poesia: joão luís barreto guimarães

03-09-2020
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A

cada dia que passa me sinto mais fatigado. Um

homem procura ternura

no seu regresso a casa (um

homem não vê o instante em que despe

o ultraje) quando

sai de pés descalços pelo soalho da tarde em

busca de um

copo de olvido. Um homem conhece a casa

pelo gato à janela –

duas pupilas acesas sentam-se

à sua mesa

sentam-se à mesa da alma. E a casa recebe o homem

com uma noite sempre nova

(um homem entrega tudo a quem o

salve do exílio)

quem lhe aplaque a solidão que existe nos

homens cansados.

joão luís barreto guimarães

nómada  (2018)

o tempo avança por sílabas

poemas escolhidos

quetzal

2019

A

cada dia que passa me sinto mais fatigado. Um

homem procura ternura

no seu regresso a casa (um

homem não vê o instante em que despe

o ultraje) quando

sai de pés descalços pelo soalho da tarde em

busca de um

copo de olvido. Um homem conhece a casa

pelo gato à janela –

duas pupilas acesas sentam-se

à sua mesa

sentam-se à mesa da alma. E a casa recebe o homem

com uma noite sempre nova

(um homem entrega tudo a quem o

salve do exílio)

quem lhe aplaque a solidão que existe nos

homens cansados.

joão luís barreto guimarães

nómada  (2018)

o tempo avança por sílabas

poemas escolhidos

quetzal

2019

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