O Susanense: Valonguense vai lutar até ao fim pelo difícil objectivo da manutenção

23-06-2020
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Não há memória de um início de temporada tão conturbado como este que a União Desportiva Valonguense está a viver. O pesadelo começou há uns meses atrás com o estalar de uma grave crise directiva e financeira, que se iniciou com o abandono de grande parte da direcção liderada por Jorge Fonseca, ficando então o emblema de Valongo a ser dirigido por uma Comissão Administrativa conduzida pelo antigo presidente Jorge Gomes.Contudo, estava longe de acabar o pesadelo, pois os problemas financeiros são imensos, mais concretamente dívidas para com atletas, que deram origem a que todo o plantel da época passada (incluindo o treinador Fernando Barbosa) batesse com a porta, deixando o Valonguense sem jogadores e equipa técnica.O início de campeonato estava cada vez mais perto, e o cenário era pintado a negro para o clube, quer a nível financeiro quer a nível desportivo. Urgia encontrar-se uma solução imediata, senão o Valonguense corria o risco de não participar no Campeonato Nacional da 3ª Divisão da temporada 2005/06. Foram então contratados dois homens da casa, duas figuras bem conhecidas do clube, Paulo Torres e Jorge Mota, dois nomes que em tempos envergaram, na qualidade de jogadores, as cores dos encarnados do Calvário.Com a equipa técnica contratada deu-se então início a uma verdadeira maratona de captações para o plantel sénior, que se resumia até então, como já vimos, a nenhum jogador. Seleccionados alguns atletas dessas captações, o clube começou a preparar a sua presença no campeonato, uma preparação que com todos os problemas que haviam surgido pecava por extremamente tardia, uma vez que os restantes plantéis da Série B há muito que já preparavam a época.Quando se pensava que tudo estava mais ao menos encaminhado para o Valonguense começar a competição com a devida tranquilidade, eis que Paulo Torres abandona o barco, alegando problemas pessoais que o impediam de continuar o trabalho que começara semanas antes. A solução para mais este problema surgiu mesmo em cima do primeiro jogo do campeonato, e chama-se Marco Paulo, um jovem técnico de 37 anos, com quem o SUSANENSE esteve à conversa. O difícil objectivo da manutençãoMarco Paulo começa por traçar o grande, e único, objectivo desportivo da sua equipa para esta época, a manutenção. Um objectivo que para o jovem treinador irá ser extremamente complicado de atingir, devido às circunstâncias em que o clube se encontra. «Neste momento o Valonguense tem uma enorme escassez de meios a todos os níveis. Sabemos que a grande preocupação das pessoas que estão a gerir o clube passa em primeiro lugar pelo saneamento financeiro e só depois vem o aspecto desportivo. Mas mesmo com estas contrariedades todas que temos enfrentado posso dizer que tudo vamos fazer para deixar o Valonguense na 3ª divisão».Sobre o facto de que o clube ter começado demasiado tarde a preparação para a nova época poder trazer complicações maiores lá mais para meio do campeonato, Marco Paulo reconhece que face a esta situação se perdeu algum timing, pois os treinadores não são todos iguais, existem sistemas e metodologias de treinos diferentes, que demoram sempre o seu tempo a ser assimiladas pelos jogadores. Salienta, no entanto, que esse problema acabará por ser ultrapassado mais cedo ou mais tarde e que o grande problema do clube é a grave situação financeira em que se encontra, informando ainda que tem o plantel com o orçamento mais baixo desta Série B, e porventura o mais baixo de toda a 3ª divisão nacional.«Embora entenda que o dinheiro não joga à bola, temos de ser realistas e dizer que quem tem dinheiro tem outro poder de escolha e neste momento estamos a passar uma situação em que fizemos três jogos oficiais (dois para o campeonato e um para a Taça de Portugal) e nunca tivemos 18 jogadores disponíveis». O plantel do emblema do Calvário é composto por 20 jogadores, sendo três deles guarda-redes, um plantel extremamente jovem e inexperiente, sendo que a grande maioria dos jogadores actuava em clubes das divisões distritais na época passada. Mesmo assim, Marco Paulo, encara esta situação com um desafio.«É certo que estes jogadores não têm experiência de jogar numa 3ª divisão nacional, um campeonato sempre muito competitivo, equilibrado e sobretudo muito difícil. A maior parte das equipas desta série têm jogadores com muita experiência e isso tem o seu preço. Posso-lhe dizer que no nosso último jogo, em Lourosa, tínhamos apenas 13 jogadores de campo disponíveis. O nosso plantel é muito curto, em determinados lugares temos jogadores em excesso, ao passo que noutros postos não temos soluções, e quando é necessário alterar situações de jogo isso não é possível, porque não tenho jogadores. Estamos neste momento à procura dessas soluções, estamos a ver se contratamos mais alguns atletas, mas quando falámos nisto vamos sempre bater na mesma tecla, ou seja, o clube não tem dinheiro, e os bons jogadores custam dinheiro e como disse antes a prioridade do clube é o saneamento financeiro. Não é uma situação desportiva nada fácil, mas mesmo assim considero este desafio aliciante e sei que estes jovens atletas vão fazer o melhor possível sabendo de antemão que as condições não vão ser fáceis».Até à presente data o Valonguense realizou já três encontros, sendo dois para o campeonato e um para a Taça de Portugal. Jogos em que as coisas até nem correram mal, segundo Marco Paulo, pois venceu o Rio Tinto no arranque do campeonato, por 1-0, empatou a zero bolas na 2ª eliminatória da taça, ante o Tirsense, sendo eliminado através de grande penalidade, e na última jornada saiu derrotado por 4-1 na deslocação a Lourosa. Grande desafio Como já antes o dissemos, Marco Paulo é um jovem treinador com 37 anos de idade. O seu trajecto como treinador principal é ainda curto, já que o primeiro ano em que iniciou funções de técnico principal aconteceu o ano passado, ao serviço do Candal, clube dos distritais da Associação de Futebol do Porto. «Esta é por isso a minha primeira grande experiência como técnico. Considero estar à altura para responder a este desafio, pois sou muito ambicioso, e sobretudo considero-me uma pessoa muito actualizada, pois como em tudo na vida, se não nos actualizarmos ficamos para trás. Tudo farei dentro das minhas possibilidades para tentar fazer o melhor pelo Valonguense, e o melhor é ficar na 3ª divisão». Gonçalo Brito

Não há memória de um início de temporada tão conturbado como este que a União Desportiva Valonguense está a viver. O pesadelo começou há uns meses atrás com o estalar de uma grave crise directiva e financeira, que se iniciou com o abandono de grande parte da direcção liderada por Jorge Fonseca, ficando então o emblema de Valongo a ser dirigido por uma Comissão Administrativa conduzida pelo antigo presidente Jorge Gomes.Contudo, estava longe de acabar o pesadelo, pois os problemas financeiros são imensos, mais concretamente dívidas para com atletas, que deram origem a que todo o plantel da época passada (incluindo o treinador Fernando Barbosa) batesse com a porta, deixando o Valonguense sem jogadores e equipa técnica.O início de campeonato estava cada vez mais perto, e o cenário era pintado a negro para o clube, quer a nível financeiro quer a nível desportivo. Urgia encontrar-se uma solução imediata, senão o Valonguense corria o risco de não participar no Campeonato Nacional da 3ª Divisão da temporada 2005/06. Foram então contratados dois homens da casa, duas figuras bem conhecidas do clube, Paulo Torres e Jorge Mota, dois nomes que em tempos envergaram, na qualidade de jogadores, as cores dos encarnados do Calvário.Com a equipa técnica contratada deu-se então início a uma verdadeira maratona de captações para o plantel sénior, que se resumia até então, como já vimos, a nenhum jogador. Seleccionados alguns atletas dessas captações, o clube começou a preparar a sua presença no campeonato, uma preparação que com todos os problemas que haviam surgido pecava por extremamente tardia, uma vez que os restantes plantéis da Série B há muito que já preparavam a época.Quando se pensava que tudo estava mais ao menos encaminhado para o Valonguense começar a competição com a devida tranquilidade, eis que Paulo Torres abandona o barco, alegando problemas pessoais que o impediam de continuar o trabalho que começara semanas antes. A solução para mais este problema surgiu mesmo em cima do primeiro jogo do campeonato, e chama-se Marco Paulo, um jovem técnico de 37 anos, com quem o SUSANENSE esteve à conversa. O difícil objectivo da manutençãoMarco Paulo começa por traçar o grande, e único, objectivo desportivo da sua equipa para esta época, a manutenção. Um objectivo que para o jovem treinador irá ser extremamente complicado de atingir, devido às circunstâncias em que o clube se encontra. «Neste momento o Valonguense tem uma enorme escassez de meios a todos os níveis. Sabemos que a grande preocupação das pessoas que estão a gerir o clube passa em primeiro lugar pelo saneamento financeiro e só depois vem o aspecto desportivo. Mas mesmo com estas contrariedades todas que temos enfrentado posso dizer que tudo vamos fazer para deixar o Valonguense na 3ª divisão».Sobre o facto de que o clube ter começado demasiado tarde a preparação para a nova época poder trazer complicações maiores lá mais para meio do campeonato, Marco Paulo reconhece que face a esta situação se perdeu algum timing, pois os treinadores não são todos iguais, existem sistemas e metodologias de treinos diferentes, que demoram sempre o seu tempo a ser assimiladas pelos jogadores. Salienta, no entanto, que esse problema acabará por ser ultrapassado mais cedo ou mais tarde e que o grande problema do clube é a grave situação financeira em que se encontra, informando ainda que tem o plantel com o orçamento mais baixo desta Série B, e porventura o mais baixo de toda a 3ª divisão nacional.«Embora entenda que o dinheiro não joga à bola, temos de ser realistas e dizer que quem tem dinheiro tem outro poder de escolha e neste momento estamos a passar uma situação em que fizemos três jogos oficiais (dois para o campeonato e um para a Taça de Portugal) e nunca tivemos 18 jogadores disponíveis». O plantel do emblema do Calvário é composto por 20 jogadores, sendo três deles guarda-redes, um plantel extremamente jovem e inexperiente, sendo que a grande maioria dos jogadores actuava em clubes das divisões distritais na época passada. Mesmo assim, Marco Paulo, encara esta situação com um desafio.«É certo que estes jogadores não têm experiência de jogar numa 3ª divisão nacional, um campeonato sempre muito competitivo, equilibrado e sobretudo muito difícil. A maior parte das equipas desta série têm jogadores com muita experiência e isso tem o seu preço. Posso-lhe dizer que no nosso último jogo, em Lourosa, tínhamos apenas 13 jogadores de campo disponíveis. O nosso plantel é muito curto, em determinados lugares temos jogadores em excesso, ao passo que noutros postos não temos soluções, e quando é necessário alterar situações de jogo isso não é possível, porque não tenho jogadores. Estamos neste momento à procura dessas soluções, estamos a ver se contratamos mais alguns atletas, mas quando falámos nisto vamos sempre bater na mesma tecla, ou seja, o clube não tem dinheiro, e os bons jogadores custam dinheiro e como disse antes a prioridade do clube é o saneamento financeiro. Não é uma situação desportiva nada fácil, mas mesmo assim considero este desafio aliciante e sei que estes jovens atletas vão fazer o melhor possível sabendo de antemão que as condições não vão ser fáceis».Até à presente data o Valonguense realizou já três encontros, sendo dois para o campeonato e um para a Taça de Portugal. Jogos em que as coisas até nem correram mal, segundo Marco Paulo, pois venceu o Rio Tinto no arranque do campeonato, por 1-0, empatou a zero bolas na 2ª eliminatória da taça, ante o Tirsense, sendo eliminado através de grande penalidade, e na última jornada saiu derrotado por 4-1 na deslocação a Lourosa. Grande desafio Como já antes o dissemos, Marco Paulo é um jovem treinador com 37 anos de idade. O seu trajecto como treinador principal é ainda curto, já que o primeiro ano em que iniciou funções de técnico principal aconteceu o ano passado, ao serviço do Candal, clube dos distritais da Associação de Futebol do Porto. «Esta é por isso a minha primeira grande experiência como técnico. Considero estar à altura para responder a este desafio, pois sou muito ambicioso, e sobretudo considero-me uma pessoa muito actualizada, pois como em tudo na vida, se não nos actualizarmos ficamos para trás. Tudo farei dentro das minhas possibilidades para tentar fazer o melhor pelo Valonguense, e o melhor é ficar na 3ª divisão». Gonçalo Brito

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