Bloco questiona conversão do Pego em central a biomassa

05-11-2019
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O Bloco está preocupado com as “graves consequências tarifárias ou orçamentais e sobretudo ambientais” da conversão do central do Pego numa central a biomassa. As suas contas apontam para excesso de biomassa florestal residual disponível. Por isso, Jorge Costa considera-a “insustentável” e defende uma moratória para projetos deste tipo.

Governantes, autarcas e responsáveis do consórcio entre Trust Energy e Endesa, a Tejo Energia, têm-se referido publicamente à realização de estudos para a conversão da central termoelétrica do Pego do carvão para biomassa. Para o Bloco, “tal projeto pode implicar graves consequências tarifárias ou orçamentais (pela necessidade de subsidiação que implica) e sobretudo ambientais”.

Um dos problemas é que “já existe excesso de potência instalada de biomassa em Portugal”. O que quer dizer que, dadas as circunstâncias do país, esta reconversão não é uma medida de aproveitamento dos resíduos florestais mas antes um empreendimento que estimularia “a produção florestal para fins energéticos e até novos projetos hidroelétricos vocacionados para sustentar a rega dessa produção”.

O Bloco fez as contas, partindo do exemplo da central de Drax no Reino Unido que utiliza a mesma tecnologia, tendo realizado esta conversão em três das suas unidades. E chegou à conclusão que a conversão do Pego necessitaria da produção de, pelo menos, 5.2 milhões de toneladas de madeira verde. Só que “uma estimativa otimista da disponibilidade total de biomassa florestal residual em

Portugal aponta para cerca de 5 milhões de toneladas/ano”, uma quantidade que “fica aquém das necessidades já expectáveis em 2021”, sem contar com as necessidades das indústrias da fileira florestal, como a produção de painéis de madeira ou a produção de pellets para aquecimento, entre outras.

Para além disto, considera o partido, uma parte da biomassa florestal residual disponível no país “pode não ser efetivamente aproveitável, devido a fatores como a fraca acessibilidade e distância entre áreas florestais (que impossibilitam que a matéria residual chegue a preços competitivos às centrais de biomassa) e a baixa atratividade dos matos como matéria-prima para a produção de eletricidade”.

Isto já para não falar no valor ambiental do resíduo florestal que “deve ser, pelo menos parcialmente, incorporado no solo, fator aliás cada vez mais relevante face às alterações climáticas”, uma vez que é importante “para a conservação e fornecimento de serviços de ecossistemas, como a prevenção da erosão e a sustentabilidade do fundo de fertilidade dos solos no futuro”.

Assim, a reconversão “pode ter a sua viabilidade dependente da importação massiva de madeira e, por conseguinte, numa elevada subsidiação da produção” que acabará por ser paga pelos contribuintes.

Partindo destes dados, ao Expresso, o deputado Jorge Costa sustenta que esta conversão é “insustentável”. Assim, o Bloco defende “uma moratória para novos projetos porque os que já estão previstos para o território nacional são já excessivos quando consideramos o resíduo florestal disponível”.

Esta posição é complementada por um conjunto de questões que o partido quer que o governo esclareça. Em primeiro sobre se este confirma a intenção de converter a central do Pego de carvão para biomassa, a concretizar-se, qual a potência instalada e se será uma reconversão direta de carvão para biomassa florestal residual. Questiona-se ainda se o governo considera haver “viabilidade do funcionamento desta central a partir da queima, em exclusivo, de biomassa florestal residual”, sobre os sistemas de armazenamento e refrigeração do material combustível, os “modelos contratual e de remuneração” previstos para viabilizar economicamente e qual “o cálculo das tarifas a garantir à futura produção a biomassa no Pego”.

Por outro lado, o Bloco quer também saber a origem (nacional ou estrangeira), os fornecedores e as linhas de abastecimento do material combustível e compatibilidade desta central convertida para biomassa florestal residual com a “estabilidade da indústria que recorre à mesma tipologia de matéria-prima”.

O Bloco está preocupado com as “graves consequências tarifárias ou orçamentais e sobretudo ambientais” da conversão do central do Pego numa central a biomassa. As suas contas apontam para excesso de biomassa florestal residual disponível. Por isso, Jorge Costa considera-a “insustentável” e defende uma moratória para projetos deste tipo.

Governantes, autarcas e responsáveis do consórcio entre Trust Energy e Endesa, a Tejo Energia, têm-se referido publicamente à realização de estudos para a conversão da central termoelétrica do Pego do carvão para biomassa. Para o Bloco, “tal projeto pode implicar graves consequências tarifárias ou orçamentais (pela necessidade de subsidiação que implica) e sobretudo ambientais”.

Um dos problemas é que “já existe excesso de potência instalada de biomassa em Portugal”. O que quer dizer que, dadas as circunstâncias do país, esta reconversão não é uma medida de aproveitamento dos resíduos florestais mas antes um empreendimento que estimularia “a produção florestal para fins energéticos e até novos projetos hidroelétricos vocacionados para sustentar a rega dessa produção”.

O Bloco fez as contas, partindo do exemplo da central de Drax no Reino Unido que utiliza a mesma tecnologia, tendo realizado esta conversão em três das suas unidades. E chegou à conclusão que a conversão do Pego necessitaria da produção de, pelo menos, 5.2 milhões de toneladas de madeira verde. Só que “uma estimativa otimista da disponibilidade total de biomassa florestal residual em

Portugal aponta para cerca de 5 milhões de toneladas/ano”, uma quantidade que “fica aquém das necessidades já expectáveis em 2021”, sem contar com as necessidades das indústrias da fileira florestal, como a produção de painéis de madeira ou a produção de pellets para aquecimento, entre outras.

Para além disto, considera o partido, uma parte da biomassa florestal residual disponível no país “pode não ser efetivamente aproveitável, devido a fatores como a fraca acessibilidade e distância entre áreas florestais (que impossibilitam que a matéria residual chegue a preços competitivos às centrais de biomassa) e a baixa atratividade dos matos como matéria-prima para a produção de eletricidade”.

Isto já para não falar no valor ambiental do resíduo florestal que “deve ser, pelo menos parcialmente, incorporado no solo, fator aliás cada vez mais relevante face às alterações climáticas”, uma vez que é importante “para a conservação e fornecimento de serviços de ecossistemas, como a prevenção da erosão e a sustentabilidade do fundo de fertilidade dos solos no futuro”.

Assim, a reconversão “pode ter a sua viabilidade dependente da importação massiva de madeira e, por conseguinte, numa elevada subsidiação da produção” que acabará por ser paga pelos contribuintes.

Partindo destes dados, ao Expresso, o deputado Jorge Costa sustenta que esta conversão é “insustentável”. Assim, o Bloco defende “uma moratória para novos projetos porque os que já estão previstos para o território nacional são já excessivos quando consideramos o resíduo florestal disponível”.

Esta posição é complementada por um conjunto de questões que o partido quer que o governo esclareça. Em primeiro sobre se este confirma a intenção de converter a central do Pego de carvão para biomassa, a concretizar-se, qual a potência instalada e se será uma reconversão direta de carvão para biomassa florestal residual. Questiona-se ainda se o governo considera haver “viabilidade do funcionamento desta central a partir da queima, em exclusivo, de biomassa florestal residual”, sobre os sistemas de armazenamento e refrigeração do material combustível, os “modelos contratual e de remuneração” previstos para viabilizar economicamente e qual “o cálculo das tarifas a garantir à futura produção a biomassa no Pego”.

Por outro lado, o Bloco quer também saber a origem (nacional ou estrangeira), os fornecedores e as linhas de abastecimento do material combustível e compatibilidade desta central convertida para biomassa florestal residual com a “estabilidade da indústria que recorre à mesma tipologia de matéria-prima”.

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