poesia: inês lourenço

02-09-2020
marcar artigo

Os meus olhos acolhem um bando

de reflexos, invisíveis a horas

mais sombrias, na luz aberta

deste fim de Junho. Vêm ao meu

encontro os grandes plátanos do

jardim, ameaçados pelas

prováveis escavações do Metro.

Por ora ainda matizam os rostos

dos passantes e a penumbra das

janelas. No passeio das paragens

de autocarro para Ermesinde,

Areosa e outros debruns urbanos,

o volume dos corpos recorta-se

quadriculado pela luz. Seios e

estômagos transferem-me para

um estranho país de aleitamento e

digestões. Sigo num culpado

exílio a dobrar a esquina e inclino

os passos para o Satélite,
onde

regresso ao aroma navegável

do cimbalino.

inês lourenço

o segundo olhar

companhia das ilhas

2015

Os meus olhos acolhem um bando

de reflexos, invisíveis a horas

mais sombrias, na luz aberta

deste fim de Junho. Vêm ao meu

encontro os grandes plátanos do

jardim, ameaçados pelas

prováveis escavações do Metro.

Por ora ainda matizam os rostos

dos passantes e a penumbra das

janelas. No passeio das paragens

de autocarro para Ermesinde,

Areosa e outros debruns urbanos,

o volume dos corpos recorta-se

quadriculado pela luz. Seios e

estômagos transferem-me para

um estranho país de aleitamento e

digestões. Sigo num culpado

exílio a dobrar a esquina e inclino

os passos para o Satélite,
onde

regresso ao aroma navegável

do cimbalino.

inês lourenço

o segundo olhar

companhia das ilhas

2015

marcar artigo