Exactamente como foi, o medo de me enganarmais tarde na memória - é tudo o que me resta: estarde noite às escuras a pensar em ti
E se me lembro mal, se troco as vezes, naquelaquinta-feira o dia do amor em vez de serna quarta, o erro surge-me gigante,um peso carregado como Atlas
Por isso é que preciso de lembrar coisasexactas, como aconteceu tudo; não sótranspor depois na ficção recolhida, sou euque te preciso e dos teus diasque me foram meus
Lembrar-me exactamente como foi, o que useinesse dia e o que usei no outro, até que horastudo, se havia gente ou nãoe em que dia. Porque as palavras depois sereconstroem
O que se disse então torna-se fácil.Assim dito parece coisa pouca,lugar comum efácil, mas as noites são grandes
e lembrar-seexactamente,de uma forma correcta
é-me tão importantedentro das noites a pensar em tisabendo: não te vejo nunca mais
Ana Luisa Amaral
imagem
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Exactamente como foi, o medo de me enganarmais tarde na memória - é tudo o que me resta: estarde noite às escuras a pensar em ti
E se me lembro mal, se troco as vezes, naquelaquinta-feira o dia do amor em vez de serna quarta, o erro surge-me gigante,um peso carregado como Atlas
Por isso é que preciso de lembrar coisasexactas, como aconteceu tudo; não sótranspor depois na ficção recolhida, sou euque te preciso e dos teus diasque me foram meus
Lembrar-me exactamente como foi, o que useinesse dia e o que usei no outro, até que horastudo, se havia gente ou nãoe em que dia. Porque as palavras depois sereconstroem
O que se disse então torna-se fácil.Assim dito parece coisa pouca,lugar comum efácil, mas as noites são grandes
e lembrar-seexactamente,de uma forma correcta
é-me tão importantedentro das noites a pensar em tisabendo: não te vejo nunca mais
Ana Luisa Amaral
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