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19-06-2020
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Diz-me o teu nome - agora, que perdi
quase tudo, um nome pode ser o princípio
de alguma coisa. Escreve-o na minha mão
com os teus dedos - como as poeiras seescrevem, irrequietas, nos caminhos e oslobos mancham o lençol da neve com ossinais da sua fome. Sopra-mo no ouvido,
como a levares as palavras de um livro paradentro de outro - assim conquista o ventoo tímpano das grutas e entra o bafo do verãona casa fria. E, antes de partires, pousa-o
nos meus lábios devagar: é um poemaaçucarado que se derrete na boca e ardecomo a primeira menta da infância.
Ninguém esquece um corpo que tevenos braços um segundo - um nome sim.

Maria do Rosário Pedreira

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Diz-me o teu nome - agora, que perdi
quase tudo, um nome pode ser o princípio
de alguma coisa. Escreve-o na minha mão
com os teus dedos - como as poeiras seescrevem, irrequietas, nos caminhos e oslobos mancham o lençol da neve com ossinais da sua fome. Sopra-mo no ouvido,
como a levares as palavras de um livro paradentro de outro - assim conquista o ventoo tímpano das grutas e entra o bafo do verãona casa fria. E, antes de partires, pousa-o
nos meus lábios devagar: é um poemaaçucarado que se derrete na boca e ardecomo a primeira menta da infância.
Ninguém esquece um corpo que tevenos braços um segundo - um nome sim.

Maria do Rosário Pedreira

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