizantes. Podia ser o povo farto de ser comido por otário. O que quiserem. José Sócrates é o homem certo no sítio certo. Conseguiu a primeira maioria absoluta numa primeira candidatura e, parecendo que não, teve apenas mais um por cento que António Guterres. Ainda assim fez toda a diferença e esta vitória é, em grande parte, sua. Parabéns e boa sorte (para ele e para Portugal).para a CDU e Bloco de Esquerda. Os primeiros são a terceira força e tiveram uma campanha cheia de vigor, reforçando a sua voz no parlamento )-: Os segundos sobem, sobem até aos oito deputados. Desta vez toda a esquerda pode sorrir, sem ser amarelo. E em Janeiro? Voltamos a comemorar juntos?aos vencidos. Santana fez tudo o que podia, depois do estrago da governação. Durão estendeu-lhe a casca da banana. Com amigos destes bem pode exigir continuar. Claro que nós (muitos por sinal) só podemos rir, mas convém-nos de sobremaneira.Portas demitiu-se como devia e solicita-se que não chateie mais.a esquerda e a direita jamais esquecerão este momento. Por motivos diferentes, esta assinatura marcará para sempre a história da democracia. Daqui a muitos, muitos anos, ainda será referência exemplar de debates e disputas do poder.não sei, não sabe ninguém o que seria de nós sem este bacano. Um sincero e sentido obrigado!- Este humilde blog estreado a 01-08-2003, muda hoje de nome. O endereço é o mesmo, mas passa temporariamente a O Estado AFIRMAÇÃO. São os ciclos que assim obrigam. E é a primeira resposta de um, de novo modesto, independente ao desafio do Camarada Secretário Geral. Confiança e optimismo precisam-se! O Estado corresponde.

A menina escondida É verdadeiramente inacreditável o que se está a passar em termos públicos e mediáticos em torno do falecimento de Lúcia, a menina que, nunca saberemos, se escondeu, ou foi toda a vida escondida.

Como é possível que uma pessoa passe a vida inteira escondida, recolhida, desaparecida e na hora da sua morte, no momento mais íntimo de todos, seja exposta desta maneira? O seu cadáver é capa do DN, do Correio da Manhã, do Público (versão on line) para além de todas as imagens do corpo defunto, no Carmelo (palavra que confesso não encontrar em nenhum dicionário consultado), na Sé de Coimbra, em directo ou diferido, com os respectivos close ups da praxe. Porque é que a Igreja Católica promoveu esta situação? Naturalmente para quebrar um eventual mito esquizofrénico de vida eterna ou seja, para que alguns fanáticos não se negassem a acreditar no seu falecimento.

É uma vergonha sem limites, sem possibilidade de defesa: ninguém protege a senhora na hora da sua morte.

Lúcia faz parte de um embuste alimentado pela Igreja católica e pelo Estado Novo. Por causa deste protectorado nunca se perceberá o que levou aquela criança a inventar histórias, ou melhor se há ou não, no início, dolo (vontade premeditada de inventar, eventualmente promovida por alguém) ou simplesmente se tratou de uma fantasia de crianças que se tornou incontrolável.

De qualquer forma aquela história da Cova da Iria marcaria para sempre a vida daquela menina, depois mulher, não se podendo concluir que para mal, uma vez que, no meio social muito pobre em que crescia, à data dos acontecimentos, desconhece-se se aspiraria a uma vida pelo menos descansada, do ponto de vista dos bens essenciais (comida, roupa, dormida) ou se, pelo contrário, passaria uma vida de privações como provavelmente aconteceu a muitos(as) contemporâneos(as) seus.

Mas a história do sol que se move no sentido da multidão e é sustido, por milagre, antes do impacto não pode ser levada a sério, simplesmente à luz das impossilidade de tal facto ocorrer. Para além disso, esta invenção esconde um aspecto tenebroso: o falecimento de duas crianças, num país que durante décadas foi marcado por taxas elevadíssimas de mortalidade infantil, sem que nada se tenha feito para alterar esse destino de muitas meninas e meninos. Pior só mesmo procurar agora, no seio de uma sociedade que se quer moderna, festejar esse facto, porque "Nossa Senhora os veio buscar".

Um outro efeito assustador ganha agora contornos perversos: depois dos partidos da direita terem hipocritamente cancelado a Campanha Eleitoral (os argumentos são dos próprios (e únicos) bispos que se manifestaram sobre o assunto), a cobertura dada ao acontecimento pela comunicação social (com especial enfoque para toda a programação da RTP, em directo do velório) revela que se pode estar perante uma dramatização pública, sem precedentes nesta campanha, que procura esconder dos portugueses, questões políticas de fundo.

Resta-me esperar alguma contenção por parte de todos. Mas também exigir respeito na hora da morte, que é a melhor coisa que podemos fazer pela Menina Escondida. É verdadeiramente inacreditável o que se está a passar em termos públicos e mediáticos em torno do falecimento de Lúcia, a menina que, nunca saberemos, se escondeu, ou foi toda a vida escondida.Como é possível que uma pessoa passe a vida inteira escondida, recolhida, desaparecida e na hora da sua morte, no momento mais íntimo de todos, seja exposta desta maneira? O seu cadáver é capa do DN, do Correio da Manhã, do Público (versão on line) para além de todas as imagens do corpo defunto, no Carmelo (palavra que confesso não encontrar em nenhum dicionário consultado), na Sé de Coimbra, em directo ou diferido, com os respectivos close ups da praxe. Porque é que a Igreja Católica promoveu esta situação? Naturalmente para quebrar um eventual mito esquizofrénico de vida eterna ou seja, para que alguns fanáticos não se negassem a acreditar no seu falecimento.É uma vergonha sem limites, sem possibilidade de defesa: ninguém protege a senhora na hora da sua morte.Lúcia faz parte de um embuste alimentado pela Igreja católica e pelo Estado Novo. Por causa deste protectorado nunca se perceberá o que levou aquela criança a inventar histórias, ou melhor se há ou não, no início, dolo (vontade premeditada de inventar, eventualmente promovida por alguém) ou simplesmente se tratou de uma fantasia de crianças que se tornou incontrolável.De qualquer forma aquela história da Cova da Iria marcaria para sempre a vida daquela menina, depois mulher, não se podendo concluir que para mal, uma vez que, no meio social muito pobre em que crescia, à data dos acontecimentos, desconhece-se se aspiraria a uma vida pelo menos descansada, do ponto de vista dos bens essenciais (comida, roupa, dormida) ou se, pelo contrário, passaria uma vida de privações como provavelmente aconteceu a muitos(as) contemporâneos(as) seus.Mas a história do sol que se move no sentido da multidão e é sustido, por milagre, antes do impacto não pode ser levada a sério, simplesmente à luz das impossilidade de tal facto ocorrer. Para além disso, esta invenção esconde um aspecto tenebroso: o falecimento de duas crianças, num país que durante décadas foi marcado por taxas elevadíssimas de mortalidade infantil, sem que nada se tenha feito para alterar esse destino de muitas meninas e meninos. Pior só mesmo procurar agora, no seio de uma sociedade que se quer moderna, festejar esse facto, porque "Nossa Senhora os veio buscar".Um outro efeito assustador ganha agora contornos perversos: depois dos partidos da direita terem hipocritamente cancelado a Campanha Eleitoral (os argumentos são dos próprios (e únicos) bispos que se manifestaram sobre o assunto), a cobertura dada ao acontecimento pela comunicação social (com especial enfoque para toda a programação da RTP, em directo do velório) revela que se pode estar perante uma dramatização pública, sem precedentes nesta campanha, que procura esconder dos portugueses, questões políticas de fundo.Resta-me esperar alguma contenção por parte de todos. Mas também exigir respeito na hora da morte, que é a melhor coisa que podemos fazer pela Menina Escondida.

Dia da namorada Não ligo nenhuma ao dia dos namorados.

Mas como ligo à minha namorada, aqui fica um e-beijo carinhoso. Não ligo nenhuma ao dia dos namorados.Mas como ligo à minha namorada, aqui fica um e-beijo carinhoso.

Retratos de campanha: Setúbal Grande mobilização em Setúbal, com os parabéns devidos às estruturas locais (secções, concelhia e federação), embora não dever ser esquecido o factor António Vitorino.

O Pavilhão do Naval estava à cunha, empolgado e apoiante como convém.

Nunca vou perceber esta lógica de substituir comícios por jantares: limita a participação, como ontem foi visível. Mais espaço houvesse, maior tinha sido o evento. Dois aspectos de pormenor: os candidatos principais, as estrelas do partido (António Costa, Jorge Coelho, António Vitorino), não devem estar na mesa do Secretário Geral, mas espalhados de modo a permitir melhor contacto com as bases (boa ideia do MB). A colocação da juventude, ontem, foi mal pensada: distante do palco, o mais atrás possível. É uma pena que Setúbal tenha conseguido tanta mobilização de juventude e não a capitalize convenientemente.

Estes pormenores são da responsabilidade da estrutura central, em primeiro lugar e das locais. Porque do ponto de vista da organização pura (caravana, meios técnicos, etc.) nada a dizer. O PS apresenta-se com os meios mínimos indispensáveis, sem a vergonhosa ostentação (carros XPTO, merchadising do mais caro, etc.) do PPD.

Excelentes discursos de António Vitorino e José Sócrates, numa perspectiva construtiva, mobilizadora e a procurar estabelecer um brilhante padrão entre a busca pela confiança no seu eleitorado, o eleitorado que aspira e o país.

Mudando de assunto. A chamada blogosfera das grandes audiências foi, no último mês, abanada com um fait-divers, que não obstante levanta uma questão séria com eu próprio me confrontei recentemente.

Ricardo Araújo Pereira (do

Como é óbvio, acho que Ricardo Araújo Pereira pode apoiar quem entenda, como acima de tudo DEVE. Essa é uma obrigação do cidadão comum, extensível a quem tem notoriedade social, como é o meritório caso (sim, também eu acho muita graça ao Gato Fedorento, até por cheirar à distância a sua inspiração).

Nesta altura conturbada e decisiva da Democracia, não raras vezes tenho perguntado subtilmente, a colegas (conhecidos e amigos) acerca do tipo de envolvimento que pensam ter nesta campanha. Com naturais excepções, muitos me têm confidenciado as suas tendências de voto, mas a maior parte opta por não participar activamente ao lado dos que apoiam. É também um direito. Mas quase sempre os argumentos são os piores: os cidadãos que exercem profissões com notoriedade pública recusam maioritariamente dar a cara, para salvaguardarem uma equidistância estratégica que evite conotações que os prejudiquem futuramente na sua área de actividade. Isso é um pouco cinzento, para não dizer salazarista. Alguém acha que Sean Penn ou Clint Eastwood perdem mercado, ou oportunidades por terem tomado posições políticas claras e inequívocas? Dir-me-ão "isso é na América", pois eu acho que são os bons exemplos que temos de importar. Por isso solicito à malta do meio (actores, apresentadores, cantores e outros artistas) que dêem a cara, porque estas são eleições especialmente decisivas. Tal como as de Janeiro próximo e por isso a onda tem de começar já. Depois, ninguém se queixe.

Uma última palavra. Inside information garante-nos que hoje é um dia decisivo para o PS, por vários motivos. Calha com a presença de José Sócrates em Braga, distrito encabeçado por

. O distrito de Braga é estratégico para as aspirações de uma maioria absoluta, por isso todo o apoio ao António José Seguro é bem-vindo. Força Braga, força PS!

Volto segunda feira com relatos sobre Coimbra (vai ser linda a resposta à reacção) no sábado e Porto, domingo. Grande mobilização em Setúbal, com os parabéns devidos às estruturas locais (secções, concelhia e federação), embora não dever ser esquecido o factor António Vitorino.O Pavilhão do Naval estava à cunha, empolgado e apoiante como convém.Nunca vou perceber esta lógica de substituir comícios por jantares: limita a participação, como ontem foi visível. Mais espaço houvesse, maior tinha sido o evento. Dois aspectos de pormenor: os candidatos principais, as estrelas do partido (António Costa, Jorge Coelho, António Vitorino), não devem estar na mesa do Secretário Geral, mas espalhados de modo a permitir melhor contacto com as bases (boa ideia do MB). A colocação da juventude, ontem, foi mal pensada: distante do palco, o mais atrás possível. É uma pena que Setúbal tenha conseguido tanta mobilização de juventude e não a capitalize convenientemente.Estes pormenores são da responsabilidade da estrutura central, em primeiro lugar e das locais. Porque do ponto de vista da organização pura (caravana, meios técnicos, etc.) nada a dizer. O PS apresenta-se com os meios mínimos indispensáveis, sem a vergonhosa ostentação (carros XPTO, merchadising do mais caro, etc.) do PPD.Excelentes discursos de António Vitorino e José Sócrates, numa perspectiva construtiva, mobilizadora e a procurar estabelecer um brilhante padrão entre a busca pela confiança no seu eleitorado, o eleitorado que aspira e o país.Mudando de assunto. A chamada blogosfera das grandes audiências foi, no último mês, abanada com um fait-divers, que não obstante levanta uma questão séria com eu próprio me confrontei recentemente.Ricardo Araújo Pereira (do Gato Fedorento ) decidiu aparecer num jantar comício do Bloco de Esquerda, assumindo assim um apoio claro e visível a Francisco Louçã e sua rapaziada. Ora sucede que Paulo Pinto Mascarenhas, ex. jornalista e assessor do Ministro da Defesa, Paulo Portas, decidiu desancar no humorista, através do seu blog O Acidental . Alegou inicialmente que o "humorista não deveria ter aspirações políticas". A partir daí começaram (cada um nos seus blogs)a responder um ao outro, inspirados na técnica usada na acção política pelos partidos periféricos, no sentido de chamarem a atenção e tentarem quebrar o sistema bi-partidário.Como é óbvio, acho que Ricardo Araújo Pereira pode apoiar quem entenda, como acima de tudo DEVE. Essa é uma obrigação do cidadão comum, extensível a quem tem notoriedade social, como é o meritório caso (sim, também eu acho muita graça ao Gato Fedorento, até por cheirar à distância a sua inspiração).Nesta altura conturbada e decisiva da Democracia, não raras vezes tenho perguntado subtilmente, a colegas (conhecidos e amigos) acerca do tipo de envolvimento que pensam ter nesta campanha. Com naturais excepções, muitos me têm confidenciado as suas tendências de voto, mas a maior parte opta por não participar activamente ao lado dos que apoiam. É também um direito. Mas quase sempre os argumentos são os piores: os cidadãos que exercem profissões com notoriedade pública recusam maioritariamente dar a cara, para salvaguardarem uma equidistância estratégica que evite conotações que os prejudiquem futuramente na sua área de actividade. Isso é um pouco cinzento, para não dizer salazarista. Alguém acha que Sean Penn ou Clint Eastwood perdem mercado, ou oportunidades por terem tomado posições políticas claras e inequívocas? Dir-me-ão "isso é na América", pois eu acho que são os bons exemplos que temos de importar. Por isso solicito à malta do meio (actores, apresentadores, cantores e outros artistas) que dêem a cara, porque estas são eleições especialmente decisivas. Tal como as de Janeiro próximo e por isso a onda tem de começar já. Depois, ninguém se queixe.Uma última palavra. Inside information garante-nos que hoje é um dia decisivo para o PS, por vários motivos. Calha com a presença de José Sócrates em Braga, distrito encabeçado por António José Seguro , pelo qual nutro grande simpatia e admiração. Aqui podem ver o programa de campanha . O distrito de Braga é estratégico para as aspirações de uma maioria absoluta, por isso todo o apoio ao António José Seguro é bem-vindo. Força Braga, força PS!Volto segunda feira com relatos sobre Coimbra (vai ser linda a resposta à reacção) no sábado e Porto, domingo.

Nickalhadas Reza de outros tempos, são, por isso, memórias.

Por volta dos anos sessenta os meus pais saíram do centro de Lisboa, para viver em Queluz num conjunto de prédios de género arquitectónico muito em voga à época, um estilo que mais tarde viria a ser conhecido como J. Pimenta, um espelho do Portugal medíocre e atrasado pela ditadura.. Na altura isso foi provavelmente como nos noventa ir para Telheiras, ou hoje para a Expo.

Portanto, quando nasci em 1972, a minha primeira morada foi o inesquecível Pendão, ao fundo da Miguel Bombarda, última fronteira de Queluz com a estrada que vai dar a Belas.

Era muito deprimente toda aquele caminho que percorria a Avenida da Estação dos comboios a nossa casa, não que alguém tivesse consciência disso. Eu próprio sempre fui um emigrante: estudei em Lisboa, com excepção dos 5º e 6º anos, tal como os meus irmãos e agora que me recordo os meus pais também sempre trabalharam na cidade. Estranhas vidas estas que nos arrastam para os decadentes dormitórios e que nos entristecem sem darmos por isso. Agora as memórias têm esta coisa traiçoeira: ele há coisas, no meio de tanta depressão urbanística, que não nos largam, como é o caso das alcunhas da rapaziada vizinha.

Ora tendo sido sempre um bicho de casa, uma vez que me era vedada a possibilidade de brincar na rua, vá se lá saber porquê, nunca tive uma alcunha, um nick. Na rua chamavam-me Xano, o nome pelo qual a família sempre me chamou e ainda hoje chama, que é um derivado de Alexandre, o meu segundo nome. Psicanaliticamente o facto de nunca me terem chamado Humberto (ou mesmo Beto, o mais que a Tia Marlene conseguiu foi Beto-Xano) deverá ter alguma explicação, mas deixemos de parte esse lado obscuro, porque outros rapazes... Como dizer? Ah! Da minha criação (adoro a expressão) tiveram seguramente maiores problemas de identidade nominativa.

Os mais velhos tiveram menos criatividade para os Nicks: da geração dos meus pais destaca-se o Granadas, senhor ferido psicologicamente pela guerra que uma vez fez explodir uma granada em casa, após discussão com a mulher. Estranho como esse episódio lhe marcaria a denominação. Nem o facto de ter rebentado com o Café Lenita (junto ao Sol de Capri, sim, sim, esse por onde um toiro entrou esbaforido e o tornou na primeira celebridade que conheci na infância: foi notícia no Tal & Qual), tendo destruído o balcão e a montra, alteraram o Nick de Granadas. Nunca foi o Balcões ou o Montras, foi sempre o Granadas. Já dos nascidos em sessenta relembro apenas o Fanã, porque sempre achei que era uma boa denominação, pelo menos melhor que Xano. Mas o Fanã nunca teve grande fama na Rua.

Na geração de setenta a coisa mudou. Efectivamente com o BUM tecnológico provocado pela chegada dos Monopoly, Master Mind e mais tarde dos Spectrums, as alcunhas, vulgo nick names, ganharam terreno, criando a primeira geração de heterónimos a seguir à do Orfeu.

E para terem uma ideia da real dimensão, só no meu prédio viveram o Caramelo e o Pia. Duas portas ao lado da minha o Peida, por ser forte, não espadaúdo entenda-se, mas semi gordo, especialmente de cu. Com esta malta, porque especialmente eram do meu lado da rua, fiz em 1982 excelentes campeonatos de hóquei sem patins, balizas de duas pedras, sticks de tábua e bola de ténis, na (talvez) única oportunidade de brincar na rua, motivada pela brilhante campanha da selecção campeã do mundo, a de Leste, Xana, Ramalhete e companhia limitada.

Do outro lado da rua brilhavam um conjunto de primos (ligados a Granadas) com nicks do outro mundo: Manão, Meia-dose e o número 10 e capitão dos três ou quatro jogos que a categoria de iniciados, do Grupo Desportivo do Pendão, fez: de seu nick, Picha. Claro que tanto relevo advinha do facto de o pai ter orientado os dois treinos, nos acessos de alcatrão do que posteriormente viria a ser o Monte Abrão. O Mister pai não lhe chamava Picha, mas Paulo, embora fosse frequentemente confrontado com o "Passa, Picha" ou o "Aqui, Picha, sozinho".

Não imagino porque Manão era Manão, mas sei porque Meia-dose o era: passámos mesmo a sintetizar ainda mais a sua pessoa, através de um directo e simples Meia. Eram tempo genuínos. A ninguém ocorreria baptizá-lo de Anão ou Caga-tacos, como é hoje frequente, muito menos algo terrível que recentemente ouvi: Cheira-peidos.

Mais não me lembro, mas já me faz rir o suficiente. Não faço ideia do que é feito desta rapaziada, com excepção de uma anunciada pulseira electrónica ligada a pequeno tráfico de estupefacientes. Alguém adivinha quem terá sido o pecador?

E lanço-vos um desafio:

O Estado Negação promove um concurso dos Mais Engraçados Nicks da Nossa Infância. Escrevam nos comentários um nick engraçado, de alguém que tenham verdadeiramente conhecido. Não vale criatividade: tem mesmo de ser real, por isso devem explicar minimamente o contexto em que o direito de alcunha foi exercido.

A ver qual é o nick mais engraçado, da nossa estúpida, ingénua e decadente infância, no Portugal dos anos setenta.

Reza de outros tempos, são, por isso, memórias.Por volta dos anos sessenta os meus pais saíram do centro de Lisboa, para viver em Queluz num conjunto de prédios de género arquitectónico muito em voga à época, um estilo que mais tarde viria a ser conhecido como J. Pimenta, um espelho do Portugal medíocre e atrasado pela ditadura.. Na altura isso foi provavelmente como nos noventa ir para Telheiras, ou hoje para a Expo.Portanto, quando nasci em 1972, a minha primeira morada foi o inesquecível Pendão, ao fundo da Miguel Bombarda, última fronteira de Queluz com a estrada que vai dar a Belas.Era muito deprimente toda aquele caminho que percorria a Avenida da Estação dos comboios a nossa casa, não que alguém tivesse consciência disso. Eu próprio sempre fui um emigrante: estudei em Lisboa, com excepção dos 5º e 6º anos, tal como os meus irmãos e agora que me recordo os meus pais também sempre trabalharam na cidade. Estranhas vidas estas que nos arrastam para os decadentes dormitórios e que nos entristecem sem darmos por isso. Agora as memórias têm esta coisa traiçoeira: ele há coisas, no meio de tanta depressão urbanística, que não nos largam, como é o caso das alcunhas da rapaziada vizinha.Ora tendo sido sempre um bicho de casa, uma vez que me era vedada a possibilidade de brincar na rua, vá se lá saber porquê, nunca tive uma alcunha, um nick. Na rua chamavam-me Xano, o nome pelo qual a família sempre me chamou e ainda hoje chama, que é um derivado de Alexandre, o meu segundo nome. Psicanaliticamente o facto de nunca me terem chamado Humberto (ou mesmo Beto, o mais que a Tia Marlene conseguiu foi Beto-Xano) deverá ter alguma explicação, mas deixemos de parte esse lado obscuro, porque outros rapazes... Como dizer? Ah! Da minha criação (adoro a expressão) tiveram seguramente maiores problemas de identidade nominativa.Os mais velhos tiveram menos criatividade para os Nicks: da geração dos meus pais destaca-se o Granadas, senhor ferido psicologicamente pela guerra que uma vez fez explodir uma granada em casa, após discussão com a mulher. Estranho como esse episódio lhe marcaria a denominação. Nem o facto de ter rebentado com o Café Lenita (junto ao Sol de Capri, sim, sim, esse por onde um toiro entrou esbaforido e o tornou na primeira celebridade que conheci na infância: foi notícia no Tal & Qual), tendo destruído o balcão e a montra, alteraram o Nick de Granadas. Nunca foi o Balcões ou o Montras, foi sempre o Granadas. Já dos nascidos em sessenta relembro apenas o Fanã, porque sempre achei que era uma boa denominação, pelo menos melhor que Xano. Mas o Fanã nunca teve grande fama na Rua.Na geração de setenta a coisa mudou. Efectivamente com o BUM tecnológico provocado pela chegada dos Monopoly, Master Mind e mais tarde dos Spectrums, as alcunhas, vulgo nick names, ganharam terreno, criando a primeira geração de heterónimos a seguir à do Orfeu.E para terem uma ideia da real dimensão, só no meu prédio viveram o Caramelo e o Pia. Duas portas ao lado da minha o Peida, por ser forte, não espadaúdo entenda-se, mas semi gordo, especialmente de cu. Com esta malta, porque especialmente eram do meu lado da rua, fiz em 1982 excelentes campeonatos de hóquei sem patins, balizas de duas pedras, sticks de tábua e bola de ténis, na (talvez) única oportunidade de brincar na rua, motivada pela brilhante campanha da selecção campeã do mundo, a de Leste, Xana, Ramalhete e companhia limitada.Do outro lado da rua brilhavam um conjunto de primos (ligados a Granadas) com nicks do outro mundo: Manão, Meia-dose e o número 10 e capitão dos três ou quatro jogos que a categoria de iniciados, do Grupo Desportivo do Pendão, fez: de seu nick, Picha. Claro que tanto relevo advinha do facto de o pai ter orientado os dois treinos, nos acessos de alcatrão do que posteriormente viria a ser o Monte Abrão. O Mister pai não lhe chamava Picha, mas Paulo, embora fosse frequentemente confrontado com o "Passa, Picha" ou o "Aqui, Picha, sozinho".Não imagino porque Manão era Manão, mas sei porque Meia-dose o era: passámos mesmo a sintetizar ainda mais a sua pessoa, através de um directo e simples Meia. Eram tempo genuínos. A ninguém ocorreria baptizá-lo de Anão ou Caga-tacos, como é hoje frequente, muito menos algo terrível que recentemente ouvi: Cheira-peidos.Mais não me lembro, mas já me faz rir o suficiente. Não faço ideia do que é feito desta rapaziada, com excepção de uma anunciada pulseira electrónica ligada a pequeno tráfico de estupefacientes. Alguém adivinha quem terá sido o pecador?E lanço-vos um desafio:

Carnaval de Santana Ou seja, o Carnaval não é uma época propícia para fazer campanha, mas serve para fazer publicamente acordos do Governo, em nome do Estado.

Já tínhamos garantido que, excepcionalmente, o Carnaval acaba mais tarde.

Ou seja, o Carnaval não é uma época propícia para fazer campanha, mas serve para fazer publicamente acordos do Governo, em nome do Estado.Já tínhamos garantido que, excepcionalmente, o Carnaval acaba mais tarde.

Retratos de campanha: Castelo Branco Uma ida a Castelo Branco directamente para o comício do PS. Ainda a tempo de espreitar o do PPD.

Impunha-se a um militante independente estar presente no arranque da campanha que, esperemos, leve o PS à tão necessária maioria absoluta.

A primeira impressão é que o espaço não era ambicioso. Um elemento próximo da campanha afiançou-nos que tinha capacidade para 5 mil pessoas, o Ex. Quartel de Cavalaria (junto à RTP local). Acredito, mas achámos pequeno a fazer fé pela boa mobilização de simpatizantes e militantes.

António Guterres esteve ao seu nível: talentoso, brilhante, inteligente, embora naturalmente contido como é preciso, nesta fase. José Sócrates aparece na campanha mais solto, mais dinâmico e mais afectivo como é também estrategicamente recomendável.

Quanto à máquina do PS uma consideração: funciona, nota-se que está oleada e bem preparada, mas penso que falta qualquer coisa. Ou seja, é necessário que os condimentos destes eventos (vídeo, música, speaker) funcionem de uma forma mais integrada de modo a aquecer os apoiantes, que estão receptivos. Parece o milésimo espectáculo que esta equipa faz e é. É preciso um clic de espontaneidade para corresponder aos anseios dos muitos que vão aparecer na estrada, à procura de apoiar o PS e José Sócrates, sem receios. Além disso, não se começa a desmontar o palco com a comunicação social e parte dos simpatizantes, ainda presentes. E da minha parte eu incluiria uma banda dirigida à juventude. (Sei que este é um aspecto muito discutido nos ciclos das organizações de campanha, dos diversos partidos. Por um lado isso tem custos, por outro, houve tempos em que essa estratégia deixou inteligentemente de ser adoptada, para se utilizar bandas de animação como foi o caso dos Gang, com António Guterres em 1995. Agora utiliza-se simplesmente a noção que o mais importante é a comunicação e os comunicadores. Mas olhando para a avançada média etária presente, julgo ser da maior pertinência ter uma banda âncora que chame a juventude e aqueça o ambiente. Exemplo: Gomo, Fingertips, The Gift, etc. O melhor seria Os Humanos, o tema Mudar de Vida serviria de mote a toda a campanha).

Hoje lá estaremos em Santarém, para apoiar o Jorge Lacão, a Idália Moniz e toda a malta escalabitana

Terminado o comício, o General propôs uma espreitadela ao reduto do adversário. Toca a guardar os cachecóis e entrar no Pavilhão Municipal de Castelo Branco, a tempo de ouvir parte do discurso de Morais Sarmento.

A primeira impressão revelou um evento muito mais profissional (fruto dos resquícios do poder) e com muita juventude a puxar de forma eficaz, apoiada pelo sistema audiovisual bem montado, pelos presentes. O número de afluência foi ela por ela.

Do discurso do futuro Ex. Ministro nem uma ideia. Um ataque cerrado a José Sócrates, que na opinião do General, representa uma marcação de espaço interno, uma verdadeira candidatura a Presidente do PSD. Parecia o líder da oposição a interpolar o primeiro-ministro. É pois natural que, no pós 20 de Fevereiro, Marques Mendes venha a ter concorrência.

(Um acontecimento extraordinário fez-nos abandonar o recinto. Mesmo atrás da porta de acesso ao recinto, onde nos encontrávamos, um homem caiu fulminado no chão. Alguns militantes aproximaram-se imediatamente pelo que segurei num braço do General e puxei-o: "Temos de sair imediatamente". Acontece que enquanto nos dirigíamos para a porta de saída verificámos o que aparentava ser uma certa inoperância, uma vez que ninguém procurava um médico. O General voltou atrás e começou a coordenar as operações, questionando alguém, que parecia da segurança, sobre a actuação. Eu dizia que eles deveriam ir ao microfone solicitar a presença de um médico junto à vítima, ao que nos respondiam que estava tudo controlado. Claro que o General começou aos berros com a rapaziada... Instantes depois apareceu uma ambulância do INEM, com todo o equipamento de reanimação e que parecia ser a que acompanha o primeiro-ministro, logo secundada por uma ambulância normal, com capacidade de transporte. Ficámos descansados e percebemos que a atitude tranquila do staff representava profissionalismo e que efectivamente os primeiros socorros foram rápida e eficazmente activados. O senhor até recuperou a consciência sendo depois evacuado. Assustámo-nos, afinal injustificamdamente, fruto de uma vontade de ajudar acrescida da sugestão com que classificamos a competência dos laranjinhas, mas verdade seja dita, neste caso (mais faltava que assim não fosse) tudo correu bem).

Cá fora espreitámos o magnífico buffet, composto de 4 ou 5 porcos inteiros na brasa, vinho, cerveja, águas e sumos, tudo à descrição e percebemos três coisas: o motivo principal de tão boa mobilização, a ébria alegria nas hostes e o eventual motivo que levou o senhor a cair desamparado e inconsciente. Também não é por dá cá aquela palha que se consegue mobilizar o Alberto João para um comício. Têm de se garantir certos condimentos.

Na verdade pode dizer-se que a imagem que salta do arranque da campanha é a de um empate. E neste caso é justo, fruto do empenhamento de Morais Sarmento e do seu envolvimento na luta interna pela liderança do PPD. Quero ver como será possível aguentarem a fasquia de mobilização, presenças pseudo- notáveis e ânimo, com o decorrer da campanha.

Onde não houve empate nenhum foi no debate entre José Sócrates e Santana Lopes. Com a cómica excepção de Luís Delgado, os comentadores dos vários órgãos ligados a diversos meios, atribuíram, em grande maioria, uma vitória clara ao secretário-geral do PS. Em menor quantidade (motivada pela qualidade proveniente) quanto muito o empate.

Pois eis senão quando dois dos principais jornais diários resolveram fazer capa com a vitória do ainda primeiro-ministro. Percebem-se as motivações editoriais de Miguel Coutinho, discípulo de Delgado e a reconquista de espaço no centro direita do neo-con José Manuel Fernandes, que depois da malha que deu em Santana tem de voltar a agradar ao seu (e ao de Cavaco Silva) eleitorado. Uma vez que Santana já está K.O. um ou outro beijinho de morte, mal não farão, até ajudam a tornar decente a queda fatídica.

Exemplo disso são as recentes declarações de Marcelo. Por muito mau que considere ser para o país, afirmou que vai votar no PPD, ladeado por aquela malta extraordinária da TVI: dois pivots de informação do Jornal Nacional, apadrinharam a conferência de imprensa.

Este conjunto, ocasional embora bem sincronizado, de intenções de voto, esclarecem desde já tudo o que se vai passar a partir do instante que o PS tomar posse. Marcelo na RTP, Coutinho no DN (pelo menos até à venda, depois dependerá do grupo comprador) e Fernandes no Público (enquanto Belmiro continuar a enterrar guito) farão juz de mandatários maiores da campanha de Cavaco a Belém.

Verdadeira teoria da conspiração? Talvez, mas seria bom que o povo abrisse a pestana e julgasse por si mesmo.

Impunha-se a um militante independente estar presente no arranque da campanha que, esperemos, leve o PS à tão necessária maioria absoluta.A primeira impressão é que o espaço não era ambicioso. Um elemento próximo da campanha afiançou-nos que tinha capacidade para 5 mil pessoas, o Ex. Quartel de Cavalaria (junto à RTP local). Acredito, mas achámos pequeno a fazer fé pela boa mobilização de simpatizantes e militantes.António Guterres esteve ao seu nível: talentoso, brilhante, inteligente, embora naturalmente contido como é preciso, nesta fase. José Sócrates aparece na campanha mais solto, mais dinâmico e mais afectivo como é também estrategicamente recomendável.Quanto à máquina do PS uma consideração: funciona, nota-se que está oleada e bem preparada, mas penso que falta qualquer coisa. Ou seja, é necessário que os condimentos destes eventos (vídeo, música, speaker) funcionem de uma forma mais integrada de modo a aquecer os apoiantes, que estão receptivos. Parece o milésimo espectáculo que esta equipa faz e é. É preciso um clic de espontaneidade para corresponder aos anseios dos muitos que vão aparecer na estrada, à procura de apoiar o PS e José Sócrates, sem receios. Além disso, não se começa a desmontar o palco com a comunicação social e parte dos simpatizantes, ainda presentes. E da minha parte eu incluiria uma banda dirigida à juventude. (Sei que este é um aspecto muito discutido nos ciclos das organizações de campanha, dos diversos partidos. Por um lado isso tem custos, por outro, houve tempos em que essa estratégia deixou inteligentemente de ser adoptada, para se utilizar bandas de animação como foi o caso dos Gang, com António Guterres em 1995. Agora utiliza-se simplesmente a noção que o mais importante é a comunicação e os comunicadores. Mas olhando para a avançada média etária presente, julgo ser da maior pertinência ter uma banda âncora que chame a juventude e aqueça o ambiente. Exemplo: Gomo, Fingertips, The Gift, etc. O melhor seria Os Humanos, o tema Mudar de Vida serviria de mote a toda a campanha).Hoje lá estaremos em Santarém, para apoiar o Jorge Lacão, a Idália Moniz e toda a malta escalabitanaTerminado o comício, o General propôs uma espreitadela ao reduto do adversário. Toca a guardar os cachecóis e entrar no Pavilhão Municipal de Castelo Branco, a tempo de ouvir parte do discurso de Morais Sarmento.A primeira impressão revelou um evento muito mais profissional (fruto dos resquícios do poder) e com muita juventude a puxar de forma eficaz, apoiada pelo sistema audiovisual bem montado, pelos presentes. O número de afluência foi ela por ela.Do discurso do futuro Ex. Ministro nem uma ideia. Um ataque cerrado a José Sócrates, que na opinião do General, representa uma marcação de espaço interno, uma verdadeira candidatura a Presidente do PSD. Parecia o líder da oposição a interpolar o primeiro-ministro. É pois natural que, no pós 20 de Fevereiro, Marques Mendes venha a ter concorrência.(Um acontecimento extraordinário fez-nos abandonar o recinto. Mesmo atrás da porta de acesso ao recinto, onde nos encontrávamos, um homem caiu fulminado no chão. Alguns militantes aproximaram-se imediatamente pelo que segurei num braço do General e puxei-o: "Temos de sair imediatamente". Acontece que enquanto nos dirigíamos para a porta de saída verificámos o que aparentava ser uma certa inoperância, uma vez que ninguém procurava um médico. O General voltou atrás e começou a coordenar as operações, questionando alguém, que parecia da segurança, sobre a actuação. Eu dizia que eles deveriam ir ao microfone solicitar a presença de um médico junto à vítima, ao que nos respondiam que estava tudo controlado. Claro que o General começou aos berros com a rapaziada... Instantes depois apareceu uma ambulância do INEM, com todo o equipamento de reanimação e que parecia ser a que acompanha o primeiro-ministro, logo secundada por uma ambulância normal, com capacidade de transporte. Ficámos descansados e percebemos que a atitude tranquila do staff representava profissionalismo e que efectivamente os primeiros socorros foram rápida e eficazmente activados. O senhor até recuperou a consciência sendo depois evacuado. Assustámo-nos, afinal injustificamdamente, fruto de uma vontade de ajudar acrescida da sugestão com que classificamos a competência dos laranjinhas, mas verdade seja dita, neste caso (mais faltava que assim não fosse) tudo correu bem).Cá fora espreitámos o magnífico buffet, composto de 4 ou 5 porcos inteiros na brasa, vinho, cerveja, águas e sumos, tudo à descrição e percebemos três coisas: o motivo principal de tão boa mobilização, a ébria alegria nas hostes e o eventual motivo que levou o senhor a cair desamparado e inconsciente. Também não é por dá cá aquela palha que se consegue mobilizar o Alberto João para um comício. Têm de se garantir certos condimentos.Na verdade pode dizer-se que a imagem que salta do arranque da campanha é a de um empate. E neste caso é justo, fruto do empenhamento de Morais Sarmento e do seu envolvimento na luta interna pela liderança do PPD. Quero ver como será possível aguentarem a fasquia de mobilização, presenças pseudo- notáveis e ânimo, com o decorrer da campanha.Onde não houve empate nenhum foi no debate entre José Sócrates e Santana Lopes. Com a cómica excepção de Luís Delgado, os comentadores dos vários órgãos ligados a diversos meios, atribuíram, em grande maioria, uma vitória clara ao secretário-geral do PS. Em menor quantidade (motivada pela qualidade proveniente) quanto muito o empate.Pois eis senão quando dois dos principais jornais diários resolveram fazer capa com a vitória do ainda primeiro-ministro. Percebem-se as motivações editoriais de Miguel Coutinho, discípulo de Delgado e a reconquista de espaço no centro direita do neo-con José Manuel Fernandes, que depois da malha que deu em Santana tem de voltar a agradar ao seu (e ao de Cavaco Silva) eleitorado. Uma vez que Santana já está K.O. um ou outro beijinho de morte, mal não farão, até ajudam a tornar decente a queda fatídica.Exemplo disso são as recentes declarações de Marcelo. Por muito mau que considere ser para o país, afirmou que vai votar no PPD, ladeado por aquela malta extraordinária da TVI: dois pivots de informação do Jornal Nacional, apadrinharam a conferência de imprensa.Este conjunto, ocasional embora bem sincronizado, de intenções de voto, esclarecem desde já tudo o que se vai passar a partir do instante que o PS tomar posse. Marcelo na RTP, Coutinho no DN (pelo menos até à venda, depois dependerá do grupo comprador) e Fernandes no Público (enquanto Belmiro continuar a enterrar guito) farão juz de mandatários maiores da campanha de Cavaco a Belém.Verdadeira teoria da conspiração? Talvez, mas seria bom que o povo abrisse a pestana e julgasse por si mesmo.

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